terça-feira, 13 de abril de 2010

29585/86/87/88/89

29585

“será arte?”
A sorte
Do corte
Que parte
Reparte
Recorte
Deporte
Descarte.
Assim
Sem fim
A história
Começa
Remessa
Inglória...

29586

“de vida ou morte”
Do canto ou luz
Já reproduz
Qualquer suporte
Sem ter mais norte
A vida é cruz
E se me opus
Negando aporte
O beijo, a faca
Navalha estaca
E tudo é nada
Vagando sem
Seguindo aquém
Cada lufada...

29587


“que é uma questão”
Do quanto pude
Sem juventude
Matar verão
Noutro senão
Minha alma açude
Por vezes rude
Só negação
Negando o sol
Sonega a vida
Se girassol
Se cata-vento
Por um momento
A despedida...


29588


“Traduzir uma parte na outra parte”
Do que tanto seria se não fosse
O corte muitas vezes agridoce
Do quanto pude ao menos um descarte
Sentir o descaminho convergindo
Em outro descaminho segue ao porto
E tanto quanto pude semimorto
Viver ou mesmo crer no quando infindo
Sentindo ou não sentindo, vez em quando
O quadro se aproxima do vazio
Decerto a cada passo se eu me guio
Eu posso ver meu mundo desabando
Ou mesmo reformando a velha casa
Acendo enquanto atento, gelo ou brasa.

29589

“outra parte, linguagem”
Outras vezes pudesse
Ou nem tanto tivesse
Ao fundo esta paisagem
E nela nova aragem
Enquanto assim se tece
O preço diz da prece
A sorte da viagem
O canto do não ser
O ser sem ter encanto
Diversa convergência
No tanto em penitência
Ou quase poderia
Assisto ao meu anseio
E dele só receio
A sorte mais sombria...

Nenhum comentário: