sexta-feira, 4 de junho de 2010

35341 até 35350

1

Sentindo o teu perfume junto a mim
Qual fosse primavera eternamente,
A dor do não saber viver se ausente
Perpetuando agora este jardim
E nele vejo a sorte que sem fim,
Tomando a minha vida imensamente,
Traçando cada dia e se apresente
Na rara claridade ou tanto assim.
Vencendo as tantas dores reconheço
A imensa e desmedida e sem tropeço
Vontade de chegar aonde eu possa
Singrando este oceano em passional
Caminho em que se veja um bom final
A sorte se mostrando imensa e nossa.

2

O quanto ainda vejo deste abismo
Aonde mergulhara insanamente
Por mais que na verdade ainda atente
Ao passo mais intenso e nele eu cismo,
Galgando cordilheiras ou num sismo
Vibrando a cada instante intensamente
E tendo esta vontade aonde vente
O coração gestando um cataclismo,
Medonha face exposta da paixão
E nela sem saber de direção
A vida se apresenta em temporais,
Mergulho num fatal redemoinho
Bebendo da ilusão, intenso vinho
E quero na verdade muito mais.

3

A beleza sutil expondo a face
Maravilhosamente inebriada
De quem se mostra enfim enamorada
Por mais que a solidão em volta grasse,
No tanto quanto quero sem impasse
A vida noutra senda decorada,
Risonha e tantas vezes ansiada
Diversa do terror que nos desgrace,
Da intensa plenitude a cada instante
Momento mais sublime e fascinante
Airosa e poderosa luz que guia
O passo de quem tanto bem se quis,
Gestando amanhecer bem mais feliz,
Entornando a suprema poesia.

4

Ao perceber no amor o quanto é belo
O raro amanhecer e a plenitude
Do sol se pondo enquanto a vida ilude
Gestando a cada instante outro castelo,
No quanto mais eu sinto e te revelo
Que o passo vez em quando assim se mude
Eternizando em nós a juventude
Num ato tanto audaz quanto singelo,
Vencer as mais atrozes diferenças
E quando neste amor, querida pensas
Espalhas pelos céus um doce aroma
Florindo a cada instante e transformando
A vida mesmo quando em ar nefando
Na mansidão suprema que nos toma.

5

Ao difundir belezas entre tantas
Loucuras que se vê no dia a dia,
No quanto deste amor gera e irradia
E nele com certeza mais me encantas,
As noites em volúpia me agigantas
E beijo com ternura e galhardia
Gestando novamente a fantasia
Os corpos sobre corpos, doces mantas,
Assim etereamente mergulhamos
E quando de nós mesmos saciamos
A fome de um prazer incontrolável,
Vencendo as mais terríveis tempestades,
Sorvendo com delírio claridades
No encanto muito além do imaginável.

6


Teus lábios me saciam dessedentam
A fúria de uma gula costumeira
E quando no teu corpo o meu se esgueira
Vontades mais sutis já se apresentam
E os gozos irradiam violentam
Delírios sem defesas e fronteira
No todo que a verdade mais se inteira
E plenos vendavais nos apascentam,
Acreditando além da intensidade
Do amor quando demais e assim invade
Sem ter sequer defesas, tanto ou mais
Do que pudesse a vida noutro tanto
E assim os meus temores eu espanto
Imerso nos incríveis temporais.



7

O amor que enternecendo qualquer fera
Apascentando a fúria também trama
Nas dores e temores, outro drama
Matando em tom precoce a primavera
Assim também deveras teima e gera
Do inusitado ser a imensa chama,
E quando mais altivo se reclama
O temporal decerto prolifera.
Partícipe da intensa maravilha
Que sobre todos nós quando palmilha
Prenunciando assim um vendaval
E nele mergulhando sem defesas
Seguindo quaisquer fortes correntezas
E sendo derrotado, triunfal.

8

Marchando sobre nós atropelando
Sem ter qualquer escrúpulo eu o vejo
E quando mais que fúria num lampejo
Ao mesmo tempo imenso, e até nefando,
O senso sem pudores sonegando
No incontrolável gozo do desejo
O quanto se percebe em ar sobejo
O mundo nos seus braços transformando,
Incrível terremoto em magnitude
Suprema que deveras tudo mude
Não deixa sobra nada e nos redime
Totalitário enquanto nos liberta
O amor cevando a glória traz aberta
A porta pela qual senso suprime.

9

O quanto dita horror em glória e paz,
Gerindo incontroláveis pensamentos,
E neles entre tantos os tormentos
Do quanto se mostrara mais capaz,
Insaciável fúria satisfaz
E delas outras tantas são fomentos
Gestadas pela insânia nos momentos
Aonde cada passo é mais audaz,
Vislumbro nos seus antros poesia
E toda a fonte imensa que me guia
E leva para além deste infinito,
O amor quando se explode e nos domina,
É fonte, uma nascente, intensa mina
Cenário incomparável doce e aflito.

10

Dançando sobre o ventre esta serpente
Gerada por volúpia e intensidade,
No quanto sem perguntas nos invade
Ou mesmo outro cenário se apresente,
No todo sem defesas atormente
Trançando a mais sutil felicidade
Distante do que for tranqüilidade
Tomando sem perguntas corpo e mente,
No tanto que te quero e assim me dás
O muito mais além do quanto audaz
Pudesse ser insano ou redentor,
Vivendo sem saber qualquer resposta
Uma alma se desnuda e sendo exposta
Adentra a profusão do imenso amor.

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