sexta-feira, 9 de julho de 2010

40702 até 40813

502


Por mais que se perceba
O amor em várias faces
Por onde quer que passes
O olhar já te conceba
Diversa da verdade
No amor a plenitude
E quando nos transmude
Ou rude nos invade
Transborda em fantasia
E traz esta esperança
Aonde já se alcança
Além do que se via,
Amar é ter no olhar
Além de céu e mar.

503


A vida que promete
O amor ensandecido
Já faz nem sentido
E ao farto me arremete
No fundo não compete
A quem adormecido
Sonhar além libido
Negando alguma enquete
Vagando sem perguntas
E nisto sempre juntas
As almas que se dão
No todo em pleno amor,
E quando sei sabor
Adentro a imensidão.

504

De tudo o que sonhamos
Ou mesmo se queremos
Olharmos; percebemos
O quanto desejamos,
E nesta imensidade
Jamais se encontra aquém
Até do que contém
E embora desagrade,
No fundo amor renega
Qualquer erro e prossegue
Estrela onde trafegue
Deveras brilha e cega
Impede algum juízo,
Só busca o Paraíso.

505

Espero poder ter
O canto em consonância
A festa em abundância
Nas tramas do querer,
E assim a cada estância
O todo posso ver
Gerando o amanhecer
Sem medo ou discrepância
Resumos desta vida
No quanto fora urdida
Apenas pelo sonho,
Invisto na promessa
E o encanto se endereça
A quem hoje eu componho.


506


Não tenha mais o medo
Nem mesmo a sensação
Da turva imensidão
Do sonho agora ledo
Se tanto me concedo
Os dias que verão
O amor em solução
No fundo sem segredo,
Reúno em verso e canto
O quanto te garanto
Não posso mais conter,
Assim a cada fato
O amor mesmo insensato
Deveras dá prazer.


507

E dias houveram
Em que minh'alma não queria acordar...
E as forças contrárias à vida emergiram.

No mesmo instante,
Ternos braços se fizeram presentes
Envolvendo-me em fé e esperança...

Dos dias da tristeza,
Fiz lindos versos de poesia
Das dores, lindas melodias...

E do Amor que há em mim
Fiz floreiras nas janelas d"alma
E espalhei o perfume das flores pelo jardim!

Helena Grecco




Eu não te deixarei
Deveras sou inteiro
E sei do jardineiro
Que adentra nesta grei
Vagando, eu te encontrei
E neste teu canteiro
O amor é mensageiro
Ao mesmo tempo, lei.
Floradas, primaveras
E sempre assim geras
Imensas maravilhas,
Meus olhos te seguindo
Cenário claro e lindo
Por onde sei que trilhas.


508


De pernas pro ar

Viver junto a ti
Raros momentos
No universo da poesia
Causa-me fascínio!
Permito-me ser
Desvairadamente
Louca!
O oposto do que realmente
Sou!


REGINA COSTA


Por isso meu amor
A vida nos ensina
Enquanto determina
Em farta e vária cor
Aonde quer e for
A sorte em nova mina
Jamais eu sei termina
E vibra com vigor
Em consonante canto
Deveras eu me encanto
E quero sempre mais,
Beber de tua essência
Amor gera a demência
E aplaca os vendavais.



509


Posso tudo,
Ainda que na imaginação,
Não importa;
Quero viver
Toda magia que minha
Mente FODÁSTICA
É capaz de criar,
Rabiscar,
Desenhar,
Pintar,
Borrar,
Musicar...
Com você!
REGINA COSTA

Contigo em meu caminho
A vida se permite
Além de algum limite
No quanto me avizinho
Do paraíso e aninho
Meu passo onde palpite
O coração se agite
Jamais siga sozinho,
Esbarro no infinito
E sei que necessito
De toda esta delícia
E bebo até fartar
O bem de tanto amar,
No olhar feito em carícia.


510
Por sendas tão diversas
Encontro os meus desejos
E sei dos azulejos
Aonde adentras, versas
E quando desconversas
Em dias mais sobejos
Pudesse em benfazejos
Caminhos, mas dispersas
E os rumos congruentes
Agora não mais tentes
E matas o que eu busco
No sonho tanto audaz
Enquanto amor se faz
O céu não vejo fusco.

511

Sabendo bem das dores
Que tanto maltrataram
Os olhos procuraram
Diversas, tantas flores
E sei dos dissabores
Aonde se notaram
Os dias escancaram
E matam os amores,
Mas quando se percebe
A lua adentra a sebe
E gera novo brilho,
Assim ao te sentir
Vibrando no porvir
O mundo em paz, palmilho.

512

Não temo mais as trevas,
Nem mesmo os temporais
Sabendo deste cais
Aonde tu me levas
As sortes tão longevas
Os dias sensuais
As noites pontuais
E assim amor tu cevas,
Espero a cada instante
O quanto se adiante
O passo rumo a ti
E bebo da ventura
Aonde se procura
O amor que eu descobri.

513

Pois todos os meus medos
Não são por desamor
Assim como se por
O olhar em tais segredos
Vencendo os desenredos
Matando o dissabor
Sabendo sempre a cor
Do sonho em tais enredos,
Restando vivo em mim
O amor que não tem fim,
Somente eternidade;
Expresso em fantasia
O quanto te queria
Na voz quando alto eu brade.

