quinta-feira, 3 de junho de 2010

35251 até 35260

1

Amor incendiado em paraíso
O quanto pude mesmo acreditar
Cevando com o brilho do luar
O toque necessário e mais preciso,
Do quanto necessito e sem granizo
A vida poderia se mostrar
Desnuda maravilha a caminhar
E dela se percebe este sorriso
Aonde eu tanto quis e não sabia
Viver a realidade em fantasia
Gerando novo tempo dentro em mim,
Deixando qualquer medo sem assunto
Minha alma com tua alma andando junto
Fazendo desta Terra o meu Jardim.



2



A noite que virá terá encanto
Tocando dentro em nós tal claridade
Deixando no passado uma saudade,
Beijando cada raio, em acalanto,
E saiba meu amor que quando eu canto
O sonho mais feliz decerto invade
Gestando dentro em mim felicidade
Que desejara sempre e muito e tanto.
Acordo nos teus braços; somos um,
De todos os meus medos mais nenhum,
Agora sei do brilho em plenitude,
No amor quando nos guia vida afora
O tempo noutra face se decora
E tudo desta forma a sorte mude.


3


O sangue derramado foi preciso
Para que visse ao longe a liberdade,
Assim talvez o tempo já degrade
O quanto se pensara em Paraíso,
Amargo esta vontade de viver
Distante desta dor e sofrimento
E quando na verdade ainda tento
Aumenta tão somente o desprazer,
Cenário que constante nos agride
Porquanto tanto tempo é necessário
E o vento como fosse um vão corsário
Em fases tão diversas já divide,
Canção em alegria, quem me dera,
Se eu sei desta sombria primavera...


4


Promessa de viver um novo canto
Pescando as ilusões que não consigo
E tento noutro espaço um ente amigo
E nele mergulhar sem mais espanto,
A vida se mostrara em inclemência
Diversa do que tanto imaginei,
A sorte desolando a antiga grei
Gerando tão somente a penitência
Brilhante caminhar em noite imensa
Nas ânsias mais felizes, se eu pudesse.
Quem sabe no futuro esta benesse
De um novo amanhecer já me convença
E assim vestindo a luz que enfim se emana
Da força libertária e soberana.


5


Da boca da criança quase um riso,
Traduz uma esperança aonde morta
A sorte se pensara noutra porta,
Diversa deste passo mais conciso,
No quanto me perdera e sem juízo
O peso na verdade não comporta
E quando a solidão adentra e corta
Eu sei que este sonhar é tão preciso.
Resoluto caminho em meio aos danos
Mudando a direção ditando os planos
E neles observando amanhecer
Nos braços redentores de quem quero,
E sei quanto pudera ser sincero
Se a vida não só fosse o desprazer.

6

Acende seu luzeiro de esperança
O coração audaz do sonhador,
E quando se entranhando em pleno amor
Ao máximo que pode já se lança
O vento na bonança prometido
Depois dos temporais mais costumeiros
Os passos entre tantos, tão ligeiros
Os sonhos dominando o meu sentido.
Acordo e vejo em volta a luz do sol
Dourando esta beleza matinal,
Preparo uma alegria, rara nau
E beijo o teu sorriso, meu farol,
Assim ao ver no amor a claridade,
O tanto deste sonho em paz se brade.


7


Nos trouxe tantos lumes nos chãos duros
A força da esperança em tom supremo,
E quando do teu lado nada temo,
Os dias não seriam mais escuros,
Saltando sobre as pedras, muros altos
Encontro algum sinal de que inda possa
Vencer a dor imensa onde destroça
O mundo nos seus ermos e ressaltos,
Quem dera esta alegria desvendasse
Caminhos entre tantos, dores fartas,
E quando dos meus dias tu te apartas
A vida mostra em fúria uma outra face
E bebo do veneno solidão,
Procuro tua sombra na amplidão...


8

A lua que nos guia em brilho raro
Bebendo deste rio em que me deste
O templo mais feliz onde reveste
A sorte noutro tanto bem mais claro,
O vento onde procuro uma esperança
E dela faço o rumo mais audaz,
No quanto poderia ser de paz
Canção dita somente esta lembrança
E agora o quanto corta o vento frio
Fazendo do meu passo em direção
Ao nada novo tempo desde então
E nele cada sonho desafio,
Trabalhos entre fogo lava e brasa
A sorte quando chega se defasa.


9


Os dias se prometem sobre os muros
Enfrentam as diversas tempestades
E quanto mais deveras tu degrades
Maiores os temores, vãos apuros,
Resumo cada verso em ventania
E bebo deste sal suor e gozo,
O tempo se pintando majestoso
Traçando cada estrela que me guia
Gestando esta criança dentro em si
E dela algum sorriso em paz e brilho,
Enquanto neste sonho teimo e trilho
Depois de tanto tempo em que perdi
A rota dos meus dias no vazio,
A vida novamente enfim recrio.

10



Amor de juventude se desanda
Deixando cicatriz e nada mais,
Vencer estes gigantes temporais
O velho coração anda de banda,
Morrendo de saudade do que fora
Ainda procurando outro momento
Aonde se pudesse o pensamento
Traçar nova manhã mais promissora,
Viver o que se fez em mocidade,
E agora já se ausenta dos meus olhos,
Colhendo nos canteiros os abrolhos,
O quanto do vazio já me invade,
E o peso desta vida me envergando,
A morte, pouco a pouco, ora rondando...

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