sexta-feira, 16 de abril de 2010

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29916


“Com teu beijo me procuras”
Tua mão por sobre a minha
A saudade já se aninha
E me expõe tantas loucuras
Hoje apenas amarguras
Onde a vida tão daninha
Mergulhara até a espinha
Em terrores e ternuras
Ganho o céu em disparada
Sou corcel de uma esperança
Que porfia e sempre avança
Mesmo quando não vê nada,
Outra sorte em aliança?
Quem batalha ora se cansa...

SOBRE VERSO DE KARINNA



29917


“É o registro do passado”
Que deveras me maltrata
A saudade sendo ingrata
Deixa o quadro destroçado
Vivo enquanto de bom grado
Poderia em ouro e prata
Lua e sol, mas me arrebata
O caminho já traçado
Que me leve ao manso cais
E permita ancoradouro
Já sem rumo e sem tesouro
Enfrentando os vendavais
Poderia num instante
Novo dia, fascinante.

SOBRE VERSO DE SILVANIO ALVES


29918





“No domínio cruel da solidão”
Vagando sem destino me encontrava
Uma alma tão servil se fez escrava
Negando novos dias que virão
Moldando em outro rumo e direção
A fúria do não ser em torpe lava
E quando o coração detendo a trava
Trancafiando amor n’algum porão
Vencido caminhante do vazio
Se tanto cada passo desafio
Amortalhada senda me negando
O que pensei suave há tantos anos
Agora se mostrando em desenganos
Tornando o dia a dia mais nefando...

SOBRE VERSO DE ZÉLIA NICOLODI


29919


“Sou o mal corrompendo seus valores”
E tanto poderia haver saída,
Porém em seu olhar, a despedida
Traçando outros caminhos noutras cores,
Os dias são decerto sonhadores
Regendo uma emoção a nossa vida,
E dela novamente e de partida
Esqueço da ilusão em seus pendores,
Vivendo tão somente este momento
Pudesse lhe acolher, seria bom,
A vida não perfaz no mesmo dom
Gerando muitas vezes desalento.
Mortalha? Nada disso, renascendo
O amor em quadro mágico e estupendo.


SOBRE VERSO DE CAMOMILA HASSAN



29920

“Da janela vejo a rua”
Caminheiro do futuro
Quando sinto o céu escuro
A minha alma não flutua
Bebe a sorte e continua
Descortina o que procuro
Sento o tempo amargo e duro
Já não vejo a minha lua
Desvendando a minha sorte
No que tanto me comporte,
Poesia dita o tempo
Onde vejo a claridade,
Mesmo quando se degrade
Superando o contratempo.


SOBRE VERSO DE GIANA GUTERRES


29921

“E no olho do furacão”
Tempestades enfrentando
Quem queria um tempo brando
Vai perdendo a direção
Novos dias mostrarão
O que tanto decifrando
Um poeta desde quando
Já não sabe a redenção
Dos enganos, dia a dia
Da mortalha que me cabe
Antes que a tempesta acabe
Sorte clara poderia
Deslindar um bom momento
Muito além do sofrimento...

SOBRE VERSO DE MAURÉLIO MACHADO


29922


“Do desejo que em mim insiste”
E traçado há tantos anos
Se eu percebo desenganos
A minha alma não desiste
Mesmo quando amarga e triste
Os momentos soberanos
Não mudando velhos planos
Tanto amor eu sei que existe
E se faço cada verso
Neste pouco ou mais diverso
Caminhar em noite mansa
A minha alma se porfia
E vivendo esta alegria
Ceva sempre uma esperança.

SOBRE VERSO DE ERITANIA BRUNORO


29923

“Com palavras vis, malditas”
Tantas vezes maltrataste
Perfilando em vão desgaste
As histórias sempre escritas

Nas vontades infinitas
E deveras sendo uma haste
Contra a fúria caminhaste
Muito além do que ora evitas,
Girassóis buscando o rumo,
Meus enganos quando assumo
Helianto se mostrando
Mal surgindo assim o dia
Tanta glória se faria
Onde outrora mais nefando.