514

Bem sabes dos castelos
Gerados pelos sonhos
E neles os risonhos
Caminhos sempre belos,
Assistem ao que agora
Prometo e mais anseio
O amor já sem rodeio
A força onde se ancora
O rumo dita a messe
E doma esta fortuna
Amor se coaduna
E tantas luzes tece
Gerando dentro em mim
Querência em bom jardim.

515

Por eles, por amor
Jamais eu poderia
Saber desta agonia
Ou mesmo em tal pavor
Se eu sendo um sonhador
Quem sabe noutro dia
A voz em alegria
O mundo em nova cor,
Agrisalhado sonho
Aonde decomponho
O passo rumo ao nada.
Viceja esta esperança
Aonde amor alcança
E rege a nossa estrada.

516

Eu te amo, não consigo
Negar o meu desejo
E quando assim te vejo
Alheia, eu já persigo
O sonho mais amigo
E nele este azulejo
Por onde benfazejo
Caminho gera o abrigo,
Restara deste encanto
Apenas o quebranto?
Não sei e na verdade
O amor que agora tenho
Em novo e bom desenho
Talvez, quem sabe, agrade?


517

Se tudo em que mais penso
É ter bem junto a mim
O amor que sei sem fim
E nele tanto imenso
Caminho onde compenso
A marcha de onde vim
Acende este estopim
Em fogaréu intenso
Arisco pensamento
Quem sabe noutro alento
Perceba quanto quero
E sendo o amor tão fero
Não deixa que se creia
Na sorte ausente, alheia.

518

Em todos os momentos
Eu posso até pensar
Nas teias de um luar
E nele sei dos ventos
Deixando estes tormentos
Aonde o caminhar
Pudesse desenhar
Apenas desalentos,
Amante coração
No quanto diz verão
Já sabe muito bem
Do todo que se farta
E nisto não aparta
O sonho quando vem.

519

Sublime é que possamos
Vencer os medos quando
O amor se transformando
Em novos, podres ramos
Ou mesmo deformamos
Os dias, num infando
Caminho desvendando
O quanto não sonhamos,
Mas sei que tento em ti
O amor onde senti
O mar de imensa luz
Meu canto se traduz
No verso em contraluz
Cevando o que eu colhi.

520


Eu te amo na total
E pura realidade
Sem medo do degrade
Nem erro que fatal
Impeça o sempre igual
Desejo onde se brade
A sorte em qualidade
E sei consensual
Desenho onde se entranha
E sabe a nossa sanha
Conhece cada passo,
Assim contigo além
Do quanto sei que tem
O amor deveras, traço.

521


E também nos momentos
Distantes, solitários
Eu vejo os temerários
E vagos desalentos
Quem sabe nos tormentos
Aprendam solidários
Caminhos necessários
Vencendo assim os ventos.
O amor já determina
Razão de fonte e mina
Porquanto gera em si
O todo que transforma
E tendo o sol por norma
Brilhante, eu conheci.

522

Nesse amor aonde agora
Fortuna diz do quanto
O passo eu adianto
No rumo onde decora
A vida revigora
E o passo eu agiganto
E sei do claro manto
Que enfim aqui demora,
Acolho em verso e luz
O todo que conduz
Ao vário caminhar
Na essência do meu verso
Deveras sempre verso
Aos braços deste amar.


523

A razão que alimenta
O tempo sem anseios
Percebe em tons alheios
A vida mais sangrenta
E logo dessedenta
A sorte sem rodeios
E os dias tomam veios
Aonde se apascenta
O amor quando desnudo
Deveras traz em tudo
A rara poesia,
E sinto esta florada
Na noite imaginada
Na qual eu te teria.


524

Eu te amo, não perguntes
Já não precisa até
Sabendo com a fé
Os sonhos quando juntes
E vejas plenamente
No olhar que fixo agora
Percebe e se decora
No amor onde apresente
A solução e apenas
A dita mais sublime
E nisto se redime
Em noites mais amenas
Os tantos dissabores
De antigos desamores.

525


Pois Saibas simplesmente
O quanto te desejo
E nada em benfazejo
Caminho se violente
No tanto que apresente
Um ar raro e sobejo
Aonde enfim prevejo
O amor completamente.
Não tendo nova agenda
E nada mais se estenda
Além deste horizonte
O quase não traduz
Sequer mínima luz
Se amor não for a fonte.

526

Procuro explicação
E nada encontro quando
O mundo renegando
A vária dimensão
Por onde moldarão
Caminhos desenhando
O tempo decorando
Em árdua sensação,
Mas vago pelo rumo
Do amor que ora consumo
E vejo mais perfeito
Cenário construído
No templo resumido
No sonho quando deito.

527

Se Tudo que desejo
Não passa deste sonho
Aonde ora componho
Um mundo onde o verdejo
Domina o quanto vejo
E deixa este medonho
Cenário mais bisonho
Em velho e duro ensejo.
Restando esta promessa
Do amor onde confessa
O riso, o risco, e o gozo,
Assomam-se delírios
E sei dos vãos martírios
Num tempo caprichoso.

528

E saibas que por certo
O tanto quanto quero
E sei do manto e espero
Meu mundo em céu aberto,
Amor quando o venero
Ausente algum deserto
O sonho já desperto
E deixo atrás o fero,
Eu sei e quando vem
O olhar em farto bem
Resumos de outros erros,
Não quero mais segredos
Tampouco desenredos
Nem mesmo outros desterros.


529

Gritando a todo o mundo
O quanto quero mais
Do amor em magistrais
Delírios e me aprofundo
Cenário aonde inundo
Em ricos vendavais
Trazendo em madrigais
Amor tão vagabundo,
A dama, esta princesa
Agora com surpresa
Escuta a serenata
Aonde o mero pária
Em alma clara e vária
Os sonhos arrebata.


530

É por amor que tento
Trazer o verso enquanto
O sonho em desencanto
O medo em que atormento
O rumo e o sofrimento
Decerto num quebranto
E sei quando agiganto
O amor no pensamento,
E singro este oceano
E quando só me dano
Não quero outra vertente
Senão esta que leva
Ao sonho em rara ceva
Por mais que penitente.

531


Em meio a tantas flores
Canteiros da esperança
O passo quer e avança
Seguindo sem te opores
E sei por onde fores
Ali a confiança
Gerando esta aliança
Sem trevas ou temores,
Servindo ao grande amor
E nele sem pudor
Cerzindo o meu futuro
Ainda que sombrio
O canto eu desafio
E em luzes me afiguro.

532


Guiado pelos raios
Do sol que me trouxeste
Mesmo num tempo agreste
Exposto aos vãos desmaios
Olhando estes lacaios
Caminhos que me deste
E neles outro teste
Apenas nos soslaios
E neles beijo a sorte
No tanto que comporte
Ou mesmo quando sabe
O amor não tem remédio
E sigo em louco assédio
A mais do que me cabe.

533


O brilho que domina
Seara mais tranquila
Amor além desfila
E bebe desta mina
Aonde determina
O quanto já destila
E neste tanto instila
A sorte à que destina
O passo mais atroz
Ou mesmo em nova voz
A consonância existe
Amante coração
Em sonhos a versão
Do encanto posto em riste.

534

É por amor que sigo
O passo; aonde vás
E sei o quanto audaz
Viver em raro abrigo
E sei do vento amigo
Por onde sorvo a paz,
E quando além mordaz
O canto diz castigo
No amor me dessedento
E bebo o sentimento
Até me inebriar
Sorvendo cada gota
Minha alma outrora rota
Já sabe do luar.


535

Estrela que ilumina
Um céu outrora opaco
E quando em ti aplaco
A dor quando alucina,
Recebo em luz a sina
E nela embora fraco
O rumo traço e atraco
O barco onde fascina
Sem ranço do passado
O dia iluminado
Sem ser duro ou solene,
Amante cavaleiro
No quanto é mensageiro
Do amor que nos serene.

536


És tudo no meu céu
Além do que eu pensara
A noite em ti é clara
O mundo não cruel
Seguindo assim ao léu
O risco não declara
A sorte se escancara
E traça um novo véu
Azulejando a vida
E nela pressentida
Fortuna mais sublime
Amor quando entorpece
Além de qualquer prece
Dos males nos redime.


537


Trazendo uma ilusão
Aonde quis outrora
A dita se demora
Nos dias que virão
Trazendo a sedução
E nisto nos aflora
O encanto se assenhora
De um mundo em floração,
Vestindo esta beleza
Em luzes consonantes
E tanto me adiantes
O passo em tal certeza
Levando ao mesmo cais
Em ritos divinais.

538

É por amor que adentro
Os mares em procelas
E quando me revelas
O tempo onde concentro
A força e esta vontade
De ser bem mais feliz,
Gerando aonde eu quis
O encanto e nele brade
A voz em tons mais firmes
Vagando sem destino
No quanto me alucino
E logo reafirmes
Vontades mais audazes
E nela os sonhos trazes.

539

Em busca de teus cantos
Sereia do meu sonho,
O mundo que proponho
E neles teus encantos
Servindo em raros mantos
Diverso do enfadonho
Aonde em tom medonho
Soubera dos quebrantos
Arisco coração
Agora em dimensão
Maior do que pudera
Sedento de alegria
Em ti já saberia
Reviva primavera.


540

Vivendo nosso amor
Sem nada que o maltrate
A sorte diz do engate
Deveras sedutor
Aonde em brilho e cor
O tempo já nos ate
E sendo assim retrate
O raro de um sabor,
Sabendo e tendo assim
O todo dentro em mim
Num ato mais audaz,
O risco não se vendo
Amor dito estupendo
Deveras nos apraz.

541

Coração quando cisma
Não tendo mais quem dome
O quanto quer e some
Gerando imenso prisma
Mosaico de emoções
Caleidoscópio insano
No quanto já me dano
E nele tu te expões
Dispersas harmonias
Ou mesmo em verso igual
Amor se magistral
Gerando poesias
Transcende à própria vida
Eterna luz seguida.

