terça-feira, 1 de junho de 2010

34951 até 35000

34951

Andando por colinas mais suaves
Viceja dentro em mim a juventude
Aonde na verdade pouco pude
Apenas caminhar por entre traves,
Os dias quando mais ainda agraves
Tentando cada sonho onde se mude
O fardo que carrego ou quer e ajude
Podendo transformar sonhos em naves.
Assim ao perceber o amor imenso,
Do quanto posso ou mesmo me convenço
Seguindo as velhas trilhas, noutra face,
Ainda que ilusão persista viva
Do sonho mais feliz a vida priva
Embora em fantasias inda o trace.

34952

Meus passos rumam ermos e não posso
Vencer os meus diversos temporais
E quando se percebe nunca mais
O todo aonde outrora quis só nosso,
Realço com meu verso e não me aposso
Do templo aonde em velhos rituais
Amor se poderia sem jamais
Pensar no que restara, este destroço.
Remoço-me nos antros mais escuros,
E quando noutros corpos salto muros
E volto à plenitude do passado,
Recordo da nudez em rijos seios
E busco reviver antigos veios,
Porém este caminho está vedado.

34953

Um labirinto imenso diz do amor
Que ainda permanece no meu peito,
E quando na verdade o quero e aceito
Tocado pelas ânsias de um torpor,
O mundo se mudando em nova cor,
A lua invade o quarto toma o leito
E bebo da saudade do meu jeito
Encanto mesmo antigo, sedutor.
Realço meu caminho nos teus braços
E quando após os dias velhos lassos,
Encontro a fonte aonde me sacio
Vencendo qualquer medo que inda exista
A sorte noutra senda dando a pista
Na qual o meu viver conhece o fio.

34954


Além do esquecimento aonde outrora
A vida renegara em cego passo,
O quanto do futuro em ti eu traço
Na fonte desejosa que se aflora,
O tempo na verdade nos devora,
Mas quando novo rumo quero e faço
Do todo que perdera num compasso
Diverso do que tanto vejo agora
Ascendo ao infinito neste encanto
E quando mais feliz, decerto canto
Louvando uma existência em plena paz,
O amor quando se mostra de repente
Além do que deveras se pressente
A juventude em si de novo traz...

34955

Amores entre os ódios e temores,
Galgando a cada dia outro degrau
E sendo na verdade desigual
Traçando com ternura espinho e flores
Seguindo-te por onde ainda fores
Num ato tão superno e magistral
Rendido ao teu desejo, bem ou mal,
Moldando em meu caminho novas cores.
Resumo de uma vida atroz e ingrata
Agora noutro tanto se nos ata
Encontro o que busquei, fertilidade
No solo em aridez terreno agreste
E quando em redenção, enfim vieste
Meu peito se explodiu: felicidade!


34961

Depois de certo tempo em lassidão
A noite adentra o quarto e traz lembrança
De quem já no vazio o tempo lança
Tomando dos meus sonhos, o timão,
O quanto se mostrara em solidão
A vida noutra face, sem pujança
E agora a cada instante já te alcança
Embora tão distante e sempre em vão.
O amor não mais resume a minha vida
Saudade em tez amarga e dolorida,
Restando como um quadro na parede,
E tanto quis mudar e não consigo,
Bebendo deste sonho amargo e antigo
Aonde dessedento a farta sede.

34962

O olhar apavorado de quem busca
Vencer a solidão a qualquer preço,
O amor como se fosse um adereço
A cada novo instante mais se ofusca,
Vencido pela angústia amarga e brusca
Às sanhas do desejo me ofereço
E sinto a cada passo outro tropeço,
A luz de uma esperança morre fusca.
E o quadro se transforma plenamente
Tomando sem defesas corpo e mente
Recado do passado; ainda é vivo
E tudo transcorrendo desta forma
Saudade dominado me deforma,
E dela sem ter fugas eu me crivo.

34963

O corpo exausto deita sobre a cama
E busca descansar, mas a fadiga
Não vence imagem viva, mas antiga
Que ainda me devora e em vão reclama
Aos poucos me consome a imensa chama
Aonde o coração enfim se abriga,
E quando a solidão assim me obriga
A mergulhar insone nesta trama.
Um pesadelo torpe me acompanha,
E assim a minha vida nesta sanha
Não vê mais solução, e chego ao fim,
Na carcomida casa dos meus dias,
Os restos transformando em agonias
Meu mundo se infestando em tal cupim.

