quinta-feira, 17 de junho de 2010

37241 até 37300

1


Um beijo tão sutil
Aonde poderia
Raiar a fantasia
Além do que previu
O coração gentil
Em meio à ventania
Nos braços da alegria
O amor tanto sentiu,
Seria muito além
Do que decerto tem
O tempo após a queda
O beijo mais audaz
A vida agora traz
E a solidão se veda.

2

Reflete-se no olhar
Iridescente brilho
E quando em empecilho
Cansado de lutar
Amor, este andarilho
Tentando te encontrar
Procura céus e mar
Atrás de cada trilho
Encontra finalmente
Na luz que se apresente
O tanto quanto quis
E sendo desta forma,
Amor domina e informa
Que agora eu sou feliz.

3

Como a me convidar
Ao sonho delicado
Deixando atrás o enfado
Nas ânsias de voltar
A ter sob este olhar
O manso e belo prado
Um dia dedicado
Ao tão sublime amar,
Enfrento tempestades
Bebo das claridades
Que espalhas como um sol,
E tendo esta certeza
Amor dita a presteza
E reina no arrebol.


4

Floresce neste campo
A mais bela verbena
O amor domina a cena
Incrível pirilampo,
E quando nele acampo
Vontade me serena
A noite mais amena
Com sonhos eu encampo.
Resumo cada verso
Além deste universo
E beijo a claridade,
Assim tendo as respostas
A vida mesmo em postas,
Aos poucos já me invade.


5

Maviosa, com delícias
Deveras magistrais
Belezas siderais
A deusa em tais carícias
Decifra sem sevícias
Os sonhos de cristais
E teimo muito mais
Do que se têm notícias
Noviças e vadias
As luzes onde guias
Clarões incomparáveis,
Terrenos da ilusão
Decerto mostrarão
Caminhos insondáveis.

6


Felicidade, sonho,
É tudo o que eu queria
E a vida, mesmo fria
Em versos eu componho
Tentando o mais risonho
Caminho em que podia
Viver a fantasia,
À qual jamais me oponho,
Não temo o que virá
E sinto desde já
A imensidão do céu
Deitando farta luz
E nisto se conduz
O amor, este corcel.


7

Nas ondas deste mar
Distantes caminhares
Bebendo dos luares
Aonde se espalhar
A sorte a derramar
Por onde tu andares
E logo procurares
Certeza hás de encontrar
No quanto sem receio
O amor que tanto anseio
Não deixo de querer,
Vibrando em consonância
A vida em concordância
Gestando o nosso ser.

8

A vida se devora
Fugaz enquanto doma
Se é muito mais que soma
Jamais irá embora,
O tempo ora se aflora
E tanto enfim nos toma,
Gerando um doce coma,
No qual gozo demora,
A sorte em fortaleza
Vencer esta incerteza
Gerada pelo enfado,
Vivendo esta ternura,
Amor que se procura
Vai dando o seu recado.


9


Que me transformará
Decerto em mansidão,
Momentos que virão
Os sinto desde já
No quanto poderá
A imensa dimensão
E nela a sensação
De novo brilhará,
Viver além de tudo
No quanto não me iludo
Nem mesmo me permite
A vida sem limite
O tempo em dor e medo,
Caminho amargo e ledo.

10

Fragata sem destino,
Desejo de uma vida
Diversa e colorida
Aonde não domino
Sequer o quanto a pino
O sol em despedida,
Gerasse outra ferida
Ou mero desatino,
Resumo o verso em paz
No quanto amor me traz
Vencendo os temporais
E sei que desta forma
A vida me transforma
E gera muito mais.


11


Onde ancorar. Encontra
O sonho mais feliz
Além do que eu me fiz,
Mesmo se fosse contra,
A sorte não calara
A vida não espera,
Enfrenta fúria e fera
Não teme alguma escara,
E quanto mais me entranho
No todo que tu és
Olhando de viés
O mundo molda o ganho,
Palavra abençoada?
A sorte desenhada...


12


Em meio a devaneios
Diversos do viver,
Querendo te querer
Sem ter sequer receios,
Encontro os raros veios
E neles posso crer
Além do quanto ver,
Olhares mais alheios,
E sei quanto se faz
A vida em tom audaz
Vencendo as mais diversas
E duras tempestades
Enquanto tu me invades
E sobre os sonhos versas.

13

De cores infindáveis
De sonhos sensuais
Tentando muito mais
Que dias insondáveis
Pudessem mais aráveis
Os velhos sempre iguais
Caminhos virtuais
Ou mesmo mais palpáveis,
Acreditando ter
Além deste horizonte
O olhar que já desponte
E trague este prazer,
Mergulho nos teus braços,
Meus gozos fartos, lassos.


14

Na busca dos prazeres
Aonde poderia
Saber a cada dia
Da sorte e quereres,
Além se mereceres
O mundo em alegria,
Viver a fantasia
E nela perceberes
O quanto se é feliz
Quem tanto ou mais já quis
Do mundo em mansidão,
Assim ao te encontrar
Bebendo deste luar
Desvendo este clarão.


15

Um sorriso emoldura
O olhar de quem desejo
E sei o quanto andejo
O coração procura
Viver tanta fartura
E quando em azulejo
O mundo sem ter pejo,
A sorte em nós perdura,
Vestido de emoção
Raiando este verão
No olhar que já se deu,
Não tendo outro caminho,
Não ando mais sozinho
E não encontro o breu.


16

Nascendo dos meus medos,
Olhares mais sutis
Aonde fui feliz
Enfrentando rochedos,
Os dias sendo ledos
A sorte que não quis,
O tempo um aprendiz,
Desvenda meus segredos,
Pudesse muito além
Do quanto ainda tem
O coração em brasa,
O brilho renascendo
O todo se trazendo
No amor que não se atrasa.


17

Espelha uma esperança
O olhar bem mais suave
Sem nada que me agrave
O tempo ao tempo lança
A voz em temperança
O coração uma ave
Liberta sem a trave
Futuro agora alcança,
Resumo a minha vida
Na ausência presumida
Da sorte mais mordaz
E tendo finalmente
O amor que me sustente,
Eu vivo em plena paz.


18

Minhas cismas vagueiam
Traçando novos dias
Aonde em alegrias
As luas me rodeiam
E busco a claridade
E nela me regalo,
O quanto num estalo
A dor queima e degrade
Resumo cada passo
Além e muito mais,
Enfrento os vendavais
Caminho em paz eu traço,
Fazendo deste amor
Um templo redentor.


19

Confusas tempestades
Imensas ilusões
E quando tu me expões
Bebendo claridades
Raras felicidades,
Das vidas as lições
Encaro as amplidões
E nelas tu me invades,
Gerando a maravilha
Aonde a vida trilha
E sei quanto se pode,
Tramar esta alegria
E nela sem sangria
O sonho já me açode.

20

Amor que se pretende
Viver sem mais temores
Aonde tu te fores
O braço já se estende
E tanto quanto atende
Desejos sem pudores,
Singrando novas cores,
Num céu onde desvende
A plenitude e a paz,
Sabendo-me capaz
De ter olhar suave,
Sem ter que responder
Às ânsias do prazer,
Na liberdade, uma ave.

1


Não pode se esconder
Quem tanto busca a glória
E sabe de memória
Da dor e desprazer
Pudesse então te ver
A vida uma vitória
E nela sem vanglória
O tempo de viver,
Ainda sendo assim
Amor já não tem fim
Intenso e verdadeiro,
Meu canto te procura
Invade a noite escura
Dos sonhos, mensageiro.

2


A sorte está lançada
A quem quiser tentar
Beber cada luar
Ou senda iluminada
Resumo a minha estrada
Nas ânsias do lutar
E quanto a procurar
A vida é desejada.
Receba com afeto
O sonho predileto
De quem se fez audaz,
E saiba muito bem
Do quanto já contém
O amor, imensa paz.


3

Nem tento descobrir
Aonde poderia
Vencer esta agonia
Ou mesmo em paz dormir,
Depois de permitir
À vida mesmo fria,
Mordaz melancolia
O tempo sem porvir,
Recebo com carinho
O olhar, mesmo mesquinho,
Apenas por saber
Do quanto é necessário
O sonho em tom mais vário
E nele o teu prazer.


4

Vontades. Tanta vez
Pudesse ainda crer
No amor quando o prazer
O tempo já desfez,
Resumo o que não vês
E tento outro poder
Além deste querer
Se nele tu não crês.
Restando dentro em mim
Um mundo que sem fim,
Aprendo a desvendar,
Veredas da emoção
Os sonhos domarão
O tempo a desnudar.

5

Calado, minha ermida
Ainda bem distante
Do quanto deslumbrante
Pudesse ser a vida,
Sem ter sequer saída
Ou passo que adiante,
Sem nada que garante
A história está perdida,
Morrendo em cada passo,
Aonde tento e faço
Um dia bem tranqüilo,
No roto do meu canto,
Pudesse haver encanto
Enquanto em vão desfilo.


6

Os olhos embuçados
O canto mais alheio
E quando o sonho veio
Trazendo os seus legados,
Os tempos adorados,
O corte sem receio
Ainda teimo e creio
Na luz dos velhos fados,
Realço em fantasia
O tanto que eu queria
E nada mais se viu,
Assim ao me entregar
Nos raios do luar,
O coração servil.


7

Explodem meus amores
Em tanta luz enquanto
Ainda teimo e canto
Tentando claras flores
E se jamais te opores
Verás em cada canto
Beleza em raro encanto
E nunca dissabores.
Bebendo esta certeza
Sabores delicados
Os dias dedicados
Os sonhos sobre a mesa,
Serei bem mais feliz
Até mais do que eu quis.


8

Não quero que ninguém,
Escute a nossa voz
Nem mesmo a dor atroz
O canto quando vem
Traduz e muito bem
O quanto mesmo e após
Vencendo o duro algoz,
O corpo a paz contém,
Encontro calmamente
Quem tanto se apresente
E trague nova luz,
Assim no dia a dia
Além do que eu sabia
Amor se reproduz.

9

Vênus adormecida
Nos olhos de quem ama,
Bebendo a velha chama
Traçando a nova vida
Resumo esta partida
E nela vou sem drama,
O quanto já se trama
E reina em despedida,
Vibrando em cada sonho
E quando me proponho
Vencendo os vários medos,
Os dias são sobejos
E neles os desejos
Comandam meus segredos.

10

A vida se explodindo
Em raios soberanos
Não quero mais os danos
De um tempo agora findo,
Aonde nada brindo,
Nem mesmo velhos planos,
Nos olhos desenganos,
O passo redimindo.
Preparo esta certeza
E nela com clareza
Adentro verso e tento,
Vencer em calmaria
A noite onde podia
Embora enfrente o vento.

1


Mulher que me entorpece
Com todo este carinho
E quando me avizinho
Do gozo, esta benesse
Aos poucos já se tece
Na vida outro caminho
E não serei sozinho
No amor que se oferece
Ao coração que outrora
Na fúria onde devora
A solidão tivera,
Agora ao te encontrar
Podendo mergulhar
Em nova primavera.

2


Sutis e penetrantes
Olhares me tocando
Um tempo bem mais brando
Aonde me garantes
Os raros diamantes
E assim vou desfilando
Dos sonhos raro bando,
E neles tais instantes
Podendo adivinhar
O quanto é bom te amar
E sendo sempre assim
O amor não mais se nega
Uma alma não sossega
E teima até o fim.

3

Em meio a cataclismos
Terrores e tormentas
Enquanto me apascentas
Pudesse sem abismos
Vencer os duros sismos
E quando te apresentas
Nas noites mais sangrentas
Descrevo os otimismos
No fato de sonhar
De crer noutro lugar
Ou mesmo aqui, deveras,
Sabendo ser feliz
O todo aonde eu quis
Enfrenta medos, feras...

4

Deponho meus desejos
E nada mais me importa,
Abrindo a velha porta
Os pés demais andejos,
Encantos onde eu possa
Viver sem ter o medo,
E assim eu me concedo
Além da lua, a nossa,
E bebo da nascente
Aonde amor se fez,
E com tal lucidez
A vida se apresente,
Tomando passo a passo,
O rumo que ora traço.


5

Levando meus anseios
Além do farto amor
Aonde te propor
Sem ter sequer rodeios
Ausentes devaneios
Num mundo a se compor
Diverso desta dor,
Dos medos, mais alheios,
Caminhos onde eu tenha
Acesa a brasa e a lenha
E tudo se transforma,
Tomando da esperança
Aonde o passo avança
Sobeja e rara forma.

6


Desesperadamente
O mundo poderia
Trazer a fantasia
E sigo enquanto tente
Vencer o penitente
Caminho aonde ardia
Em febre a poesia
A deusa mais ardente,
Descubro além do véu
Belezas deste céu
Formado em tais clarões
E nele me entranhando
Um dia manso e brando
Certezas que me expões.


