terça-feira, 16 de março de 2010

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“Por ti nos sonhos morrerei sorrindo”
Após tantos momentos mais sombrios,
Enfrento meus temores, desafios
Enquanto um novo tempo; em ti deslindo

Vagando por tormentas, mares tantos,
Distante de teus braços, teus carinhos
Perfaço os dias tristes e sozinhos
A cada amanhecer, mais desenganos.

Pudesse ter enfim concretizado
Desejo que domina e não permite
Viver além do frágil, vão limite
Calando no meu peito, o sonho, o brado.

Pudesse ter aqui bem junto a mim,
O amor que tanto quero e não tem fim...







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O amor que tanto quero e não tem fim
Tomando o coração de um sonhador,
É como se cevasse a bela flor
Tornando mais sublime o meu jardim.

Mas quando a noite chega solitária
E tudo o que eu queria não consigo,
Percebo tão somente o desabrigo
E a vida se transforma. Temerária...

Não tendo mais sequer algum momento
Aonde possa ver a paz que quero,
O amor se torna então, terrível, fero
E traça a dor imensa, o desalento.

No sonho te imagino, em alvorada
“Sobre o leito de flores reclinada.”

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“Sobre o leito de flores reclinada”
Trazendo em teu olhar doces lembranças
Ao longe, no horizonte já te lanças
Vagando por distante e flórea estrada.

Percebo quanto és bela enquanto sonhas
Num átimo também sonho contigo
E tento vislumbrar suave abrigo
Nas sendas mais tranqüilas e risonhas.

A lua se declina sobre ti
E beija tua pele mansamente
E nesta maravilha se pressente
O amor que há tanto tempo; eu já perdi.

E ao vê-la enfim concebo desafios
Após tantos momentos mais sombrios.

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Após tantos momentos mais sombrios
Encontro o grande que tanto quis
E sendo por instantes, tão feliz
Refaço o meu caminho em tais estios

E teimo contra a força dos enganos
De tantos desafetos conhecidos,
Os dias em tempestas já vencidos
Agora me entregando aos novos planos

E tendo esta alegria de poder
Sentir o teu perfume junto ao meu
Quem tanto sem defesas já se deu
Começa neste instante então a crer

Na sorte pela angústia contrastada
“Como a lua por noite embalsamada.”


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“Como a lua por noite embalsamada.”
Encontro o meu olhar embevecido
E bebo a claridade, enternecido
Sabendo que depois vem a alvorada

E o sol que nos abrasa num segundo
Azulejando o céu outrora prata,
E a sorte benfazeja desacata
O medo do passado, vão profundo.

E assisto ao renovar de uma esperança
Após a imensidão de um tempo escuso
O amor que tanto quero, reproduzo
Trazendo ao caminheiro uma mudança

Deixando para trás sonhos vazios
Enfrento meus temores, desafios.


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Enfrento meus temores, desafios
E sei do quanto amor se faz capaz
Carinho que deveras satisfaz
Serena dias áridos, sombrios

Estando junto a ti eu me permito
Saber da farta luz que nos guiando
Tornara o meu caminho bem mais brando
E o tempo de viver bem mais bonito.

A deusa feita em pálida figura
Sonhando com momentos mais felizes,
Sanando dos meus medos cicatrizes
Trazendo para mim alento e cura

Descortinando o Paraíso então eu via:
“Entre as nuvens do amor ela dormia!”


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“Entre as nuvens do amor ela dormia”
E alçando raros céus em claridade,
Enquanto a fantasia assim me invade
Tornando bem mais belo o dia a dia,

Senti-la é como ter no firmamento
Um sol que se irradia em arrebol,
No olhar tão deslumbrante este farol
Por onde este caminho eu oriento

Não deixe que este amor termine, pois
Sem tê-la minha vida nada vale,
Não deixe que esta voz um dia cale,
Não haverá sequer nada depois

Mergulho neste encanto belo e infindo
Enquanto um novo tempo; em ti deslindo.



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Enquanto um novo tempo; em ti deslindo
Adentro os oceanos do meu sonho
E a cada temporal a paz proponho
Sabendo deste instante amável, lindo.

E quando me percebo em tuas mãos,
Teus braços me enlaçando com ternura,
Tomado tão somente por brandura
Os medos se tornando bem mais vãos.

Mergulho nos teus olhos, sinto em ti
O amor que tantas vezes procurava
Ainda sob uma onda forte, brava
A paz que eu necessito, descobri

E quando uma esperança se perdia:
“Era a virgem do mar na escuma fria.”

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