domingo, 6 de junho de 2010

35661 até 35670

1

O amor dita esperança
No peito de quem sonha
E se nele proponha
A vida em temperança
Na paz, rara aliança
Na face mais risonha
De quem nunca se oponha
Enquanto a vida avança
Em glória e plenitude
No amor a juventude
E nela a liberdade
Que seja a direção
Aonde a redenção
Supere qualquer grade.

2


No amor insofismável que eterniza
E gera nova luz e se transcende
Ao todo que deveras não depende
Sequer do temporal ou mesmo brisa
No olhar de quem a vida suaviza
E esta fogueira em paz agora acende
No quanto em alegria já recende
Aonde o Redentor sempre matiza
Permita-me saber do Criador
Nas ânsias mais profundas deste amor
E nele reproduza cada passo
Gerado pela intensa claridade
Ourives do viver em liberdade
Que agora em versos simples teimo e traço.

3


No meu olhar apenas a certeza
De um tempo aonde eu possa acreditar
Nas mais sublimes pratas do luar
Descendo sobre nós rara beleza,
Assim ao perceber a natureza
E nela novo templo desenhar
Nesta divina força a emoldurar
O passo dado em paz e com destreza,
Não tendo mais caminhos discordantes
Os nossos passos claros, radiantes
Traçando uma real felicidade
No amor e no perdão, o intenso brilho
Maior ainda quando enfim palmilho
Caminhos que me trazem liberdade.

4

Em todos seres vejo a Tua imagem
E nela se reflete a eternidade
Do quanto em puro amor ora me invade
Dourando com certeza esta paisagem
Traçando neste bem a nova aragem
Da velha não sentindo mais saudade
No olhar apenas luz e liberdade
Dispersa desta vândala pilhagem,
Eu quero ter em mim o Teu caminho
E sei quando em Teus braços eu me aninho
Encontro esta verdade que liberta
No rumo envolto em bela fantasia
No amor que novo amor já geraria
Palavra com firmeza dita; certa.

5

No Amor que nos salvando traça a luz
E dela novo tempo de viver
Aonde se esculpindo em bem querer
Distante da vendida e tosca cruz
No corpo já desfeito em sangue e pus
A sorte doma o rumo do poder
E tento na verdade ainda ver
No torpe emaranhado a que me opus
Cenário aonde eu possa enfim sentir
O quanto ainda em Bem irei de ouvir
Na voz de quem concebe o verdadeiro
E puro em holocausto aprisionado
No olhar do sacro amor abençoado
Um novo e libertário carpinteiro.


6

Quem sabe desvendar os seus enredos
E bebe da esperança costumeira
Ousando ter em Cristo uma bandeira
Contando esta fortuna entre seus dedos
Vendendo com tal lucro vis segredos
Da forma mais audaz e traiçoeira
Depois de certo tempo enfim se esgueira
Adentrando valores torpes,ledos
Rendendo-se ao valor do capital
Pior do que o pecado mais venal
Enquanto no Senhor aumenta as rugas
No fundo do cadáver feito em cruz
Da imagem do bom Cristo,de Jesus
Enriquecendo imundas sanguessugas.

7


Nesta festa onde solene
Coração adentra e sente
Muito mais do que freqüente
O meu canto quando acene
E deveras ora drene
O terror já me apresente
De outra forma consistente
Ou no pouco concatene
Novo rumo em face igual
Sendo além do trivial
Num caminho delirante
Quero mesmo é ser feliz
Mesmo quando se desdiz
O viver mero e inconstante


8

Com o olhar sob a ameaça
Do que possa ser ainda
O meu sonho já me brinda
Sem saber qualquer trapaça
Deste tempo quando passa
E decerto não mais finda
Onde tudo se deslinda
Muito além desta fumaça
Quando imensa tempestade
Sobre tudo toma e invade
Nada resta no meu sonho
A não ser esta visão
Do que seja a solidão
Em seu ar cruel, medonho

9

O vagar deste cigano
Coração em galhardia
Tanto sonho poderia
Ser além do desengano
E se ainda enfim me dano
Procurando a fantasia
Bebo a inteira poesia
Tendo roto o velho pano,
Sigo assim sem ter mais medo
Desvendado outro segredo
Muito mais do que pudesse
Tendo olhar neste caminho
Onde em sonhos me avizinho
Desvendando a rara messe.

10

Sem os riscos do passado
Sem os medos do futuro
Caminhando em tempo escuro
Pelo amor iluminado
Noutro dia já traçado
Tanta sorte que procuro
Salto sobre um alto muro
Esperança é meu legado,
Dia além do que mais pude
Eterniza a juventude
Onde possa ter sem medo
O que tanto desejei
Sendo apenas norma e lei
Este amor que te concedo.

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