quarta-feira, 16 de junho de 2010

37041 até 37060

1


ÊXTASE ETERNIZADO

Pelo meu corpo deslizas,
Num passeio de carícias,
Seguindo as ondas da paixão,
Que nos conduzem, sem rumo,
Ao sabor do que manda o desejo,
Qual poderosa majestade,
Que o seu poder impõe.
Dos nossos corpos dispõe,
As nossas almas invade,
Dando ao prazer o ensejo
De extrair, do âmago, o sumo...
Deixa em mim a sensação
De viver as mil delícias
Que, em êxtase, eternizas.



Nem consig_o
Interagir...
Ra_cio_cinar...
Completamente
Instiga_da
Mãos geladas, coração quente,
Quero nexo,
Troco o ‘n’ por ‘s’,
É assim que você me deixa
Desvairadamente...
Deli_ciosa_mente...
Ardente gueixa!
REGINA COSTA

Sentindo o teu perfume incomparável
A noite se transcorre em raro brilho
E quanto mais estrelas eu polvilho
Caminho com certeza imaginável
Riscando este horizonte, insuperável
Olhando embevecido eu maravilho
E tento cada passo onde palmilho
Beber deste delírio incontrolável,
Desnuda sob a lua, êxtase tanto,
Vibrando de emoção, enfim me encanto
Rendido ao mais preciso e sutil toque
A vida não permite nova luz
E ao quanto deste anseio me conduz
Ali meu coração em sonho enfoque.

2


A tarde emoldurada em raios tantos
Beleza sem igual adentra o céu,
E quando o pensamento este corcel
Vencendo os desafios e quebrantos
Sabendo dos anseios, raros cantos
Ousando imaginar além do véu
Delírio feito em gozo, pleno mel
Usando versos mansos como mantos.
Resumo a minha história nos teus laços
E mesmo após os dias em cansaços
Encontro o lenitivo em teu remanso,
E assim, sem ter uma asa, além alcanço
Singrando a maravilha do horizonte
Aonde o puro amor teima e desponte.

3



O lume não te serve como guia
A vida por si só já te ilumina
Olhando a mansidão desta menina
Eu bebo sem defesas, fantasia,
E tanto quanto quero poderia
Vencer a dor que agora nos domina
E tendo esta visão mais cristalina
Resgato dentro em mim o raro dia,
Aonde nada pude senão isto,
E sei que na verdade se persisto
Alcançarei o fim tão desejado,
Vivendo esta alegria de poder
A cada poesia conhecer
O amor deveras raro e iluminado.

4

Nem beleza incerta ou mais sombria
Pudesse dominar o sentimento
E quanto mais decerto ainda eu tento
Maior dentro de mim, viva agonia,
E sei do quanto posso em poesia
E nada se permite sem lamento,
A glória que acompanha o sofrimento
Não passa de uma vaga hipocrisia
À sombra do que tanto imaginara
Viver sem ter a paz nesta seara
É como me perder em céu mais tenso,
E quanto mais mergulho em mar vazio
Maior indecisão em mim eu crio
Embora nos teus braços, teimo e penso.

5

Porém toda a candura já desfeita
Aonde quis a luz não mais havia
Sequer a menor sombra da alegria
A sorte se desdenha mal se deita
E o risco de sonhar não mais se aceita
A morte noutra face moldaria
E sendo tão comum esta ironia
A minha noite adentro e não se aceita
Seguindo cada passo rumo ao nada,
O corte a faca a adaga, a perfurada
Entranha eviscerando o que inda pude
Tentar sobreviver após o vago
Delírio aonde um sonho torpe afago,
Matando em tom sombrio a juventude.

6



A forma delicada aonde um dia
Mostraras teus sorrisos, vã mentira
E quanto mais a vida nos retira
Felicidade além o tempo adia,
E nada do que posso ou poderia
Adentra esta verdade, cada tira
Resume uma ilusão e acerta a mira
Matando em tom precoce a fantasia,
Ordenações diversas do universo
Aonde com terror, temor eu verso
E bebo cada gota deste vão
Caminho sem saber se ainda resta
Além desta verdade em torpe aresta
Um passo em nova e clara direção.

7

Ternura que carregas; meros mitos
E nada de um instante mais tranqüilo
Enquanto no vazio enfim desfilo
Vagando pelos sonhos infinitos
E quando dias fossem mais bonitos
O canto aonde a paz tento e destilo
Do encanto tão somente um vão pupilo
Tentando imaginar além dos gritos.
Restando muito pouco ou quase nada
Do quanto poderia em nova estada
Traçar abençoada solução.
Meu verso se perdendo em rumo incerto
Meu sonho, neste instante eu já deserto
E sei destes vazios que virão.

8

No canto mais feliz pudesse crer
Na face imaginosa da emoção
E sei dos dias tantos que virão
Imersos em terror e até prazer,
Aprendo a cada engano conhecer
O quanto se perdera em louvação
Vibrando vez em quando, uma ilusão
Adentra sem perguntas o meu ser.
Expresso com meu verso mais sutil
A vida aonde o certo não se viu
Nem mesmo algum caminho que redime
Os erros costumeiros onde tento
Beijar ou mesmo até singra tal vento
Num céu ora nefasto ou mais sublime.


9

Sem medo e sem vontade de enfrentar
As várias tempestades e procelas
Enquanto noutra face me revelas
A ausência ou penitência em vão luar,
Atravessando a dor, imenso mar,
Abrindo o coração em tolas velas
Rompendo da ilusão diversas telas
Consigo pouco a pouco desvendar.
Caminhos mais profanos e diversos,
Raiando dentro em mim tais universos
Aonde me eternizo ou me desfaço,
Assim a poesia me permite
Alçando muito além de algum limite
Tentar ter nos meus olhos; cada espaço.

