sábado, 17 de abril de 2010

29992/93/94/95/96/97/98

29992


“Ela é flor da doçura e tão singela”
Entranha-me o prazer só por poder
Estar no dia a dia e perceber
Que a plena santidade se revela.
Raríssima meiguice em mansidão
Sabendo caminhar entre espinheiros
Sorrisos tenros francos verdadeiros
Mostrando a mais segura direção
Aprendi tanta coisa nesta vida
Em meio aos arranhões, senões porquês
O quanto em falsos passos se desfez
O que jamais pensei em despedida,
Minha alma segue-a: eterna e rara estrela
E eu sou feliz somente por sabê-la!



29993



“Que, nada pede e não lhe falta nada,”
Ensina que é possível ser feliz
Aonde o pedregulho contradiz
A sorte em suas mãos, iluminada.
Ao vê-la eu percebi; deveras, Deus
Assim ao percorrer tantas montanhas,
As horas doloridas, mais estranhas
Momentos preparados num adeus,
Podendo conceber a maravilha
De um cais onde pudesse ter enfim
O ancoradouro firme e de onde vim
Minha alma volta e meia em paz já trilha
Do todo que aprendi consigo eu sei
Amor feito em perdão: suprema lei!


29994

“Por ser assim, tão pura e recatada,”
Transmite a transparência cristalina
Minha alma por sabê-la se fascina,
E encontra nos seus olhos a alvorada,
Assim eu conheci de perto a sorte
Na plenitude mansa de um olhar
E aprendo a cada dia mais amar
Sabendo deste bem que me conforte,
Palavra em mansidão aplaca a fúria
E mesmo que na vida em tanta incúria
Um mundo sem corrente algema e grade
Na libertária força da humildade!



29995

“Dentre todas as santas, é a mais bela,”
A calmaria vence os temporais
E tendo a limpidez destes cristais
Singrando mar revolto, firme vela,
E tanta vez eu pude conhecer
Inesgotável fonte de carinho
E quando sei que nunca irei sozinho
Conheço dentro em mim o amanhecer,
Pois mesmo tão distante em outra esfera
A vívida presença que me alcança
Gerindo com ternura uma esperança
E nela toda a glória que se espera.
Pudesse tê-la sempre sem adeus,
Porém; como sem anjos fica Deus?


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“Se sofre, ninguém sabe, pois em cada”
Tormenta ensina sempre que há um porto
E quando me sentira tão absorto
Pensando no futuro, a tez fechada
Com sua mansidão no olhar mais doce
Uma palavra; ao menos, me dizia
E assim ao renovar minha alegria
Um bálsamo, deveras como fosse,
E tendo esta certeza de um momento
Aonde a vida encontra seu aporte
Ao me ensinar no amor, perdão, meu norte
Em pleno temporal eu me apascento,
Ouvindo a sua voz suave e mansa
Que mesmo hoje distante, inda me alcança.

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“Momento de tristeza? sempre dela”
Palavra que permita novo sol,
O amor sendo na vida o meu farol
Descreve com primor superna tela,
E desta luz em forma de mulher
Eu aprendi a ter na claridade
Sobeja que decerto inda me invade
E enfrento a tempestade que vier.
Qual lua em noite imensa, sertaneja
Iluminando as trilhas de quem tenta
Vencer em calmaria uma tormenta,
Minha alma sem temor já se azuleja
E sei da eternidade em luzes tanta
Somente por sabê-la, bela e santa!


29998


“Aflora uma oração e então, ao vê-la”
Rezando com seu terço, toda noite
Neste rosário a força contra o açoite
Qual fosse num deserto a guia/estrela
E quando muitas vezes em tropeços
Os dias em penumbras doloridos
Apuro num delírio meus ouvidos
E volto a minha vida aos seus começos
E sinto o seu sorriso junto a mim,
A sua voz macia e redentora,
Aquele que deveras fera fora,
Ao ver tanta doçura crê por fim
Na imensa santidade feita em luz
No amor que tanto guia e me conduz.

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