7


Ausculto teus cantares
E bebo a tua luz
Ao quanto me seduz
Diversos teus altares
Por onde procurares
O passo nele eu pus
O mundo em contraluz
Se nele mergulhares
Verás quanto é sublime
O amor que tanto estime
E gere novo brilho,
Assim sem mais temer
O dia há de nascer
Sem ter um empecilho.

8

Ofusca-me este lume
E posso até pensar
Num raio de luar,
Sentindo o bom perfume
E como de costume
Cansado de sonhar,
Mergulho no teu mar,
Aonde já se assume
O amor maravilhoso
E tendo caprichoso
O tempo de viver,
Não deixo pra depois
O quanto de nós dois
Transmite este prazer.

9

Mulher que me entristece
Na dor e na incerteza,
Dos sonhos sendo a presa
O quanto desta prece
Ao nada se oferece
E dita sobre a mesa,
A fúria com destreza
E nada se obedece.
Ao menos quis um dia
Viver esta alegria
E nela mergulhar,
Mas quando se percebe
A lua noutra sebe,
Só me resta sonhar.

10

Emblemático manto
Aonde fiz meu mundo
E quando nele inundo
Deveras também canto,
E sei e me garanto
Do tanto que é profundo,
O verso num segundo,
E tudo trama o manto
E nele se descobre
O quanto se é mais nobre
O coração de quem
Vencendo a primavera
Não teme nem espera
A dor que ainda vem.

1

Uma abelha rainha
Invade o pensamento
E quanto mais lamento,
Pois nunca será minha
Dos sonhos se avizinha
E quanto mais eu tento
Livrar-me deste intento,
Mais forte me continha,
Não posso e nem talvez
Ainda quando vês
O corpo em luz ou brilho,
Apenas sigo o vão
E sei que sem verão
Jamais o sol palmilho.

2

Esperando esta morte
Após cada jornada
Aonde imaginada
A luz que me conforte,
Trazendo bem mais forte
O gozo da alvorada
A sorte desejada,
O tempo sem seu norte.
No parto ou na promessa
O quanto recomeça
Da vida em vida tanta,
Assim sem ter espaço
No rumo que em paz, traço
A voz já se levanta.

3



Meu sonho peregrino
Vagando sem sentido
O tempo adormecido
O coração menino
Aos poucos me alucino
E sinto além no olvido
O gozo adormecido
E tento outro destino,
Resido no que fosse
Talvez ainda doce,
Mas nada se percebe
Somente a solitária
E turva procelária
Que invade a minha sebe.


4


Flamejas entre breus,
Reinando sobre tudo,
E quanto mais me iludo
Os sonhos fossem meus,
Os dias são ateus
E neles me transmudo
O coração já mudo,
Aguarda o mero adeus,
Vencer os descaminhos
Deixando além espinhos
Cevando a primavera,
Meu canto se mostrando
Além de incendiando
A luz que a paz tempera.

5

És guia, fosforesces
E reinas sobre tantos,
Os dias, teus encantos,
E neles minhas preces
Aonde em sonhos teces
Deixando os vãos quebrantos
Negando velhos prantos,
Na luz que me ofereces.
Eu poderia crer
No amor a entorpecer
Não fosse a vida assim,
O tempo em desatino,
Aos poucos me alucino
E chego ao ledo fim.


6

Qual deusa rediviva
O quanto poderia
Viver em alegria
A sorte mais altiva,
Amor quando nos criva
De paz e fantasia
Gerando esta agonia
E nela em voz ativa
O mundo se desvenda
No quanto é medo e lenda
Ou mesmo realidade,
Vagando sem descanso
A cada dia avanço
Até que o bem me invade.


7

Transcreves, nos caminhos,
Os passos rumo ao quanto
Pudesse noutro canto
Viver sem os espinhos
Os sonhos mais daninhos
A vida não espanto
E tanto me agiganto
Adentrando tais ninhos,
Pudesse num segundo
Singrar o amor profundo
E ter esta certeza
De um dia mais feliz
Cevando o que ora quis
Vencendo a correnteza.

8

Encontrada somente
Nos sonhos mais audazes
O quanto já me trazes
E o coração aumente
Batendo plenamente
Não sabe destas fases
E nega as velhas frases
E nada mais desmente.
Resumo em verso e luz
Ao quanto me conduz
O coração a mil
Pudesse pelo menos
Em dias mais amenos
Um canto mais gentil.