10


Não tendo mais sequer o sofrimento
Aonde poderia haver o lume
Ainda que deveras teime e rume
Tocado pelo sonho em manso vento,
Dos medos e prazeres me alimento
E cada vez maior sinto o perfume
Daquela que domina e me acostume
Traçando o dia a dia em tal fomento.
Não posso mais mentir, tanto eu te quero,
E quando na verdade sou sincero
Encontro a plena paz que procurava.
Minha alma se incendeia a cada instante
No amor que tanto toque e me agigante
Deixando para trás temor e lava...

11

Sentindo que tu chegas; noite clara
O amor invade e toma este momento,
Deixando para além o sofrimento
A noite se transforma e se declara
Na fonte incomparável já se ampara
Gerando da esperança o seu fomento,
E quando nos meus versos, sem tormento
A sorte se desnuda bela e rara.
Aprendo o quanto posso enfim te amar,
Sem medo de sofrer e navegar
Em meio aos temporais tão costumeiros,
E adentro o pleno cais com meus saveiros
Delírios maviosos, verdadeiros
Aonde finalmente ao atracar
Os olhos sorvem sonhos, derradeiros...

11

Andando por estrelas, carnavais
Bebendo da alegria sem limites
E quanto mais no amor tu acredites
Celebro nossas noites sensuais,
Arisco coração deseja mais
E tenta após o rumo onde palpites
Vibrando em cada passo onde permites
Vencer os mais diversos temporais.
O amor não se sonega e não se cala
A sorte quando assim adentra a sala
Tomando toda a cada num instante
Gerando do vazio a imensidão,
Meu passo encontra em ti a direção
Aonde sem temores se agigante.

12

Não negue a vida, amiga, se ela vem
E nada impedirá o farto brilho
Aonde o coração velho andarilho
Outrora com terror, pena e desdém
Agora no infinito segue além
Enquanto com ternura já polvilho
Fugindo do estopim, morto o gatilho,
O corte se existindo não contém
A mera fantasia da existência
E tanto poderia em providência
Saber das tempestades e bonanças
E assim ao caminhares sem temores,
Vivendo a plenitude dos amores
Decerto o Paraíso logo alcanças.

13

Por mais que tu renegues nosso amor,
Não vejo solução, tu foste minha.
A sorte se deveras não se aninha
E muda este cenário noutra cor,
Não mata na memória a viva flor
Nem mesmo noutro rumo já se alinha,
O tanto que te quero e sempre vinha
Beber a redenção neste louvor,
Agora mais distantes me renegas,
As horas do passado, foram cegas?
Não posso acreditar neste final
Apenas por saber do que já fomos,
Os rumos divergindo noutros gomos,
Resiste dentre em mim teu gosto em sal.

14

Além do que pudesse acreditar
Nas tantas heresias e promessas
Aonde na verdade tu tropeças
Vagando sem destino, num luar,
O medo a cada dia a nos tomar,
E nele se percebes endereças
Os passos bem distantes e confessas
O quanto deste encanto diz amar.
Mas quando me percebo em ruga e dor,
Ainda sendo um tolo sonhador,
Não tendo soluções espero o fim,
A boca escancarada dita a morte,
E nada mais nem sonho me conforte,
O tempo se aproxima, até que enfim...

15

Trazendo liberdade
A quem se quis além
O verso não contém
Senão iniqüidade
No todo que me invade
Bebendo algum desdém
E nele vivo aquém
Do quanto se degrade
O risco de sonhar
A morte a navegar
Por mares costumeiros
E sinto que me entranha
A fúria em noite estranha
Gerada em espinheiros.

16

Desfraldam-se dezenas
De velas no meu mar
Pudesse navegar
Em noites mais amenas
E quando mais serenas
Encontro o que buscar
De tanto navegar
As horas morrem plenas
Resisto o mais que possa
E quando entranho a fossa
Crateras abismais,
Meu verso se transtorna
O barco já se entorna
Naufrágios, temporais...

17

Abertos encimando
Diversas cordilheiras
Os sonhos onde esgueiras
E teimas num ar brando
Vencendo o velho bando
Além destas bandeiras
Imagens corriqueiras
Do tempo se moldando,
Não posso e nem permito
Enquanto bebo o grito
Saber dos dissabores,
Resumo do que tanto
Tentara e agora espanto
Moldando novas cores.

18

Seus vôos, maviosos,
Em dias magistrais
E neles vendavais
Ou tempos tenebrosos
Caminhos tortuosos
Noutros mananciais
Espero muito mais
Do quanto em pedregosos
Mergulhos rumo ao nada
A sorte alvoroçada
A perdição do sonho,
Minha alma se extermina
E seca a velha mina
Aonde eu decomponho.

19

Embaixo, as dores lembram
Os ritos mais sombrios
Vencendo os desafios
Apenas me relembram
Dos tantos que já tive
Em meio aos vendavais
E tento muito mais
Do quanto não retive,
Aprendo com a dor
E tento me tramar
Na fúria deste mar
E nele sem ardor,
Mergulharia enfim,
Levando o que há de mim.

20

Triste povo, sofrendo
O medo da chibata
No quanto me arrebata
O ardor mais estupendo
Não tendo ou não desvendo
A dor onde maltrata
O laço se desata
E gera outro terror,
Vestindo a hipocrisia
Até que eu poderia
Vencer os meus temores,
Mas nada me restara
Senão a velha escara
Exposta em torpes dores.

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