terça-feira, 16 de março de 2010

26998/99

E quando mais distante ou por um triz
Vagasse pela noite sem sentido,
Sabendo o quanto dói estar perdido
Revendo tudo aquilo que desfiz.

Arcar com meus enganos ser fiel
A todos os propósitos que trago,
Ao ter a placidez ser com um lago
Invés de destilar somente fel.

Seria muito bom se isso eu pudesse,
Mas com esta amargura insofismável,
Este ideal seria inalcançável
Decerto não teria a sorte e a messe.

Percorro os meus abismos e consigo
Aplacar e absorver cada castigo.


26999


Um tempo aonde possa ser feliz
Depois de ter penado a vida inteira,
E quando se levanta esta bandeira
Realidade chega e contradiz.

Vestindo a fantasia de palhaço
Não pude compreender felicidade,
E quando me envolvendo na saudade
Caminho que traçara já desfaço.

Cansado de lutar e não saber
Se havia ou não um tempo mais tranqüilo,
Veneno tão profuso inda destilo
E nisso alguma forma de prazer.

Servir como chacota? Não, não mais.
Enfrento destemido os temporais...

Nenhum comentário: