sábado, 10 de julho de 2010

41009 até 41100

810

Voltando da Praia...

Nem estava sol,
Só um mormaço que adentrava
De mansinho e passeava,
Instalando-se...
Entre mergulhos e
Deitadas,
Perdi a noção do tempo,
Quando percebi
Estava abrasada;
Em casa,
Um banho morno,
Esponja macia a
Passear com suavidade por
Meu bronzeado e quente corpo;
Óleo essencial
Acariciando, lentamente,
Minha pele quente de absorção morena;
Olhos fechados,
Coração pulsante,
Mente imaginativa,
Pensamento fixo,
Sorriso,
Nenhum siso;
Joguei-me na cama,
De bruços,
Molhada, atordoada,
Esperando você;
Seus doces e indecentes sussurros
Já faziam cócegas,
Senti tua respiração arfante,
Teu corpo vibrante,
Teu gotejar extasiante;
Fizemos amor e sexo,
Simbiose santa e profana,
Plana-convexa,
Desejo reflexo a
Derramar toda gana!
REGINA COSTA


Desejos saciados entre nós
No quanto tanto amor se produzia
E nesta tarde imerso em fantasia
Ousamos na verdade em mesma voz,
O quanto o sonho fora mais feroz
Numa ânsia sem igual revelaria
O gozo anunciado onde teria
Uníssono delírio em clara foz.
Depois de um sol dourando nossa pele,
A lua mais sedenta se revele
Num argentino bronze iridescente,
E assim ao saciarmos nossa fome,
O amor que nos redime e nos consome,
Deveras com ternura se apresente...


811


Dedos Molhados...
Sorvendo,
Saboreando,
Vertendo
Teu sabor em mim!
REGINA COSTA

Sentir o teu sabor delicioso
E ter neste rocio a divindade
Exposta até real saciedade
Superna maravilha feita em gozo,
Num ato que se molde majestoso
A fúria nos treslouca e nos invade
Traçando em nós enfim felicidade
Redime de um passado pedregoso.
O farto desvendar em rara senda
No amor que tantas vezes nos atenda
Sem freios nem pudores, só por ser.
Assim ao desvendar os teus segredos
Os lábios entre sonda, olhos, dedos,
O consonante espasmo diz prazer.


812


Se eu venço e não convenço
Talvez mesmo pudesse
No tanto que se tece
Saber de outro adereço
No amor quando ofereço
Eu vivo tal benesse
E nela já se esquece
Até de algum tropeço,
A vida em atropelos
Diversos os seus zelos
Apelos são comuns,
Mas quando amor invade
Dos ermos da saudade
Só restam, pois alguns.

813


E sabes que nas sebes
Porquanto eu me daria
E nesta fantasia
Além do que percebes
Eu rumo e já me embebes
De toda esta alegria
Gerando uma utopia
Além do que percebes.
O vasto amor em nós
Tomando a mesma foz
Permite esta afluência
De mágico louvor
E neste raro amor,
Bendigo uma imprudência.


814


O vasto do universo
Em nós representado
Traçando lado a lado
Em cada novo verso
Por onde eu me disperso
Ou mesmo no alentado
Caminho desenhado
No qual prossigo imerso,
Resulto deste fato
E nele amor resgato
Sem medo e sem pudores,
Singrando este oceano
Num ar que é soberano
Por onde quer e fores.

815


Em tramas que teimamos
Armando em passo lento
O cândido momento
Aonde desfrutamos
E destes mesmos sonhos
Deveras costumeiros
Nós somos jardineiros
E nisto mais risonhos
Cevamos com cuidado
Inteiro o roseiral
Num ato em ritual
Preparamos legado
Que possa até servir
Quem sabe, de elixir.


816


Não minto se te sinto
E quero sempre mais
Momentos divinais
Aonde além do instinto
Em ti eu já pressinto
Diversos rituais
E neles vendavais
Ou mais um raro absinto
Sorvido em goles fartos
Além dos sonhos, quartos
Adentro esta varanda
Na lua que te toca
A fúria se provoca
Na orgástica demanda.


817


Absinto me embriaga
Dos lábios de quem ama
A sorte em mesma trama
E sabe a antiga chaga,
Ao menos quando afaga
Produz na nossa cama
Uma erupção que clama
Além da mera, vaga.
O rito sensual
O amor consensual
O risco não se vê
Apenas esta entrega
Aonde se navega
Sem nem saber por que.


818


Navego tantas noites
Nos ermos do infinito
No amor que eu acredito
E nele tu me acoites
Vagando sem destino
Nas tramas de teus laços
Ausentes os cansaços
A ti me determino
Sem mais defesa alguma
Em rara imensidão,
E sei que desde então
A vida se acostuma
Ao gozo insaciável
Além do imaginável.


819


Em plena tempestade
O quanto poderia
O mundo em agonia
Gerar a falsidade,
Mas quando amor invade
E traça a alegoria
O quanto se daria
Traduz em claridade,
Afeto multiplica
E nada mais se explica
Somente por quem és
Amor nega a vergasta
A dor assim se afasta
Jamais prevê revés.

820

Magoas se me negas
Os quanto desejares
E se logo notares
Seguindo sempre às cegas
São várias as entregas
Em tantos bons lugares
E nelas se somares
Sobejas tais adegas,
O quanto me sacias
Nas noites, plenos dias
A todo instante eu vejo
O amor que se aflora
E assim e desde agora
No afã deste desejo.


821


Amores nestas telas
Pintadas pelo sonho
Aonde eu me proponho
E sei também te atrelas
No quanto são tão belas
As noites que componho
No vértice eu te ponho
Enquanto me revelas
Supernas maravilhas
E nelas tanto brilhas
Luar em minha cama,
Bebendo desta frágua
O amor logo deságua
E aumenta cada chama.

822


Os rios e cascatas
O mar em nós se vendo
O quanto em estupendo
Caminho me arrebatas
As noites insensatas
O tempo percebendo
O todo nos bebendo
Os lábios são fragatas
E todo cais além
Deveras já contém
Tesouro inigualável,
Amor incendiário
E sendo assim diário
O mundo é mais potável.

823


Nas mágoas do passado
Sedenta noite atroz,
Mas quando amor em nós
O todo transformado
O sonho adivinhado
O rumo mais veloz
Traduz em laços, nós
O fado desenhado,
Nas pernas, entrelaces
O amor tendo mil faces
E nelas eu me espelho
Contigo quero o encanto
E neste tanto espanto
Qualquer siso e conselho.


824


No mármore que amor
Com seu cinzel superno
Ditando o rumo eterno
E nele o bom sabor
Alabastrino albor
E quando em ti me interno
Ausente algum inverno
Sobejo este calor,
Incrédulos passeios
Sem pejos nem receios
Vagando por espaços
Diversos até que
O sol ao longe vê
Dois corpos nus e lassos.


825


O gosto inebriante
Da boca desejada
Selando cada estada
E nela se adiante
O passo em deslumbrante
Cenário; onde traçada
A sorte em tal laçada
Lapida um diamante,
Vagando sem destino
Em ti eu não domino
O quanto sou mais teu,
E o vasto deste fato
E nele ora constato
Amor que se verteu.


826


Aquele que escapar
Das tramas mais audazes
Que amor sempre em tais fases
Permite qual luar
E neste navegar
Os sonhos que me trazes
E neles os tenazes
Momentos a vagar
Galgando além do cume
O quanto se acostume
Em lume sem igual,
O verdejante prado
Agora anunciado
Em rito sensual.


827


Embrenha seu futuro
O amor em luz intensa
E sabe o que compensa
O tanto outrora escuro
Caminho onde asseguro
A vida não mais pensa
E vendo a diferença
Em ti eu já perduro,
Procuro este detalhe
E nada que atrapalhe
A insânia mais sutil,
A desejosa senda
Aonde amor se estenda
Além do que previu.



828


Fugindo deste inferno
Aonde outrora fora
Uma alma sonhadora
Agora em duro inverno,
Mas quando amor é terno
E gera a tentadora
Figura redentora
Ali eu já me interno
E externo em cada verso
O quanto nele imerso
Ascendo ao Paraíso
Não tendo outro caminho
O amor gestando o ninho
Não tem sequer juízo.


829


Aguarda bem mais calmo
Depois de satisfeito
O amor em claro leito
Gerando o mesmo salmo
E nele me detenho
Vencido pela messe
Aonde se obedece
O rumo em raro empenho,
Vagando vez em quando
Por mares mais distantes
Percebo os fascinantes
Desenhos se moldando
No corpo desta diva
Da qual a alma é cativa.

830


Amor que me parece
Além da face exposta
Sabendo esta resposta
E nela verte em prece
O quanto se obedece
À vida a ser proposta
E quando a gente gosta
A lida em paz se tece.
E resolutamente
Não tendo em minha mente
Nem dúvida sequer,
Eu quero e tão somente
O amor que se apresente
Na sílfide/mulher.


831


Cortante ao mesmo tempo
Em que nos cicatriza
Amor é fúria e brisa
É paz em contratempo
E violentamente
Não deixa sobrar nada
Esta alma destroçada
Que nele se alimente
Perpetuando o gozo
Também a dor imensa
Enquanto em amor pensa
Já sabe o caprichoso
Caminho desenhado
Num louco e doce fado.

832


Das luas em que bebe
Cenário iridescente
O amor onde apresente
Domina inteira a sebe,
E logo se percebe
Em ti a tal nascente
Por onde se apresente
O quanto se concebe
A messe incomparável
E nela insaciável
Desenho se transcende
Ao farto deste instante
Aonde se agigante
E além o amor se estende.


833

Amor que tanto apruma
Enquanto me atormenta
E gera esta sangrenta
Manhã por onde esfuma
A sorte se inda alguma
Deveras se apresenta
No quanto dessedenta
Também nos acostuma,
Assim num vício imenso
O quanto em amor penso
Não deixa mais espaço
Sequer para uma prece
Enquanto assim se tece
Caminho onde perfaço.


834

Herméticos meus versos?
Jamais, pois na verdade
Porquanto o sonho brade
E nele vão submersos
Os vários universos
Da tal felicidade
Assim a liberdade
Em ares mais dispersos,
E quando entranha em mim
A fúria já sem fim
Do amor sem ter limites,
Assídua maravilha
E nela esta armadilha
Além do que ora fites.


835


Talvez de amor não faça
O rumo se eu pudera,
Mas como se esta fera
O passo logo embaça
E ruge em plena graça
Qual fosse primavera
E logo destempera
E toma toda a praça
Imensa barricada
Minha alma desarmada
Já não consegue mais
Deter a inundação
Imensa em que a paixão
Transborda em temporais.


836


Amando com palavras
Sutis ou mesmo até
No quanto em rara fé
Deveras também lavras
E sabes deste solo
Um tanto em aridez
Aonde o amor se fez
E nisto me consolo,
Restando parte ou tanto
Do quase que se dera
Além de alguma espera
O amor eu te garanto
Não tendo mais fronteira
Em si por si se inteira.


837


Tampando a claridade
Não posso perceber
O amor a se tecer
E nem o quanto invade
Gerando à saciedade
O quanto quis prazer
Vibrando e só por ser
Gigante tempestade,
No farto deste empenho
O quanto eu já desenho
Em luz iridescente
O amor se traz além
E nada mais detém
Enquanto se apresente.


838


Agora, num minuto
O todo trasbordando
E sei que desde quando
O olhar já mais astuto
E assim nem se reluto
Eu posso adivinhando
O rumo desejando
Ou mesmo um passo bruto,
Amor por ser quem é
Trazendo esta galé
Algema e nos liberta
A porta do prazer
Transcende ao próprio ser
Estando agora aberta.


