terça-feira, 13 de abril de 2010

29662/63/64/65/66/67

29662

“o ouro branco das terras do sertão”
Reluz em céu imenso, noite afora
E quando esta beleza nos decora
Momentos mais bonitos mostrarão
A rara messe feita em raios tantos
E deles se espalhando sem limites
Ao ver tal maravilha já permites
Beber sobeja luz em tais encantos
Aonde não se pode duvidar
Do quando Deus foi sempre generoso,
E vendo este espetáculo formoso
O mundo se entregando a tal luar
Não deixa qualquer margem de tormenta
E até a fria fera se apascenta.


29663


“Dormem pensando em mim: Sou o tesouro,”
Que tantos procuraram pela vida,
E nessa bela senda, aqui perdida
Sobeja natureza, ancoradouro,
E tendo tantas luzes nesta noite
Deitando sobre toda a relva sinto
O quanto poderia estar extinto
Gerando a maravilha no pernoite
E quanto mais audaz o caminheiro
Maior a rara prata que se dá,
Assim ao mergulhar aqui ou lá
O mundo se mostrando por inteiro
Permite ao sonhador, tolo poeta
A vida noutra vida mais completa.


29664


“depois em moeda, e assim sonhando vão”
O mundo se mostrasse mais perfeito
E vendo tanta luz já me deleito
Vivendo a claridade de um verão
E nele me espraiando com ternura
Deixando cada rastro iridescente
Um novo mundo em paz já se pressente
Enquanto a claridade assim perdura.
Traçando com diversa maravilha
Noctívago cantor em serenatas,
Descendo tanto brilho sobre as matas
A sorte nesta senda rara trilha
E vive este momento esplendoroso
Sabendo quão divino e majestoso.


29665


“Vêem-me, sonhando, em longas fibras de ouro,”
Os dias em que passo nesta senda
E nela esta fartura que me atenda
Sabendo dos meus sonhos, nascedouro
Vestindo esta beleza sem igual
E dela me refaço em versos tantos
Decifro desta noite seus encantos
E sigo cada passo em ritual
Dos rastros prateados no caminho
Argêntea luz invade o verdejar
E quando sobre o rio num mergulho
Tornando bem mais claro o pedregulho
Permite que se possa navegar
Nas ânsias de um desejo muito além
Do quanto a própria vida em si contém.


29666


“mais alvos pelas gotas de seus suores’
O sol entorna em raios fulgurantes
O quanto se mostrara por instantes
Momentos soberanos e maiores,
Não pude desvendar outro caminho
Nem mesmo poderia desde quando
O mundo neste sol foi se tomando
E deste amanhecer eu me avizinho
Bebendo cada gota deste sol
Reinando sobre toda a natureza
Aonde se desvenda a correnteza
Tocada pelo brilho, no arrebol
Eu singro por caminhos mais diversos
Usando como barco, simples versos.


29667


“que me tornam, as tristes criaturas,”
Um sonhador a mais, mero poeta
Que quando vê beleza predileta
Esquece por momento as amarguras,
E sabe discernir a rara sorte
Na qual imerge em sonhos maviosos,
Assim ao se mostrarem generosos
Os rumos deste tanto que conforte
Permite o que se vê além do mar
Permite o que se sonha além da vida,
A sorte noutra tanta resolvida
Vibrando com certeza em bem amar
Esboça esta divina tela rara
Enquanto o sol sobejo tudo aclara.

Nenhum comentário: