terça-feira, 6 de julho de 2010

40101 ATÉ 40200

001


(She is Carioca)

Amando em Copa...

Vem...
Sou teu abrigo,
Esconderijo,
Proteção,
Alimento,
Alívio,
Vem...
Sem demora,
Apaixonadamente,
Demoradamente,
Vem...
Andar de mãos dadas,
Apreciar o mar,
Extasiar com o pôr-do-sol,
Em Copacabana namorar,
Vem...
Regina Costa

No Baixo, em Ipanema ou Botafogo
As noites sob as luas cariocas,
Tu chegas mansamente e me provocas
O coração deveras pega fogo,
Em Copa, São Conrado, o mesmo jogo
E nele entre os delírios me deslocas
E doces harmonias; logo entocas
Sem medo, sem pudor, sem pressa ou rogo.
Assim as nossas noites bar em bar
Até beber na praia do solar
Desenho feito em ondas tropicais
Delícia usufruída a cada instante
Aonde tanto amor mais provocante
Decerto desejando muito mais.




002

Ana Maria Gazzaneo

Te amo e assim vivi em longa espera
Sonhando nos teus braços me aninhar
Chegado o fim da dor no amor que impera
Contigo em realidade o meu sonhar.

Aos beijos te recebo doce amante
Te aperto ao peito nú perco a razão
Me toma essa alegria alucinante
Não penso e não adio esta paixão.


Saber te ti, teu gosto o teu desenho
Minúcias sobre ti, em mim resenho
Delícia que me atém em gran prazer

Mergulho em ti é tanto o meu querer
Que nunca me concebo saciada
Por ti sempre me pego extasiada.

ANA MARIA GAZZANEO

Amar em tantas formas, plenamente
Vencer as latitudes, longitudes
Enquanto com ternura me transmudes
Gerando em mim o gozo onde contente
Uma alma se mostra transparente
Viceja dentro em nós as juventudes
Vencemos as cruéis vicissitudes
Nesta ânsia que decerto amor invente.
Extasiados corpos nus sedentos
Entregue aos mais completos sentimentos,
Fazendo do dossel sobejo altar,
Sacio meu anseio em teus caminhos
E após os dias turvos e mesquinhos
Encontro um porto em paz onde ancorar.

3

Pode reconhecer momentos de intenso ardor;
Permito-me viver o prazer porque sei
O quanto a vida pode ser breve,
O ser humano hipócrita,
O amor transformador!
REGINA COSTA

Amor nos transformando e já domina
Decerto este cenário em gozo e festa
Enquanto uma loucura doma e gesta
Encontro no teu corpo a rara mina
Aonde toda a glória determina
Ao penetrar suave cada fresta,
Insaciável senda nos atesta
Ao quanto sem perguntas se destina,
O rito magistral em plenitude
Nem mais a solidão agora mude
O rumo feito em par, sem paralelo,
Seguimos em conjunto, pois unidos,
E neste caminhar, nossos sentidos
Um amplo e sensual mundo eu revelo.




4

Navegar em ti é ter
Liberdade em estar,
Em ser, sem medo,
Sem falsos pudores,
Poder
Tudo e muito mais
Que o desejo e o prazer ditar,
Se entregar,
Amar,
Extasiar,
Eis-me aqui, sou tua,
Corpo e alma,
Nua...

REGINA COSTA

Deitando sobre ti meu corpo vence
Os medos e os pudores mais atrozes,
E quando em mesmo gozo, nossas fozes,
O tempo em tais prazeres se convence,
Estando junto a ti no quanto pense
Os ritos mais felizes, mais ferozes,
Ouvindo do sentido, suas vozes,
Beleza sem igual onde compense
Antigo pesadelo, solidão,
E agora novos tempos moldarão
Além de simples noite, muito além.
Sentir tua nudez e extasiada
A deusa nesta noite enluarada
Mais brilho que algum sol, eu sei, contém.



5

Recebo do teu corpo esta promessa
De um tempo mais feliz e nele inundo
O coração que um dia, vagabundo
Agora noutra senda se confessa
E toda a nossa história recomeça
Vagando por um templo, nosso mundo
E quanto mais em ti eu me aprofundo,
O gozo em plenitude jamais cessa.
Refaço a cada instante esta viagem
Decoro com certeza tal paisagem
E bebo e me sacio deste gozo,
Delírio sem igual; em ti conheço,
Sabendo já de cor este endereço
Num tempo magistral, delicioso.

6

Murmúrios nesta noite em solidão,
Trazendo uma lembrança viva ainda
E nela tal nudez à sorte brinda
Tramando novo rito e solução,
Dos tantos que deveras me trarão
Os sonhos onde a sorte se deslinda,
Vivendo esta presença rara e linda
Do amor imerso agora em tal clarão.
Não posso perguntar mais se em verdade
Além do que deveras já me invade
O amor não trama além da imensa glória
Moldando com ternura novo dia
E nele o sol decerto tornaria
Fantástica e luzente nossa história.

7

Misteriosamente a vida traz agora
O gosto desta boca mais audaz
E nela todo o gozo satisfaz
Enquanto o meu passado ainda aflora
E tendo esta certeza que devora
Aonde um dia fora mais tenaz,
A plenitude em nós decerto jaz
Reinando sem temor e sem ter hora.
O corpo extasiado presumindo
Um dia mais suave e sei tão lindo,
Vencendo os meus terrores do passado,
Dessedentando o gozo em consonância
O todo se mostrando em abundância
Num templo eternamente em nós gerado.

8

Espiritualizando a noite em fúria
As ânsias mais atrozes não se vêm
E quando da esperança fora aquém
Apenas meu caminho em tal penúria.
Mas vendo esta presença onde redimo
Traçando o mais sobejo desejar
E nesta maravilha ao procurar
Vencer qualquer estrada feita em limo,
O manto mais sagrado diz amor
E nele se ergue um céu imenso e claro,
Assim ao me entregar a ti declaro
Momento sem igual, raro frescor,
Da vida incontestável e sobeja
Aonde toda a glória; nossa seja.

9

Sentido mesmo vago; dita a norma
E trama com ternura ou mesmo dor,
O quanto deste tanto dissabor
Agora em claridade nos transforma,
E gera com delírio a nova forma
Tramando este canteiro e traz na flor
Realidade imensa num albor
De toda a plenitude sempre informa,
E quando fora outrora mais disforme
O coração deveras hoje dorme
Nos braços de quem tanto desejara,
A lua se inebria ao ver nudez
De quem além de tudo já se fez
Reinando sobre toda esta seara.

10

Ruídos tão diversos, bons gemidos,
Sussurros e delitos noite adentro,
E quando no teu corpo me concentro
Desenho em ti vários sentidos,
Resumo destes tantos percorridos
Caminhos onde o gozo vira o centro,
E a cada novo instante circuncentro
Vagando por teus ermos presumidos.
Especialmente em ti encontro o rumo
E quando aos mais diversos tantos, sumo
Delicioso eu bebo em gole farto,
Do todo apresentado neste instante
O rito magistral e doravante
Decerto deste intento não me aparto.

011

Companheiro de Sonho

Sabe querido, sonhar contigo
Tem sido o néctar dos meus dias,
Tua doçura e genialidade
Tem me feito a gaivota
Mais feliz e aguçada,
Àquela que almeja vôos mais altos,
Novas descobertas,
Perder de vista o horizonte...
Um prazer tê-lo como
Companheiro de Sonho
Riscando o céu em cores,
Rabiscando poesias,
Pitando relevos,
Aquecendo a atmosfera,
...Amor de muitas eras...

REGINA COSTA


Sonhar com cada sonho que tiveres
Vagando por teu corpo em lua imensa,
No quanto te desejo e sempre vença
A festa entre diversos, mil talheres
Por onde e da maneira se vieres
O todo na verdade diz da intensa
Loucura aonde o gozo nos convença
Sabendo desde já como tu queres.
Amor ultrapassando algum limite
E nele sem defesas se permite
O tanto quanto quero e nos aplaque
Corsário delirar a cada saque
Persiste e nos domina inteiramente,
Anunciando a glória onde redime
Tramando um magistral dia sublime
E nele cada passo se apresente.



12

Momentos maviosos onde a vida
Transcorre em plenitude e nada traz
Senão este delírio aonde audaz
A sorte se mostrando decidida
Penetra cada fonte e sem saída
O passo se mostrara mais capaz
E toda a realidade satisfaz
O quanto outrora fora distraída
Audaciosamente eu bebo e sigo
Na fonte deslumbrante e sei contigo
Risonha festa feita em luz e glória
Meu corpo ao penetrar teu porto sente
O amante caminhar e mais contente
Mudando com ternura a minha história.

13

Não tendo o desespero de quem tenta
Vencer o duro tédio em solidão,
Meu mundo encontra em ti a direção
E sabe desta ausência mais sangrenta
A noite mais atroz não se apresenta
No olhar de quem desvenda a solução
E quanto mais audazes mostrarão
Os passos tanta vida me apascenta.
Amar e ter contigo esta certeza
Na qual a sorte expondo sem surpresa
A delicada forma de sentir,
O todo transbordando a cada instante
O mundo noutra face se agigante
Dourando em emoção nosso porvir.

14

Dizendo ao infinito deste intento
Gerado pela essência mais profana
Do quanto em emoção a vida dana
E bebe a cada instante o sentimento
E nele novo dia eu teimo e invento
Enquanto a realidade não engana
E sabe muito bem da soberana
Vontade aonde toca o pensamento,
Singrar a noite inteira e ter no cais
Momento sem igual em magistrais
Delícias desvendadas sem pudores,
Edênico caminho em tez hedônica
A noite se transcorre em forma harmônica
Seguindo cada passo aonde fores.

15

Dilui-se no teu corpo o meu prazer
Em êxtases sublimes noite afora,
O quanto do meu mundo em ti devora
A fúria delicada de um querer,
Sentindo esta vontade a se tecer
E nela toda a sorte revigora
Gerando o que o desejo desarvora
E bebe e se sacia até saber
Do quanto é mais capaz o amor no fato
Do todo ou mesmo tanto onde retrato
Sabor sublime em festa delicado,
E gesta sem limites gozo e luz,
No quanto esta loucura nos produz,
Momento com certeza saciado.

16

Seguindo-te em sublime fantasia
Por entre galerias mais sobejas
E sinto tanto quanto me desejas
O farto caminhar onde se via
A sorte desenhada em alegria
E nela com certeza sempre estejas
Dominas os meus dias e lampejas
Aonde a maravilha me irradia,
Pudesse ser assim a vida inteira
E cada noite sendo a mensageira
Do todo abençoando em plenitude,
Porém o amor deveras tanto engana,
E a deusa tantas vezes mais profana
Em face mais cruel, domina e ilude.