839

Amor quando é demais
Já não consigo além
Do quanto sou refém
Em ritos divinais,
Bebendo os desiguais
Caminhos que contém
O gozo quando vem
Momentos sensuais
Segredo à própria vida
A sorte presumida
No amor que ora me trazes,
E assim em passo firme
O sonho se confirme
Em noites mais audazes.


840

A solidão chegando
Depois de tantos anos
Assim puindo os panos
Em dia tão nefando
O amor outrora brando
Agora em novos danos
Em ritos desumanos
Deveras destroçando
O quanto ainda havia
Em clara fantasia
E agora já não vejo,
Quem sabe no futuro
Amor novo e asseguro
A paz no meu desejo.


841



Em prantos e torturas
Os sonhos mais mordazes
Os dias onde trazes
As tantas amarguras
E nisto e em tais misturas
A vida dita as fases
E nelas os audazes
Caminhos não figuras,
Expresso o verso então
Em árdua solidão,
Do amor sigo sedento,
Quem sabe, possa um dia
E nesta alegoria
O passo em paz sustento.



842


Não temo se caminho ao teu lado
Se da-me tua mão na tempestade
Não há sinal maior de amizade
Que a oferta destes versos, teu legado

Se faço do amor a minha lei
O teu trilhar é tudo que professo
Amigo, te adoro e confesso:
Feliz o dia que te encontrei.

Mesmo estando longe, eu te sigo
Em versos te acarinho e prossigo
Buscando sempre o amor e a alegria...

A Deus eu rogo que em nossa trilha
Vejamos na jornada, maravilhas
E sele este querer em poesia!


Helena Grecco


Amiga; o amor nos toma e nos conforta
A página virada do passado
Há tanto noutro instante desolado,
Trancara com certeza qualquer porta
E o sonho se vier o tempo aborta,
E dita a solidão como legado,
Mas quando novo amor acalentado
O risco na verdade pouco importa,
Jazendo sempre ao lado deste encanto
O quanto posso além eu te garanto
Não deixo que se cale a voz de quem
Sabendo deste raro alumbramento
No farto caminhar do amor eu tento
E sei que qualquer dia o brilho vem.


843

Sabendo o quanto amor
Pudesse adivinhar
Aonde e em que lugar
Qual rumo e seu sabor
Permite este labor
E nele o caminhar
Aonde desvendar
O canto redentor,
Desenho em mansidão
As horas que virão
E nelas a certeza
De um dia mais feliz
Assim a sorte diz
E doma a correnteza.


844


Na cama não há chama
Que possa saciar
Quem tanto quis amar
E logo em sonhos trama
O quanto já nos clama
O imenso de um luar
E nele flutuar
Distante de algum drama,
Resumo em verso e fado
O tanto desvendado
No sonho onde procuro
Vencer os meus temores
E nisto traço as cores
De um céu outrora escuro.


845


Noturnos os desejos
Que tomam nossos sonhos
E neles os risonhos
Caminhos são sobejos,
E tanto quanto possa
Vencer a solidão
Traçando a solução
Que seja também nossa
A fome se sacia
Na urgência de um querer
Aonde com prazer
Veja o romper do dia
Em laços bem mais fortes
Tu vens e me confortes.


846


Se adendos e barganhas
Gerassem novos fatos
Bem mais que tais ingratos
Caminhos, ledas sanhas
Aonde tu me ganhas
E secas os regatos
Traçando em novos atos
Longínquas vãs montanhas,
Erguendo o meu olhar
Pressinto no horizonte
No sol que já desponte
O duro caminhar,
Porém se amor é ponte
Aprendo a divagar.


847



Disfarço tantos erros
Nas tramas mais audazes
E sei que também trazes
Além destes desterros
Caminhos entre tantos
E sinto mais feliz
Encontrando o que eu quis
Imerso em teus encantos
Resido no que busco
E tento estar contigo
Sabendo ali o abrigo
Por mais até tão brusco
O mundo e nele entranho,
Porém no amor um ganho.


