quinta-feira, 25 de março de 2010

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27511

“Tudo o que há de melhor e de mais raro”
Encontro no teu corpo juvenil,
O amor que se fizera mais gentil
Traduz agora tudo o que declaro,
Vivenciando a glória de saber
Usufruir momento após momento,
E quando mais distante me atormento
Tocado pela angústia posso ver
Além neste horizonte em rara luz
Formato delicado de quem tanto
Desejo e quando agora penso e canto
Aos mais perfeitos Céus já me conduz.
Estrela que me guia em céu sombrio,
Amante sonho em verso ora porfio.

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“Contra estes móveis de banal presente”
As ânsias do passado não me valem,
Por mais que dentro da alma ainda calem,
Negando qualquer luz que se pressente

Mesquinhas noites vagas sem ninguém,
Ausente dos meus olhos a esperança
Enquanto a solidão açoda e avança
Somente este vazio me contém,

Vivesse pelo menos um instante
Diverso do que agora entranho e sinto,
Na boca sensual um bom absinto,
Delírio feito em tom alucinante.

Perceba quanto quero o teu querer,
No amor que também quero em ti beber.

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“Guarda-te a imagem, como um anteparo”
E siga contra a força mais cruel
Vagando sem limites no meu céu,
Que agora ao ter teus olhos se faz claro.

Nefastas noites tanto percorrera
Quem tanto desejou e nunca tinha,
A solidão, deveras sendo minha,
Diversa da que outrora percebera

No olhar de quem partiu em triste adeus,
Matando as esperanças num momento,
E quando em tua ausência me atormento,
Tomando os descaminhos fartos breus,

Eu vejo quão difícil caminhada,
Numa alma há tanto tempo abandonada...


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“...Azul bem leve, um nimbo, suavemente”
Tocando minha pele, sol imenso,
E quando neste amor me recompenso,
A sorte se mostrando mais presente

Vivendo tanto amor quanto persigo,
Negando a dor mergulho dentro em mim,
Sabendo quão florido este jardim,
E nele uma certeza: bom abrigo.

Cansado de lutar por tanto tempo,
Vencido pela força do vazio,
Agora quando tento e desafio,
Enfrento sem temor tal contratempo

E atento nada impede que eu me dê
A sorte já sabendo o seu por que.

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“Aceitarás o amor como eu o encaro ?...”
É tudo o que desejo e não me calo,
A vida ao enfrentar qualquer abalo,
Moldando a cada passo o meu amparo

Permite que se creia no futuro
E tenha uma certeza a cada olhar,
Bebendo cada raio do luar,
O mundo não será jamais escuro.

Escuto a voz do vento proclamando
O amor que tanto quis e em ti eu vejo,
Sabendo dos teus olhos, azulejo,
Caminho em pleno azul, deveras brando.

As ânsias do passado sem receio,
Seguindo no teu corpo um belo veio...

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