quinta-feira, 10 de junho de 2010

36101 até 36110

1

O tempo em que eu tivera
Ao menos uma chance
Quem sabe algum nuance
Da ausente primavera
Além do que se espera
Ou mesmo quanto lance
A vida sempre avance
E nunca doma a fera,
Arranco gargalhadas
E beijo as madrugadas
Em bares mais constantes,
No quanto inda talvez
O mundo já desfez
Momentos deslumbrantes.

2

Nos pórticos do céu
Nas ânsias de quem cabe
Ou mesmo já não sabe
Da vida em carrossel
Vagando este corcel
Por quanto já desabe
O tempo não acabe
Com sonhos em tropel,
Atropelando a vida
A morte é decidida
Nos íntimos detalhes,
E quanto mais se tenta
Vencer esta tormenta
Bem mais tu sempre talhes.

3

Os sóis quando em marinhos
Cenários ditam brilhos
E neles andarilhos
Os dias mais sozinhos
Enquanto são mesquinhos
Ou tanto noutros trilhos
Enfrentam empecilhos
E teimam velhos ninhos,
E resolutamente
A mente quando mente
Desmente o que resumo
No verso em voz diversa
E quando se dispersa
Não sobra nem o sumo.

3

Os fogos no horizonte
As sombras dentro em ti
O quanto vejo aqui
Além não mais desponte
E sempre desaponte
Traslada o que perdi
Ou tanto pressenti
Na voz onde desconte
O tempo em temporal
A vida atemporal
Do sonho iridescente,
Mas tudo no final,
Apenas vil; demente
Caminho se apresente.

4

Desvendo em teus pilares
Mistérios e segredos
Os dias sendo ledos,
E neles procurares
Fagulhas ou altares
Momentos olhos medos
E teimando em enredos
Porquanto navegares
Cismando no abandono
O quanto não mais clono
Do todo em que pudera
Vencer esta vontade
Que aflora e quando invade
Expondo esta quimera.


5


Os dias são completos
Nas luzes de neon?
O tempo, mesmo bom
Não traz mais os afetos
E quanto matam fetos
Da sorte em novo tom,
Pudesse ter o dom
Dos caminhos eretos,
Não vejo este nefasto
E teimo enquanto afasto
Buscando algum alento,
Sem nada ou mesmo tendo
O quase não desvendo
E bebo o velho vento.


6

Olhar mais majestoso
No passo rumo ao quanto
E quando assim eu canto
Procuro prazeroso
Caminho em que andrajoso
Dos erros me garanto
Gestando novo espanto
E nele sou jocoso.
Razão para tentar
O farto de um luar
Imerso no horizonte
Aonde nova luz
No quanto me conduz
Aos sonhos já me aponte.

7

As noites em que possa
Vencer suave medo
Ou quanto me concedo
Da sorte nunca nossa,
A vida não endossa
E sabe este segredo
Do coração mais ledo
Do tempo feito em troça
Arisca caminhada
Na noite iluminada
Por mera penitência
No verso em militância
Qualquer vã excrescência
É mera concordância.

8

Adentro mares grutas
E tento desafios,
Porém sabendo rios
E neles não relutas
Tampouco ainda escutas
As vozes dos desvios
E tento em desvarios
As ondas mesmo brutas.
Resolvo vez em quando
No todo me tomando
Partindo para o fato
Do quanto garantira
A vida em tal mentira
Gerando este destrato.

9

A vida em velhas ondas
E nelas se reflete
O quanto não compete
E mesmo quando escondas
As sortes arredondas
Negando algum confete
O todo se repete
Porquanto não respondas
E sendo assim a sorte
No todo não suporte
O passo para além
E o vandalismo conta
Aonde não se aponte
Nem sabe quando vem.

10

Imagens discrepantes
Momentos terminais
E quero além do cais
A vida em tais rompantes,
Mas sei que me levantes
E mostres desiguais
Os risos tão banais
E neles inconstantes
Delírios entre chagas
E quando enfim afagas
Arranhas com tais garras
E sendo a vida assim
Do tempo bom, ruim,
Jamais dele desgarras.

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