sexta-feira, 19 de março de 2010

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“das palavras sem voz do coração”,
Delírios que se encontram, mil prazeres
Tocando com volúpia nossos seres
Deveras em insânia, com paixão.

No fogaréu intenso que contém
Delírios sensuais, viagens tantas,
Enquanto assim te encanto, tu me encantas
Na imensa maravilha, nosso bem.

Vagando por estrelas, bebo a luz,
E traço no teu corpo meus caminhos,
Envoltos pelas chamas dos carinhos,
Intensa claridade reproduz

Deliciosamente nua do teu lado,
Meu corpo no teu corpo emoldurado...


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“não profanara o orgulho e a singeleza”
Divinas maravilhas professadas
Nas ânsias entre as ânsias demarcadas,
Decerto mais sutis tanta beleza.

Ascendo ao Paraíso e com certeza
As horas sendo assim abençoadas,
Desvendo no teu corpo tais estradas
E sigo sem pensar a correnteza.

Mortalhas do passado? Nunca mais,
Delírios em desejos magistrais
Ternura que se aflora em gozo farto,

Na intensidade plena de candura,
Depois de tanto tempo em vã procura
Deidade caminhando no meu quarto...


27244


“Ah! se mudos ficáramos então”
Sabemos decifrar cada sinal,
Promessa de um momento divinal,
Eternizando aqui nosso verão.

Adentro os mais diversos paraísos
Com toques sensuais e delicados,
Unindo com prazeres nossos fados,
Vibramos em desejos mais concisos.

Ascendo ao mais sublime patamar,
Auge da emoção, luzes soberanas
As noites delicadas e profanas
Vagando sem destino, céu e mar.

E bêbados dos sonhos tanta entrega,
Infinitos sem par, amor navega...




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“nessas palestras de alma em ciúme acesa”
Procuro uma saída que não vejo,
E quanto mais profano o meu desejo
Maior no nosso caso esta incerteza

Queria ter no olhar esta pureza
Que tanto necessitas, mas almejo
Momento mais feliz e num lampejo
Imensa claridade diz beleza.

Não posso mais conter esta vontade
E mesmo que talvez já não te agrade,
Eu quero mergulhar nos teus anseios,

Sentindo tua pele junto a minha
Minha alma na tua alma já se aninha,
Delírio feito em beijos, toques, seios...


27246


“Quantas injúrias, que contradição”
O amor professa sempre tais loucuras,
Enquanto mergulhados em ternuras,
Ao mesmo tempo sinto a negação;

E quero ter em ti ancoradouro,
Mas sei quão movediço o sentimento
E nesta insensatez meu desalento,
Num sol que é tão volúvel não me douro.

Porém eu necessito dos teus dias,
E sei quantos momentos magistrais
O amor nos mais divinos rituais
Além do que deveras fantasias,

E assim nesta inconstante maravilha,
Minha alma sobre espinhos, pedras, trilha...





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“Trocamos o vocábulo e (oh! tristeza!)”,
Por vezes carinhosos noutras não,
Às vésperas do fim, da solidão
Pudesse inda conter a correnteza.

E quando se criando a fortaleza
Tempestas, vendavais se mostrarão,
Mas nada desviando a direção
Do amor que se transcorre com firmeza.

Esgarçam-se deveras estes panos,
E neles nossos medos, desenganos
Afloram e nos tornam suscetíveis.

Pudéssemos talvez acreditar
Na força incomparável deste amar,
Os dias não seriam tão terríveis...


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“como tudo se amava sem falar’,
Somente com os gestos já sabíamos
Do quanto sem limite nos queríamos
No encanto que aprendemos desfiar.

Assíduas emoções em passo largo,
O gozo incomparável, festa e riso,
Assim ao perceber o Paraíso
Do quanto te desejo e nunca largo

Aprendi a viver felicidade
Orgásticos prazeres, noite imensa,
E tendo neste jogo a recompensa
Encontro nos teus olhos a deidade

Que tanto procurara a vida inteira,
A sorte sendo enfim, a companheira...

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