848



Manhã já vai raiada
Acordo nos teus braços
Agora em doces laços
Amor nessa florada.

Te beijo, tão feliz
Lá longe a dor de outrora
Certeza dessa aurora
Felicidade em bis.

Curada a cicatriz
Refeita essa promessa
O amor nos prega a peça
Contrário aos atos vís

Colore de alegria
A tua face, a minha
Sazona a nossa vinha
De novo, a poesia!


ANA MARIA GAZZANEO

O amor redime cada engano meu
E traça com carinho um novo passo
Ocupa totalmente cada espaço
Cenário sem igual que se verteu
Num átimo gerando este apogeu
Deixando para trás qualquer cansaço
E quando em teu caminho o meu eu faço
Meu sonho o teu sonho percorreu.
A sorte não se mostra em tormentosa
Paisagem na desdita em solidão,
E quando novos dias mostrarão
O quanto desta messe agora goza
Quem tanto fez do amor a poesia
E sabe o quanto o sonho nos sacia.


849


Meus Êxtases

Olhando o firmamento sou pequena
Tão pequenina que não me demito
De admirar sublime criação e fito
Estrelas em bilhões na grande arena

Toureira sem ter força e bem domada
Apenas soletrando a imensidão
Pobre de mim sem argumentação
Sorrir e sonha, e sonha acordada

Encontro o luar encanto sem ter luz
Recebe o amado, sol em claridade
E vive tão somente, assim, em balde

Olhando amores promessa e poesia
Nas madrugadas sol quando irradia
Nada reclama, e, nela amor eu pus

sogueira

O amor traçando além do quanto eu pude
Pensar e ter certeza quando um dia
Entrando nos meandros, poesia
Refiz a minha sorte em juventude
O quanto deste passo tanto ilude
E mesmo assim deveras se cerzia
Fortuna em noite clara ou tênue dia
Tramando noutro rumo uma atitude
Eu pus o meu caminho nos teus braços
E sei que são comuns os nossos passos
Gestando a maravilha que redime,
No tanto mais feliz eu pude ver
O amor gerando assim raro prazer
Sabendo ser decerto mais sublime.

850


Nos dentes que mergulham
Além da tênue pele,
O amor que nos compele
E neles se vasculham
Cenários mais diversos
E traçam outro fato
Aonde me retrato
Em cenas, claros versos,
Arcando com enganos
Ou mesmo em tal caminho
O tanto onde me aninho
Impede novos danos,
E assim no amor perfeito
Decerto me deleito.


851


Amar demais não custa
Nem mesmo poderia
Gerar a hipocrisia
Aonde a cena ajusta
O passo onde se incrusta
A sorte e a fantasia
E nisto eu poderia
Nesta medida justa
Sentir a suavidade
Do sonho quando invade
E traça a perfeição,
No todo ou mais um pouco
Se às vezes me treslouco,
Transbordo em emoção.


852


Embora vá rolando
Por vários descaminhos
Os dias mais mesquinhos
O céu em contrabando;
Porém no amor notando
Gerando nossos ninhos
Jamais serão sozinhos
Os tempos decorando
Com todo o privilégio
De um sonho raro e régio
Aonde se desfila
A lua em tons de prata
Amor quando arrebata
A noite é mais tranquila.



853


Aberto ao coração
De quem já me quiser
O tanto que se quer
E traça a solução
Dos ermos que virão
E sem medo sequer
Do gozo onde aprouver
Cerzindo este verão,
E nele se transcende
Ao quanto se desprende
Em glória o nosso dia,
O amor não mais se esgota
E toma logo a rota
Em mágica alquimia.


854


Aguardo, calmamente
Alquímica mistura
Aonde se assegura
A vida e se fomente
O amor que plenamente
Traduz farta ternura
E quando a vida cura
Um passo atroz, demente,
Resido neste tanto
E sei que me adianto
Enquanto houver nobreza
Do amor reinando sobre
O manto onde se cobre
Em glória a farta mesa.



855

Não temo a solidão
Nem mesmo os desvarios
E sei dos desafios
Das noites que virão
E tendo a solução
Traçando a foz dos rios
Aonde em frágeis fios
Ausente negação
O mundo se redima
E mude todo o clima
Trazendo até quem sabe
O rito mais sobejo
E nele já prevejo
O amor que não se acabe.


856


Embora eu te prefira
À própria vida minha,
O quanto já se alinha
Além desta mentira
A sorte em frágua e pira
Deveras se adivinha
E tanto ali continha
Se a Terra também gira
O manto desenhado
Traduz o enunciado
E traz neste contrato
O ritmo mais audaz
No farto amor se faz
E ali eu me retrato.


857


Segredo que te conto
De um fato mais constante
No amor onde agigante
A vida sem desconto
Aumento ponto a ponto
E chego doravante
Num mundo fascinante
Cenário agora pronto
Bendito este artesão
Com toda a precisão
Cerzindo a maravilha
Do amor quando perfeito
E nele me deleito
Quando a alma compartilha.



858


É feito da saudade
O amor que não sacia
E veste esta agonia
Aonde a morte brade
E gere esta ansiedade
E nela não havia
Senão a fantasia
Sem dar tranqüilidade,
Um novo amor; portanto
É porto onde garanto
Saudade não tem vez,
No quanto se perdera
Pavio inútil cera
Em nada se desfez.


859



A pele em minha pele
Transita e se pressente
O quanto mais dolente
Delírio nos compele
E nada mais se sele
Senão tal inclemente
Caminho onde se tente
O todo já revele,
O caos entranha em nós
Amor furioso algoz
Domina cada passo,
E assim em pleno espasmo
O mundo sem sarcasmo
Deveras quero e traço.

860


Derrubas com carinho
Gigante traiçoeiro
Regando este canteiro
Retiras cada espinho
E amor sem ser daninho
Transforma por inteiro
E traça o mensageiro
De um novo e raro ninho
Aonde se pressente
O quanto mais contente
Estou a todo instante
No qual amor vislumbra
E nega esta penumbra
Por ser tão radiante.


861


Não tenho mais segredos
Nem mesmo os quereria
Vagando em poesia
Diversos meus enredos
E tento embora ledos
Os rumos dia a dia,
E nada poderia
Traçar além dos medos,
O amor nos fortalece
E nele além da prece
Pressinto uma conversa
Com Deus que sempre versa
Num átimo ao cenário
Do amor tão necessário.


862


Portanto não precisa
Saber da indiferença
No quanto se convença
Da sorte mais concisa
E nela qualquer brisa
Transforma e traz a crença
Que tanto nos compensa
Enquanto ali matiza
Esta alma benfazeja
Por onde mais deseja
A sorte em redenção
Sabendo deste fato
No amor eu me retrato
E vejo a direção.

863


Depressa minha amada
Que a vida já se esvai
O pensamento trai
E nega alguma estrada
A quem se fez gentil
E tanto quis assim
Florada em seu jardim
E o canto não se ouviu,
O inverno se anuncia
E o tempo já transmuda
A sorte tão miúda
Agora em fantasia
Permite um mero instante.
Que seja deslumbrante!


864


A boca em minha boca,
O toque mais gostoso
Aonde em pleno gozo
O rumo já se toca
E sigo cada passo
Por onde poderia
Saber desta alegria
E nisto eu tanto faço
E beijo a primavera
Embora em invernal
Caminho pelo astral
No quanto amor tempera
E muda a própria face
Sobejo mundo trace.


865


Desnude-te de todos
Temores e verás
O amor quando ele é audaz
Supera os velhos lodos,
E sem saber de engodos
Transcende à própria paz
E tudo sempre traz
Diversos, vários modos
Porquanto em ti sacio
O coração vadio
E tanto aventureiro,
Mas quando em flórea senda
Assim logo se estenda
Além deste canteiro.


