sexta-feira, 4 de junho de 2010

35421 até 35430

1

Marchando ao vazio
O quanto pudera
Saber primavera,
Porém ledo e frio
Assim vou vadio
Enfrento a quimera
Enquanto se gera
A vida no estio,
O corte profundo
O tempo outro mundo
O riso fatal,
Assim navegara
Na falta de apara
Sem ter ritual.

2

Carrego meus mortos
No peito sombrio
Total desafio
Alheios os portos,
E tanto se absortos
Os versos desfio
Acendo o pavio
Em ritos mais tortos,
Resulto no quando
Pudesse tomando
Caminho letal,
Mas sei tão disperso
O quanto se verso
Ao ponto final.

3

Aonde há beleza
Liberdade existe?
No quanto se é triste
Tramando incerteza
Sutil fortaleza
Na qual se persiste,
O mundo que em riste
Aponta em clareza
Vencer o meu medo
Saber se concedo
Ou se me condeno,
No porto, no cais
Vitais vendavais
E neles veneno.

4

Das burlas da vida
Que tanto me engana
A voz soberana
Por vezes ouvida
Da sorte cumprida
E nela se dana
Aporta-se insana
A sorte temida.
Resumo do todo
Além deste lodo
No engodo que bebo,
O amor não seria
Sequer fantasia
Se assim não percebo.


5

Das jóias que trago
O sonho bem sei
Domina esta grei
E gera este lago
Aonde me afago
E bebo sem lei
Vivendo sem rei
Liberdade alago
Resoluto passo
Sem régua, compasso
Vagando sem rumo,
Os erros que tenho
No quanto me empenho,
Deveras assumo.

6

A face do horror
Exposta na sala
Enquanto avassala
Também diz amor,
Na entranha o que for
O tanto se escala
A morte se cala
Ou gera esta dor,
Resumo o meu canto
No quanto me encanto
Ou já desafino
O tempo se esgota
A vida sem rota
Ausente destino.

7

Pudesse bem menos
Que tanto queria
Saber da vazia
Entranha em venenos
Meus dias amenos
Outra fantasia
Que tanto podia
Porém são pequenos
Os passos que dou
O quanto restou
Do pouco ou do nada,
Vagando sem nexo
Apenas reflexo
Da fúria na estrada.

8

Passo encantador
Na busca arredia
Aonde meu dia
Encontra o louvor
Do quanto sem cor
O verso podia
Traçar a agonia
Vital sofredor,
Resquício do tempo
Viver contratempo
Restando no vão
Mergulho no espaço
E quando desfaço
Bebo a solução.

9

A vida sem norte
O medo da vida
No peso da morte
Quem sabe a saída?
Estrada perdida
Sem ter mais suporte
No quanto me aporte
A luta sofrida,
O gozo negado
O tempo alegado
O corte, outra sanha
Paredes expostas
E nelas respostas
Da vida já ganha.

10

Os sonhos mais caros
Os olhos alheios
Antigos receios
Diversos aparos
Seguindo teus faros
Porquanto rodeios
Encontram tais veios
E neles mais raros
Momentos em luz
Além do que pus
Enfim na balança
Meu canto asseguro
E nele amarguro
O passo em que trança.

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