34964

Tentando pelo menos distrações
Numa leitura ou mesmo noutra cena,
A vida que buscara mais amena
Aderna quaisquer vãs embarcações,
Porquanto já não tendo soluções
O todo que me entranha e me envenena
No quanto poderia ser mais plena
A sorte se perdendo em mil frações,
O quanto de saudade dita a vida
Inútil procurar qualquer saída
Se o barco se perdera do seu cais,
O caos vai transtornando cada passo,
E quando ao largo mesmo tento e traço
O mundo envolto em sombras ancestrais.

34965

Ouvindo à minha porta o teu chamado,
Levanto como fosse a redenção,
Olhando mansamente, fora em vão,
Apenas este vento mais gelado.
O tempo noutro tanto descorado,
O risco se mostrando desde então
A porta se fechando e sem verão
Somente esta saudade por legado.
Do todo imaginário, nada resta,
O quanto que vivera em plena festa
Agora nem a fresta mais se vê
Percorro a mesma senda toda noite,
E quanto mais procuro, mais o açoite
Destroça o que restara sem por que...


34966

Escuto a voz do vento na janela
Qual fosse algum lamento do passado,
Vivendo este terror anunciado
No qual a solidão tanto revela,
Meu mundo neste pouco já se atrela
E se vê num instante iluminado,
Assim como se ouvisse um manso brado
Imagem que restara doce e bela,
A tela desbotada desta vida
Há tanto sem saída e tão sofrida
Ouvindo este chamado até sorri.
E volta num instante a imaginar
Um mundo diferente a se mostrar
Lembrando-me decerto assim de ti.

34967

A lua se elevando sobre os montes
Traçando com seus raios a promessa
Do tempo aonde tudo recomeça
Gestando sem saber diversas pontes
E nelas novos dias e horizontes
Aonde poderia vir sem pressa
A força incomparável se endereça
À terra como fossem claras fontes.
E delas eu me farto, mas depois
Ao ver a solidão, busco nós dois
E mera sombra apenas no meu quarto
Do quanto fui feliz e não sabia
Que a sorte tão venal em fantasia
Negara da esperança um mero parto.

34968

As árvores ao fundo em grises cenas
Das sombras do passado revoltoso
Traçando outro cenário que assombroso
Derrame sobre mim as dores plenas
Porquanto busco ainda mais amenas
As sortes neste tempo pedregoso,
O quanto se pudesse majestoso,
Porém quando te ausentas me envenenas
Crepúsculos desta alma sem valia
Abortam esperança dia a dia
E tudo se transforma no vazio,
Olhando para além, turvo horizonte
Grisalho tão somente o que desponte
Cenário corriqueiro e tão sombrio...


34969

As sombras do que fossem dois amantes
Passeiam pelas ruas, na calçada
Ao ver assim a noite iluminada
Somente por talvez alguns instantes
Refaço os meus momentos mais brilhantes
Aonde poderia em alvorada
Sentir do vendaval cada lufada,
Porém meus dias morrem nos levantes
Dos sonhos entre tantos pesadelos,
E como se é possível assim contê-los
Se toda a minha vida se perdeu?
O quanto pude crer felicidade,
A vida a cada instante mais degrade
Da lua imaginaria, sorvo o breu.

34970

Calando-me conforme a noite queda
E vendo o meu futuro se esvaindo
No quanto imaginara claro e lindo
O olhar já nada vendo não se seda,
A vida se transforma e quando enreda
O passo noutro tanto distraindo
O rumo que julgara e não deslindo,
Devolve esta ilusão, frágil moeda.
Restando uma tristeza inconsolável,
O tanto que pudesse ser amável
Agora não passando de incerteza,
A noite se esfriando em plena neve,
O sonho vez em quando ainda atreve,
Porém mais forte é sempre a correnteza.


34971

Enquanto estás feliz e eu pensativo
Revivendo o que fora no passado
Um tempo talvez claro e abençoado
Em cujas luzes teimo e inda me crivo,
Saudade deste tempo aonde altivo
O mundo não seria desolado,
Mas quando estás aqui bem ao meu lado,
Apenas por instantes, mas revivo.
Acenas com sorrisos e me dás
A imensa sensação de plena paz
Que tanto me sacia, mesmo quando
Eu sei quando te vais e assim distante
Mesmo sem vê-la o mundo se agigante
Vontade de viver se renovando...


34972

No quanto em formosura incomparável
Reinando sobre os seres deste prado,
O templo pelas cores decorado
No encanto sem igual superno e amável,
O amor quando demais se demonstrável
Transforma num instante todo o fado,
E o beijo num segundo se roubado
Tramando novo sonho desejável.
Em vossa companhia a vida passa
E nada se perdendo em plena graça,
A dita se abençoa e se apresenta
Na forma mais sutil que poderia
Vencendo com ternura esta agonia,
Calando com brandura uma tormenta.

34973

Caminho pelas margens deste rio
E sinto este frescor em arvoredos
E quando os dias foram torpes, ledos,
Tomado por completo desvario,
Amar já parecia um desafio
E agora que desvendo os seus segredos
Mudando dos meus dias os enredos,
O tempo se transforma e cessa o estio.
O quanto posso enfim saber da glória
E nela este sabor doce vitória
Deixando no passado o desalento,
Caminho pelas margens do meu sonho
E um tempo mais amável recomponho
Sentindo em minha face um manso vento.

34974

Tristeza segue alheia ao caminhar
De quem se entrega tanto e sem defesa
Na mais sublime e rara correnteza
Levando para o imenso e grande mar,
O quanto pude enfim saber te amar
E assim nesta delícia sendo presa
Minha alma se delira e sobre a mesa
Fartando-se do mel a se tomar,
O néctar desejado esta ambrosia,
E toda a natureza me traria
Sobeja maravilha em raro acorde,
No amor quando se quer e se desvenda
Delírio penetrando qualquer senda
Aonde a solidão não se recorde.

34975

Marulhos escutando ao longe vêm
Falando deste amor, rara sereia
E quando a noite trama em lua cheia
A vida noutra face diz do bem
E nele me entranhando vivo além
Do quanto o pensamento quer e anseia
Em plena maravilha se incendeia
Noturna fantasia me contém.
E tudo se transforma num momento
Aonde me entregando quero e tento
Apenas desvendar felicidade,
Que aos poucos no horizonte se desnuda
Minha alma no passado quieta e muda,
Agora bem mais forte, grite e brade...


34976

O sol se esconde atrás desta colina
Reflexos se estendendo ainda aqui
E quando me percebo estou em ti
No olhar que tantas vezes me domina,
A fonte inesgotável determina
O todo que desejo e onde senti
O mundo desta forma e bebi
Da flórea maravilha em rara sina.
O tempo não se esgota nesta tarde
Porquanto ainda mesmo ora retarde
A vida se promete muito além
E bebo cada gota deste todo,
Sem medo de saber algum engodo,
Vivendo todo amor que nos contém.

34977

Recolho os meus anseios e ao te ver
Encontro o que buscara a vida inteira
E quando se percebe a derradeira
Manhã envolta em rendas do querer,
Sentindo dentro em mim o alvorecer
A sorte da esperança mensageira
Entranha no meu corpo e tanto queira
Além do que julgara merecer.
Recebo desta forma este momento
E nele com certeza me apascento
Depois de tantos anos, solidão...
E finalmente vejo novo rumo
Enquanto desta glória enfim consumo
Meu barco encontra em ti a direção.


34978


Em rara natureza amor se dando
Moldando novo tempo aonde eu veja
Na plenitude imagem mais sobeja
E nela sem limites mergulhando,
O todo se mostrara desde quando
A glória desenhada sempre seja
Maior do que deveras se deseja
E tome o meu caminho o transformando.
Assisto ao mais supremo dos delírios
Legando ao frio olvido os meus martírios
Rendido aos teus carinhos, sou tão teu
O quanto poderia ser diverso
Meu mundo ao perceber teu universo
Deveras te encontrando se perdeu...

34979

A vida sem te ter, terrível tédio,
Imensa solidão demarca a sorte,
E nada que deveras me conforte
Apenas o vazio dita o assédio
Qual fora o desmanchar de imenso prédio
Ausente dos meus olhos qualquer norte,
A vida se perdendo sem suporte,
O mundo amortalhado e sem remédio.
Mas quando te apresentas junto a mim,
É como o reflorir de algum jardim
Traçando a mais sublime primavera,
Assim ao mergulhar em teus carinhos
Os dias não seriam mais mesquinhos
E a doce sensação do amor tempera.

34980

Agora ao perceber-te em cada sonho
Encontro o meu caminhos mesmo após
A vida desviar-se noutra foz,
Um mar tão tenebroso e mais medonho,
Mas logo meu destino já reponho
E calo qualquer medo, duro e atroz
Ouvindo da emoção sublime voz,
O tempo se mostrando mais risonho.
Vencendo os meus receios, nada além
Do todo que deveras me contém
Estimo e procurando em teu destino
O meu emaranhado em tais novelos,
Deixando no passado os pesadelos,
Aos poucos sem domínio me alucino.