542

Nas curvas deste rio
As margens são diversas
E ali porquanto versas
Em tanto desafio
Progrido e assim desfio
Além nossas conversas
E quando tu dispersas
Em dor e desvario
O marco feito em luz
Deveras reproduz
Silente maravilha,
Aonde amor transita
A noite é mais bonita
A lua em paz polvilha.

543

Amar e ter em mente
O todo que se quer
Na forma da mulher
Também o que se sente
Embora se freqüente
O rito em tom qualquer
Não tendo outro sequer
Caminho onde apresente
O passo mais veloz
Sabendo dentro em nós
Dos nós e das promessas
No amor a fonte e a foz
O canto mais atroz
E nele não tropeças.

544

Consortes na emoção
Uníssona vontade
O amor em claridade
Ditando a direção
E nele a formação
Do sonho que me invade,
E sei da ausente grade
E bebo esta amplidão
Sorvendo com prazer
O tanto em bem querer
Que posso imaginar
Deveras já me puna
Jogando sobre a duna
As ondas do meu mar.


545

Amar quem não devia
Porquanto sonhador,
Gerando a falsa flor
Que não perfumaria
A vida em alegria
E nela o trovador
Vagando sem rancor
Apenas agonia.
Mas quando se concebe
O amor onde se bebe
A fonte mais perfeita
Cerzindo em luz sublime
O quanto mais estime
A sorte se deleita.


546

Às vezes dá vontade
De ter apenas isto.
O quanto ainda insisto
E sei da liberdade,
Vereda onde a saudade
E nela não resisto,
Presume este benquisto
Caminho intensidade,
Aprendo com o engano
E quando além me dano
Não quero nem saber
Amar de novo e até
Jamais perdendo a fé
Num tempo em bel prazer.

547

Matando esse infeliz
Que um dia se fizera
Enfastiada espera
Além do quanto eu quis
Sabendo a cicatriz
E nela a dura fera
Gerando o que tempera
A vida em tom mais gris,
Resíduos de outros dias
E neles não verias
As sombras do que agora
Amor teima e progride
No passo onde decide
O novo já se aflora.

548


Meu coração teimoso
Já não sossega e sabe
Bem antes que se acabe
O quanto é caprichoso
Caminho pedregoso
E nele assim desabe
O resto onde me cabe
Ou mesmo em tenebroso,
Somente amor me sana
E nesta fúria insana
Jamais pude saber
Das tramas mais audazes
Que tanto tu me trazes
Talvez a me perder.

549


Das dores que os amores
Não deixam pra depois
O rumo de nós dois
É feito espinho em flores,
Restando esta verdade
Não vejo o que temer,
O quanto do prazer
Valendo a liberdade
Representando além
Do pouco ou muito quando
O amor nos transformando
Em si tudo contém
A sorte, a messe e a dor,
Diverso o seu sabor.

550

Por mais que peço a Deus
A calma não teria
Sabendo da agonia
De um medo em duro adeus,
Os dias que são meus
A noite sendo fria
O tanto se esvazia
Marcando os apogeus
Em cruzes e falácias
E tendo tais audácias
O passo não se dá,
Mas quando amor vigora
O tempo sem ter hora
Pretendo e desde já.


551


E todas as tristezas
Não valem o sorriso
De quem tanto preciso
E sabe as correntezas
Diversas as destrezas
E nelas Paraíso
Não tendo mais juízo
São raras sobremesas
Em gozo, festa e glória
Assim a nossa história
Começa neste instante
Aonde amor nos guia
E bebe a fantasia
E nela não se espante.


552

Não sabe que depois
Do temporal, bonança
É tudo que se alcança
No olhar comum a dois,
Cerzindo em luz e verso
O tanto quanto pude
Viver em juventude
Ou mesmo estando imerso
Nos ermos da ilusão
Um ar tão pitoresco
Amor em arabesco
Diversa dimensão,
Naufrágio em paz sublime
Aonde a messe prime.

553


A solidão corrói,
Crisálida do sonho,
E quando eu me proponho
O novo se constrói
E gera em tanta luz
O risco de viver
Ou mesmo do poder
Saber e se conduz
O passo rumo ao farto
De um desvario imenso
E quando em ti eu penso
Além eu teimo e parto
Vencendo o que se faz
Em guerra, ou mesmo em paz.


554

Não se importa com sol
Quem sabe do passado
De um dia anunciado
Em rumo audaz e em prol
E sendo um girassol
Vicejo bem ao lado
Do ser que é tão amado
Dos sonhos, meu farol,
E tendo em ti fortuna
A sorte nos reúna
E trague em mesmo tom
Um dia magistral
No amor em triunfal
Caminho audaz e bom.

555

Pois dentro do meu peito
O sonho não se cala
Esta alma ora vassala
Do sonho satisfeito
E quando me deleito
O tanto ainda fala
E rege sobre a sala
O encanto deste leito,
Dosséis em esperança
Dos céus a vida avança
Em plena magnitude
Estrela em luz sobeja
Amor que sempre seja
Imenso e nunca ilude.

556

Procuro sem achar
Algum momento aonde
O sonho tome a fronde
E deixe navegar
O encanto de tomar
O amor que nos responde
Sabendo onde se esconde
O raio do luar,
Arcando com meus danos
Mudando assim os planos
Em ti a direção
Do olhar que sabe bem
Ao quanto já convém
O amor, embarcação.

557

Tirar a sua luz
E nada mais se ver,
É como se perder
No quanto já me pus
Vencer a imensa cruz
E ser somente o ser
Que tanto bem querer
Gerara em contraluz,
Vagando em cada espaço
O mundo que ora traço
Transcende à fantasia
Enquanto a ti me leva
O todo dita a ceva
No amor que colheria.

558

Transbordo nesse amor
Aonde quis bem mais
Que meros madrigais
Ou noites sem pudor,
Viceja em nós a flor
E nela atemporais
Desejos magistrais
No quanto em rara cor,
Vacância dentro em mim
Já não existe enfim
Depois que percebi
O quanto me desejas
E assim são benfazejas
Estrada que há em ti.

559

Embora na tortura
Da ausência de quem ama
A vida traz o drama
Também dita a ternura
E assim nesta amargura
Acendo em mim a chama
E quando amor reclama
A sorte se assegura
Na mão que acaricia
No olhar quando a alegria
Transcende ao próprio medo
E sinto esta benesse
Na benção que se tece
E nela me concedo.

560

Jamais esquecerei
Quem tanto quis e sinto
Também talvez instinto,
Mas doura a minha grei
E quanto te esperei
No amor outrora extinto
Agora se eu me tinto
Em ti já mergulhei
O sonho mais audaz
E nele a glória traz
De um rito inusitado
Do amor que nos condena
E sabe toda a cena
Ditando nosso fado.

561


Da vida, meu divino
Caminho dita o teu
O amor nos concebeu
Em rito cristalino
E quando me alucino
Bebendo o que sorveu
O sonho onde teceu
O risco e determino
O passo rumo a ti
E sei que percebi
Também desejas isto,
Por essas e por tantas
Deveras me agigantas
No amor que tanto insisto.


562


Amar é ser feliz
Ou mesmo procurar
Quem sabe algum lugar
Aonde por um triz
Viceja o que mais quis
E teimo em aflorar
A senda que ao luar
Expressa além do gris.
Vagando nos teus sonhos
Os meus ficam risonhos
E matam pesadelos,
Os dias quando são
Iguais em dimensão
Divino é poder vê-los.

563

Depois embriaguez
Não deixa que se tente
Ou mesmo já descrente
Do quanto a vida fez
No todo que tu vês
O amor sendo freqüente
Dourando de repente
Tomando a tua tez,
Adentra o que pudera
E tanto em primavera
O outono se transforma,
Amor ditando a norma
Aonde se sacia
A luz em poesia.

564

É faca que em seus gumes
Já corta e nos maltrata,
Mas sabe quando ingrata
A vida em tais costumes
Ausentes os meus lumes
A noite em densa mata,
O amor quando desata
Deveras não aprumes,
Mas quando se porfia
E traça em alegria
Presença soberana,
O tanto quando teço
Deveras obedeço
A voz que nunca engana.

565

E corta mais sutil
Quem sabe desta adaga
A vida nos afaga
Enquanto se faz vil,
O tanto que se viu
Ou mesmo já nos traga
A sorte ora nos draga
E gera onde anteviu
Um passo rumo ao tanto
E nisto me adianto
No amor que nos sacia,
E rendo-me deveras
Enquanto além esperas
Nascer de um novo dia.

566

Amar é perceber
O quanto se pudera
Saber da dura espera
Na ausência do querer
Tomando nosso ser
A vida, amarga fera
Se tanto degenera
Também dita o prazer,
Amar e ter decerto
Um rumo agora aberto
Nos ermos da saudade
É como ter em mente
O quanto se apresente
No amor que nos invade.


567

E ter tanto prazer
Embora saiba quando
O mundo transformando
A história de algum ser
Trazendo a dor e ver
O quanto iluminando
O rumo em claro e brando
Desenho aonde eu possa
Vencer o medo e a fossa
E ter esta certeza
De um novo dia em nós
Sabendo a dor algoz
A vida é sem surpresa.


568

O peito lacrimoso
Não sabe mais do quanto
O mundo em que adianto
O passo rumo ao gozo
Percebo majestoso
E teço o que garanto
Seria um claro manto
Depois do pedregoso
Caminho aonde um dia
Amor não mais teria
Nas mãos as rédeas, pois
Abismos entre ocasos
Já não mais ditam prazos
Se amor vive entre os dois.

569

Repete mansamente
O tanto em nós e agora
O quanto se decora
E rege o corpo e a mente
Amor nos apresente
O rumo e nos ancora
Sem ter sequer demora
No bojo se freqüente
O risco de não ter
A vida em desprazer
Gerando outro caminho,
O peso do passado
O dia desolado,
Amor nunca é mesquinho.

570


Não quero ser talvez
O que jamais sacia
A vida em alegria
Assim o quanto vês
E tanto agora crês
Na luz que poderia
Gerar a fantasia
Ou mesmo a insensatez
Respaldos procurando
No amor e desde quando
Tecera esta ventura
O passo rumo ao farto
Decerto não descarto
Se amor tanto assegura.


