sábado, 13 de março de 2010

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930

“Que tu és como Deus: Princípio e Fim,"
E tomas minha vida em tuas mãos,
Os dias sem te ter; concebo vãos
O mundo desabando dentro em mim.

Percorro noites frias, sem ninguém
Vagando na procura por quem tanto
Mostrando a fantasia em raro encanto,
Buscando inutilmente, nada vem...

Somente o frio intenso, madrugada,
E nela se percebe este granizo,
Diverso do que quero e que preciso,
Depois de tanto amar, não resta nada,

E o quanto te desejo, como um Deus,
Deixando em cicatriz a dor do adeus...

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Deixando em cicatriz a dor do adeus
Não pude imaginar outra saída
A sorte temerária sendo urdida
Vazio dominando os rumos meus...

Percebo quão doridos os meus dias
Na ausência de quem tanto desejei,
O amor que poderia ser a lei
Diversa realidade, tu me guias.

Apelos, brados, lágrimas não bastam,
Os dias são idênticos, banais,
Felicidade dita o nunca mais,
As trevas mesmo em sol frias contrastam.

E assim sem ter na vida algum prazer
“Meus olhos andam cegos de te ver!”


932

“Meus olhos andam cegos de te ver!”
Ainda que pudesse ter a sorte
Do amor em luz imensa que conforte
Não poderia o brilho perceber.

Cansada de tentar seguir meu rumo,
Perdida, alucinada em vagas tantas,
E quanto mais terrível, desencantas
Maior o meu amor isso eu assumo.

Aonde te encontrar amado meu,
Se tudo não passou de fantasia?
Sonhando com o sol em noite fria,
Meu mundo há tanto tempo escureceu

Nos sonhos caminhamos sem os nãos
E tomas minha vida em tuas mãos.

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