terça-feira, 23 de março de 2010

27393/394/395

27393

“ambicionara em sedes de loucura”
A imensidade feita em luz e paz,
O quanto no passado foi voraz
A vida que deveras amor cura,
Não pude sonegar tal alegria
E nela todo o brilho que ora invade
Deixando para trás a tempestade
O dia em claridade ressurgia.
Nefastas noites frias, temporais,
Agora não concebo, pois em ti
O amor que tanto quis reconheci,
E sei já ser possível ter um cais
Aonde com perfeita lucidez
Ancoragem sublime já se fez.

27394

“colher nos ventos tudo quanto dantes”
Apenas se sabia em vendaval,
Ao ter esta presença triunfal,
Os dias são deveras fascinantes.
Mordazes ilusões? Já não as tenho,
E sei quanto é possível ser feliz
No amor que tanto quero, ora bendiz
Tornando mais frutífero este empenho,
Outrora um navegante solitário,
Agora um caminheiro em paz e luz,
Assim imagem bela reproduz
Mudando para sempre este cenário.
E quando me percebo junto a ti,
Encontro o que deveras, mereci.


27395

“no teu corpo febril, das mãos amantes,”
A sorte se transforma plenamente,
E tendo esta alegria se pressente
Os dias mais sobejos, deslumbrantes,
Agora sou feliz e não mais calo
Delícia que se faz constante e rara,
O amor quando no amor já se declara
A vida se transforma num estalo,
E todo o sofrimento chega ao fim,
Mereço esta alegria, disso eu sei,
E tendo mais brilhante a minha grei,
Decerto vejo flores no jardim
Eterna primavera dentro da alma,
Beleza que me encanta enquanto acalma...

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