segunda-feira, 3 de maio de 2010

31711 até 31720

31711

Nas artura lá do cé,
Incontrei quanto tanto eu quis
Coração bate feliz
Na presença da muié
Onde a sorte tem quem qué
Percizão tanto me diz
Dos oiá sem cicatriz
Das vontade qui quisé
Toda a sorte desejosa
Di quem vive e sempe goza
Das beleza dessa vida,
Outro tempo póde vi
E se tanto amô em ti
Ninguém pode i nem duvida.

31712
Nas grilage da esperança,
Nas beleza da morena
Otro dia sempe acena
Quando a voiz mais arto lança
Nu meu peito essa lembrança
Toda a históra se serena
E a sôdáde se invenena
Com certez já se cansa
E o passarim cantadô
Traduzino o bem do amô
Toda a tarde na janela,
Vem fazeno uma arruaça
Onde a vida feiz disgraça
Novo tempo se revela.

31713

Faiz o dia sê bendito
Esse amô maió do mundo
Coração tão vagabundo
Sabe a sorte desse grito
E se tanto em cé bunito
Já num teme um só segundo
Neste már u sonho inundo
E num sô jamais afrito
Teno os óio nu futuro
Tanto brío eu já percuro
Nos oiá di quem desejo
E se a vida recomeça
Dos prazê já tenho pressa
Na sodáde desse bêjo.

31714

Qui junto co a passarada
Atraveis do entardecê
Aprindi a conhecê
Os canto da namorada
Quando chega uma alvorada
Deste sór belo a nascê
Nos seus óio eu posso vê
Outra históra iluminada
Percebeno essa aligria
Onde univo a canturia
Eu cridito nesse amô
E si posso sê filiz
Coração agora diz
Desse peito cantadô.


31715

Cumpanhera di jornada
Essa lua mais brilhante
Quano lembro a cada instante
Da muié moça encantada
Minha históra desvendada
Nessa terra dislumbrante
Quano o canarim já cante
Relembrano dessa istrada
Pelo sór mais fascinante
Percebeno ansim a sorte
De quem sabe quanto a morte
Dolorida na tocaia
Impedindo cada sonho,
O meu mundo mais medonho,
Noutro tempo não se espraia.

31716


Todo amor já ressuscita
Novo encanto sem ter hora
A saudade ora se aflora
Sendo assim sempre infinita
E desvenda nossa dita
Onde amor eu sei se ancora
Quando a sorte se demora
A tormenta esta desdita
Diz do quando a poesia
Já não forma alegoria
E produz outra tormenta.
Mas o sonho cristalino
Revivendo este menino
Onde o mundo me apascenta;

31717

Que matando de prazer,
Onde a dor já não encontra
Toda a vida sendo contra
As desditas do querer,
Noutro mundo posso ver
E assim uma alma pronta
Sendo quando a sorte apronta
Novo e claro amanhecer
Ao sentir felicidade
Mato aos poucos a saudade,
E não deixo nem sinal
Do que tanto poderia
Se distante da alegria
Eu preparo um novo astral.


31718
Da sereia tão bonita
Que já foi para alto mar
A saudade vai buscar
Cada sonho em que se agita
Coração sanha maldita
E deveras sem lugar
Inda pensa em ancorar
Noutro porto, noutra dita,
Resumindo a minha história
Entre os sonhos de vitória
Praia agora movediça
Meu olhar neste horizonte
Sem sereia que desponte,
Tanto gozo inda cobiça.

31719

Já não sei o que fazer
Quando busco esta verdade
Que ditando a realidade
Nada tem sequer prazer,
Onde quis algum poder
Cada passo não agrade
Ao gerar de novo a grade
E com ela a se perder
A vontade mais audaz
E se tanto não se faz
Ausentando uma esperança
O meu canto segue assim,
E se tanto busco o fim,
Nenhum verso enfim alcança.

31720

Tanto amor chegando em bando
Dominando o dia a dia,
Onde houvera poesia
Outro tempo deformando
O que a vida quis o quando
Inda fosse de alegria,
Mas o mundo desfaria
Cada passo deformando
Assim vejo a realidade
Deste sonho que me invade
E desfaz o que era certo,
Bagunçando o meu coreto,
Se eu ainda me arremeto,
O meu eu quieto desperto.

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