17

Deliciosamente nua a vejo agora,
Deitando em minha cama néctar, mel,
E quando o mundo fora mais cruel
Tua beleza rara já decora
Em prazerosa lua desarvora
O passo e num instante chego ao céu
Alçando o Paraíso em carrossel
Galgando esta beleza sem ter hora,
Senhora dos meus sonhos, deusa bela,
O todo neste instante se revela
Traduz em gozo imenso esta loucura,
E nela se sacia esta vontade
O quanto se traduz felicidade
Satisfazendo em nós farta procura.

18

Desenhos tatuados nesta tez,
Maravilhosas sendas descobertas
As portas num momento estão abertas
Tomando o que me resta em sensatez,
E assim o nosso amor além se fez
Por onde com loucura tanto alertas
E sabes muito bem e não desertas
O rumo aonde o gozo logo vês.
Tratados sem fronteiras, ermos, vagos,
E bebo enquanto sigo mansos lagos
Gerados pelo anseio mais voraz,
No tanto insaciável que se dera
A vida molda em nós a primavera
Inundação mais tépida nos traz.

19

Restando do passado uma incerteza
Depois de tanto amor e medo, eu creio
Que a vida poderia em devaneio,
Quem sabe preparar uma surpresa.
Vencer este temor, e ser a presa
De um sonho delicado onde rodeio
E bebo a fantasia e sem receio
A festa sobre a cama e sobre a mesa.
Resumos de vontades que encobertas
Após as tempestades tu despertas
E geras em furores novos rios,
E assim ao misturar nossos desejos,
Momentos mais sublimes; não lampejos,
Eternos e fantásticos rocios.

20

Não pude permitir qualquer idéia
Que tanto mostraria outro cenário
O amor além de tudo é necessário
E gera com certeza a panacéia,
E o vento muitas vezes poderia
Traçar outro caminho, mas agora
O quanto deste encanto nos decora,
Gestando com ternura um novo dia,
Abençoada fera que me entranha
E sorve cada gota do meu ser,
Figura delicada em que o prazer
Demonstra e nos desenha a rara sanha
E sendo assim etéreo, mas real,
O amor em si é nobre e sensual.

21

À beira de um caminho; solidão
Depois de tanta busca pela vida
A dita noutra face decidida
Matando em duro inverno este verão,
A sorte se transforma em estação
Porquanto a minha história já perdida
Não deixa que se veja outra saída.
Quem dera ainda haver transformação...
Porém no mais completo e turvo breu
A lua surge rara no apogeu
E dominando assim este cenário,
Transcende em novo amor à dor de outrora
E a prata neste instante me decora
Num mundo muito além do imaginário...



22

Sofrer a pavorosa noite vaga
Na busca insaciável por alguém
E quando a realidade nada tem
A fantasia aos poucos já naufraga,
Uma presença amiga, amante afaga
E gera outro caminho e nele vem
O brilho insofismável e em tal bem
A vida se refaz, agora é maga.
Beber da fonte clara e luminosa
Deixando para trás a pedregosa
E turva caminhada no vazio,
A lua se desnuda sobre nós
O amor gerando agora a rara foz
E nela desemboca este rocio.

23

A vida em privilégios mais sutis
Permite a quem se torna enamorado
Um dia com certeza abençoado
Aonde se desvenda o que eu mais quis,
E agora finalmente eu sou feliz,
Vivendo esta certeza em raro prado,
O beijo em teu carinho saciado,
O gesto mais audaz onde refiz
A minha antiga vida em dor e pranto,
E quando extasiado, agora eu canto,
Anunciando em mim esta mudança
O passo rumo ao farto se transforma,
E o beijo delicado toma a forma
Sublime à qual a glória ora me lança.

24

Abandonando o pranto agora eu sigo
Os rastros desenhados na paixão
E sei que novos tempos mostrarão
Além do que eu vivera já contigo,
Desdenho do passado? Não consigo,
Apenas uma frágil emoção
Perdida noutros dias, divisão
De um velho caminhar, dorido e antigo.
Aprendo com meus erros, mas agora
Somente a tua luz em mim se aflora
Tramando esta diversa magnitude
Estrela sem igual guiando o passo,
Tomando todo o espaço aonde eu traço
O mundo neste tanto que se mude.

25

Não deixe que este sol perca seu rumo,
Nem mesmo te invadir a solitária
Loucura aonde a vida esta corsária
Não deixa que se encontre calmo prumo,
E quando nos teus braços me acostumo
Sabendo desta sorte necessária
A vida não seria temerária,
E o gozo sem igual, ora consumo,
Ascendo aos montes, vejo belos vales,
E quanto mais anseio tu me exales,
Eu tento descobrir caminho em ti
Por onde eu já desvende este mistério,
Do gozo sem temor e sem critério
E nele ao te encontrar eu me perdi.

26


hoje me peguei pensando em vc
fiquei surpresa pela força
que vem com pensamento
coisa das almas que ficam sem acalento
uma invasão de sentimentos

SHIRLEY NAZARETH

Tocado pelo imenso sentimento
Aonde se floresce este canteiro
Cenário aonde amor é mensageiro
Do quanto mais desejo e me incremento
Vestindo esta ilusão, meu pensamento
Agora num momento é teu inteiro
E gesta com ternura o derradeiro
Cantar em noite mansa, calmo vento.
Atento aos mais sensíveis sonhos venho
Vislumbro em teu olhar claro desenho
Da vida em tantos brilhos, lua plena
E assim nesta invasão agora eu vejo,
O amor que mais anseio num desejo
Aonde a vida toma e nos serena.


27

Ardente a vida toma cada passo
De quem se fez além do mero brilho
E quando atrás do sonho em paz palmilho
Um rumo tão sublime agora eu traço
Servindo tão somente estando laço
Perdendo o meu caminho em empecilho
Aprendo a desenhar e se polvilho
Um tempo em paz desejo e sem cansaço
Levando para além o pensamento
Adentro o que pudesse e mesmo tento
Desenho o teu olhar neste horizonte,
Espero e sou sincero em nova luz
Um mundo aonde o todo reproduz
Servindo para nós qual fosse ponte.

28

Aprendo vez em quando a crer que a vida
Anseia mais que um brilho tão somente
Assim ao me entregar não mais contente
Acordo para a sorte dividida
Ao menos encontrando uma saída
A luz ao demonstrar farta corrente
Açoda este horizonte aonde eu tente
Amar sem que ninguém o sonho agrida.
Às vezes fui feliz e não sabia
Agora ao perceber o claro dia
Alegro-me em viver a plenitude
Aprendo a cada passo o que convém
Ainda que se tanto quis meu bem
Acordo e sei do quanto nunca pude.

29

Bebendo cada gota do desejo
Brindando nossa sorte com a luz
Beijando toda a cena aonde eu pus
Beleza sem igual, raro lampejo
Buscara no passado, noutro ensejo
Brincando com o tempo, faço jus
Bisonha tempestade, morta a cruz,
Brasões de outros cenários; nada levo
Bastando para mim o amor longevo
Benéfico delírio aonde encontro
Benesses sem igual, amor me traz
Beirando ao caminhar bem mais audaz,
Bradando contra o medo e o desencontro.

30

Cerzindo em esperanças céu imenso
Cavalgo sobre estrelas, tento olhar
Crivando com ternura o cavalgar
Cavando com meu passo o que ora penso
Cenário mais sublime e me convenço
Carpira no passado, a demonstrar
Cortante madrugada a nos tomar
Cinzel agora traça um mundo intenso,
Cadenciando o passo rumo a ti
Cravejo com brandura o que senti
Cristalizando o dia aonde tanto
Cevara com furor o que garanto
Cobrindo com tal véu, bela mulher,
Concerne todo o bem que ela quiser.

31

Eu tenho um sonho vivo
Aonde sei que posso
Viver além do nosso
Caminho onde cultivo
E mesmo sobrevivo
Enquanto era destroço
Do sonho se eu me aposso
Do amor, mero cativo,
Restando dentro em mim
O sonho não tem fim
E gera outro momento
E nele eu posso ver
À sombra do querer
O que em paz incremento.

32


De ser feliz decerto
Jamais me cansaria
E vejo esta alegria
De ter sempre por perto
O amor que em ti desperto
E tanto bem queria
Além da fantasia
Gerando um rumo certo,
Vestindo outra certeza
A sorte sobre a mesa
Jogada em claros dados,
Os mansos caminhares
Por onde desenhares
Deveras nossos fados.


33

A noite dentro em mim
Jamais seria aquela
Aonde se revela
A falta de jardim,
O amor ditando assim
O tempo onde se atrela
O barco solta a vela
E segue até o fim.
Apenas vejo o brilho
Do amor por onde trilho
E sigo sem cansaço
Vestindo a fantasia
E nela se teria
O mundo em raro traço.

34

Somente quando encontro
Caminho aonde pude
Vestir a juventude
Sem ter o desencontro,
Amor quando demais
Transcende à própria vida
Ausente despedida
Não sabe qualquer cais,
Resulto deste fato
E sinto a rara messe
Do quanto já se tece
E nisto me retrato
Vencendo o destemor
Vivendo o raro amor.

35

Do amor que nunca veio
Sequer notícias tinha,
O quanto foste minha
E digo sem receio
A vida se avizinha
E sigo em devaneio
Buscando qualquer meio
E nisto eu me detinha,
Vestígios do passado,
O tempo desolado
A fonte do prazer,
Pudesse adivinhar
Aonde em que lugar
O amor irei saber.

36

Carinhos se procuram
Depois de tantos anos
E neles desenganos
Deveras me torturam
As horas de abandono
O tempo mais cruel
Vagando em turvo véu
Do nada não me abono,
Mas quando vejo em ti
O tanto que quisera
Vicejo em primavera
E o sonho presumi
Num verso e num alento
Tomando o pensamento.

37

No sonho te percebo
E sei do quanto quero
O toque mais sincero
Assim eu já concebo
O mundo onde recebo
Aonde fora fero
Agora o que venero
Em ti eu sei e bebo,
Pudesse sempre assim,
Amor jamais enfim
Trouxesse algum temor,
Seria bem melhor,
Viria até de cor
As ânsias deste amor.

38

Que mesmo quando acordo
Às vezes solitário
Do quanto é temerário
O mundo onde discordo
E subo então e abordo
Qual fosse algum corsário
Num rumo necessário,
Da dor não mais recordo,
E sinto sendo assim
Amar e ter no fim
O tanto que desejo,
Viver esta alegria
E nela se irradia
Além do quanto vejo.

39

Sonhando belos prados
Por onde caminhara
Restando esta seara
E nela sem enfados
Momentos delicados
E tudo se prepara
Em jóia bela e rara,
Dias deliciados
Nos tantos e nos atos
Adentro estes regatos
E vejo em ti a foz,
O mar em tanto amor,
O corte sem temor,
A vida dentro em nós.

40

As rosas perfumando
Os passos de quem tanto
Vencendo o desencanto
Agora e desde quando
O manto deslumbrando
O marco sem quebranto
Aonde me agiganto
E neste céu mais brando
Ascendo ao caminhar
Em busca deste altar
E nele o todo trama
O vento mais suave
Sem nada que me agrave,
O amor vem e me chama.

41


Saudade se perdendo
No tempo e no passado,
Agora o meu legado
Em ar mais estupendo
Gerando novo vento
E nele mergulhando
O quanto e mesmo o quando
Aonde me apascento,
Viver esta emoção
E nela a sedução
De um beijo em plena paz
Viceja esta esperança
Enquanto o amor me alcança
Decerto satisfaz.

42


Minha alma transbordando,
Em tanta luz enquanto
O tanto que garanto
E nisto mergulhando
A dor agora em bando
Ausente do meu canto
E se ela enfim espanto,
Meu mundo se inundando.
Não pude discernir
As sombras do por vir
E quero agora e já
O quanto amor me traga
E cicatrize a chaga
No sol que brilhará.

43

É tudo nessa vida
O que mais quero agora,
A sorte e nela ancora
A luz bem mais provida
E quando presumida
A lua nos decora
E bebo sem demora
Em ti sem despedida
A sólida visão
Do quanto mostrarão
Meus passos noutro instante
E o vento sem surpresas
As asas nunca presas
O sonho se garante.

44

Ao lado desse amor
Mapeio o meu caminho
E sei que já me aninho
Nas ânsias sem temor,
Vivendo alentador
Delírio sem espinho,
O risco eu adivinho
E sei libertador
O canto feito em luz
E nele se me pus
Venci qualquer receio,
O marco mais constante
Aonde se garante
Do amor, incrível veio.

45

Quem me dera poder
Sentir e tão somente
No quanto se apresente
A vida em teu prazer
E agora ao menos ter
Dos sonhos a semente
E quanto mais se tente
Em ti saber viver,
Marcando cada dia
Aonde poderia
Viver sem ter além
Do passo rumo ao farto
E quando agora parto
Já nada me retém.

46

Onde eu encontrarei
Quem tanto poderia
Trazer um claro dia
À turva e tosca grei
No quanto amor é lei
E rege a fantasia
Deveras eu teria
O que bem mais sonhei,
Restando muito mais
Do quanto em temporais
A vida trouxe outrora,
O parto não traduz
A imensa e clara luz
Aonde amor aflora.

47

Na vida, procurando
Apenas um caminho
Aonde eu avizinho
Um mundo bem mais brando
E sei que me tomando
Em rosa sem espinho
O todo em teu carinho
Aos poucos entornando
O rito mais constante
E nele se adiante
O mundo que eu buscara
Negando a tempestade
O amor que tanto agrade
Gestando esta seara.

48

Depois de tantas dores
Marcando o dia a dia,
Apenas a alegria
E nela se não fores
Verás sobejas cores
Gerando a fantasia
No todo que podia
Traçar raros albores.
Ocasionando assim
Beleza em meu jardim
Superna maravilha
E sei que já se impera
Em nós a primavera
Aonde o amor polvilha.

49

Agora irei vencer
Os medos mais doridos
E sei dos presumidos
Anseios do querer
E neles posso ver
Deveras os sentidos
Assim em resumidos
Caminhos do prazer,
Negando qualquer medo
Aonde em paz concedo
O quanto ainda insisto,
Revejo cada passo
E nele já me traço,
E sei somente disto.

50

Soltando minha voz
Não deixo que se pense
No quanto não convence
O amor sem ser a foz,
O tanto que se dera
O gozo mais sutil,
Aonde se previu
Ausente uma quimera,
Vestindo este momento
Em luz iridescente
O quanto se apresente
E nele me alimento
Versando em paz agora
Quando este amor me ancora.

51

Buscando teu olhar
Aonde poderia
Haver a fantasia
E nada mais notar
Sabendo desvendar
Além esta alegria
Qual fosse uma utopia
Um mar a navegar,
Viceja este esperança
E nela já se lança
Caminho sem igual,
Porquanto amor se faz
Em plena e imensa paz
Num rito sensual.

52


Vivendo sem saber
O quanto desejara
Adentro em noite clara
As tramas do querer,
E sei e posso ver
O todo onde declara
A vida em tal seara
Gostosa de viver,
Não pude e nem talvez
Ainda no que crês
Sentir esta promessa
Aonde o mundo trama
A imensa e bela chama
Amor já se professa.

53


Passando pela vida
Qual fosse em plena luz
O quanto se produz
Ou mesmo não duvida
Quem sabe esta saída
E nela se conduz
Vivendo em contraluz
A porta concebida
Nos termos deste sonho
E nele eu me proponho
Vestindo esta emoção,
Resumo em verso e canto
E quanto mais garanto
Mais forte o meu verão.

54

Será meu Deus que posso
Viver em plenitude?
O quanto desilude
O rumo em tal destroço,
O parto se não faz
O manto se puído
A vida em tal ruído
O corte mais audaz,
Raízes da esperança
E nelas se percebe
Beleza desta sebe
Enquanto o amor avança
Riscando o que pudera
Gerar a dor, a fera.

55

Amor que sempre sonho
Depois dos temporais
Gerar um porto um cais
E nele ser risonho
O todo se transforma
E gesta esta alegria
O amor se fantasia
E toma a nobre forma
Do pendular caminho
Porquanto pude crer
Na estância de um querer
E nunca mais sozinho
Erguendo no horizonte
O brilho onde desponte.

56

Agora, nessa noite
Depois do desalento
O encanto que ora tento
E nele já me acoite,
Vencer qualquer procela
E ter esta certeza
Do prato sobre a mesa,
O barco abrindo a vela,
Meu canto se inebria
Na fonte mais constante
E assim e doravante
A vida não seria
Jamais o que se fora,
Atroz e sonhadora.

