quinta-feira, 10 de junho de 2010

36061até 36070

1

Numa eclosão fantástica em desejo
O quanto em teu tesão eu mais pudesse
Sentir este prazer onde se tece
Além do que decerto eu mais prevejo,
Num ato de loucura em ti latejo
E espalhas sobre mim suprema messe,
E quando esta vontade se obedece
Um céu em fantasias, azulejo.
Orgásticos delírios, senda farta
Meu corpo do teu corpo não se aparta
E sinto-te divina deusa em mim,
Num toque sensual e prazeroso,
Bebendo gota a gota o doce gozo
Sem medo e sem pecado até o fim.


2

A vida sem te ter, tanto marasmo,
No quanto posso mesmo até sonhar
Somente de mansinho devagar
Bebendo a gole a gole em cada espasmo,
Vibrando com teu corpo nu; e, pasmo
Sentindo-te deveras devorar
Com sôfrega vontade a me tomar
Chegando à plenitude deste orgasmo,
Singrando este oceano onde a paixão
Domina cada passo e direção,
A louca timoneira encontra o porto,
E se repete assim nossa viagem,
A lua toca o sol nesta paisagem
E de prazeres tantos, quase morto...

3

Poder ter e verter amor, você.
O quando desejando cada instante
E nele este delírio deslumbrante
Sem rumo em seu mar, sem por que
Apenas o que eu quero e o quanto vê
No gozo onde a vida se agigante
E torne este caminho deslumbrante
E a cada novo tempo se revê
O todo inesperado e mais voraz
E neste emaranhado satisfaz
O farto delirar em seda e renda
Assim ao desnudar-nos mansamente
O quanto se deseja e se pressente
No amor que nos decora e nos entenda.


4

Rondando tempestades dentro em mim
Gerando nos teus seios e quadris
O quanto mais anseio e sempre quis
Amor sem ter limites, sem ter fim,
E quanto mais nos toque seja enfim
Motivo para ser bem mais feliz,
E nunca se transforme em cicatriz
Banquete se mostrando sempre assim,
Nas tramas, camas, chamas, fogaréu,
Caminho tresloucado para o Céu
Vagando entre os arcanjos, sensuais
Delírios cavalgando em noite plena
A lua que nos bebe e nos serena,
Gestando com seus brilhos, vendavais.




5


Da minha flor escorre ambrosia sagrada,
Por ti polinizada,
Líquido precioso,
Olor de maracujá,
Doce sabor
A ser degustado como um licor...


REGINA COSTA

Desvendo teus segredos, polinizo
Com toda a maravilha a rara flor,
Na noite em tempestades sem pudor,
Chegando passo a passo ao Paraíso,
E quando no teu corpo me matizo,
A vida se demonstra em tal furor
Gerado pelos ritos deste amor,
No toque mais audaz, louco e preciso,
Licores e rocios sobre a cama,
A fúria desmedida já nos clama
E entorna sobre nós tanta vontade,
No quanto assim penetro e me sacias
As horas mais audazes e vadias,
Orgástico delírio em santidade...

6

Enchentes em desejos quando inundas
Vulcânica erupção em lava e gozo,
Caminho sensual e majestoso
Searas mais audazes e profundas,
Bebendo desta lava sem igual,
Rondando a noite inteira em cenas fartas
Do quanto me tomando não apartas
Num ritmo delicado e magistral,
Por vezes um galope até que venha
Em outras eclosões tanta fartura
Incansável viagem que perdura
Mantendo a brasa acesa, fogo e lenha
Até que no final, dois corpos lassos
Penetram sem ter asas, mil espaços...



7




CHAMAmento

Todo chamado do meu ser,
Corpo, alma e coração são
Teus..
Meus gritos são prá ti;

A noite negra sobre a minha
Pele morena fez poema em
Meu amanhecer
Quando senti teus apelos
Eriçando meus pelos,
Respondeu-me o amor
Num delicado ardor;
Escravizou-me inteira,
És-me dono e senhor;

O vento soprou meu canto e
Tu devolveste-me a música...
E assim propagou-se de encanto
E ternura, nossa deliciosa mistura;
E eu te amei mais do que ontem,
Menos que amanhã,
Porque hoje eu só sei te amar
Na esperança deste dia que
Poderei te ver, te sentir, te tocar...
Vem sem demora,
Eu estou a te esperar.

REGINA COSTA



Pudesse neste instante estar contigo
Deliciosamente em luz intensa,
E quanto mais de ti a alma convença
Voar sem ser alado enfim consigo,
Há tanto que te quero e assim persigo
Além do quanto sei ou mesmo pensa
Sonhando com a noite clara e imensa
Aonde no teu corpo; o meu abrigo.
Singrando mares feito um louco eu tento
Deixando para trás qualquer lamento,
Vivendo a plenitude junto a ti,
E sendo teu decerto não me engano,
Dos sonhos o superno e soberano
Sem medos nem pudores me embebi.



8

A ninfa se desnuda em calmo rio,
E banha-se decerto sob o sol
Gerando a fantasia em arrebol,
Da água te tocando em arrepio
Um sonho mais airoso eu bebo e crio
Qual fosse um helianto, um girassol,
Em tanto encanto encontro o meu farol,
E tento mergulhar neste rocio.
De todas as vontades, mais sutil
Além do que deveras se previu,
Procuro a intensidade aonde abrigo
E como se possível fosse, agora,
Delírio aonde o barco/sonho ancora
E me banho também ora, contigo.



9

As flores dominando este canteiro
Aonde se eu pudesse enfim teria
Primaveril jardim em fantasia,
Dos sonhos o corcel e o cavaleiro
Enquanto em teu castelo assim me inteiro
E mansamente assim penetraria
Ficando até romper o novo dia,
Delírio abençoado e lisonjeiro.
E quanto me entranhasse em teu perfume
Por onde o pensamento sempre rume,
Tocando a tua pele com a minha,
A noite nos compele à maravilha
Do sonho aonde a lua se polvilha
E assim, de um Paraíso se avizinha.

10

Quando penso em você,
Em nós,
Minha temperatura começa a subir,
Meu coração
A descompassar,
Meus pensamentos
A descompensar;
Numa rotação
Mais lenta e intensa
Te sinto
Como se realmente
Tocasse em mim;
Nesse momento,
Meu corpo incandescente
Deseja que eu o toque
Indecentemente,
Demorando mais no lugar
Mais úmido e quente;
Meus dedos percorrem o caminho,
Que bem sei,
Gostarias de fazer,
Se perder
E
Se perdendo
Se achar em mim
E
Se achando
Num gozo pleno
Se extasiar enfim!


Regina Costa

Num êxtase supremo noite afora,
Galopes entre estrelas lua cheia
O quanto da vontade me incendeia
Na fúria que decerto já se aflora,
O amor quando se entranha e nos devora
Além do que deveras sinto e anseia
O gozo se adentrando em cada veia
Vontade de ficar sem ir embora...
Resumos de delírios sem limites
E quanto mais desejos te permites
Maior esta certeza de poder,
Sabendo dos teus mares, rios, lagos,
Viceja dentro em mim raros afagos
Vibrando intensamente de prazer.

Nenhum comentário: