terça-feira, 18 de maio de 2010

33151 até 33200

33151

Seguindo cada nuvem neste céu
Imensamente azul que tu me deste,
Depois da vida amarga em tom agreste
Agora a sorte inverte este papel,
E bebo a maravilha quando ao léu
Do tanto que em ternura se reveste
O mundo aonde a vida mais quiseste
Traçando com beleza um claro véu,
Divina poesia me invadindo
Tornando o dia a dia bem mais lindo
E vejo quanto posso ser feliz,
Vencendo os meus temores, sendo assim,
Vivendo todo amor que existe em mim
No sonho mais audaz que um dia eu quis.

33152

Amar desesperado e claramente
Quem tanto se fez minha em sonho outrora,
Beleza sem igual já nos decora
Tomando sem perguntas a alma e a mente,
Resisto enquanto a sorte não desmente
O sonho mais feliz no qual se ancora
O pensamento vivo e sem demora
Bebendo a imensa glória plenamente.
Permito-me cantar e procurar
Momento tão suave aonde ver
O belo e mais supremo amanhecer
Tocado por encanto que sem par
Transforma a minha vida em luz e calma,
Adentrando deveras a minha alma...


33153

Estrela redentora que me guia
Levando para além do sentimento
E quando na verdade me apascento
Bebendo da mais clara poesia
Nem mais um vago e amargo triste dia
Tampouco qualquer sombra: sofrimento,
O tempo se transforma e o pensamento
Agora em luzes claras me traria
Não tenho outro desejo senão esse
E quando a minha vida recomece
Nas tramas divinais de um grande amor,
Traduz-se em alegria toda a glória
E a doce sensação de uma vitória
A cada novo beijo a se compor.


33154

Desejo-te deveras mais que tudo
E bebo cada gota do suor
Sabendo deste canto em tom maior
E sei que porventura não me iludo,
Resisto aos meus temores, mas, contudo
O todo que pensara ser pior
Mostrando a velha dor que sei de cor,
Porém ao te encontrar eu me transmudo
E risco este horizonte em luz suave
Fazendo deste amor caminho e nave,
Atrevo-me a viver a primavera
Depois de tantos dias, meses, anos
Vivendo tão somente desenganos
A sorte noutro instante regenera.


33155


Não posso me calar perante ao canto
Aonde se mostrara a imensidão
De um tempo sem temor nem divisão
Vibrando com ternura a cada encanto,
E sei do meu caminho e até, portanto
Vislumbro novos dias que virão
Eternizando em mim raro verão
E todo este delírio seca o pranto.
Sentindo a poesia de um alento
Aonde noutro tanto me alimento
E beijo a terna luz que tu me trazes,
Vivendo sem querer saber da dor,
Num mundo renovado e encantador,
Momentos tão felizes quanto audazes.

33156


Ainda se pudesse acreditar
Na vida quando em vida renovada
Seguindo sem perguntas esta estrada
E nela vislumbrando todo o mar,
E assim ao permitir o novo amar,
Ao menos posso crer numa alvorada
A sorte noutra história demarcada
Tocada pelo mundo devagar,
Riscando já do mapa uma tristeza
Encontro finalmente esta grandeza
Que possa permitir tanta alegria,
E assim a sorte em mim não mais se cala
E atravessando o quarto, a copa a sala
Domina sem sentir a poesia.


33157

Eu tanto procurei felicidade
Por ânsias mais diversas desta vida
E quando imaginara já perdida
Presença maviosa tudo invade
E rompe do passado qualquer grade
No amor que não pergunta e nem duvida
A história nunca mais tão dividida
Ainda que deveras não agrade
Ao velho sofrimento tão tenaz,
E quantas vezes sonho satisfaz
Trazendo algum alento a quem tentara
Vencer a solidão e a cada instante
Bebendo este cenário deslumbrante
Encontra a luz tomando esta seara.