SOBRE VERSO DE PARABOLIKA

29924

“Vai longe o tempo em que roubei-te um beijo,”
E agora ao perceber-te tão distante
Aonde se pudera fascinante
O mundo em temporais, somente, eu vejo.
O quanto deste encanto não prevejo
Nas ânsias que dominam num instante
O rumo que seria deslumbrante
Num verso muito além de algum lampejo,
Vencer os meus antigos medos; posso
Amor que sendo meu também é nosso
E traduzindo a sorte noutra senda
Aonde num mergulho fui poeta
A vida noutra vida se completa
Enquanto este desejo a sorte atenda.

SOBRE VERSO DE OBED DE FARIA JR


29925


“Verdadeiros alguns e fazem festa”
Aonde tanta luz irradiasse
Mostrando em destemor suave face
Abrindo da esperança enorme fresta,
E quando a realidade assim gesta
Deixando no passado algum impasse,
Porquanto novo rumo se tomasse
E nele a sorte eu vejo mais honesta,
Alcanço em suas mãos, querida amiga
Momento em que a verdade já se abriga
Rasgando o coração, imenso e puro.
Viver tanta beleza feita em luz
Enquanto cada passo me conduz
E nele novo dia eu asseguro.

SOBRE VERSO DE DANIEL CRISTAL


11

“Cobriste de ventura os seus destinos”
E assim ao produzires um cenário
Aonde cada sonho é necessário
Deixando para trás dias ladinos
Meus olhos se tornando os de meninos
E neles com certeza um temerário
Caminho em festa feito; outro fadário
Gerando sonhos raros, cristalinos,
Bebendo deste vinho em belas taças
Porquanto ainda a vida, domas, traças
Meu tempo de sonhar já não se extingue,
Nas mãos uma esperança se lançando
Volvendo ao meu momento aonde em bando
Fugia, passarinho, do estilingue.

SOBRE VERSO DE ARMANDO A. C. GARCIA


29926



“Inda que seja noite, o sol existe”
Ao menos dentro em mim, um sonhador
Eternizando assim um raro albor
Minha alma sonhadora não desiste
E tanto se fizera outrora em riste
O dedo deste não acusador
Gerando tão somente este amargor
Cevando o meu caminho que é tão triste,
Mas quando adivinhei novo momento
E nele com ternura eu me apresento
Ansiosamente a vida disse sim,
E tanto poderia este luar
A cada nova lua cultivar
O mais sublime encanto em meu jardim.



SOBRE VERSO DE ANDRÉ LUIS SANTOS ARAÚJO


29927

“Ao ver a natureza dizimada”
Retrato tão nefasto destes dias
Diverso do que em sonhos me dizias
Brumosa a outrora em festas, alvorada.
Encontro esse vazio e o mesmo nada
Em noites sem a lua, pois sombrias
E quanto ainda bebo fantasias
A senda sonegando uma florada,
Ausente primavera, ledo inverno
No quanto poderia não me interno
E vendo este cenário em turbulência
Pudesse ter a voz de algum poeta
E nela toda a sorte se completa
Enquanto um verso dita em eloqüência!

SOBRE VERSO DE ALFREDO SANTOS MENDES






29928

“Registra o tempo tardo do embaraço”
A vida numa cena mais temível
E quando procurara tão plausível
Alento na verdade já desfaço
Caminho em que me vendo bem mais lasso
Não tendo outra saída, tento audível
O canto onde trouxesse incorruptível
Momento feito em luz; mas nada traço...
Felicidade ao menos caberia
Aonde se percebe uma sangria
Gerada pela angústia do não ser,
Sentindo as soluções bem mais dispersas
Enquanto sobre os sonhos também versas
Encontro dia a dia o desprazer.

SOBRE VERSO DE ASTENIO FERNANDES

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