terça-feira, 13 de abril de 2010

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29573

“E vem-me abraçar”
A sombra de quem
Outrora meu bem
E agora no mar
A sorte a guiar
Farol não contém
A morte não tem
Nem sol nem luar.
Viver tão distante
De quem num instante
Já não vive aqui,
Quem dera pudesse,
O que vale a prece
Se há tanto eu perdi?

29574

“Pelas vielas”
Esquinas tantas
Ainda encantas
Porém sem velas
Aonde atrelas
Rotas as mantas
A vida? Quebrantas
Rasgas as telas
Longe deformas
As regras, normas
Do quanto amei
O passo alheio
Nada rodeio
Vazia a grei.

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“Deambula noctívaga”
Quem tanto eu queria
A morte, a agonia
Agora aqui vaga
O tempo diz nada
A lua se ausenta
O vento, a tormenta
Cadê a alvorada?
No nada que levo
Apenas o tanto
Amor, desencanto,
Vazio o que cevo
E vivo esta morte
Sem paz, nem suporte...


29576

“E résteas de luar”
Aonde eu poderia
Ao menos fantasia
Distante navegar
Por ondas sem o mar
A vida sendo fria
O encanto, uma alegria
Jamais pude encontrar.
Vazio diz vazio
E se repete assim,
Do tanto de onde vim
O nada que ora crio
Ao menos qualquer brilho,
Em trevas, andarilho...

29577


“Com pétalas de estrelas”
Jogadas sobre o mar
Aonde te encontrar
Aonde posso tê-las?
Somente por vivê-las
Ainda irei sonhar
E quanto a te buscar
Pudesse concebê-las
Recebo então do nada
A sorte anunciada
A morte se mostrando
Desnuda em minha frente
Sem nada que apascente
O brilho é vão, nefando...

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“Flor amiga”
Onde posso
Meu e nosso
Desabriga
Sorte diga
Sou destroço
Não remoço
Alma antiga
Vida aquém
Busco quem
Possa dar
Mas sem sol,
Sem farol,
Sem luar?

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