sexta-feira, 28 de maio de 2010

34301 até 34351



34301

Pudesse vencer
Os medos de outrora
Saber onde ancora
O barco a perder
O rumo sem ver
Sequer a demora
Por onde se aflora
O quanto querer
Não pude e nem quero
No quanto severo
Caminhos ao mar,
Mas quanto eu quisera
Além desta espera
Saber navegar...

34302

Revejo o passado
Nas tramas do quando
Vivesse negando
O tempo fadado
Ao nunca é chegado
E nele roubando
O pouco restando
Do muito que é dado,
Farturas e farsas
Enquanto disfarças
Teus passos além,
A vida se finda
E a morte deslinda
E nada a retém.



34303


Percorro os meus cais
E tento outro mar,
Mas como singrar
Entre temporais
Se tudo é demais
Ou mesmo a vagar
No quanto tocar
Os tantos finais
Resumo o meu verso
No quanto disperso
Do tempo e da sorte,
Vislumbrando além
O nada que vem
Nos ermos da morte.

34304

Jogado na areia
Sonho movediço
No quanto cobiço
O nada rodeia
A lua a sereia
A perda de viço
O olhar mais castiço
A ronda se alheia
Dos tantos ou parcos
E assim sem meus barcos
Um porto eu não vejo
E teimo em sonhar
Sabendo que o mar
Expressa o desejo.

34305

Olhando adiante
Sem nada nas mãos
Ausência de grãos
Não resta um instante
A vida é farsante
Os dias são vãos
Recolho meus nãos
Passo faiscante
No rastro do vago
Aonde me estrago
E risco outro tanto,
Perdido e sem nexo,
Apenas perplexo
O sonho eu replanto.

34306

A ausência castiga
O corte aprofunda,
Sorte moribunda
Na fonte fustiga
A morte é antiga
E nela se afunda
A face rotunda
Que tanto se obriga
Ao passo em caminhos
Distantes sozinhos
E neles não veio
Senão tal momento
Aonde alimento
O eterno receio.


34307

A Musa constrita
A sorte ferrenha
O quanto contenha
Em fase restrita
O quando na escrita
Ou mesmo sem senha
Pudesse e convenha
Em outra descrita
Revisto os engodos
Esboço de lodos
Resumem o fato
Da vida resume
Ausência de cume
Abismo eu retrato.


34308

Ausente do quanto
Pudesse ser mais
Enfrento os sinais
E sorvo do pranto
Gerado no espanto
Entre dias tais
E quando entornais
Os versos em cantos
A sorte negada
A porta travada
E a essência resume
No quanto se pede
E nada concede
Além do ciúme.

34309

Busco a liberdade
Que tanto não vês
E nada em que crês
Traduz realidade
O manto, a saudade
As ânsias e os quês
Libertos sapês
Luzes e cidades
As crenças e as tramas
As noites os dramas
Açoites e algemas,
Porquanto liberto
O passo mais certo,
Aonde não temas.

34310

Amor libertário
Provê esquecimento
E quando alimento
O mal necessário
Meu canto corsário
Buscando o provento
E quando apascento
Termina o fadário,
Resumo o que resta
Na noite sem festa
Na fresta que escarro,
Assim no não ter
Além do poder
Refeito no barro.

34311

Não peço-Te nada
Se tudo me destes,
Os olhos e as vestes
Uma alma uma estada
O corte uma enxada
Os solos agrestes
Os risos e as pestes,
A noite e a alvorada,
Não peço perdão
Nem mesmo este amor
Apenas na flor
Palavra e razão
A conta impagável
O sonho tocável.

34312

Negar a existência
Do quanto pudera
Além desta espera
Em tal providência
Não vejo ingerência
Nem bebo da fera,
Morte regenera
E traz persistência,
Não quero outra vida,
Nem mesmo a saída
Apenas liberto
Meu passo em caminhos
Diversos, sozinhos,
Feliz no deserto.

34313

Não vejo milagres
Nem mesmo os preciso,
O quanto matizo
Em vinhos, vinagres,
Na vida consagres
E neles o siso
Real prejuízo
Na voz em que sagres
O rumo sem medo
A trama, este enredo
Que diz liberdade.
Palavra suave
Encontrando a trave
Rompendo tal grade.

34314

Tu deste o caminho
A senda e a seara
A voz que me ampara
O gozo do vinho
O sangue, o carinho
A mão, corte e vara
A sorte tão clara
E o passo sozinho
Ao dar-me este todo,
No charco e do lodo
A vida refeita
A morte não há
O eterno virá
Na vida desfeita.

34315

Na ausência do deus
Que reina e domina
E que determina
A presença e adeus,
Os dias são meus
Assim minha sina
Feliz ou ladina
Em luzes e breus,
Reinando sobre a alma
O quanto me acalma
E mesmo transpira
A vida é mortalha
Aonde se espalha
Repondo retira.

34316

A fonte e o final,
Nascentes e fozes
Caminhos atrozes
Momento fatal,
A sorte esta nau
Que enfrenta os ferozes
E beija os algozes
Ascende um degrau,
No termo ou começo
No tanto endereço
O pouco que resta,
Assim noutra face
O quanto se trace
Em mortes se gesta.

34317

Não quero este jugo
Nem mesmo o juízo
O quanto é preciso
O tempo em que alugo
Na vida eu me enrugo
E sei tão conciso
O solo onde piso
E as horas que sugo,
Vivendo sem crer
Na quanto o poder
Já não mais conduz,
Não bebo este morto
Exposto um aborto
De sonhos na cruz.

34318

Resumo meu passo
No peso e na trama
Na fonte e na chama
Ou mesmo em cansaço
E quando tão lasso
O tempo reclama
A sorte outro drama
Procura este espaço,
Humana verdade
Vergonhas à parte
Condena ao descarte
E mata sem medo,
O amor, liberdade
Na qual me concedo.

34319

Bendito este sexo
O gozo profano
E quando me dano
Procuro perplexo
O quanto me anexo
Ou mesmo se engano
Vital erro humano
Espúrio complexo,
Risonhas paragens
Diversas paisagens
Levando ao etéreo,
O amor por si só,
Além deste pó
Efeito sidéreo.

34320

Não posso com medos
Nem mesmo outras dores
E assim onde fores
Concebas enredos
Porquanto são ledos
Destinos das flores
Morrer entre cores
Perfumes segredos,
Restando ao que pensa
A força mais tensa
Intensa verdade
Na qual se refaz
Além do que a paz
Ainda degrade.

34321

Um nome que me trague além do dia
A eternidade imensa de um momento
E quando percebê-lo dita alento
Trazendo à minha vida poesia
E quantas vezes mesmo me apascento
Ouvindo a mais suave melodia
Tramada pelo encanto que me guia
Deixando no passado o sofrimento,
Viver esta esperança tão divina
Do amor quando na paz se faz intenso
E quando nos teus braços recompenso
A vida que deveras alucina,
Encontro finalmente o que buscara
Em noite mais suave, intensa e clara


34322

A vida se mostrando em plenitude
Tocando cada verso adentra o sonho
E quando novo templo assim componho
Vivendo do que possa e tanto mude
O dia mais ausente, a juventude
Aonde imaginara mais risonho
Caminho que me leve e onde proponho
O pouco quando em muito se transmude,
Resumes a esperança de outra vida
E nela sem saber do sofrimento
Vivendo cada noite em doce alento
Trazendo com ternura esta saída
Do imenso labirinto solidão,
Mostrando a mais sublime direção.

34323

A beleza de amor intensamente
Sem medos nem tormentos, tendo em vista
O quanto o coração ainda avista
Tocando com ternura o corpo e a mente,
A vida a cada passo se apresente
E trame nova luz onde em revista
A sorte muitas vezes não resista
E deveras no final a dor desmente,
Beleza de sentir a eternidade
Que ao menos num segundo se fez tanta,
Minha alma ao te sentir já se agiganta
E todo o paraíso agora invade,
Resido no que possa quando intenso
O amor no qual e pelo qual a dor eu venço.

34324

A vida noutra vida sem a dor
Aonde se pudesse num alento
Sentir a profusão deste momento
E nele este retrato sedutor
Do quanto se pudesse em vero amor
Falar desta ilusão que ora alimento,
Jamais abandonando o pensamento
Acende dentro em mim tal refletor
E faço deste canto o encanto tanto
Que possa denegrir a dor e o pranto
Mudando este cenário mais atroz,
Ouvindo mansamente da esperança
Ao longe quando em gozo sempre alcança
A imensa claridade desta voz.

33325

A vida se encontrando nas esquinas
Cenários discrepantes, mas unidos
E assim os dias antes repartidos
Mostrando cada face em que dominas
E geras noites raras cristalinas
Em toques mais profusos, repetidos,
Dos sonhos outros sonhos percebidos
Em meio às noites frias e ladinas
As horas percorrendo carnavais
A sorte que desejo quero mais
E sem ter desculpas sigo além
Roubando da alegria algum sorriso
Abrindo a cada dia um paraíso
Aonde amor em plenitude se contém.

33326

Avenida do sonho aonde adentro
E bebo cada gota da emoção
O medo sem ternura em profusão
E quando a minha força em ti concentro
Risonho caminhar e nele um centro
Dizendo da beleza e tradição
Vivendo finalmente a redenção
Na qual eu me imagino sempre dentro
Cedendo cada passo rumo ao tanto
Aonde com beleza já me encanto
E tento novamente ser feliz,
A festa se transforma em alegria
E quanto mais a vida renascia
O todo se mostrara qual eu quis.