33158


O tempo nada traz senão a brisa
Falando da saudade sem limites,
E quando noutro rumo inda acredites
A vida noutro instante sempre avisa
Do tempo que deveras martiriza
E traz entre temores quando evites
As soluções dispersas ou te omites
Na força mais cruel e tão concisa.
Não pude acreditar e vou sem medo
E quantas vezes teimo e me concedo
Rendido sem defesas ao que tento
Vestir com alegria em paz suprema
E quando na verdade nada tema
A vida já provém o meu sustento.


33159

Os meus olhos cansados do vazio
Ao qual me acostumara e vez em quando
No tanto que pudesse me tomando
Tornando o meu caminho bem mais frio
Enquanto o dia a dia desafio
E tento novo alento desvendando
Beleza onde outrora fora em bando
O sonho se queimando no pavio
Deixando qualquer marca dentro em mim,
As águas derrubando qualquer ponte
E nesta fantasia já se aponte
O mundo que pensara ser sem fim.
Gestado pela mesma inconseqüência
Que possa reviver tanta clemência


33160

Eu quero uma mulher que me permita
Acreditar nos sonhos, nada mais
E vença com carinho os temporais
Qual fora a fonte imensa e tão bendita
Aonde a própria sorte trama a dita
E possa se mostrar em tais cristais
Divina criatura em magistrais
Caminho onde tudo enfim palpita,
Os olhos apascentem e com calma
Invada plenamente dentro da alma
Deste que se fez apenas sonhador,
Eu quero esta mulher maravilhosa amante
E tanto se permite radiante
Tocada pelas ânsias de um amor...

33161

Amar e sem medidas perceber
Belezas que esta vida possa dar
E tanto poderia imaginar
O mundo com delírio e com prazer
E quando toda a sorte adentra o ser
Qual fosse um belo raio de luar
Vontade de somente mergulhar
E tanto acreditar no amanhecer.
Vencido caminheiro em sofrimento
Agora noutro encanto me apascento
E vivo a maravilha deste instante,
Embora se perceba pontual
O sonho como fosse imensa nau,
Transforma qualquer pedra em diamante.

33162

Ao quanto se pudesse amor e sonho
Vestindo a fantasia mais audaz
E neste mesmo instante satisfaz
Enquanto novo mundo enfim componho,
O quadro se mostrasse mais risonho
A vida noutro instante ainda traz
Esta alegria aonde satisfaz
Até um coração atroz medonho.
Vivendo a plenitude sem perguntas
Enquanto com meus sonhos teu ajuntas
Sabemos discernir farta emoção
Vibrando em consonância posso ver
O mundo num instante e perceber
As horas mais felizes que virão.


33163

O todo não pudesse ser apenas
A face mais completa do que sou,
E quando neste intento mergulhou
Amor ao se mostrar em raras cenas
Diverso das loucuras onde acenas
Com todo este delírio que restou
A quem sem ter mais rumos navegou
Buscando outras palavras mais amenas.
Os dias seguem sendo sempre assim,
O início recomeça após o fim
Refaço após a chuva imenso sol,
E tudo até chegar o inevitável
Caminho aonde o tempo imaginável
Perdido plenamente do farol.


33164

Jogado pelos cantos da casa
A vida não pudesse ainda ver
Sequer a menor sombra de um querer
Que a própria realidade já defasa
E o beijo se perdendo não apraza
Negando qualquer sombra do prazer,
E tantas vezes quis o amor beber,
Porém a minha sorte sempre atrasa
E molda com terror onde pudera
Viver a imensidão da primavera
E nada mais espera senão isto,
E tendo a face escura da verdade
Porquanto cada passo se degrade,
Ao fim da tempestade, eu já desisto.