571

Apenas te viver
E crer noutro caminho
Aonde mais mesquinho
Ou duro desprazer,
No olhar passando a crer
O vento nega o espinho
E sei que ao ser daninho
O todo me faz ver
Somente esta verdade
E nada mais degrade
O rumo em alegria,
O amor nos diz promessa
E assim logo professa
O manto em poesia.



572

Amamos tantas vezes
E sei quão dolorido
Tomara cada sentido
E perseguindo há meses
Olhar em verso e pranto
Depois sentir alento
Após o sofrimento
Um novo eu já garanto
Amar e ter em mente
Que tudo se permite
E nisto sem limite
Deveras ser demente
Freqüento tantos mundos
Em amores profundos.


573

Por certo saberia
Aonde tive o enredo
No quanto me concedo
Ou nada em alegria
No vasto deste dia
E nele o seu segredo
O canto onde procedo
Diversa melodia,
Traçando em mim e em nós
O quanto fora foz
De uma afluência enorme,
No todo ou numa parte
Amor que se comparte
Aos poucos nos transforme.

574

Além da despedida
Possamos desvendar
O quanto caminhar
Em nossa própria vida
A história sendo urdida
E nela o tanto amar
Permita-nos sonhar
Sem medo do que agrida,
Repare o canto e sinta
Se a dor agora extinta
Resiste ou morre além,
O manto nos recobre
Em ar suave e nobre
No amor quando se tem.

575


Amor a cada dia
Em forma tão diversa
Por vezes desconversa
Ou diz desta alegria
E nela se daria
A sorte mais dispersa
Enquanto tão perversa
A noite mais vazia,
Assim em discordantes
Delírios me adiantes
O quanto queres quando
O tanto se precede
E nisto se procede
No sonho se moldando.

576

Recebo teus sorrisos
Em fonte iridescente
No tanto que freqüente
Amor em paraísos
E dias tão precisos
Dos sonhos a nascente
Ou seja de repente
Ou mesmo em pré-juizos.
Restando do que fora
Esta alma sonhadora
A messe mais bendita
Que seja sempre assim
O amor diz do jardim
Se nele a voz nos dita.

577


Que em plena tempestade
Exista uma esperança
E nela a sorte alcança
Além do que degrade
Ou mesmo em qualidade
A vida em tal pujança
Gestando a confiança
Edênica me agrade,
O parto o pranto o preço
Amor ditando apreço
Resume a minha vida,
E crédulo poeta
Aonde se completa
A sorte é mais ungida.

578


De tanto que te quero
E nada mais me alenta
Senão esta sedenta
Vontade em tom mais fero
Do amor que não sacia
E nega qualquer trilha
Por onde só palmilha
Quem busca a fantasia,
Hermético caminho
E nele se adivinha
Fortuna tua e minha
Sem ter um tom mesquinho,
Hedônico ora edênico,
Mas nunca mero e cênico.

579

Penetra calmamente
Os antros mais atrozes
Quem sabe dos algozes
E neles já desmente
O mundo se inclemente
Ou risca em mais ferozes
Terrores outras vozes
No quanto se apresente
O amor redime e sabe
Que em tudo e em todos cabe
Mutante criatura,
E mesmo em temporais
Deveras gera o cais
E a paz nos assegura.

580

Amiga, não me deixes
Sozinho em plena selva
O amor mansa relva
Sabendo destes feixes
Da lua em lautos tons
Expressa com ternura
O quanto se procura
E mesmo nos neons,
Resume em brilho farto
E assim jamais soubera
Da sorte onde se espera
O amor quando o reparto,
Necessitando apenas
Das tardes mais serenas.


581

Com quem não merecia
Saber desta verdade
Jamais a liberdade
Traria uma alegria,
Amar é fantasia
E nela sempre brade
A vida sem a grade
Ou mesmo uma heresia,
Apraz-me então saber
Do quanto em bem querer
Os rumos se concordam,
Assim ao menos creio
Que as luzes sem receio
Em paz já nos acordam.


582


Permita que eu te trague
A luz em plenitude
O amor quando se ilude
Que nada mais estrague
O tanto da promessa
Aonde se bendiz
E nisto um aprendiz
Deveras se confessa
E tenta nova senda
Por onde pode um dia
Gerar o que queria
Em tudo onde se estenda
O canto redentor
De um mago e raro amor.


583

Que sempre me deixou
Ao menos em fastio,
O tanto que recrio
O mundo me legou
E neste quando sou
Deveras fonte e rio
Mergulho em desafio
No mar que nos restou.
Assim em ter comigo
Quem tanto ora persigo
E vago em noite imensa
No amor e na verdade
O quanto em realidade
A vida já compensa.


584

Receba o meu afeto
E saiba quanta vez
O amor sem lucidez
Bebera e me repleto
Do sonho onde completo
O quanto já não vês
E mesmo se assim crês
Em ti; fato concreto
Transcende à luz perfeita
E nisto se deleita
Uma alma quando mais
Vencer outra batalha
E assim amor espalha
Em todos os trigais.