33327

Essências de carinho em noite intensa
Vagando sobre colchas e lençóis
Expostos aos diversos raros sóis
No quanto cada amor ou sonho pensa,
A vida a todo instante mais convença
Das velhas serventias dos faróis
E assim mesmo distantes os atóis
Adentram pela noite rara e imensa,
Acordo quem pudesse adormecer
E bebo cada gota até nascer
A doce claridade que procuro,
Ao ver esta emoção reinando em mim,
O mundo que pensara não ter fim,
Jamais se mostrará de novo escuro.

33328

O cantar em alegria me redime
E deixa esta tristeza para trás
Assim quando a alegria já nos traz
Beleza incomparável que suprime
O medo após o frio, ledo crime
Rendido pelo toque mais audaz
Morena se desnuda e trama a paz
E nela toda a soma já se estime,
Resumo com palavras cada sonho
E quando novo mundo enfim componho
Resido no futuro e se apresente
A vida com sorriso e plenitude
No quanto este caminho o tempo mude
Traçando a minha sorte mais premente.;

33329

Apenas não consigo resmungar
Nem mesmo reclamara da Dita sorte,
Porquanto quanto verso me conforte
Eu bebo mesmo a ausência do luar,
Vagando sem destino onde parar
Decerto refarei ali meu norte,
E tanto quando mesmo a vida corte
Ajuda novamente a me sanar,
Resisto ao que pareça temporal
E trago do cigarro até final,
E sei que nada serve senão isto
No quanto ser feliz é meu caminho
Não quero e nem pretendo ser sozinho,
E assim mesmo cansado não desisto.


33330

Roubando do passado o seu alento
Vivendo o que inda possa, rindo ou não
Mergulho no meu mundo e no porão
Eu beijo a tempestade e sorvo o vento
E quando outro caminho ainda tento
Sabendo variada direção
Do tempo noutro encanto em provisão
Eu sinto mais feliz o pensamento,
Resisto aos meus diversos temporais
E sei do quanto quero e muito mais
Cristais entrando na alma de quem sonha,
Sabendo do final de cada história
A vida refazendo na memória
Imagem mais feliz, mesmo tristonha...

33331

Meu mundo cindindo
Caminhos dispersos
E neles imersos
Por quanto se infindo
O vento traindo
E assim novos versos
De quantos diversos
Caminhos saindo,
Rendido ao que possa
Além desta nossa
Mordaz ilusão
O tempo contemplo
E gero outro exemplo
Nos ermos do não.

33332

O mundo em vastidão
O canto dos vazios
Os olhos mais sombrios
Aonde a direção
Negasse solução
Ou mesmo os desafios
E neles desvarios
Mordazes desde então
Refaço cada entrada
Na senda iluminada
Por falsas redenções
E assim sem ter paragem
O quanto da miragem
Ao largo tu me expões.


33333


O quando me aprofundo
Nos tantos que pensara
A vida sendo clara
E nela se me inundo
O vento vagabundo
Adentra outra seara
E assim tanto escancara
Enquanto noutro mundo
Vagando sem parada
A sorte semeada
Colhendo no futuro
Belezas entre tantas
E quando ainda encantas
O canto em ti procuro.

33334

Galgando imensidade
E nesta luz aonde
O nada me responde
Apenas já me enfade
O tempo em liberdade
Porquanto inda me ronde
Ao longe me responde
E traça a intensidade
Do passo muito além
Do quanto não convém
Nem mesmo conviria
A quem se fez poeta
E agora se completa
Na luz de um pleno dia.


33335

A terra devassada
A fonte não produz
A seca em contraluz
Dizendo deste nada
Aonde destinada
A sorte em farta luz
Pudesse como cruz
Gerar a nova estada
Assim entregue ao largo
Do sonho quando embargo
O passo noutra face,
Acendem-se faróis
E deles os meus sóis
Futuro não se grasse.

33336

Rondando a velha terra
O pássaro dos sonhos
Revoa em vãos bisonhos
Enquanto a paz se encerra
E bebo enfim a guerra
E nelas enfadonhos
Caminhos mais bisonhos
Ao passo em que descerra
Aquém de qualquer cena
O quanto me serena
A luz que não viria,
Servindo qual mortalha,
O corte já se espalha
Transforma em noite o dia.

33337

Pudesse aeronave
Que ainda me levasse
Além da velha face
Amarga dura e grave
No passo que se entrave
Gerado por impasse
O quanto se desgrace
A sorte perde a chave
E levo para além
O quanto me convém
Ou nada me traria,
Resumo cada frase
No tanto que se atrase
Romper de um novo dia.