866

A lua nos convida
Em clara concordância
Gerando a consonância
Gerindo nossa vida,
A sorte percebida
E nela esta abundância
A cada nova estância
Refaço a já perdida
Vontade de lutar
E bebo do luar
Um fortalecedor
Cenário em plena prata
Assim a messe trata
Em festa o nosso amor.


867



A boca percorrendo
Cenário fascinante
E sabe doravante
Aonde em estupendo
Caminho irá vencendo
A dor e num instante
O todo se agigante
No mar que ora desvendo.
Resumo minha vida
Na sorte presumida
Nas tramas deste anseio
E sei do quanto posso
Vivendo amor que é nosso
Sem pejo e sem receio.


868


Acende nessa noite
O brilho em cada lume
Aonde me acostume
E vença o duro açoite
Aloco o pensamento
No corpo feminino
E quando me fascino
Bebendo me alimento
Das tramas e das senhas
Diversas sanhas nossas
E logo tu endossas
Caminho e nele venhas
Tramando esta promessa
Do amor que se confessa.


869


E venha sem temer
Não deixe pra depois
O quanto entre nós dois
Traduz pleno prazer,
O manto se faria
Em plena majestade
No quanto nos agrade
A sorte em fantasia
Gestando esta beleza
Gerando um novo mundo
E quando me aprofundo
Em farta correnteza
Desenho esta delícia
No anseio da carícia.


870

Aguardo simplesmente
Quem possa me dizer
Do amor em tal prazer
Que nada mais desmente
Outrora um ser descrente
Agora posso ver
O quanto do querer
Nos faz bem mais contente
Galgando a cordilheira
Aonde amor se inteira
E gera este infinito
Na imensa cordoalha
A sorte já se espalha
No amor que eu acredito.


871

Anoiteceu, vibra
Em mim esta vontade
Do amor que quando invade
Desfaz, desequilibra
O tempo toma a libra
E o resto na verdade
Vagando em realidade
Diversa já se dribla,
O corpo em tal cansaço
Num êxtase supremo
E assim em ti me algemo
E sigo e não desfaço
Caminho em verdejante
Delírio fascinante.


872


Que faz com que me perca
E tome outro sentido
O amor se percebido
Não teme qualquer cerca
E logo nos devora
Adentra este quintal
Na senda magistral
E sem saber nem hora
Resume em tal loucura
Paixão que se irradia
Além da fantasia
Deveras nos tortura,
Traçando assim magnífico
Nem sempre tão pacífico.

873


Avanço como um louco
E nada me detém
No amor sou qual refém,
Porém ainda é pouco
No quanto me treslouco
O rumo já convém
E sendo deste alguém
Se nada escuto, mouco,
Expresso em verso e canto
O quanto me adianto
E busco a redenção
Singrando este oceano
E mesmo se me dano
O amor toma o timão.


874


Colado junto a ti
Na noite em rara dança
Amor quando se lança
Além do que senti
Devora e sei que aqui
Audaz qualquer mudança
A sorte já balança
E nela eu me perdi,
E presa deste sonho
Por vezes tão medonho
Insaciavelmente
O mundo se transforma
E toma a vária forma
Aonde se fomente.


875


Te Beijando e também
Cerzindo o Paraíso
Num toque mais preciso
Vibrando em mesmo bem,
O amor quando contém
Já todo o meu juízo
E nele me matizo
Enquanto sou refém
Das ânsias e delírios
E sei destes martírios
E gozos adjacentes
No quanto te apresentes
E cevas este solo
Com prazer eu me imolo.

876


Suaves os carinhos
De quem se fez a fera
E nisto se tempera
A sorte em tais moinhos
Gerando outros caminhos
O todo não espera
E quando esta pantera
Prepara aqui seus ninhos
Espúria madrugada
A sorte em tal lufada
Não vê qualquer disfarce
E quando mais audaz
O amor se mostra e traz
O rumo onde me esgarce.