585

Que salva em amizade
O pranto o passo e o rumo
Enquanto já me esfumo
Na busca da verdade
Saber da saciedade
E nela eu já resumo
O amor quando perfumo
A senda em liberdade,
Teu corpo, porto e cais
Delírios magistrais
Em noites soberanas,
As mansas ilusões
E nelas tu me expões
Vontades mais profanas.

586

Iremos nos amar
Até que a morte venha
Ou mesmo noutra senha
Além do próprio mar,
E sendo assim sem par
O quanto nos contenha
Além do fogo e lenha
Permita se entregar
O tanto que ofereço
Ou mesmo sem tropeço
Um endereço a mais
E nele se pressente
O amor em voz urgente
Que enfrente os vendavais.

587

As bocas percorrendo
Caminhos mais audazes
Assim também me trazes
Um mundo que estupendo
Permita e já desvendo
O quanto em raras fases
O amor e nele fazes
O mar nos envolvendo,
Cenário em tantas cores
E nele sem te opores
Incrível magnitude
De estrela radiante
Aonde se garante
Amar enquanto pude.

588

Searas que descubro
A cada novo toque
O amor que não se estoque
Sorriso imenso e rubro
O quanto em ti me cubro
Dos gozos e se aloque
A vida onde provoque
O manto em que recubro
Imensa liberdade
Gestando em qualidade
A nossa confissão
De amor além de tudo,
Deixando quieto e mudo,
O manso coração.


589

Aberto o coração
Já não consigo ver
Senão no teu prazer
A minha dimensão,
E pude desde então
No quanto quis viver
O todo a se verter
Em tua direção,
Restauro a minha história
Outrora merencória
E agora em voz mais firme,
No amor que se confirme
O passo mais tenaz
Que a vida agora traz.

590


E sinto no teu porto
Um raro ancoradouro
Amor onde me douro
E sei que sigo absorto
Vagando insensatez
E nesta fantasia
O tanto que se cria
Já nada mais desfez,
Cerzir com meu cinzel
No mármol mais sublime
O quanto já se estime
E trame em nós o céu,
Um véu alabastrino
Aonde eu me ilumino.

591

Nos mares que navego
Naufrágios em prazeres
E quanto mais quereres
Aumenta a força em ego
Quem fora outrora cego
Agora ao perceberes;
Tu vês quantos viveres
Num só quero e carrego,
Marcando a minha pele
No quanto nos compele
Imensa tatuagem
Em ti singro a promessa
Do amor que se professa
Divina, tal viagem.

592

Receba meu carinho
E saiba que ele traz
Além do mais tenaz
Delírio onde adivinho
Certeza de um bom vinho
O quarto, a noite audaz,
O manto onde se traz
O corpo e ali me aninho,
Vestindo a tua tez
Não deixo que se veja
Senão a benfazeja
Vontade onde se fez
O amor como um altar
Meu todo confessar.

593

De tudo que pensei
Através da emoção
Vibrando a tentação
De crer ser quase um rei
No reino onde entranhei
E sei desta imersão
Trazendo aos que verão
O amor conforme lei,
Invado as fortalezas
E sei das correntezas
Levando sempre a ti,
No tanto onde mergulho
O amor em raro orgulho
Agora eu concebi.

594

Amar é conhecer
A si e mesmo assim
Saber do início ao fim
Doçura de um prazer
E neste bem querer
O beijo, um estopim,
O fado de onde vim
Transcende ao próprio ser.
Amar dita a partilha
E assim no amor se trilha
Além deste finito
E vibro eternidade
Numa alma em liberdade
No amor que necessito.

595

Limita o sentimento
O medo de uma entrega,
Mas quando a vida cega
E traz em provimento
O rito onde alimento
E nada mais navega
Senão o amor trafega
E reina em pensamento,
Decerto abençoado
O dia do teu lado
Seria a maior glória
E sendo um servo teu
O amor já me escolheu
E trouxe esta vitória.

596

Amor tanto sublime
Que possa nos mostrar
O rumo aonde andar
E nisto tanto estime
O quanto nos redime
E doura em luz solar
Permite navegar
Além do que se estime,
Aspectos tão diversos
E neles os meus versos
Traduzem o querer
De quem se fez até
Sabendo por quem é
O gozo do prazer.

597


Ao mesmo tempo cura
E transformando a vida
No quanto em despedida
A voz dita a tortura
A sina em amargura
Já não mais sendo ouvida
O tempo de partida
Agora em tal ternura
Viceja dentro em mim
O amor reinando enfim
Gestando a eternidade
E gera esta potência
E nela sem clemência
A vida plena invade.


598

Quem dera se eu morresse
Nos braços de quem amo,
A vida em cada ramo
Um novo além tecesse
Vencer os meus temores,
Singrar o etéreo mar
E nele tanto amar
Por onde quer e fores
Sem nada que me impeça
Da leve caminhada
A sorte desejada
A vida prega a peça
O risco que assumimos
Trazendo sonhos, limos.

599

Em que sou seu carrasco?
Não posso ter em mente
O quanto se apresente
Em risco, medo ou asco.
O amor em cada frasco
Transforma plenamente
E doma a nossa mente
Não quer qualquer fiasco,
Eu sinto que talvez
Já não mais nem me crês
Quem sabe, noutro instante...
Mas tanto quanto pude
Embora seja rude,
O sonho é deslumbrante.

