sexta-feira, 4 de junho de 2010

35321 até 35330

1

O tanto que pudesse ainda crer
Na doce maravilha libertária
De ter em minhas mãos a necessária
Vontade tão somente de viver,
Vencendo os meus temores, passo a ver
Além da velha curva temerária
A sorte noutra face doce e vária
Podendo respirar e ter prazer,
Alento para quem em pleno outono
Recebe com ternura a ventania
Embora mesmo saiba ser tardia
Das ânsias mais felizes eu me adono
E tendo esta certeza em minhas mãos,
Reparto com brandura últimos grãos.

2



De novo percorrendo nossos rios
As ânsias e os desejos mais felizes
Deixando para trás diversas crises
Singrando com ternura os desafios,
Resumo meu caminho sem estios
E beijo cada sombra em que me dizes
Dos dias sem terror e sem deslizes,
No amor em placidez sem desvarios.
O quanto ainda posso acreditar
Nos sonhos e deveras mergulhar
Nestas entranhas claras da emoção
Sabendo dos meus erros do passado,
Agora novo tempo e renovado
Dourando os dias belos que virão.

3


Esperança que nunca foi noviça
Deixando tantas marcas no meu peito,
O quanto deste sonho ainda aceito
Enquanto a realidade agora viça
Assim ao perceber enfim justiça
O passo se mostrando satisfeito
No todo me revejo e já refeito
Apenas paz e amor a alma cobiça.
Eclodem fantasias e se as bebo
Diverso do que fora algum placebo
Encontro a sanidade onde buscara
A fonte desejosa do futuro
E nela com certeza assim perduro
Tornando esta manhã sobeja e clara.

4

A marca da pantera na memória
Riscando a minha pele em tais delícias
E quando se pensara nas sevícias
Apenas a vontade em plena glória,
Singrando este caminho sem vanglória
Dos corpos enlaçados em carícias
Sorrisos mais matreiros e malícias
Mudando todo o rumo desta história.
Ascendo ao Paraíso em plena vida,
Uma alma noutra encontra sendo urdida
A sorte desejosa e mais feliz,
E agora ao perceber que és toda minha
Meu mundo no meu mundo ora e aninha
E vivo o tanto quanto sempre quis.

5

Olhando para trás revejo o quanto
A vida fora amarga e se entregara
Nas ânsias mais terríveis, sonegara
O mundo que desejo e quero tanto.
E quando me percebo em teu encanto
A sorte tão diversa se escancara
A vida se tornando agora clara
E enfim posso dizer já sem quebranto.
Resumo cada sonho nos teus laços
E quando beijo a glória nos abraços
Prazeres entranhados se aflorando,
E o quanto desta vida renascendo
Num ápice sobejo e no estupendo
Caminho em tal certeza se traçando.

6

A porta do passado se trancara
E nada do que outrora tive ainda
Resume nesta cena quando brinda
A vida com ternura intensa e rara.
O todo me envolvendo agora ampara
E o passo rumo ao tanto se deslinda
Na sorte mais airosa que se infida
Fará cada manhã mais bela e clara.
Viver esta certeza e ter enfim
O amor que tanto busco e sendo assim
Maravilhosamente vejo o dia
Raiando com um sol em cores fartas
Só peço: deste sonho nunca apartas,
Pois nele minha vida se irradia.

7

Olhando as falsas luzes da promessa
Aonde o dia a dia se fizera
A vida noutra face destempera
Enquanto se percebe angústia e pressa,
E quando a minha história recomeça
Deixando para trás a primavera
No outono toda a sorte que se espera
E nela meu olhar já se endereça;
Da maciez do tempo em que me vejo,
A sombra delicada do desejo
Reinando sobre as ânsias da paixão,
Assim ao penetrar nesta vereda
O quanto deste sonho se conceda
Domando qualquer farsa da emoção.

8

Bem poderia ter além do cais
Algum momento feito em luz intensa
Do quanto a cada instante se convença
A vida de outros fartos vendavais
E vendo finalmente em siderais
Caminhos o que tanto me compensa,
A sorte se desnuda e quando imensa
Eu quero e na verdade muito mais.
Entranham-se delírios e promessas
Enquanto novo tempo me confessas
E ditas com ternura o que virá,
Eu sei deste cenário iridescente
E toda a fantasia ora se sente
Singrando maravilhas desde já.

9

O quanto desejamos o retorno
Dos dias mais tranqüilos, magistrais
E dentro destes tantos vendavais
Revendo cada sombra ainda em torno
Do quanto poderia em solo morno
Traçar momentos duros e venais,
E agora noutros tantos desiguais
Encontro na esperança o meu adorno.
Resido no que possa ainda haver
Dourado pelas ânsias do querer,
E nelas entranhando, eu sou feliz,
Sanando quaisquer dores do passado,
O tempo noutra face decorado
Tramando o que deveras bem mais quis.

10

Canteiros da ilusão; ainda eu vejo
E sinto este perfume inesgotável
No solo com ternura sempre arável
Ditando sem censura o meu desejo,
O quanto deste sonho em ti almejo
E beijo cada instante interminável,
O mundo noutra face apresentável
Um céu ora desnudo em azulejo.
Raiando dentro em nós um sol intenso
E nele, tanto amor, eu sempre penso
Risonho caminhar para o amanhã
E tendo com certeza a maviosa
Beleza feita em lírio, cravo e rosa
A vida não seria mais malsã.

Nenhum comentário: