domingo, 6 de junho de 2010

35681 até 35690

1


A vontade que me doma
De saber felicidade
Cada dia já me invade
E deveras sempre soma
Poderia nesta soma
Encontrar totalidade
Deste verso que em verdade
Sem perguntas sonhos toma
Vivo assim cada momento
E se nele me alimento
Os tormentos esquecidos
Entregando-me decerto
O caminho sempre aberto
Entranhando os meus sentidos.


2

Fico feliz e sinto
O sabor desejado
Do beijo se roubado
Do amor outrora extinto
E tanto te pressinto
Vivendo lado a lado
Num sonho do passado
Aonde inda me pinto
Ao perceber o sol
Domino este arrebol
Entregue em teu caminho
Bebo a luz deste olhar
Onde enfim mergulhar
Nunca mais ser sozinho.

3

Tento a sorte diversa
Onde possa ir além
Do que tanto também
Nosso amor sempre versa
Beijo a lua dispersa
E se tudo me contém
Procurando este alguém
A alma seguindo imersa
Vontade já se expressa
Onde tudo vai sem pressa
No começo até o fim
O meu mundo só quer
Um caminho qualquer
Mais vivo dentro em mim.

4

Entre flores e palmeiras
Entre luas e sertões
Busco velhas direções
Se por elas tu mais queiras
Horas duras derradeiras
Procurando as divisões
Entre medos e senões
Vou alçando tais bandeiras
Onde a sorte já se lança
E voltando a ser criança
Cultivando o amanhecer
Noutra face deslumbrando
O meu tempo em contrabando
Nas escoras do querer.

5


Fitando esta luz distante
No horizonte além do caos
Vejo novos dias, naus
Onde o peito navegante
Encontrara triunfante
A esperança dos degraus
Dias bons entre outros maus
Cada passo que adiante
Permitindo vislumbrar
Outro raio do luar
Entre nuvens escondido,
O meu tempo segue assim
Num brilhar intenso em mim
Muito além mal refletido.

6

Minha casa no cerrado
Meu olhar buscando além
Tanta coisa já contém
Coração pesa de lado
O meu tempo anunciado
Outro dia que inda vem
Cabe tudo, medo e trem
Num bater agalopado,
Vejo o quanto poderia
No nascer de cada dia
No reinado da esperança
Minha casa esta palhoça
Onde o mundo em paz adoça
No horizonte que se alcança.


7


Negrumes desta senda
Aonde se veria
A lua mais sombria
Aonde não se estenda
O braço que me atenda
Nem mesmo a sorte e o dia
Entendo a fantasia
E dela sem contenda
Vencendo esta mortalha
No fio da navalha
No olhar que se acostume
Buscando após a luz
Que possa e me conduz
Em meio a tal negrume.

8

Olhar que tão profundo
Invade plenamente
Domina corpo e mente
E dele se me inundo
Conheço o vasto mundo
Por mais que ainda tente
Prevejo o onipotente
Caminho em que aprofundo.
Gerado a cada espaço
No tanto em que me enlaço
No farto em que me dou,
Resumo noutra fase
O etéreo céu que embase
O passo rumo ao sou.


9

Olhar em negritude
O passo que se vê
No quanto onde se crê
O todo já se mude
Voltando à juventude
Revivo este clichê
Se nele sem cadê
O mundo em atitude
Diversa e sem constância
Agora em consonância
Reflete o que há em mim,
Sorvendo sem limite
O quanto se acredite
Teimando até o fim.


10

A dor nasce do quanto
Pudesse acreditar
Nas sortes a vagar
No tempo aonde eu canto
A vida ceva o manto
E toma devagar
O quanto procurar
Procuro em cada canto.
Resumo o meu caminho
No quanto teimo e aninho
O passo rumo ao farto
Dos tantos que conheço
Além deste adereço
Dos sonhos não me aparto.

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