33165

Depois de tanto tempo sem te ver
Amigo como é dura a vida enquanto
O tempo se mostrando em dor e pranto
Negando a quem sonhara algum querer,
Vestindo a fantasia de outro ser
Espalho pelas ruas o quebranto
Usando amarrotado e roto manto
E nele ainda busco me aquecer,
A vida não permite soluções
Somente alegorias, podridões
E tudo se perdendo sem sentido.
Andando sem destino em rua amarga,
Ao poucos esta vida já me larga
Num rumo em tanto medo, enfim perdido.


33166

Amigo quantas vezes imagino
O tempo noutro canto, verdejando
E tudo se mostrasse bem mais brando
Porém o sentimento eu não domino
E quando noutro tanto me fascino,
O todo neste instante desabando
A morte sinto enfim se aproximando
E sei que aos poucos tanto desatino,
Menino sem juízo, do passado
Agora vendo o sonho desolado
Não tendo fantasia, nunca mais
Sabendo da esperança tão distante
Por mais que na ilusão já se agigante
Os dias sonegando os meus cristais.


33167

As ondas entre tantas transparências
E as praias em desertas fantasias
Matando o que pudessem alegrias
Negando quaisquer luzes, aparências,
Diversas emoções, coincidências
E nelas outras luzes não trarias
Mergulho nas esperanças mais vadias
E sinto meramente as indolências.
Pudesse acreditar noutro caminho
Porém ao prosseguir sempre sozinho
Amordaçado sonho já se cala
E o tempo em vendavais se transcorrendo,
O amor aos poucos sinto vai morrendo
Não resta claridade em minha sala.

33168

Perdido caminheiro em noite vaga
Somando os meus vazios nada tenho
E quando novamente em tolo empenho
A velha solidão ainda afaga
Quem tanto poderia e já se alaga
No medo onde deveras me convenho,
Pudesse novamente noutro cenho
Sentir a fantasia, antiga plaga,
Resisto embora saiba não possível
Vencer a dor imensa até incrível
Que toma cada instante desta vida,
E o medo não permite solução
Sem rumo sem carinho e diversão,
A sorte dela mesma já duvida.


33169

De tanta fantasia que eu pudera
Traçar em versos fartos ilusões,
E neles as diversas diversões
Geradas por quem tanto se tempera
Na glória florescente em primavera
E agora se pressentem emoções
Enquanto tantas horas tu repões
Perdidas noutros dias; louca espera.
Revivo com ternura o que passamos,
Mas logo percebendo o quanto erramos,
Não deixo qualquer dúvida e partindo
Encontro a liberdade que maltrata
A sorte se mostrando tão ingrata
No encanto que eu buscara agora findo.

33170

Legando aos meus meninos o que um dia
Pudesse reviver em primavera,
Porém a própria vida destempera
E o sonho a cada instante já se adia,
O canto se transforma em heresia
A boca que me beija, amarga fera,
A porta do passado não mais gera
A liberdade imensa que eu queria.
Perceba a maravilha sonegada
E tanto pude crer numa alvorada
Aonde em turbilhão se fez a cena,
A morte em plena vida, eis a verdade
Porém quem dera ao menos liberdade
Que enquanto me atordoa, já serena...

33171

Tem pena de quem tanto se lamenta
Buscando te esquecer e não consigo,
Ao mesmo tempo busco o teu abrigo
Embora no teu peito uma tormenta,
Menina que decerto me apascenta
E representa sempre este perigo,
Vivendo este terror amor amigo
Preciso nesta luz onde violenta.
Restara ao sonhador velho chorinho
E tanto poderia, mas sozinho
Jamais eu me entreguei além do cais,
Vencido pela insânia de um momento
Bebendo esta loucura quero e tento
Ainda ver cenários magistrais.


33172

Pudesse caminhar em plena paz
Deixando os espinheiros onde outrora
A sorte dolorida ainda aflora
E torna o meu momento mais mordaz,
Pudesse ser assim e ter tenaz
A sombra de uma vontade que decora
Uma alma sem saber sequer desta hora
Aonde a fantasia satisfaz.
Vestindo esta emoção pudesse ainda
Viver a poesia mais infinda
E crer na libertária fantasia.
Mas quando a solidão bate na porta,
Mortalha se aproxima e desconforta
O passo noutro instante em agonia...

33173


Singrando por espaços siderais
Vestindo luzes fartas, belos brilhos,
E quanto se percebem empecilhos
Os dias entre tantos vendavais
Venais as tempestades sem iguais,
E ainda noutros termos os ladrilhos
Por onde se pudessem novos trilhos,
Cenários de um amor, fenomenais,
Mas tudo se derrama em falsa luz
E quando a solidão se reproduz
Num tempo mais amargo e tão cruel,
Invés da poesia e da esperança
O tempo sem destino só se lança
Às sendas dolorosas, medo e fel.

33174

Das breves alegrias nada trago
O tempo se mostrara mais amargo
E quando as esperanças todas largo
A vida sonegando algum afago,
O beijo desejado, manso e mago,
O encanto com terror o sonho embargo
E morro sem sentir se ainda alargo
O passo com amor aonde alago
O temporal inunda alma e tento
Sorver com alegria último vento
Riscando dos meus dias a ilusão.
Mas sei quanto é inútil caminhar
Lutando contra as forças deste mar
E nele a ventania em profusão...


33175

A morte ronda a sala, o quarto, a vida
E o medo de seguir contra a maré,
O tempo se mostrando e sei quem é
O corte anunciando outra saída,
A porta se trancando não duvida
Aonde se perdera a sorte e a fé,
O todo se mostrara uma galé
A noite eternamente apodrecida.
O canto sem sentido, o vago caminhar
Ausência de sonho, de terra e luar,
O calor dominando cada momento
E tento procurar algum descanso,
Mas nada conseguindo ainda avanço
Bebendo tão somente este lamento.


33176

Ligeiro caminhar levando ao nada
E tanto poderia ser diverso
Se o mundo aonde ainda em sonhos verso
Trouxesse uma manhã tão desejada,
Mas quando me percebo e esta alvorada
Num tom tão tenebroso quão perverso
E nele cada toque mais disperso
Gerando após a vida a derrocada.
Restara uma esperança pelo menos
E nela outros momentos mais serenos,
Aonde no passado nada houvera,
Quem sabe no futuro? Um novo dia?
Ainda resta em mim a poesia
Embora a realidade gere a fera.

33177

Cerzindo com furor o passo aonde
O tempo não pudesse ser assim
Meu canto sem limites chega ao fim
E nele toda a sorte já se esconde
Por tanto que pudera e perco o bonde
Portanto que eu desejo e sei enfim
Do tempo sem ter tempo dentro em mim
Pergunto e solidão volta e responde,
Repondo a minha história em claro trilho,
E quanta fantasia em estribilho
Vencendo a realidade mais atroz...
Procuro pelas luzes da cidade
E quando vejo assim temeridade
Encanto se mostrando mais feroz...

33178

Tristeza não se acaba e me domina
A velha fantasia nada vale,
Porquanto a minha voz o tempo cale,
Nem mesmo restará dispersa mina,
Ao que esta alegoria se destina
Montanha dominando todo o vale
Saudade vai tecendo em dores xale
E tudo neste instante desatina.
Fascínio de morena em praia e sol,
Delírios desejado no arrebol
O quadro se pintara mais bonito.
Mas quando me percebo em solidão,
Ainda não se vê sequer verão
E o tempo repetindo o velho rito.

33179


Pudesse caminhar em carnavais
Diversos entre cores, fantasias,
Mas quando do passado tu surgias
Mostrando os teus momentos mais venais,
Estrelas se perdendo siderais
E nelas primavera não trarias
Momentos tão dispersos, utopias
Realidade se transforma e nunca mais...
Há tanto que eu busquei uma resposta
A vida noutro rumo foi proposta
E toda esta verdade não produz
Sequer do que eu desejo algum alento
Sozinho bebo enfim e me atormento
Buscando pelo menos frágil luz.


