sábado, 12 de junho de 2010

36391 até 36410

1

Chama queimará quando
O tempo noutro tanto
Pudesse enquanto canto
Aos poucos transformando
E nisto se gerando
A vida sem quebranto
Aonde me adianto
E busco um sonho brando
Vestindo a fantasia
E nela poderia
Além da dor imensa
Sentir a cada passo
O mundo noutro traço
Aonde o amor compensa.


2

Ao largo das estrelas,
Seguindo em claridade
O quanto disto invade
Vontade de contê-las
E sempre recebê-las
Em plena liberdade
O todo assim sem grade
Enquanto enfim bebê-las
Nos tempos mais felizes
Ausentes os deslizes
A glória de poder
Vencer os meus dilemas
E quando não algemas
Maior o meu prazer.

3

Travando mil batalhas
Em ânsias e terrores
Seguindo aonde fores
Enquanto amor espalhas
Nos fios das navalhas
Intensas fartas dores,
Diversos dissabores
Nos ombros as cangalhas,
Mas quando deste grão
Fecundando um bom chão
Permita novo tempo
Vencer os desafios
Traçando em paz os rios
Alheio ao contratempo.

4

Espero preservar
A sorte que recebo
No quanto já me embebo
Dos sonhos a vagar,
Riscando devagar
O mundo onde percebo
O amor que enfim concebo
Sem nada a macular.
Resisto aos temporais
Adentro além do mais
O todo que pudera
Sem ter a dor enquanto
A paz eu te garanto
Gerasse primavera.

5

O coração vadio
Galgando imensidão
Vencendo esta ilusão
Cevando o desvario
Arisco enquanto esguio
Nas horas que virão
Procura a diversão
E segue contra o rio,
Sabendo do depois
Nas ânsias de nós dois
Eu quero e sigo além
Do quanto pude crer
No topo do prazer
Quando este amor já vem.

6

A juventude morre
E sinto que deveras
Ausentes primaveras
A vida fica um porre,
Mas logo se socorre
Nas ondas de outras eras
Aonde me temperas
E tudo em paz transcorre,
Ao remoçar minha alma
A sorte que me acalma
Também me desafia
Assim sem ter paragem
O amor dita a miragem
E rege a fantasia.

7

Amor que representa
O fim de uma viagem
Pudesse em estalagem
Conter qualquer tormenta
A vida mais sedenta
A sorte sem paragem
Recebo em nova aragem
O quanto me apascenta
A liberdade imensa
E nela se compensa
A dor do meu passado,
Assim felicidade
Aos poucos quando invade
Transcende ao desejado.

8

Renasce em teu olhar
O dia soberano
E vivo sem engano
Aonde mergulhar
A paz a se encontrar
A vida sem o dano
E quanto mais me ufano
Desejo de te amar
Seara se aproxima
E quanto mais se estima
Maior este desejo
E sei que tanto posso
Um mundo inteiro nosso
E nele o amor eu vejo.

9

É noite engalanada
Aquela em que se vê
A vida em seu por que
A sorte desenhada,
Depois do quase nada
O todo onde já crê
O quanto se revê
Na noite enluarada,
Assim eu me entranhando
Num tempo manso e brando
E tudo se transforma
Recebo finalmente
O quanto mais se tente
No amor suave forma.

10

Explode-se nas chamas
A fúria de um desejo
E quanto mais almejo
Mais forte tu reclamas
E sei o quanto tramas
E nisto a paz prevejo
E nela cada ensejo
Espanta os medos, dramas,
Vencendo os meus temores
Cultivo as belas flores
E tento em poesia
Falar desta beleza
Aonde com certeza
Renova-se meu dia.

11

Perfuma meu desejo
O amor que tanto quis
E sendo mais feliz
A sorte em azulejo
O mundo assim eu vejo
E nele o quanto eu fiz
Do verso em tom mais gris
Agora em paz prevejo.
O todo se desfila
Na vida mais tranquila
Na imensa liberdade
De um mundo em pleno gozo
E assim tão majestoso
Sem ter corrente ou grade.

12


Vestido carmesim
A boca em rubro anseio
Romã, desnudo seio
O amor já não tem fim,
Bebendo tanto assim
Além de algum receio
Encontro em devaneio
O todo que há em mim,
Recebo a cada dia
A luz em alegria
A vida além do cais
Os olhos no horizonte
Aonde o bem aponte
Em ritos magistrais.

13

Se entrega no festim
Quem tanto desejou
E farto mergulhou
No mar do amor sem fim,
Vagando de onde vim
O todo que restou
Traçando o quanto sou
E acende este estopim
Plantando esta agonia
Aonde nunca havia
Senão a paz imensa,
Quem sabe no final
Em ato original
A sorte em luz convença.

14

Vulcânica se esvai
A vida em lava e dor,
No quanto a se compor
O tempo quando trai
O quanto quis e nada
Pudesse ainda ter
A luz deste querer
Ausência demonstrada
Na face mais feroz
Da vida em solidão
Inverno em transição
O corte nega a foz,
A noite segue alheia
Nem lua se incendeia.

15

Em meus braços padece
Quem tanto quis além
O quanto não contém
Aos poucos nada tece
A vida sem a messe
Vivendo sempre aquém
No olhar tanto desdém
A sorte já se esquece,
O rumo em desencanto
O todo que não canto
O medo em caos, escuro,
Ainda quando tento
Apenas sofrimento
Também eu me amarguro.

16


Na noite deste anseio
Em pleno temporal
Ausente ritual
A vida em devaneio
O amor que nunca veio
O gesto sensual,
O dia sempre igual
A sorte em que rodeio
O pranto não se cala
A vida esta vassala
Jamais se permitira
E tudo o que eu tivera
Apenas é quimera
Apenas é mentira.

17

Imerso em teus delírios
Procuro uma saída,
Mas nada traz a vida
Senão velhos martírios
Pudesse em campos, lírios
Ainda dividida
A sorte destruída
Nas mãos sofríveis círios
O canto em desalento
Ainda mesmo tento,
E nada se produz
Somente este vazio
E dele o tempo frio
Ausente em mim a luz.

18


Prazeres que em loucura
Tentei e não mais busco
Do dia em tom tão brusco
A sorte sem ternura
A ausência se assegura
E gera o quanto em fusco
Momento em que me ofusco
Reflito esta amargura
De quem procura mais
E nada dos cristais
Apenas se percebe
O olhar sempre distante
E nada se adiante
Só neve me torpe sebe.

19

É mar que, enluarado
Pudesse ainda ver
E nada a se conter
Senão velho passado
Ausente algum legado
Apenas desprazer
E quanto a te querer,
O vento desolado...
Resumo noutra história
A cena merencória
De quem queria tanto
E sem ter nada além
Do quanto não contém
Somente em vão me espanto.

20


Orgástico, fecunda
O solo em alegria
A face da euforia
Em mim já se aprofunda,
Mas quando moribunda
A sorte não se via,
Somente esta agonia
A vida em dor, inunda,
Resulto neste ocaso
O tempo não aprazo
Outono em meu viver,
No quanto quis a luz
E nada se produz
Somente o nada ter.

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