sexta-feira, 12 de março de 2010

00903

Já não veria morta, a primavera
Depois de tanto inverno vida afora,
E quando a solidão feroz se aflora
A sorte num instante destempera.

E o gozo de quem tanto quis um dia
Beleza deste amor incomparável,
Num solo mais tranqüilo quanto arável,
Felicidade imensa se irradia

Trazendo vez em quando esta lembrança
Do tempo em que feliz seguira em ti
Agora que esta estrada já perdi
Sequer neste horizonte o olhar avança

Mentindo e sonegando este prazer
De quem se preparou para saber.

Nenhum comentário: