quinta-feira, 15 de abril de 2010

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“Desmanchou o sorriso com um beijo”
Dessedentando o quando desejara
A sorte noutra senda bem mais clara
E dela este momento qual lampejo
No qual a cada instante enfim prevejo
O quanto poderia ser mais rara
A vida aonde o sonho se embarcara
Gestando algum instante mais sobejo.
Não pude desvendar outro caminho
Somente deste amor em que me alinho
Vibrando com ternura aonde um dia
O verso se fez forte e com ternura
Assim a vida gera esta moldura
Aonde guardo viva a fantasia...


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“frenético, acercou-se do retrato,”
Quem tanto desejara novo alento
E quando se mostrara em sofrimento
A sorte desandando noutro fato
Aonde poderia ser regato
Imensa corredeira e em tal tormento
A foz já se distando, o pensamento
Traçando outro caminho mais ingrato.
Assume-se decerto este cenário
Gerado por que tanto em abandono
Porquanto da ilusão teimo e me adono,
O amor seria um mal tão necessário,
Viceja uma esperança mais sutil,
O quanto desejei? Nunca se viu...


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“E depois num momento eu me arrebato”
E sigo contra toda esta vileza
Do amor que quando traz uma incerteza
Gestando invés de luz, algum maltrato,
Refém de alguma fúria já passada
Não posso caminhar, perco o futuro,
E quando de outro tanto me asseguro
Ainda não vislumbro quase nada,
Estrada sem sequer acostamento,
O peso da promessa não cumprida
Não deixa a quem porfia uma saída
E assim esta mortalha eu apresento
No cerne da questão, amor e glória
Ao fim só vejo em dor, luz merencória.


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“Com a muda ansiedade da beleza”
Que pode me trazer dor e transtorno
Enquanto ao meu passado não retorno
Ainda segue viva esta incerteza,
E sendo ao fim de tudo, mera presa
Aonde se pensara em tempo morno,
A vida sem sequer qualquer adorno
Não traça o que eu buscara, e sem surpresa
Eu teimo contra a força da ilusão
E dela novos medos moldarão
Cenário em que se vê caricatura
Do sonho transformado em pesadelo
Pudesse, meu amor, enfim contê-lo,
Porém a tua ausência me tortura.


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“Mirando; o artista esta obra em longo tempo”
Percebe quantas cores, mil matizes,
Deixando para trás velhos deslizes,
A sorte superando o contratempo.
Mas tudo não passando de esperança
E dela não se vê mais um sinal
Aonde poderia triunfal
Ao mesmo desvario já se lança
A vida em tal mortalha desenhada,
Assisto esta beleza com tal zelo
E mesmo este cenário posso vê-lo
Diverso do que tanto vira em nada,
Disfarço, mas percebo deste artista
A força de quem teima e não despista.

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