33338


A face sem mistério
O corte a sorte e a teima
Minha alma quando queima
Sem ter medo ou critério
Herdara do vazio
Apenas solidão
E quando desde então
O passo enfim recrio,
Acoca-me a certeza
Do medo ou do não ser
E tanto amanhecer
Refaz a natureza
Esqueço e mesmo tento
Audaz meu pensamento.

33339

A vida que se encerra
No passo rumo ao nada
Deveras desolada
Tomando toda a terra,
Pudesse em cerro e serra
Vencer a velha estrada
E sendo aprisionada
Nas mãos de inútil guerra
A porta não se abrindo
O tempo em que ora findo
O passo rumo ao quanto
Pudesse acreditar
E neste céu, luar,
Eu beijo ainda o pranto.

33340

O quanto além se vai
O todo que eu buscara
Na fonte bem mais clara
O tempo se contrai
E o resto não mais trai
Nem mesmo a sorte rara
Bafeja em minha cara
A fera que me atrai,
O peso do passado
O corte novo dado
A morte se aproxima
E toma com certeza
Em ares de nobreza
Mudando todo o clima...

33341

O amor se tanto pelo
Pouco que me traz
Vivesse alguma paz
Aonde sei do apelo,
E sinto o frio gelo
E nele o tom mordaz
Da voz que sei voraz
E quando assim sem zelo
O risco se profana
Na fonte soberana
Do amor que não tem fim
Bebendo cada gole
Até que a vida engole
E tome tudo em mim.

33342

Riscando cada espaço
Aonde não pudera
Além de alguma esfera
Este universo traço
E quando em sonhos grasso
Vencendo qualquer era
O quanto regenera
Deveras inda grasso
E sei ser mais audaz
O passo onde se faz
O mundo mais perfeito,
E quando pude crer
Nas ânsias do querer
Decerto satisfeito.


33343

O tempo acompanhando
O medo do que fora
Uma alma sonhadora
Em ar suave e brando
Agora noutro quando
Vivendo tentadora
Imagem pecadora
E nela se moldando
O dia que virá
Sabendo desde já
Que nada mais traria
Semente de ilusão
Exposta em torpe grão
Jamais, pois brotaria.

33344

O todo deste mundo
Aonde se fez tanto
Vencido tal quebranto
E nele me aprofundo,
Riscando giramundo
O corpo ainda encanto
No verso quando canto
Ou mesmo nauseabundo
Cenário aonde feito
O medo quando aceito
Os termos, ermos vagos,
E sinto a profecia
Que tanto desdiria
As tramas destes lagos.

33345

O mundo noutra esteira
Girando sem destino
E quando me domino
A terra já se esgueira
E segue esta bandeira
Aonde me fascino
Se o tempo é mais ladino
A sorte que é rasteira
Investe no passado
E deixa abandonado
O tempo de sonhar,
Assim navego à toa
E quando alma ressoa
Meu céu já sem luar.

33346

O quanto fora sem
O tempo de viver
E sendo por prazer
O quando ainda vem
Roubando o mesmo bem
E nele posso ver
O sol amanhecer
No todo que convém
Riscando espaço e tendo
Olhar que ora desvendo
Riscando a maravilha
Aonde tudo possa
Embora veja a fossa
Virando imensa trilha.

33347

A força mais hercúlea
O corte mais profano,
A sorte dita o dano
A tarde não azúlea
O vento em profusão
A boca escancarada
A porta arrebentada
Ausência de verão,
E tento, mas não vejo
Caminho onde pudera
A vida sem ser fera
Vencer qualquer desejo
E assim se me desnudo
Invisto e vou com tudo.


33348

A sorte noutra esfera
O cômodo caminho
Aquém de algum espinho
Além da primavera
O tempo não espera
E sinto que me aninho
Nos ermos e sozinho
O mundo se tempera
Na fúria e no prazer
As ânsias do querer
Gestando outra promessa
A vida não sossega
E tanto quanto é cega
Aos poucos recomeça.

33349

Ao ver senda embalada
Nas tramas do que tento
Ao menos sofrimento
Não diz desta alvorada
A voz já tão cansada
E dela me alimento
E sei do pensamento
Na corda arrebentada
Por vezes tentaria
Ausente fantasia
Beber outro cenário,
Mas sei do quanto custa
A vida mais robusta
Em tempo imaginário.

33350

Tentasse na amplidão
Rever cada conceito
E quando eu já me aceito
Em tanta profusão,
Revelo a solução
E sei ser meu direito
O quanto do proveito
Trouxesse a negação
Do passo mais audaz
E nele vejo a paz
Ainda em nascedouro,
Mas quando em plena guerra
A sorte se descerra
E molda este tesouro.

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