34981

Por tantos caminhares vida afora
Cenários mais diversos encontrei
O amor que tantas vezes desejei
E agora noutra face se decora
No mar aonde o sonho não ancora
O tempo se perdendo desta grei
Apenas o vazio dita a lei
Que tantas vezes marca e nos devora,
O templo desabado da esperança
A força do passado já me lança
Na busca de outras sendas mais dispersas
E sinto que também tu vens comigo
E assim ao encontramos junto o abrigo
Teus braços sobre os meus; delírios versas...

34982

Chegando aos meus ouvidos o lamento
De quem já desejara e não soubera
Do quanto fora viva em primavera
E o tempo desmanchara em forte vento,
E assim se revelando me atormento
E bebo desta sombra uma quimera
Aonde minha vida destempera
E volta a renascer no pensamento,
Amores do passado no futuro
É como ultrapassar imenso muro
E ter em minhas mãos a perla rara
E dela meu delírio satisfeito
Contigo cada noite em que me deito
É como o ressurgir em noite clara.

34983

O amor qual fosse flama nos invade
Derrama-se e destrói tudo o que vê
Na força mais intensa algum por que
Imensa e desmedida tempestade,
No quanto rompe toda amarra e grade
Ainda no que posso e o sonho crê
De flores mais perfeitas um buquê
Que tanto com ternura nos agrade,
Sedento de teu corpo, tua pele,
Ao tanto este desejo nos compele
E torna a nossa vida mais feliz,
Vencer os mais terríveis temporais
Bebendo e cada vez querendo mais,
Além do que decerto bem mais quis.

34984

À sombra deste encanto dito amor
Vivendo sem temores, tal prazer
E quando me percebo e posso ver
Do todo cada instante em farta cor,
No tanto que inda possa te propor
Vibrando de emoção eu passo a ter
Decerto em minha vida o amanhecer
Sobeja maravilha em tal calor,
Viceja dentro em mim a primavera
E toda a fantasia regenera
O quanto se perdera no passado,
Assim ao mergulhar sem ter defesa
Tocando com ternura esta beleza
Um tempo em maravilha anunciado...


34985


Pensando neste tanto que te quero
Vivendo sem temer qualquer desgaste
No todo que deveras me tomaste
O amor sendo gentil ou mesmo fero,
Tormenta desejosa enfim venero
E bebo com ternura tal contraste
Gestando incomparável e sobeja haste
Além do que pensara ou mesmo espero,
Vibrando de emoção a cada instante
No sentimento farto que agigante
E molde novo rumo a quem se deu,
O todo que pensara e muito além
O amor quando demais tudo contém
Num mundo tão somente teu e meu.


34986

Amiga há quanto tempo a vida esboça
Apenas o vazio e nada mais
E quando a gente busca em temporais
Vencer o que talvez sequer se possa,
No tanto quanto a vida gera a troça
E teima noutra face sem jamais
Mostrar as soluções e ausente cais
Somente este vazio gera e endossa.
Recebo do passado o vento frio
E quanto mais reluto e desafio
O tempo não mudando, duro inverno,
Assim nesta amizade que perdura
A sorte com certeza se assegura
Tornando o dia a dia bem mais terno.

34987

Por vezes a emoção transforma tudo
E gera noutra face a realidade,
Mas quando se percebe esta amizade
Deveras com firmeza não me iludo,
E tento mesmo quando mais agudo
O mundo noutro tanto se degrade
E quando o coração mais alto brade,
O todo se transforma e eu me transmudo,
Recebo com ternura cada abraço
E sei que assim contigo um novo traço
Permite a caminhada mais tranquila,
Por isto minha amiga esta certa
Por mais que a vida atroz já nos deserta
Minha alma junto à tua não vacila.

34988

Sementes espalhadas pela vida
As amizades moldam uma esperança
E quanto mais o tempo gesta e avança
Maior a realidade sendo urdida
Nas ânsias da ilusão, quando vencida
A sorte noutra face não duvida
E assim nesta ternura já se lança,
Uma aliança feita em plenitude
Não deixa que deveras nada a mude,
E permanece viva a cada dia,
Amiga, estou contigo e estás aqui,
O todo que deveras eu perdi,
Na força da amizade ressurgia.


34989

Meu verso louva a ti querida amiga
E sabe muito bem e reconhece
No quanto poder ter suprema messe
Aonde a nossa vida enfim se abriga,
Por mais que a tempestade nos persiga
No braço mais amigo já se tece
Beleza sem igual, superna prece
Tornando bem mais forte a doce liga,
E assim nada temendo quando juntos,
Os dias desiguais, mesmos assuntos,
Revigorado o passo desde quando
O mundo se transcorre em plena paz,
Assim nesta esperança que se traz
A nossa plenitude se mostrando.

34990

Jamais impediria que viesse
A dor conforme o mundo preconiza,
Tocando a nossa pele mansa brisa,
Tramando a cada dia esta benesse,
Assim nesta amizade se oferece
Um mundo aonde tudo se agiliza
E a sorte com certeza mais precisa
Na teia sem igual que assim se tece.
Restando a quem se dera tal encanto
Eu vivo este carinho e se hoje o canto
Num verso que decerto eu te dedico,
Por ter-te tão somente e nada mais
Vencendo os mais terríveis vendavais
Eu posso te dizer como sou rico!


34991

Por mais que a vida mostre em sofrimento
A face desleal do dia a dia
Negando qualquer sonho ou fantasia
Gerando tão somente o desalento,
Por tanto quanto possa e te apascento
Vivendo bem distante da agonia
Aonde novo tempo mostraria
Realidade em raro provimento,
Sentir tua amizade me consola
E sei quanto caminho a vida traça
Ainda quanto mais puída em traça
Mais próxima a mortalha, uma degola,
Na fonte incomparável, plenitude
Que tudo em amizade sempre mude.

34992


Amiga me perdoe se te falo
Em versos do que sinto e não podendo
Viver este momento em dividendo
Porquanto sou dos sonhos um vassalo,
Pudesse ser diverso, mas me calo,
E tento quanto mais vejo e desvendo
O tanto em desvario percebendo
O mundo em dissonância, em vago embalo.
Resisto o quanto posso, mas sincero
Eu tantas vezes penso e mesmo quero
Falar sobre o que nunca me coubera,
O amor quando demais já nada vê
Por isso é que caminhas sem por que
Na espreita vejo além a fria fera.

34993


O mundo em discordância guerras tantas
E vejo ser possível novo dia
Distante desta fúria em heresia
No quanto da esperança ainda cantas,
Na força da amizade tu me encantas
E toda a tempestade e hipocrisia
Deixada para trás já se esvazia
Nas tramas delicadas destas mantas.
Resisto o quanto posso e estou contigo
Vencendo qualquer medo e se persigo
Ainda a perfeição eu devo a ti,
Que tanto me ensinara a perceber
A fera quando surge e eu posso ver
O imenso amor que insiste vivo aqui.

34994


Servir sem ser servil nem ser tão vil
Podendo acreditar em tuas mãos
E nelas ao cevarmos novos grãos
O mundo noutro tanto repartiu,
E sendo desta forma mais gentil,
Deixando no passado dias vãos,
Negando o que pudessem tantos nãos,
A sorte noutra face enfim se viu,
Contigo minha amiga, sigo em frente,
Sem nada que deveras me atormente
Vencendo esta quimera costumeira,
A força inusitada que me dás
Transcende na verdade à própria paz
Fazendo da amizade uma bandeira.


34995

Por vezes nos granizos desta vida
Nas curvas mais fechadas, posso ver
E ter esta alegria de poder
Saber a nossa história repartida,
Compartilhada senda percebida
Nas ânsias e delírios do querer,
Amiga nos teus braços, vou colher
A sorte tantas vezes mais querida,
Vencendo os dissabores e tormentas
No quanto em calmaria te apresentas
Vivendo plenamente sem limites
Assim ao ter certeza do que sinto,
O amor maior que existe, além do instinto
No qual eu também sei tanto acredites.


34996

À tardinha, de noite e de dia,
Poesia quer soltar-se, quer rua
E me acua, não perde a mania
Esta cria de querer ver-se nua.

Segue crua no passo e debute
E eu labute a descrever sua mania
Sem que ria, sem que nada ampute
E me embute do que eu jamais queria.

Utopia querer ganhar mundo!
Não me inundo. Isso passou do meu sonho...
Componho só pra mim; desde quando
Das rédeas da poesia eu apanho?

Nada ganho se a poesia quer ser solta,
Corta! Se perder-se na rua, não tem volta.

Josérobertopalácio


Amigo a poesia não tem pressa
Nem mesmo qualquer dono ou mesmo um amo,
No quanto da esperança teimo e clamo
A vida noutro verso recomeça,
Palavra se soltando não tropeça
E sabe do caminho cada ramo,
E quando na esperança enfim proclamo
O mundo noutra senda nunca estressa,
Deixemos à vontade cada verso
Que é livre ao dominar seu universo
Gerando por si só farta beleza,
E dele um novo surge encadeado
Liberto companheiro, lado a lado,
Alado sem fronteiras, com destreza.


34997



Esta cena aos meus olhos, moderna,
Estas pernas morenas torneadas;
Dão mancada meus olhos. U’a açucena
De uma cena em beleza exaltada.
Encravada minha visão foca a morena
E sem pena permanece encravada
Nada diz ela, sorri, liga a antena
E já encena aceitar uma cantada.
Está lotada a seção do cinema
E sem problema ela aceita passear
Pra conversar dizer-me tudo que ama,
Quem sabe a cama seja o seu paladar.
Pra passear entrou no carro e vamos nós
E já folguei o cós da calça pro após.
Josérobertopalácio

Morena seduzindo cada olhar
Tomando toda a cena nos algema
E como fosse assim neste cinema,
Vontade de decerto mergulhar
E ter no quanto possa o mesmo tema
Aonde poderia divagar,
Levando sem fronteiras céu e mar
Traçando no prazer um raro emblema,
Amor tem destas coisas, e é verdade,
No quanto muitas vezes nos invade
Não deixa mais espaço para nada,
Assim ao perceber este delírio,
Por mais que o filme seja algum martírio,
Sessão é com certeza a premiada.

34998

Navegando

Não sei em qual palavra te encontrar
São tantos loures, navegando aqui
Iguais os pensamentos ao navegar
Que me perdi remando bem ali

O colorido, a página desbotada
Angústia e solidão palavras vivas
Rolando sem ter rumo sem achada
De tão triste fiquei lembrando divas

Remando mesmo assim cheguei aqui
O barco sem mudar de direção
Sabendo do caminho percorri

Mirei, olhei nas águas sem azuis
Quisera ter pincel sempre na mão
Pra colorir teu mundo de ilusão

sogueira


Tu tens em tuas mãos este buril
Que traz em cada lavra maravilha,
E quando esta beleza se palmilha
O mundo se tornando mais gentil,
Deveras muito além do que se viu
No olhar tão fascinante já rebrilha
O tempo noutra face, rara trilha
Podendo ser de fato mais sutil,
Assim amiga vejo em cada verso
Cabendo dentro em nós outro universo
Diverso do que seja realidade
Esculturando a vida desta forma,
A poesia tudo ora transforma
Enquanto com ternura nos invade.





34999

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Re: Comentário: TE AMAR.
...
De: José Roberto Palácio
...
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Para: marcos loures
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“Auriverde e pendão”, gozo e tesão...
Estamos no país da putaria,
A coisa é séria, por favor, não ria
Nem vá ficar chorando. Confusão!
Não vês que esta chegando a eleição?
Que a putaria, enfim, seja bem vinda.
O toma lá da cá já se deslinda,
Os ratos vão estar na televisão.
E a conversa vai correr fiada,
“As coisas vão ficar muito melhor”
Horário eleitoral, e haja nó
E enquanto isso eu dou uma trepada.
Eu já me acostumei com meu País!
“Ó pátria amada idolatrada”, sou feliz!
Josérobertopalácio

Assim a tropicália do passado
Revisitada mostra este presente
E nele algum futuro se apresente
Levando para sempre este legado,
Engodo que deveras foi herdado
É dado sem ter nada ainda em mente,
No todo cada instante diz semente
No solo com terrores adubado,
Refeita a nossa história meu amigo,
Eu tento muitas vezes, não consigo,
Sentir outra promessa mais sincera,
Porém um dia além quem sabe Deus
Depois de tantos anos nestes breus
Possa surgir enfim a primavera?



35000


Amigos pela vida eu recolhi,
Na doce maravilha de viver
E tendo tão somente este prazer
Motivo pelo qual estou aqui,
Dizendo em cada verso o que senti
A glória mais suprema de poder
Compartilhar assim e também ter
O quanto deste tanto reparti.
Ao ter esta certeza me alentando
Por mais que o mundo seja amargo, quando
Em parcerias faço o meu caminho,
Percebo bem maior felicidade
Que tanto então decerto o peito brade
Jamais podendo andar quieto e sozinho!

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