sábado, 12 de junho de 2010

36411 até 36431

1

Na aurora, mãe do dia,
Eu sinto o teu perfume
E quanto vejo o lume
Do sol que se irradia
Encontro a fantasia
E nela o sonho rume
Traçando do negrume
A imensa poesia
Cevada pelo enquanto
E assim eu me agiganto
Tramando em plena aurora
O quanto ser feliz
Vibrando em quanto eu quis
Na luz que em ti se aflora.

2

Nos frêmitos divinos,
Momentos maviosos
E quanto caprichosos
Diversos, cristalinos
Rondando assim destinos
Gerando majestosos
Em tons mais prazerosos
Transformando em meninos
Os sonhos mais audazes
E neles tu me trazes
A paz que eu procurava
Embora a vida trame
A dor em tanto enxame
Gestando a dor e a lava.

3


Por mundos tão fantásticos
O sonho me levara
A vida bem mais clara
Momentos quase orgásticos
E neles cortes drásticos
Da dor em vã seara
O quanto já cevara
Tormentos vãos bombásticos.
E agora que se vê
O mundo vejo em que
O tanto se desfia
Traçando após a noite
Da todo em cada açoite
A imensidão do dia.

4

Procurando encontrar
Depois da ventania
Quem sabe esta alegria
E nela me esbaldar
Cansado de vagar
Ausente em fantasia
Vivendo da utopia
E nela o vão sonhar,
Quem sabe nos teus braços
Ocupe em paz espaços
Que tento há tantos anos,
Vencendo os meus degredos
Os dias torpes ledos
Em fartos desenganos...

5

Do vazio que estava
Agora em plenitude
O quanto já se ilude
A sorte feita em lava,
No fundo desejava
A vida em atitude
E tudo se transmude
Enquanto em vão sonhava.
Resíduo do passado
Em mim tão entranhado
Ausente uma esperança,
Mas quando te encontrei
Dourando a minha grei
A vida em paz se lança.

6

Na quimera feroz
Olhar distante e frio
Apenas desafio
Buscando a paz em nós,
Resisto ao duro algoz
O coração vadio
Agora segue esguio
E encontra a mansa foz,
Depois destas cascatas
Aonde em vão retratas
O medo do porvir,
Mas tendo enfim a sorte
Da vida em novo aporte
Amor hei de sentir.

7

Anseio seus mistérios,
Procuro neles crer
E tento algum prazer
Depois dos vãos impérios
E neles sem critérios
O mundo a se perder
Sabendo sem querer
Dos ermos vagos, sérios
E sinto finalmente
A paz que me alimente
E tanto eu quis outrora,
A morte se desfaz
E beijo o sonho audaz
Aonde a vida ancora.

8

À procura do afago
De quem pudesse ainda
Trazer a noite infinda
E nela o quanto vago
Bebendo deste lago
Aonde a sorte brinda
E a paz já se deslinda
Num sonho raro e mago.
Vislumbro a claridade
E tento a liberdade
Saudades? Nunca mais.
Quem sabe navegar
Enfrenta qualquer mar
E busca enfim o cais.

9

És pura, teus caminhos
Não deixam qualquer medo
E quando me concedo
Eu sei dos tais espinhos
E dias tão mesquinhos
Olhar ausente ou ledo
Mudando assim o enredo
Encontro os teus carinhos,
Vencendo os meus receios
Antigos devaneios
Em ti eu concretizo
O sonho mais audaz
No amor que é em feito em paz
Sem neve e sem granizo.

10


Sem marcas, tatuagens
De dias mais doridos
Os sonhos permitidos
E neles tais paisagens
Mudando as vis aragens
Tocando os meus sentidos
Em cantos proferidos
E neles sem barragens
O passo continua
E sorve em cada lua
A claridade imensa,
Assim ao me entregar
Sem medo encontro o mar
E a paz por recompensa.

11

Por mais que sempre foram
Difíceis caminhadas
Agora em tais estradas
Aonde em luz decoram
Os dias quando ancoram
Nas pazes desejadas
Mudando destes nadas
Ao quanto em mim afloram
As glórias mais felizes
Superam várias crises
E vejo enfim aqui
O amor que tanto eu quis
E quero e peço bis
O bem que em ti senti.

12

Os dias que passaste
Ausente dos meus dias
E neles agonias
Aos poucos tal desgaste
Gerando um vão contraste
Com tudo o que querias,
E sei sem fantasias
A vida cria um traste.
Pudesse ainda ter
No olhar o amanhecer
E acreditar enfim
No amor que tanto busco
Embora seja fusco
O céu por onde eu vim...

13

Perdoa coração
Por ter te maltratado
O tempo destroçado
Nas mãos desta ilusão
Apenas tudo em vão
A dor é meu legado
O passo sempre dado
Em turva direção.
Risonha fantasia?
Aos poucos já se via
Ausente deste olhar
E tudo o que inda resta
A luz em mera fresta
Um sonho a se acabar.

14


Caminha esta princesa
Nos ermos de um reinado
Há tanto desejado,
Mas nunca em minha mesa
A vida sem destreza
Gerando o desolado
Caminho disfarçado
Em vaga correnteza,
O tanto que pudera
Gestar a primavera,
Mas resta este abandono
E nele não se tem
Sequer a luz de alguém
Vazio o meu outono.

15


No tempo que sofri,
Apenas a memória
Do corte em tal escória
Lembrança morta em ti,
O todo em que perdi
A sorte noutra história
A vida merencória
O manto que puí.
O resto não se vendo
Nem mesmo algum adendo
Somando a solidão,
Resisto o mais que posso,
Mas sei que sou destroço
Do tempo feito em não.

16

Procurando nas matas
Sinais de uma esperança,
Porém quando me lança
E assim também maltratas
As horas mais ingratas
Ausente confiança
Apenas a mudança
Do nada em que retratas
Ao nada quando encontro
Em vago desencontro
Tristeza e nada mais,
Pudesse ter enfim
A luz mesmo em festim,
Somente temporais...

17

Meu mundo parecia
Além da tempestade
A vida que degrade
Negando um novo dia.
Aonde a fantasia
Aos poucos se me invade
Destrói a claridade
E mata em agonia.
Resido no que tanto
Sonhara e sei, portanto
Apenas ilusão.
O mundo em que trafego
Sem rumo em nó tão cego
Gestando a escuridão.

18

A lua no meu céu
Sem rumo e sem destino
Apenas desatino
Roubando o imenso véu,
Ausente o meu corcel
O sonho não domino
E tento e me alucino,
Estrelas num tropel
Vagando sem saber
O quanto do viver
Perdi e nada resta
Somente este vazio
E nele o desvario
Da lua vã, funesta.

19

Embalde vasculhei
As tramas do passado
E o tempo desolado
Gerando a torpe lei
E nela mergulhei
Traçando o desvairado
Caminho sempre dado
Nos ermos de outra grei.
Ausenta-se meu sonho
E quando vem, medonho,
Não deixa nada além
Do passo rumo ao nada,
A sorte destroçada
É tudo o que contém.

20

Queria te encontrar
Nos ermos do meu sonho,
Porém nada componho
Senão este vagar
Sem rumo e sem lugar,
Porquanto quis risonho
E sigo tão tristonho
Sem nunca descansar.
Depois de tantos anos
Em meio aos desenganos
Restando solitário
Quem dera se eu tivesse
A dita em grande messe.
Um canto imaginário...

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