57

Meu céu se iluminou
Ao ver este farol
Mais forte que este sol
E nele se tomou
A fúria desejada
Reinando em plena luz
No olhar quando produz
A sorte em rara estada,
Desenho de uma vida
Porquanto fosse assim,
Restando dentro em mim
A glória presumida
E vejo enfim em ti
O amor que pressenti.

58

As cartas que mandaste
Depois de tantos anos
Em duros desenganos
A vida em tal contraste
O amor em vão desgaste
Puindo nossos planos,
Restando em tantos danos
O quanto se fez haste,
Mas quando te revejo
E sinto este desejo
Reavivado em mim,
Percebo que deveras
Além do quanto esperas
Dominas meu jardim.

59

Guardadas na gaveta
As fotos do passado
Aonde em duro enfado
A sorte me arremeta,
Mas quando se prometa
O amor imaginado
Tomando este reinado,
E nele sou cometa,
Vestindo esta ilusão
Decerto me trarão
As mesmas garantias,
E nelas eu me entranho
Sabendo cada ganho
Porquanto me trarias.

60

São flores que cultivo
Meus sonhos junto ao teu
Estando no apogeu
Eu quero sempre vivo
O amor e não privo
Do quanto enobreceu
A vida de um plebeu
Agora, sou cativo.
E sinto quanto posso
Viver o amor que é nosso
No dia a dia e a mais
Do pouco ou mesmo tanto
Gerando o que garanto
Em sonhos sensuais.

61

Trazendo tanto lume
A quem já poderia
Viver a fantasia
E nisto se acostume
Enquanto além se aprume
A bela melodia
Ou mesmo geraria
De ti raro perfume,
Adentro esta esperança
E a sorte então se lança
Nos braços de quem amo,
O tanto que procuro
Em céu mesmo que escuro,
Agora em luas tramo.

62

Nossas fotografias
Os dias do passado,
O sonho imaginado
Aonde me trarias
Diversas alegrias
E sinto iluminado
Rumo determinado
Por onde tu virias,
Vertendo em claridade
O quanto em nós já brade
Amor franco e sincero
Não tendo outro caminho
Jamais irei sozinho,
Em ti, tudo o que espero.

63

Lembranças desse tempo
Aonde fui feliz
E tendo o que mais quis
Alheio ao contratempo
Singrando em sonho apenas
O todo que se dá
E sinto desde já
O amor em raras cenas,
Pequenas ilusões
Ou mesmo luzes fartas
E assim tanto descartas
E segues sem senões,
Vestindo esta beleza
Do amor, apenas presa.

64

Cadeiras debruçadas
Os olhos na varanda
Amor tanto comanda
Gerando em tais estradas
Noites iluminadas
Relembro esta ciranda
E nela já desanda
A sorte em paliçadas
Sobrados, casas, vendas
E logo tu desvendas
Os fartos caminhares
Por isto mesmo estou
E sempre aonde vou
Em ti terei altares.

65


Conversa que se vai
O quanto também somos
Diversos e bons gomos
Da vida que não trai
E gera novo encanto
Enquanto pode e deve
Tornando bem mais leve
O passo onde garanto
O risco de sonhar
O medo de sofrer
E sei que ao te querer
Terei em pleno amar,
O mar dentro de mim
No amor que não tem fim.

66

Tantas saudades tenho
Do amor que já não é,
Mas sei, com muita fé
Terei onde me empenho
E sendo mais ferrenho
O porte diz do até
E nele mesmo à pé
O rumo não desdenho,
Desenho esta certeza
Aonde sem surpresa
A vida diz do amor,
E nele com ternura
A sede que se cura
Sem medo e sem rancor.

67

Desse tempo esquecido
Nos ermos de uma porta
E nela se comporta
O amor entorpecido,
Mas nunca envilecido
E sei quanto transporta
Também já me conforta
As ânsias da libido,
E gero novo rumo
E quando além me esfumo,
Percebo-te comigo,
E tanto pude um dia
Viver o que queria
Fazer amor contigo.

68

O vento da lembrança
Tocando a minha pele
Ao tanto me compele
Enquanto já me alcança
E traz a temperança
Aonde ora se sele
O farto onde se atrele
Além desta mudança
Fiando a cada passo
O quanto em ti me traço
E risco o meu passado,
O vento de uma vida
Há tanto já perdida,
Agora em bom legado.

69

Vivendo do seu lado
Não quero outro momento
E quando assim me alento
Resumo em belo fado
O tempo desolado
Outrora em sofrimento,
Agora sem provento
Morrendo num enfado,
Futuro junto a ti
Trazendo o que pedi,
Transcende à própria luz,
E quanto mais te anseio
Buscando sem receio
Aonde o amor conduz.

70

Amores que vivemos
E sei que neste fato
Também eu me retrato
No todo onde teremos
Certeza verdadeira
De um dia sem temor,
E tento neste amor
Além da vida inteira
Sentir noutro caminho
Farta continuidade
E sei que tanto agrade
A vida em teu carinho
Aninho-me decerto
Num rumo em paz, aberto.

71

Em teu amor por certo
O quanto mais procura
A vida em tal ternura
E nela me desperto
O rumo estando aberto
Transcende esta loucura
E sempre trama a cura
E nunca mais deserto
O tanto que pudera
Vestindo em primavera
A sorte iridescente
No quanto sou só teu
Amor neste apogeu
Decerto já se sente.

72

Como posso dizer?
Eu quero e muito mais
Dos vários temporais
E neles se perdeu
O amor que concebeu
Em ritos desiguais
Diversos sensuais
Desenhos, meu e teu,
Assim ao me entregar
Às fúrias de um luar
Aonde pude crer
No tanto que desvendo
Amor sem ter remendo
Em puro e bom prazer.

73


Estando aqui contigo
Não quero outro desenho
E tanto quanto empenho
Meu mundo em raro abrigo
Assim sempre persigo
Em ti o quanto embrenho
Delírio e se inda tenho
Meu carma; em ti prossigo.
Vencer os dissabores
E ter além as flores
E ser teu colibri,
Voando mansamente
Saber do quanto vente
O amor que em ti bebi.

74

Depois de viver tanto
O quanto se quisera
Sem ter qualquer quimera
Assim eu te garanto
E nisto sem o pranto
Que farto desespera
A vida regenera
O que pensei quebranto,
E sinto com certeza
A imensa sutileza
Na qual eu me alimento
Não tendo outro tropeço
Amar mais que mereço
E ter discernimento.

75

Antigamente a vida
Jamais teria em si
O tanto que vivi
Ou mesmo desprovida
Da messe pressentida
No quanto existe em ti,
E quando agora eu vi
Encontro esta saída,
Deixando para trás
O medo onde se faz
A vida noutra face,
Porquanto ser feliz
E ter o que mais quis,
Aonde amor se grasse.

76

Não tinha nem sorrisos
O olhar que não te vira
E tendo esta mentira
Em dias imprecisos,
Agora mais concisos
Os dias tendo em mira
Amor que se prefira
Aos vários prejuízos
Da vida em solidão
Da fria geração
Do medo a cada passo,
Assim somando além
Do quanto nos contém
Multiplicar, eu faço.

77

Corria entre meus dedos
A sorte antes do dia
Aonde eu saberia
Da vida seus segredos
E os tempos idos, ledos
Trazendo em agonia
Aquém da fantasia
Momentos em degredos,
Agora sou tão teu
E nisto apareceu
A lua sobre nós
Tornando manso o clima
Por onde a vida prima
Gerando a calma foz.


78


Felicidade? Não
Soubera em minha vida
Aonde distraída
A sorte num senão
Mudando a direção
Do vento aonde urdida
A messe preterida
Morrera sem perdão,
Mas quando conheci
O amor que vive em ti
Eu pude perceber
Um cais diverso aonde
O sonho em paz responde
Gerando o bel prazer.

79

Porém, quando chegaste
Tomando já de assalto
O coração em salto
Em luz tornando esta haste
E logo semeaste
Um rito onde ressalto
O passo outrora incauto
E nele me tocaste.
Esgueiro pela porta
E vejo aonde aporta
Em mim, felicidade
Gerando novo trilho
Aonde em paz palmilho
No quanto amor invade.

80

A todas as tristezas
Que possa ainda ver
Quem tanto quis querer
Vencer as correntezas
Sedentas naturezas
E nelas conceber
O farto desprazer
Enquanto em frágeis mesas
As vidas não trarão
Sequer a direção
Da qual eu me avizinho,
Mas quando vejo a luz
Aonde amor conduz
Já não serei sozinho.

81

Por isso é que te peço
O amor além de tudo,
E sei que não me iludo
E neste rumo o preço
Trazendo em adereço
O coração tão mudo,
O verso onde transmudo
A sorte em endereço
Resume o que se faz
E sei do quão audaz
Meu passo rumo a ti,
Trazendo a glória imensa
E nisto sempre pensa
Quem vive o que eu vivi.

82

Não deixe que se acabe
O dia sem o brilho
Do encanto onde polvilho
O quanto já nos cabe,
O manto se traçando
Em paz e calmaria
Tramando a cada dia
Encanto em raro e brando
Desenho por fazer
Nas tantas pedrarias
Onde lapidarias
As gemas do prazer
Dourando o meu destino
Aonde eu me fascino.

83

Sou mais feliz agora
Depois de ter vivido
O amor já presumido
Na fonte onde se aflora
O todo que se ancora
Na fúria da libido
E quando distraído
Perdera e sem demora
O todo que talvez
Em ti somente fez
O quanto mais quisera,
Amar e ser assim
Jamais pensar no fim,
Aplaca qualquer fera.

84

Vivendo em teu caminho
O quanto sei de nós
E tendo a mansa voz
Num tempo tão mesquinho,
Do amor eu quero e tento
Vencer os meus rancores
Cevando belas flores
E ter o provimento
De ser em meu canteiro
O mais que ainda exista
E sem perder de vista
O sonho aventureiro,
Singrando este oceano
Aonde em paz me dano.

85


Procure o teu tesouro de maior valor, a jóia rara do seu coração!Dedica-lhe atenção com toda afeição. Se nuvens em lugar de sol sombrearem o coração,busque proteção e encontraras o amor aquecendo a alma


SHIRLEY NAZARETH


Amor de turbulências
Por vezes nos transforma
E quando toma a forma
De várias inclemências
Causando as penitências
Rompendo qualquer norma,
Uma alma se deforma
Em meio às virulências.
Mas quando feito em paz
Carinho e em atenção
Mudando a direção
De tudo que se faz,
Transborda em tanto brilho
Não vê mais empecilho...

86

vestindo em primavera,te esperando na janela!esperando o encontro com
o amor!

SHIRLEY NAZARETH

As flores que trouxeste
Tramando a primavera
Depois de tanta espera
Num solo mais agreste
Agora se reveste
Com toda a glória e gera
Beleza que tempera
E brilho que nos veste.
Encontro teu amor
Qual fosse um beija-flor
Vagando no canteiro
A rosa preferida
Ditando a minha vida
Perfume derradeiro.

87



Teu ninho eu quero ser
A flor do teu jardim
Em ti vou me perder
Marcar-te de carmim

Ana Maria Gazzaneo.


Procuram-se delícias
Em bocas rubras, belas
E assim tu me revelas
Um mar feito em carícias
E sem saber sevícias
Deslindas raras telas
E trazes dentro delas
Dos sonhos; as notícias.
Ser teu e nada além
É tudo o que convém
A quem se fez bastante,
Forrando nosso ninho
Nas tramas de um carinho
O amor nos agigante!

88

Depois a madrugada
Roçando nossos sonhos
Em dias tão medonhos
A vida trama o nada,
A sorte desejada
Em rumos tão bisonhos
Ou mesmo em enfadonhos
Delírios desta estrada.
Mas quando vens tão mansa
A luz então avança
Derrama esta beleza
Gerando um raro trilho
Aonde em paz palmilho
No amor, tendo a certeza.

89

Rolamos nessa cama
Sem nada além do sonho
E quando te proponho
Um raro amor te clama
O mundo em paz te chama
E neste encanto eu ponho
O canto que componho
E nele a paz sem drama,
Vestindo a fantasia
Que amor já mostraria
Em brilhos sem igual,
Caminho bem diverso
De um canto feito em verso,
Voar consensual.

90

Esperas e torturas
Desejos malfadados
A sorte lança os dados
Além do que procuras
E morrem sem ternuras
Dias imaginados,
Ritos mais desejados
Em vagas amarguras.
Eu quero a cada dia
Um mundo onde teria
No amor, a transparência
E assim clarividência
Gerando a poesia
Em toda sua essência.



91

As noites quando estão
Em brumas, nada mais
Ao longe os vendavais
Mais perto a solidão,
O quanto em negação
A vida diz jamais
E nestes rituais
Ausente a solução.
Mas quando amor se entranha
É lua na montanha
É claridade e festa,
Assim a noite empresta
Beleza em rara sanha
E um sol em nós se gesta.

92

Tanta pureza eu vejo
No olhar de quem mais quis
E sendo tão feliz
Às sombras do desejo
A cada novo ensejo
Um raio volta e diz
Do sonho do aprendiz
E mais do que lampejo
Imensa claridade
Neste holofote, amor
Um mundo multicor
Deveras nos invade
E assim eu volto a ti
E encontro o que pedi.

93

Mas longe de teus olhos
A vida não teria
Sequer esta alegria,
Floradas em abrolhos?
Os medos e os temores
Jazendo sobre a terra
Ao longe se descerra
Daninha sobre as flores,
E quando no horizonte
O teu olhar desponte
Gerando este farol,
Jardim em cores raras
Manhãs sobejas claras,
Domadas por tal sol.

94

Passando a noite em claro
Depois de tanta luta,
A vida não reluta
O passo que declaro
Agora não preparo
Senão a queda astuta
À força amarga e bruta
O mundo em desamparo,
Mas tendo o amor imenso
Aonde sempre penso
Deveras na partilha,
A noite se sacia
E trama um manso dia,
E nele a paz polvilha.

95

A noite que queria
Em claridade e paz
Agora não se faz
Matando o próprio dia,
O tanto em fantasia
Além do que é capaz
O gesto não compraz
E o medo desafia,
Marcando a minha pele
No todo onde se atrele
O corpo em paz e guerra,
Assim ao longe eu vejo
A sombra de um desejo
O anseio onde se encerra.

96

Somente nosso amor
Gerasse tal caminho
Aonde em flor e espinho
O mundo a se propor
Gestando em nova cor
O quanto for daninho
Deixando este mesquinho
Distante de onde eu for,
Abraço esta emoção
E vejo desde então
O tempo mais sutil,
O amor trazendo o lume
Aonde quer que eu rume
Tal brilho nos seguiu.

97

Até quando a tormenta
Pudesse destroçar
O imenso caminhar
Que a vida me apresenta
Se o beijo me apascenta
E nele ao te tocar
Percebo a divagar
O encanto que alimenta
Uma alma em luz e festa
E quando assim se atesta
Um tempo mais tranqüilo
Em meio aos constelares
Caminhos e luares
Em paz eu já desfilo.

98

Tantas noites sozinho
Na busca por alguém
Que sei jamais contém
Além do claro espinho
E quando me avizinho
Das ânsias do meu bem
O tanto que convém
Diverge em seu caminho,
Deixando para trás
O que me satisfaz
Marcando em cicatriz
O amor que eu tanto quis
Secando a fonte em paz
Das trevas, chamariz.

99

As cinzas dos cigarros
Os olhos mais sombrios
Os dias, desafios
Buzinas destes carros
E além do dia a dia
A vida em sonho e paz,
Mas quando o dia traz
A dura melodia
Desertos dentro da alma
Em plena multidão,
Assim meu coração
Deveras não se acalma,
Mas quando em ti, meu sonho
Em mansidão, componho.

100

Coração bem poderia
Tomar algum juízo,
O passo mais preciso
Bem mais que a fantasia
E nesta alegoria
O risco em prejuízo,
O porto em paraíso
Jamais enfim, veria.
E tendo esta certeza
Seguindo a correnteza
Quem sabe sou feliz?
Amar tranquilamente
E ter no que se sente
Bem mais do que se quis.

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