terça-feira, 30 de março de 2010

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28072

“E sem dizeres palavra, e sem um termo agreste,”
Deveras trazes paz a quem mais necessita
A vida sendo assim audaz, porém bonita
É tudo o quanto quero e em glória tu me deste,
Vencer com mansidão todo o terror da peste,
Por mais que a violência ainda já palpita
Não deixe que se perca a mais bela pepita
Da qual, amor imenso, eu que tu vieste.
Gerando plenitude a cada novo dia,
Traçando esta amizade e nela se porfia
O tempo mais feliz, galante companheiro
Piedoso camarada, e assim sendo sincero
Deveras mostrará o que desejo e quero,
Com paz, suavidade, além deste espinheiro.


28073


“Vaiadas por malsins, desorientando o povo,”
Errático caminho; das trevas poderão
Traçar no teu olhar diversa direção?
Refaça se preciso, ou faça-se de novo
Sem temer quem assole ou mesmo te maltrate
A vida não se faz conforme qualquer vento,
Assim ao não se expor à força do tormento,
Não deixe que o caminho, a sorte já desate.
O gesto bem mais firme impede a queda plena,
A senda desairosa às vezes necessária,
Tampouco seja a vida atroz e temerária,
Na voz que quando em guerra, a todos já serena,
Servindo com total imensa galhardia,
Apenas a razão deveras seja o guia.

28074


“Se podes ver por terra as obras que fizeste,”
E não se perceber cruel em desventura
Que a noite mesmo quando estúpida ou escura
Não deixe que se torne o coração agreste,
Assim ao conseguir vencer os descaminhos,
Deveras caro filho em ti verei a sorte,
Que tanto procurei e agora me conforte,
Envolta na certeza em raros belos ninhos
De dias mais gentis em senda mais tranqüila
Aonde a paz enfim, eu sinto que ora brilha
Enquanto destemida, em luzes fortes trilha,
E nela a mansidão sublime já desfila,
Mudando o que já fora um dia tão venal,
Num rito tão sobejo, e raro, e triunfal.


28075


“Com falsas intenções que tu jamais lhes deste”
Por vezes tanta gente estúpida e feroz
Matando uma esperança em mágoa eleva a voz
E torna a caminhada às vezes mais agreste,
E quando isso acontece eu sinto em teu olhar
Perdão por cada fato e assim mais brilharás,
Trazendo a cada instante a vida feita em paz,
Sabendo do poder que existe em perdoar.
Não deixe que esta dor que tanto te devora
Renegue o quanto em ti rebrilha uma esperança
E quando o medo atroz, deveras vem e avança
Teu mundo em cais tranqüilo, agora sei que ancora.
Não cale esta alegria e nem deixe que a sorte
Transmude a tua senda e distorça teu norte.


28076



“E que um velhaco emprega eivadas de peçonha”
Tentando destruir o que o amor constrói
Assim a caminhada, às vezes sei que dói,
Porém ao teu caminho a dor que já se oponha
Vencida com teu braço em mansidão somente
Não frutifique nunca e mesmo que inda venha,
Do amor que tanto tens já não sabendo a senha
Em aridez morrendo, alheia esta semente.
O quanto se percebe em claridade feita
Seara mais audaz na qual granaste amor,
E nela se moldando um dia redentor,
Enquanto ao longe a lua, em prata se deleita,
Teus feitos, tua glória eternizada em paz,
Mostrando quão se é nobre ao ser bem mais audaz.

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“De ver envenenar as frases que disseste”
Por quanto ainda crês na força do inimigo,
Que embora se mostrando em pleno desabrigo
Por vezes se percebe igual à fria peste.
Não cale no teu peito a fúria, nem vingança
Somente esta alegria e dela luz imensa
Gerando a própria glória incrível recompensa
Enquanto em tempestade audacioso avança,
Negando qualquer dor, trazendo em calmaria
O quanto recebera em frio temporal
Assim no olhar suave, o gesto triunfal
De quem conhece a vida e nela a galhardia
Da qual já não se afasta e sabe ser feliz,
Por mais que a sorte mude e o mundo te desdiz.





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“Se podes resistir à raiva e à vergonha”
Jamais alguém um dia irá te convencer
Do medo natural, sequer de até morrer,
E quando mais audaz, maior que se componha
A sorte que te guia em meio aos vendavais
E nela o caminheiro encontra pedra e espinho,
Mas sabe muito bem e mesmo que sozinho,
Terá a qualquer dia, um manso porto e cais.
Vencida cada etapa a vida é sempre assim,
Deveras a bonança após a tempestade
Por mais que tudo em vão aos poucos se degrade
A flor renascerá cuidando do jardim,
O amor traz a certeza a cada novo tempo
De não temer jamais nem risco ou contratempo.


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“E resignar sorrindo o amor dos teus amores”
Sabendo ser além e mesmo superando
O vento que vier, seja terrível, brando
O céu se permitindo em várias tantas cores,
Na dor da solidão, uma altivez serena
Mudando com certeza esta aridez atroz,
Mais forte eu sinto agora, ainda a tua voz
E nela a realidade em luz imensa e plena,
Não deixa que se perca o rumo e a direção
Traçando este farol que guia cada passo,
Aonde com firmeza eu sinto todo traço,
Embora saibas bem das dores que virão,
O passo segue firme em rumo à eternidade
Sem nada que te prive, imensa liberdade.


28080


“Se podes ver o bem oculto em todo o mal”
E perdoares sempre após tanto terror,
Vivendo em plenitude o que se faz amor,
Meu filho em ti terei olhar mais triunfal,
E assim ao perceber intensa claridade
No olhar de quem caminha e sabe prosseguir
Enfrentando o leão sem temer o porvir
Na força sem igual, que tanto o bom invade,
Gerando após a chuva iridescente céu,
Vibrando com o brilho ameno deste sol,
Domando em voz tranqüila, o quanto do arrebol,
Traçando com firmeza o mais belo papel,
Assim eu te percebo e sei que tu serás,
Um mensageiro sim, do amor, da luz, da paz...


28081


“O triunfo e a derrota, eternos impostores”
Jamais possam negar a realidade plena
Que tanto nos maltrata e mesmo se envenena
Transporta no seu bojo espinho em meio às flores.
Assim ao caminhar em meio aos temporais,
Meu filho saiba bem o quanto o amor nos dita,
Por vezes sendo a sorte, atroz, mesmo maldita
Deveras nos trará depois um manso cais
E assim ao prosseguir sem medo do que vem,
A força que este sonho expõe a cada passo,
Sabendo desde sempre o quanto é seu espaço
E tanto continua, às vezes bem aquém,
Mas mesmo assim, a luta, envolta em esperança
Trazendo ao fim o quanto ainda quer e alcança.


28082



“Se podes encarar com indiferença igual”
A dor que nos invade e o gozo do prazer
Sabendo discernir momento a acontecer
Que tudo na verdade é sim, mais natural,
E tendo esta certeza, e nela o ritual
Do qual se poderia ainda bem mais crer,
Vivendo a plenitude embora em desprazer,
Que a vida nos prepara o bem, o nada e o mal,
Alvissareiro tempo em meio às vãs procelas
Na luz que tanto brilha o ocaso dita celas
E o medo te protege enquanto te faz forte,
Assim ao caminhar em dias mais sombrios
Vencendo o que vier, terríveis desafios,
Depois de tudo enfim, no amor que te conforte.

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