terça-feira, 30 de março de 2010

28099/100/101/102/103/104

28099

“Eu sou o comandante de minha alma”
E assim jamais concedo alguma chance
Ao medo que deveras já me alcance
Enquanto a realidade ora me acalma,
Vencer os dissabores; prosseguir
Em meio às tempestades mais comuns,
Os medos? Na verdade tenho alguns,
Mas nada que inda impeça o meu porvir,
E quando amanhecer, eu tentarei
Vencer os meus temores que restaram,
Nos portos onde os barcos ancoraram
Fazendo da esperança a minha lei,
Deveras sem temer o temporal,
O amor sendo meu nobre ritual.

28100

“Eu sou dono e senhor de meu destino;”
E nada impedirá tal caminhada,
Sabendo já de cor inteira a estrada,
O quanto que desejo ora domino,
E tudo o que pensara no passado
Expondo em voz tranqüila, enfim garanto,
Não mais trazendo o medo, angústia e pranto,
O gosto do viver mais exaltado,
E quando se percebe muito além
Da dor que antes domara um peito aberto,
Anseio num momento em deserto,
Traduz esta esperança que ora vem
Falando da emoção de ter nas mãos,
Certeza do brotar de antigos grãos.

28101


“Nem por pesada a mão que o mundo espalma;”
Nem mesmo pelo céu que se mostrando
Por vezes tão audaz ou mesmo brando,
Trazendo a tempestade, ou tanta calma
Nem pela luz que outrora se fez rara
E agora mostra imensa claridade,
Nem pela angústia enorme que me invade,
Tampouco pela voz que se declara
Em tez tão revoltosa dentro em mim,
Singrando mares sempre audaciosos,
Nem mesmo por saber dos tantos gozos,
De espinhos e roseiras no jardim,
Somente por ter sempre esta esperança
A voz mais forte ainda ora se lança.


28102


“Por ser estreita a senda - eu não declino”
Do passo que preparo; mesmo audaz,
O quanto de alegria amor me traz
Deveras toma conta do destino,
Outrora sendo assim, o sonhador
Que tanto procura por alguém
Da sorte muitas vezes sigo aquém,
Trazendo a cada passo imensa dor,
Vivesse esta esperança que hoje trago
Talvez inda pudesse ser feliz,
O amor que na verdade contradiz
Sonega qualquer luz e sem afago,
Durante tantos dias pereci,
Distante do que encontro agora em ti.


28103


“Não me amedronta, nem me martiriza”
Saber da dor terrível de quem ama,
E quando se mantém mais firme a chama,
O temporal transforma em mera brisa
Aquilo que seria uma alegria
E agora vejo em lágrimas, somente,
Ausente do meu solo esta semente,
Durante tanto tempo não procria,
Gerando a cada inverno a sensação
Do medo de seguir contra a maré,
O amor que tanto quis, perdendo a fé,
Somente me traduz a negação,
E assim sem ter ninguém sigo sozinho,
Somente na esperança inda me aninho...

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