33180

Ainda se pudesse a poesia
Tocar a tua pele mansamente
O tanto que hoje sigo qual demente
Buscando sem saber outra agonia,
Vestindo esta dorida alegoria
O corpo se entregando a vida mente
E tudo do que eu quero mais se ausente
Na noite em tempestade amarga e fria,
Resisto, mas percebo quanta dor
O tempo sonegando qualquer flor,
Atrocidades ditam o caminho
E sei do meu futuro noutra cena
Quem sabe este cenário não tem pena,
E sigo o meu cantar, mesmo sozinho.

33181

Vestindo a solução que tanto busco
Vencendo os meus anseios contumazes
O amor quando deveras tu me trazes
De um jeito carinhoso ou mesmo brusco
No quanto com ternura já me ofusco
Usando tuas mãos como tenazes
Vencendo as tempestades, duras fases
Nas sendas mais gostosas me chamusco.
Eu tento cada frágua discernir
E sinto quanta glória no por vir
Venturas maviosas, mel e fel
E quando se mostrara mais cruel
Restando solitária ou cabisbaixa
A sorte nos chamando tudo encaixa.

33182

Sem ter sequer temor nem adjetivo
Que possa traduzir amor e glória
Vibrando a cada dia nova história
Sabendo deste encanto em que me crivo,
Resisto enquanto posso, mas não me privo
Da lua enamorada em que a memória
Vislumbra como fosse uma vitória
Teimando contra a sorte, sobrevivo.
Cativo deste encanto em primavera
As rosas no jardim, a sorte espera
A doma cada instante do viver,
Vencido sem saber se quero ou não,
Momentos mais diversos mostrarão
Como dominas sempre enfim meu ser...

33183

Amor quando demais domando tudo
E nada do que deixa posso ver
Além desta vontade de querer
E tanto me entregara e até me iludo,
O beijo se mostrando enquanto mudo
O rumo que pudera conhecer
Vestindo a fantasia e te saber
No todo quanto quero e assim transmudo
Seara onde ilusões beberam tanto,
Agora noutra face já me encanto
E arisco pensamento agora é teu,
Vestindo esta beleza soberana
A vida noutra cena não se engana
Meu mundo no teu mundo se perdeu...

33184

Não quero te perder nem poderia
Viver sem a presença deste sonho
E quando novamente em ti me ponho
Por mais que a vida seja amarga e fria
Aonde se pensara em ventania
O tempo se mostrando mais risonho,
E quando neste tanto eu já me enfronho
De um enfadonho mundo outro se cria,
Servindo como fosse algum lacaio
O tanto deste sonho aonde espraio
E vivo tão somente por saber
Do amor que nos conquista plenamente
E ainda quando ao longe o canto ausente,
Desta ilusão não canso de beber.


33185

Nada mais seria senão isto
Um mundo em tempestade, nada mais,
Vencido pelos tantos vendavais
No quanto te desejo sempre insisto,
E quando a solidão enfim despisto,
E tento novos dias, sensuais
Bebendo nestas taças de cristais
Deveras ao saber-te tanto existo.
Eu quero tão somente a poesia
E nela toda a glória se irradia
Domando com ternura um mundo fero.
Assim ao perceber tal claridade
O mundo com brandura agora invade
E nele sem temores, me tempero.

33186

Gestando esta alegria poderia
Viver outro segundo em paz imensa,
E quando noutro amor a recompensa
Deixando no passado a noite fria,
Escuto a tua voz e a melodia
Tomando toda a cena, agora intensa
E nela todo o medo se compensa
Gerando esta diversa fantasia
Persisto num caminho mais audaz
E quando esta harmonia, o sonho traz
Quem fora mais mordaz, hoje sorri.
E tantas vezes tive o olhar distante
Mas quando me percebo radiante
Encontro esta razão de ser em ti.

