sexta-feira, 11 de junho de 2010

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1

Capaz de apascentar
Quem bebe tal guerrilha
A vida em armadilha
Impede algum luar
Que quanto mais polvilha
Pudesse te buscar
Assim ao te encontrar
Outro caminho brilha?
Não posso mais perguntas
E quando não vão juntas
As almas se perdendo
No topo da montanha
Quem perde também ganha
E enfim vou me envolvendo.

2

Reconhecendo, assim,
O pântano que habito
E tento novo rito
Marcando desde o fim
Começo sei que enfim
Seria mais finito
No todo este granito
Demonstra de onde vim,
O fato de ser sal
Enquanto em vendaval
Querias agridoce,
No quanto onde não fosse
Nem mesmo poderia
Matando o dia a dia.

3

Eu agradeço a ti
Somente esta lembrança
Do quanto não se avança
Ou mesmo me perdi,
Se em nada me prendi
Diversa esta esperança
Gerando apenas lança
E assim me dividi,
No corte e na mortalha
Na fome que se espalha
No olhar desta rapina,
No bico deste corvo,
A vida dita estorvo
E tudo desatina.

4

Feliz aniversário
Amor em decadência
No quanto em evidencia
Aquém do necessário
Pudesse noutro armário
Apenas a clemência
Do todo em coincidência
O vento é temerário
Resisto em solidão
Ao quanto mostrarão
Os riscos, ritos, medos,
E sei dos velhos trapos
Guardando os meus farrapos
E neles meus segredos.

5

Quando a chuva passar
Terás esta certeza
Do amor em sutileza
Presteza do luar
E tudo a decorar
Sem ter qualquer surpresa
A imensa correnteza
Do bem e tanto amar,
Vencendo a tempestade
No quanto sempre agrade
Saudades? Sou sincero,
Apenas deste amor
No quanto a se propor,
Saudades? Nunca quero...

6

Espero estar contigo
Após qualquer momento
Em vivo sentimento
Aonde em paz me abrigo
No amor que mais persigo
Bebendo cada alento
Tomando o pensamento
Vivendo sem perigo,
Servido de bandeja
O quanto mais deseja
A paz em luz tranquila,
Minha alma junto à tua
Enquanto assim atua
Espaços eu desfilo.

7

E seus raios solares
Transferem para mim
O quanto do jardim
Fizemos tais altares
E quanto mais nos ares
Os cantos já sem fim
Resultam sempre assim
Em tantos bons lugares,
Não vejo nos seus olhos
As marcas dos abrolhos,
Apenas bela flor,
Vivendo um colibri
No amor que sei e vi
Sou mero beija-flor.

8

Da abelha fecundando
O pólen transformara
Em tarde bela e clara
Num tempo sempre brando
O amor em contrabando
A sorte semeara
Vivendo em tal seara
Qual fôssemos um bando
Levando para além
O todo que contém
Em puro e raro mel,
Assim a vida trama
Bem mais que dor e drama
Da terra bebo o céu.

9

Na eterna primavera
Aonde se faz tanto
O amor quando garanto
Além do que se espera
Apascenta a quimera
E gera sem espanto
O mundo em que, portanto,
O todo regenera
Refaço em cada passo
Outrora mais escasso
O traço em que te vejo,
E assim proliferando
O dia transformando
As dores num desejo.

10

A manhã, companheira
De quem sabe viver
E tanto a recolher
Além do quanto queira
Vencendo a derradeira
Peleja a se trazer
No quanto do poder
Amor dita a bandeira
Resumo de outra vida
E nela a despedida
Não diz qualquer promessa,
Senão a mesma dita
E nela se acredita
Enquanto recomeça.

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