600

De quanto que já tive
Em sonhos tal presença
Qual fosse uma doença
Aonde me retive
E nada mais convive
Com tudo o que se pensa
A vida em voz imensa
Em ti só sobrevive,
Vestindo a fantasia
De quem já poderia
Apenas procurar
Certeza que redima
E mude todo o clima
Permita então amar.

601


Dos olhos esquecidos
Além do quanto vejo
O mundo benfazejo
Trafega em meus sentidos
E sinto agora urdidos
Caminhos de um desejo
Aonde já prevejo
Os passos reunidos.
Vencer os meus temores
E ter por onde fores
Certeza deste fato,
No amor que rege o sonho
O todo já componho
E nele eu me retrato.


602

Se eu venço o meu cansaço
Nos braços deste alguém
Que sabe muito bem
Do quanto fora lasso
O dia aonde eu traço
O amor quando ele vem,
Realço e sei também
Imenso e farto espaço.
Resumo em poesia
O tanto quanto um dia
Queria ter ao menos
O olhar de quem anseio
E sei que agora veio
Trazer dias amenos.

603


Caminho sem temer
Sequer a queda após
Ouvir a tua voz
E nela passo a crer
No amor em bel prazer
Sabendo ora de nós
E tento sem atroz
Cenário merecer
O bem deste sorriso
E tanto que preciso
Apenas de um alento
Vencer o sofrimento
Deveras sempre tento
No toque mais conciso.


604

Estrela que brilhou
Reinando no meu céu,
Tomando em claro véu
O quanto me restou
O mundo e nele estou
Se às vezes é cruel
Também ditando o mel
Aonde se mostrou
A clara transparência
Do amor em rara essência
Gerando novo trilho,
O coração se entrega
E em ti quer e trafega
Sem ver mais empecilho.


605


Nos céus que imaginara
A noite em constelar
Desejo anunciar
Manhã suprema e clara
O amor se nos ampara
E nada faz tomar
O rumo a se mostrar
Nesta mansa seara
Assim eu sou feliz
E sigo o quanto eu quis
De tanto que buscava,
Após saber ressaca
Esta onda dura e brava
Amora agora aplaca.

606

Recebo destas noites
Os ventos benfazejos
E neles os desejos
Tomando em tais pernoites
Divinas faces, quando
O mero se transforma
E veste a plena forma
E assim se transbordando
Além do que pudesse
Ou mesmo acreditara
Amor é jóia rara
E nele esta benesse
Estabelece a glória
Mudando a nossa história.


607

Sentindo nos teus versos
A paz que tanto quis
Eu sinto ser feliz
Nos âmbitos diversos
E quando outros perversos
Caminhos já desfiz
Agora a cicatriz
Em riscos mais dispersos,
Amor onde me douro
E nele sem agouro
Percebo a clara estância
Enquanto em eloqüência
Mudando esta aparência
A vida sem distância.

608

Poeta que me encanta
O amor não cala e sabe
O quanto já lhe cabe
E nisto cerzi a manta
Por isto me levanta
Bem antes que eu desabe
Ou mesmo em vão acabe
A força onde agiganta
O passo de quem ama
E sabe acesa a chama
Da frágua da esperança
Deságuo em tuas mãos
E cevo em raros grãos
O amor que nos alcança.

609

É bom ser teu amigo
E ter esta certeza
Vencendo esta dureza
Da vida em que persigo
O canto, a paz, e o abrigo
E neles com leveza
Não ser nem ter surpresa
Se eu sigo ora contigo.
O rastro da esperança
Amor agora avança
E dita em plena luz
O quanto me conduz
A ti, querida quando
Em sonhos transbordando.

610


Aos poucos me dominam
Desejos sem igual
E neste ritual
As dores exterminam,
O quanto poderia
Viver em liberdade
No todo que se brade
Gestando em nós o dia
Porquanto eu sempre anseio
Em ti a mesma messe
E nisto se obedece
A vida sem receio,
Rodeio qual falena
O amor em luz tão plena.

611


E vivo em teu encanto
No mundo mais feliz
E sei o quanto eu quis
E nisto tento o canto
Por onde eu já garanto
O ser mais que aprendiz
O risco não desdiz
O amor em claro manto,
Expresso em verso e sonho
O quanto em ti componho
E bebo em transparência
Amar é ser liberto
E ter um rumo certo
E nele a florescência.


612


Poeta que ilumina
O sonho de quem tenta
Vencer qualquer tormenta
E crer nascente e mina,
Amor nos determina
A vida e me apascenta
Gerando enquanto alenta
A sorte em bela sina,
Resumos de outros tantos
Caminhos entre espantos
Ou medos mais constantes
Se amor nos aproxima
Moldando em manso clima
O passo onde adiantes.

613


Ah! Como é bom poder
Saber em fantasia
O amor que nos traria
Em paz, farto poder,
Reinando sobre o ser
E nele se recria
A sorte em euforia
Gerando o bem querer,
Aprendo com teus olhos
E sei dos meus abrolhos
Diversos do passado,
Agora em teu canteiro
Sabendo cor e cheiro
Do amor sempre aflorado.

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