33187

Vagando por estrelas, infinito
Recebo cada tom em luzes várias
E bebo as nossas sortes necessárias
Fazendo da esperança quase um rito,
E tendo tanta glória não me omito
E sei das horas tensas, procelárias,
Ainda que resistam luminárias
Talvez o dia não pudesse ser bonito
Não fosse esta presença mais feliz
De quem tanto se dá e nada quis
Somente o mesmo amor que ainda sinto,
O tempo não permite outro caminho
E quando nos teus braços eu me aninho,
Revivo o doce alento outrora extinto...


33188

Falar da magnitude de um amor
Que sei não tem limites, nem teria,
A sorte do passado mais sombria
Agora nos teus braços ganha cor,
E o medo se transforma em tal louvor
E nele toda a vida se recria,
Gerando a cada sonho a fantasia
Deixando no passado mero horror.
Resido no futuro quando em ti
E volto ao meu caminho onde senti
O todo mais feliz em cena imensa
O peso do passado ainda oprime,
Porém tua presença me redime
No amor que a cada dia nos convença.

33189


Levando a minha vida sem sentido
Perdendo qualquer rota, sigo assim
Vagando sem saber sequer de mim,
Um barco sem um cais, ledo e perdido,
Na tez maravilhosa adormecido
Acordo solitário e bebo o fim,
Mortalha onde pensara ser cetim,
Um mundo noutra face apodrecido.
Resolvo meus dilemas com palavras
E nelas cultuando velhas lavras
Tentando uma colheita que não vem,
Mas mesmo assim insisto e tento ainda
A sorte imaginária e se deslinda
Somente a mesma vida sem ninguém.


33190

O cômodo caminho que eu buscara
Durante as tempestades usuais
Entranha noutro rumo em vendavais
E deixa a minha vida, desampara,
O quanto se pudesse ser mais clara,
Mas nada do que mostra em desiguais
Caminhos são diversos dos fatais
Aonde toda a morte se prepara.
Ao fundo do poço adentro a cada instante
E tento pelo menos inda crer
No amor que renovado eu possa ver,
Embora nada disso se adiante
A farsa não me basta, quero a vida,
Resposta há tanto tempo em vão, perdida...


33191

Perdendo o meu caminho em noite fria
Vagando por poemas sonhos medos
E tento desvendar velhos enredos
Enquanto sobrevém a poesia
Tomando com loucura e mais queria
Vencer os meus temores e segredos,
Os dias novamente em degredos
E neles onde a história refaria
Momento mais feliz enquanto pude
Viver a minha ausente juventude
Ainda que isto mude pouco a pouco
O quadro se anuncia em tom diverso,
E bebo a solidão enquanto imerso
No encanto aonde com certeza me treslouco.


33192

Acordo e sem saber se ainda existe
Alguma marca viva do que fomos,
E tento subverter o quanto somos
Usando o mesmo olhar ausente e triste,
No todo que deveras se consiste
A vida dividida em tantos gomos,
E neles os meus dias viram pomos
Diversos deste canto e o sonho em riste
Transcende ao que pudera ser real,
Vestindo este momento sempre igual
Negar o meu caminho é o quanto resta,
Por isso não consigo mais saber
Se existe ainda um rumo pro prazer
Nem mesmo se inda posso crer em festa.

33193


A vida roda e gira sem parar
Levando tudo aquilo que puder
E sem da fantasia sem sequer
Poder noutro momento saciar
Vontade de sonhar e de tocar
O corpo delicado da mulher
Havendo neste encanto o que inda houver
Bebendo cada gota do luar.
Resido no que fora sonho e sei
O tanto quanto possa noutra lei
Seguir o descaminho mais freqüente,
Resumo cada verso no que tanto
Gerado por terror em dor e pranto,
Ainda sem razões vida apresente.

