quinta-feira, 17 de junho de 2010

37201 até 37220

1

Preciso refazer
Meu mundo após o caos
E tento novas naus
Aonde pude crer
Na angústia do querer
Deixando tais degraus
Em olhos turvos, maus
E tanto desprazer,
Mas quando em ti amiga
Minha alma já se abriga
Encontro a solução
Deixando para trás
A dor que tanto faz
Tão mal ao coração.

2


A dor desta saudade
Deixando sua marca
O tempo tudo abarca
Gera infelicidade,
No quanto já degrade
A sorte sendo parca,
Ao longe segue a barca
E nela a realidade,
Mas quando em ti querida
Percebo nova vida,
Uma amizade imensa,
Errático caminho
Outrora tão daninho,
Agora já compensa.


3


Não deixe-se acabar
A luz que agora invade
E torna esta amizade
Mais forte, é bom lutar
E crer que sem cansar
Por mais que de degrade
O tempo na verdade
Encontra o seu lugar.
Amigo, vejo além
O quanto já contém
O olhar de quem se dá,
Vivendo sem cobranças
E quando a sorte alcanças
A sinto desde já.

4

Rebenta tais grilhões
Atados com firmeza
Vencendo a correnteza
Diversas direções,
Sabendo dos verões
E neles com beleza
Usando da destreza
Sublimes tais visões
Na força que nos une,
Das dores vou imune
Seguindo a cada passo,
Esta amizade aonde
A vida já responde
À morte que ora traço.

5

Biparti meus desejos
A partir do já saber
Do quando posso crer
Em dias mais sobejos,
Não mais meros lampejos
E sim farto prazer
E nele sinto ver
Eternos azulejos,
Nesta amizade então
Encontro a solução
E busco a rara fonte
Aonde na verdade
Vencendo a tempestade
O sol de novo aponte.

6

Amores não permitem
A quem procura tanto
Por vezes, desencanto
Ou dias que se omitem,
E quando já palpitem
Versando sobre o quanto
Vibrara além do pranto
E nisto se acreditem
Olhando para a frente
Uma amizade sente
O sol sempre a brilhar,
Meu passo destemido,
Ao teu sabendo unido
Ninguém irá parar.

7

De lágrimas ferozes
A vida se fazendo
E quando já contendo
Além de minha, as vozes
Distantes dos algozes,
Percebo e ora desvendo
Bem mais do que estou vendo
Em ares mais velozes,
O passo que ora dou
Buscando o quanto sou
Nas ânsias deste laço,
Por isto meu amigo
É bom estar contigo,
Seguindo passo a passo.

8

Os lanhos deste açoite
O corte se aprofunda
E tanto quanto imunda
A mão percorre a noite,
Ainda que se acoite
A força onde se inunda
E gera a moribunda
Verdade em tal pernoite,
Ao ter um braço amigo,
Vencer qualquer perigo
Constante ou mesmo vão
Permite outra verdade,
Na força da amizade,
Enfim a solução.

9

Perdão, filha do sonho,
Eu tanto poderia
Traçar em fantasia
Caminho mais risonho,
Mas quando eu te proponho
Um mundo em agonia,
Ou mesmo a noite fria,
Num ar quase enfadonho,
Não falo de mentiras
Nem mesmo se retiras
Proveito deste fato,
Só sei que sendo amigo,
Enquanto assim prossigo
A vida eu te retrato.


10


Aguardo ansiosamente
O tempo de voar
E sei que navegar
Por corpo ou alma e mente
É tudo o que pressente
Quem cismando a vagar
Encontra no luar,
E nele se apresente.
O tanto quanto pude
Sorver da juventude
E nada mais teria
Marcando deixa um rastro,
Sendo a amizade um lastro,
Enfrento a ventania.

11


Truão, vero canalha,
O mundo não se cala
E quando adentro a sala
Ao ver torpe batalha
Na fúria que se espalha,
A vida se avassala
E nada mais embala
Apenas tal mortalha.
Eu quis acreditar
Na luz deste luar
E nela me entregando
Vivendo plenamente
Amigo, a gente sente
Um tempo calmo e brando.


12

Punhais que aprofundei
Nos medos e temores,
Sentindo além as flores
Ausência em minha grei,
Agora que entranhei
Na vida seus horrores,
E tento sem pudores
Vencer o torpe rei,
Encontro finalmente
Na luz que se apresente
A força incomparável
E sei meu caro amigo,
Que em ti encontro abrigo
No tempo deplorável.


13


Falar de traição
É como ter no olhar
Distante um vão luar
Diversa direção,
Vagando sempre em não
Apenas mergulhar
Aonde sem o mar
Encontro o meu porão.
No quanto solitário
Quisera solidário
Quem tanto me esqueceu,
Amiga o meu caminho
Entregue e tão mesquinho
Há tempos já foi teu.


14

É como disparar
O canto sem sentido,
Bebendo deste olvido
Não pude caminhar
Distante do luar,
O corte presumido,
O gozo consumido
Estrada a se vagar.
Amizade tecendo
Um novo em dividendo
Gestando com ternura
A sorte mais audaz,
E nela a vida traz
O quanto se procura.


15

Matando todo amor
Que um dia bem pudesse
Trazer sorriso e messe
Distante do temor,
Cevando a sorte em flor,
E nela se obedece
O quanto já padece
A vida em tal furor.
Amiga, me permita
A vida mais bonita
Ao menos no meu sonho.
Do todo em que persisto
Pudesse ver só nisto
O mundo mais risonho.

16

Quem dera não houvesse
Num tempo tão cruel
O olhar temível fel
De quem jamais esquece
E ronda o dia a dia
Vestindo esta ilusão
Enquanto não verão
Meus olhos, fantasia.
Pudesse ser feliz
Ainda por momentos,
Mas tantos sofrimentos,
A vida não mais quis,
No quanto és minha amiga
A luta em paz prossiga.


17

A dor nunca seria
Somente um empecilho
E quando além eu trilho
Medonha fantasia.
O mundo em alegria?
Jamais, ausente o brilho,
A cada não me humilho
Gerando esta agonia.
O passo desolado,
O olhar já tão cansado,
Sequer um ombro amigo,
Mas mesmo desta forma,
A vida não transforma
E sonhador, prossigo.

18

Imploro teu perdão
E nada mais, somente
O canto que apresente
A luz em direção
Ausente servidão,
Dos sonhos a semente,
Não quero ter em mente
Senão a sensação
De um dia em amizade
Que tanto nos agrade
E mostre ser inteiro
Cenário aonde eu fiz
Num sonho mais feliz,
Rosal, raro canteiro.

19

Amor se prometendo
Além do que pudera
Gerando enfim a fera
E nela me envolvendo,
O dia se perdendo
A morte sem espera
Ausente primavera,
O todo sem adendo.
Mortalha nada mais,
Aonde quis cristais
Pura melancolia,
No canto da amizade
Quem sabe rompa a grade
E veja um novo dia?


20


Em busca de teus olhos,
Erráticos cometas
Além do que prometas
Encontro tais abrolhos,
Vencido pelo medo
Sem nada por fazer,
Apenas reviver
O dia amargo e ledo.
Mas quando aqui te vejo
Amiga, com certeza
A vida em tal beleza
Num ar raro e sobejo
Espalha esta ventura
Que tanto se procura...

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