sábado, 19 de junho de 2010

37581 até 37600

1

Um resto deste brilho
O corte mais profundo
E quanto já me inundo
Do medo em estribilho
O nada onde palmilho
O tempo em novo mundo
O passo vagabundo
O tempo em que me humilho.
Vagando sem destino
Ausente ancoradouro
O amor, raro tesouro
Aonde me fascino
E bebo deste tanto
E nele me agiganto.

2

Nos raios, um incrível
Caminho a se seguir
Buscando o que há de vir
Ou mesmo mais falível
O passo em outro nível
O quanto te seguir
Ou tanto a repartir
O mundo mais plausível
No quanto não resulto
A vida gera o insulto
Insumos mais complexos
Procuro a claridade
E quanto mais degrade
Olhares tão perplexos.

3

Raios solares, vida
Após a tempestade
Ou nada em claridade
A sorte não cumprida
A morte percebida
No tanto que me invade
Irrompe pela grade
E trama outra saída,
Vencer o meu temor
E quanto mais me opor
Ainda posso ver
Desenho do vazio
E nele não desfio
Sequer o amanhecer.

4

Nos brilhos ardorosos,
O olhar além do cais
E tento muito mais
Em dias andrajosos,
Caminhos pedregosos
Ou venço e sei jamais
Em velhos desiguais
Momentos dolorosos,
Restando muito ou tanto
E quando desencanto
Ardente madrugada,
Pudesse ser assim
O mundo chega ao fim
Reflete o mesmo nada.

5


Pois todos os caminhos
Repetem mesma história
E quando sem memória
Bebera dos daninhos
Cevando descaminhos
E neles sem vitória
Revivo e sou escória
Ou bebo destes vinhos,
Acrescentando ao nada
A sorte desvendada
A morte precavida,
Resumo de um passado
Aonde este legado
Traduz outra saída.

6

E violentamente
Anseio a despedida
Ou sigo a minha vida
Enquanto o tempo mente
E tento novamente
A paz sendo cumprida
E nela não duvida
Quem tanto diz semente
O porto noutro cais
Os dias desiguais
Os riscos mais atrozes
E nada pude ver
Senão tal desprazer
Em velhas duras fozes.

7


Ardendo com possante
Olhar sem horizonte
E quanto mais aponte
Ao nada delirante
Ouvindo o que garante
A queda, o medo a fonte
E ainda mais desponte
Senão num novo instante
O corte, o peso o nada
A sorte já sangrada
O manto noutra face,
O peso que inda tome
No pouco onde se dome
Nem mesmo quando passe.

8

Penetra cada canto
Da casa aonde um dia
Em atos de ironia
Perdera algum encanto
Pudesse ter o manto
E nele a sintonia
Ao menos saberia
Vencer cada quebranto
Restando no vazio
O corte propicio
E tento outra jornada,
Depois de tanto tempo
Ao menos contratempo
Resposta anunciada.

9


Eflúvios de beleza
Eclético caminho
Aonde não me aninho
Nem mesmo sendo a presa
Quem dera se incerteza
Tomasse em novo ninho
O quanto desalinho
Ou vibro sobre a mesa.
Acordo o quanto pude
Ausente juventude
Delego o passo a quem
Já sabe do meu ermo
E nego a cada termo
Se nada me contém.

10


Minha vida, seus brilhos,
Jogados neste quarto
Do sonho já me aparto
E sigo em empecilhos
Mergulho em andarilhos
Caminhos e descarto
A sorte estando farto
Dos velhos torpes trilhos
Restando dentro em mim
O tanto aonde vim
E nada me trouxera,
Arcando com enganos
Os passos, medos, planos
A vida é uma quimera.

11

Procuro por teu raio
E tento deslumbrar
Além deste vibrar
O quanto não me traio
E mesmo quando caio
Vagando a relembrar
Tentando vislumbrar,
Porém sigo lacaio.
Ousando a prece quando
O porte transbordando
A bordo do vazio
Entoa esta verdade
E nela a realidade
Aos poucos não recrio.

12

Neste fototropismo
Procuro o teu olhar
E quando a divagar
Percebo o cataclismo
Se eu tento e nada abismo
Ou tanto pude amar
Resumo noutro mar
Amargo e tolo sismo.
Escracho vagabundo
Um pária segue e inundo
Com versos ermos meus,
E sei dos velhos ritos
Tentando mais aflitos
Os passos entre os breus.

13


Agitando, potente,
O parto sonegado
Olhando e sendo gado
Ainda quando tente
Vencer o penitente
Ou mesmo degradado
Mergulho no passado
E ainda o bebo e invente.
Rescaldos de minha alma
E neles nada acalma
Apenas não sacia.
Erguendo o farto prédio
Bebendo sem remédio
A tola fantasia.

14

Trazendo aos meus sonhares
Anseios mais diversos
E quanto em tolos versos
Bebera outros luares,
Adentro riscos, mares
E tento sem perversos
Olhares vãos e imersos
Por onde tu passares.
Arisco arrisco um pulo,
E tento enquanto engulo
O mundo sem fascínio,
Perdera a muito ou não
Meu barco sem timão
Fugindo do domínio.

15

Ó deus destes delírios
Cantares entre lodos
E gero os meus engodos
E neles os martírios
Resumem outros círios
Enquanto quero todos
Percebo olhares, rodos
Matando rosas, lírios.
Eclético cantor
O pasmo e louco amor
Orgasmos, ermos, sismo.
Cevando muito além
Do nada que contém
Ainda teimo e cismo.

16

Já busca por seus raios
Olhando para a queda
Aonde não se veda
Nem gera mais desmaios,
Os dias velhos, baios
O corte se envereda
E tento outra moeda
Abris invadem maios
E gero em pleno outono
A minha tempestade
E tanto quanto agrade
Ou tanto te abandono,
As flores; são de plástico
O amor medonho e drástico.

17

Nas horas complicadas
As armas empunhara
E tanto fora escara
Ou vivo tais estadas
Nefastas são negadas
Hedônica seara
E nada mais ampara
Nem vozes desoladas,
Abrindo o velho peito
Enquanto não me deito
Resumo outro fantoche
E tanto pude além
Do fato que contém
Temor, amor, deboche.

18

Comparsa e companheira
Aglutinando espasmos
E tento sem sarcasmos
Descer velha ladeira
Pudesse ser inteira
E nela sem os pasmos
Delírios em orgasmos
Ou mera traiçoeira
E se inda vou convulso
Seguindo o mesmo impulso
Avulso sonhador,
Erguera esta muralha
Aonde já se espalha
O medo, o caos e a dor.

19

Navegas por meus mares
E teimas muito além
Do parto que não vem
E nem mesmo o buscares,
Espreito tais luares
E sigo muito aquém
Do amor, velho desdém
E nele os teus altares
Profana caminhada
Aonde consagrada
A paz que nunca veio,
Seguindo em harmonia
Ou mesmo não traria
O olhar perdido e alheio.

20

Minha alma se emparelha
E segue passo a passo
Aonde noutro traço
Do nada e assemelha,
Assim segue vermelha
A lua que ora traço
Vencido por cansaço
O corte me ajoelha,
Centelha do passado
Ainda vislumbrado
Atrás na rara fresta
Aonde tudo eu posso
Ou nada sendo nosso,
Nem mesmo o pouco resta.

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