33194

Rondando em cada passo o que pudera
Vestir outro momento em plena luz
Se ao tanto ainda agora já me opus
O peso na verdade destempera,
E quantas vezes vejo esta quimera
Por onde noutro tanto me propus
Ainda quando ao longe não reluz
Sequer o que sobrou da primavera,
Fogueira da ilusão queimando tudo,
E quando noutro fato eu já me iludo
Miúdo coração de nada vale,
Bem cedo poderia acreditar
Nos raios mais brilhantes do luar,
Tomando este cenário em claro xale.


33195

Pudera ser criança novamente
E ter noutra palavra uma alegria
O quanto roda a vida, e mostraria
A face desolada de um demente,
Porém o quanto tanto se apresente
O medo noutra forma, em agonia,
E o gesto na verdade mudaria
A morte no que tange e represente.
Resisto quando tento ser feliz,
Porquanto cada verso que hoje eu fiz
Falasse deste sonho, mais distante,
E sei que nada vale a poesia
Não fosse alimentada em fantasia,
Ainda quando o medo se adiante.


33196

Vagasse sem caminho vida afora
Beijando a tempestade ao deus dará
E tudo se transforma desde já
Enquanto a solidão toma e devora,
Não tendo mais um porto aonde ancora
O barco que jamais navegará
Por sendas tão distante, mostrará
A morte sem juízo e desde agora.
Qual fosse um mero servo da esperança
Aonde o meu olhar jamais alcança
É lá onde eu pudesse ter o porto,
Mas sei do quanto vago em noite fria
E beijo sem temor a ventania
Sabendo do meu sonho semimorto.


33197

A face desnudada da verdade
Mostrando em tons sombrios o meu mundo
E quando neste fato me aprofundo
Eu sei do quanto a vida se degrade,
Jamais eu poderia em liberdade
Cantar o coração tão vagabundo
Girando sem sentido quando inundo
O tempo com terror ou claridade,
Esgueiro-me entre pedras e cascalhos,
O tempo nega aos sonhos assoalhos
E o vértice se torna em perigeu,
Ao menos o meu mundo já se deu
A quem se fez amante e companheira,
Não posso mais sentir outro tormento
E quando nos teus braços me apresento
A paz te traz em mim qual mensageira.


33198

Amar e ter nos olhos a presença
De quem se desejara sempre mais,
E posso acreditar que os temporais
Não tendo mais sequer quem se convença
Da paz que poderia em recompensa
Gerada por momentos desiguais,
Carrego tais estrelas nos bornais
E ausência se transforma em dor imensa.
As mágoas que carrego dentro em mim,
O fardo se apresenta até o fim
E o vento sonegando a direção,
Pudesse tanto amar e até seria
Melhor o meu cantar e a poesia,
Mas quando me percebo sei do não.

33199


Evita meus olhares teu olhar
E sabes muito bem o quanto aponte
No tanto que quisera ser a fonte
Por onde poderia crer luar,
E sei ao mergulhar em claro mar
Beleza dominando este horizonte
E nele toda a glória já desponte
Traçando cada rumo a divagar.
Nas sendas maviosas dos quadris
Eu quero e sei o quanto sou feliz
Nesta dança diversa e sensual,
Assim o meu mundo no teu tanto se completa
A sorte que me fez ser um poeta
Demonstra outro momento sem igual.

33200


E se de tanto amar pudesse ver
Além de simples luzes, brilho além
E quanta maravilha isto contém
No encanto que começo a perceber
Aonde se mostrasse o bem querer
E toda a fantasia que inda vem
Domina este passado sem ninguém
E passo a acreditar noutro prazer.
Servindo de alimária? Nunca mais.
Eu quero deste anseio sem jamais
Perder a sensação de liberdade,
Porquanto a minha vida sendo tua
Imensa claridade bela e nua
Agora a minha noite inteira invade.

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