9

Sombreias qualquer uma
Manhã quando não vens
E logo sem teus bens
O amor perde e se esfuma,
O tanto se acostuma
E nisto sei que tens
Certezas, pois conténs
Dos sonhos, rara espuma.
Vibrando em concordância
A vida em abundância
O tempo de colher,
Depois do temporal,
Encontro o triunfal
Delírio de um prazer.


10

Lua nova, comparsa
Dos sonhos de quem tenta
Vencer qualquer tormenta
Ou mesmo a dura farsa,
Enquanto além se esparsa
O tempo me apresenta
A paz quando aparenta
Beleza em rara garça.
Eu tive dissabores?
Agora não conheço
Da dor seu endereço
Somente aonde fores
Seguindo passo a passo,
É lá que eu me desfaço.

1


Companheira de todos
Momentos mais cruéis
Ou mesmo em fartos méis
Até talvez nos lodos,
Pudesse ser assim
O quanto mais se quer
O olhar desta mulher
Aonde vejo enfim
Imensa claridade
Beleza sem igual
Num templo magistral
Real felicidade
Aonde quero e tanto
O amor em raro encanto.

2

E promessas jamais
Um dia eu negaria
Aonde a fantasia
Encontra o mesmo cais
Bebendo destes sais
Adentro outra agonia
E gero o que seria
Em luzes divinais
O tempo de sonhar
Embora sem luar
A noite em tom escuro,
Depois dos desenganos
Selando velhos danos
Enquanto me amarguro.

3


Aceitas, sem pensar,
Sequer um só momento
Toando em pensamento
Vontade de voar,
Cansado de teimar
Lutando contra o vento,
Agora em paz eu tento
Teu rumo desvendar.
Depois de tantos anos
Em lutas, desenganos
O céu imenso e claro
Tramando esta amplidão
E nela se verão
Os sonhos que eu declaro.


4

Pois sabes, teus desejos
São tão somente os meus
Os dias sem adeus
Momentos mais sobejos,
E quanto mais eu tento
Vagando sem destino
Em ti eu me fascino
E bebo cada vento,
Tocando tua pele
Com toda a maciez
O amor no qual não crês
Ao farto nos compele
E sendo sempre assim,
O sonho vivo em mim.


5

Lua nova me traga,
O olhar de quem partiu
O tempo agora é vil
Aumenta a velha chaga
Somente a dor afaga
Quem tanto permitiu
O mundo e nunca viu
O encanto onde se alaga
O passo rumo ao farto,
O amor já não descarto
E teimo em calmaria
Vencendo o meu temor,
Singrando aonde for
Quem tanto bem queria.

6

Em flocos invernais
A noite já se esfria
Ausente da alegria
Os dias terminais
E neles desiguais
Caminhos, eu previa
E tanta fantasia
Marcando os rituais,
Venenos entre risos
Diversos e imprecisos
Cenários ora vejo,
E sei quanto se deve
Ao enfrentar a neve
Manter o olhar sobejo.


7

Desmorona-se a cada
Delírio aonde eu vira
A sorte já desfira
E trace a derrocada
Depois do quase nada
Apenas a mentira
Domando quem prefira
A noite enluarada,
Não posso e nem pudera
Vencer a dura fera
Sem nada ter nas mãos,
Assim ao perceber
O quanto em desprazer
Os dias morrem vãos.

8

O medo que comporta
O tanto quanto eu posso
E sendo este destroço
Adentro a velha porta,
O sonho já se aborta
O mundo que era nosso
Agora não endosso
E nada mais me importa,
Vencer o meu temor
Saber do farto amor
E crer em novo dia,
Quem tenta ser assim
Singrando até o fim
A imensa poesia.

9

Amaro gosto tem
Quem nunca poderia
Saber desta alegria
Que o tempo não contém
Vagando perco o trem
E a noite já se esfria
Tanta melancolia
No olhar, raro desdém,
Ainda pude crer
Num claro amanhecer
Num sol que já não vi,
O todo se ausentara
A vida nunca é clara
O amor não vejo em ti.


10


As falhas pressupõem
Desejos indiscretos
E quando prediletos
Caminhos já se opõem
E o tanto quanto pude
Vencer qualquer tormenta
No amor que se apresenta
Reviva a juventude,
E sei do quanto endosso
O dia com ternura
Assim o amor perdura
Num rumo meu e nosso,
Trazendo no horizonte,
O sol que já desponte.

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