877


O gosto diz delícia
E nisto sou inteiro
Cerzindo o meu canteiro
Sem medo e sem notícia
Além desta carícia
Da qual sou timoneiro
Também aventureiro
Delírio em tal malícia
Premissas mais diversas
Aonde queres, versas
Gerando um novo sol,
E assim em raro encanto
Apenas helianto
Atrás deste farol.

878


Inventam num segundo
Desvios ou atalhos
E quando em tais retalhos
Deveras me aprofundo
Vagando em novo mundo
Por mais que sejam falhos
Os dias em frangalhos
Da messe eu já me inundo.
Arisco no passado
A presa que se entrega
E sabe quase cega
O rumo já traçado
Na plena fantasia
Além do que podia.


879


Amor me transportando
Além de qualquer cais
E nele muito mais
Que um simples contrabando
A sorte traz no bando
Dos sonhos magistrais
Momentos divinais
Entre outros transformando
O que se fora atrás
Apenas um tenaz
E louco aventureiro
Agora noutra face
O amor deveras trace
E nele assim me inteiro.

880


Arranca tua roupa
A fúria deste anseio
E toca cada seio
Deveras nada poupa
E cerzi com denodo
A messe mais sobeja
No quanto te deseja
E não encontro engodo
O risco não se faz
Nem mesmo se percebe
Assim em rara sebe
Meu passo é mais tenaz
Galgando ao infinito
Ao vasto eu me permito.


881


A noite te prometo
Sem medos nem pudores
E tanto aonde fores
Também eu me arremeto
E faço outro soneto
Usando tuas cores
Matizes sonhadores
Delírios que eu cometo,
Vagando em verso e sonho
Assim eu me proponho
Bem mais do que pensara
Num avassalador
Delírio feito amor
Domando esta seara.


882


Será da mais sublime
E rara maravilha
O mundo onde se trilha
E tudo nos redime
Jamais amor suprime
A luz que em nós rebrilha
A sorte se estribilha
Num quanto que se estime
O risco alentador
De um claro e raro amor
E nele esta certeza
De um novo alvorecer
Em tons de bel prazer
Dourada fortaleza.


883


Os sonhos que sonhamos
Os dias mais felizes
E neles tu me dizes
Da vida em vários ramos
Porquanto perfilamos
Diversas cicatrizes
Vencendo antigas crises
Deveras nos amamos,
E tendo esta divina
Beleza que fascina
E doma a fera em nós,
O ritmo alucinante
Que tanto se agigante
Aumenta em brado a voz.


884

Amor de tanto amor
Não mais cabendo em si
Sabendo o quanto ouvi
De um tempo sonhador
Vagando sem pudor
E nisto eu percebi
O quanto existe aqui
Do raro e bom valor,
Em esplendor a sorte
Deveras nos conforte
E gere este momento
Aonde com certeza
A vida sem surpresa
No amor tem seu sustento.


885

Amada quem me dera
Viver a plenitude
Do amor mais do que pude
Em cena tão sincera
Vencendo o que não gera
Além de uma atitude
Que tanto nos transmude
E molde a primavera,
Resumo em verso e canto
O quanto eu amo e encanto
O tempo mais audaz,
Assim amante sonho
No qual me recomponho
E a vida já se faz.


886


A noite que te trago
Imersa em claridade
Transcorre em liberdade
E dita cada afago
No tempo em que este mago
Amor tanto me invade
Gestando a claridade
E nela já me alago
Vestindo a mansidão
E tendo a sensação
Do quanto pude outrora
Vencer os descaminhos
E ter não mais espinhos
Aonde a vida aflora.


887


Os lábios se desejam
Na busca incontrolável
Amor insaciável
E nele se prevejam
Momentos onde a sorte
Transcorra em libertário
Caminho necessário
Que trace algum suporte
A quem se fez em paz
E agora quer além
Do quanto amor retém
E molda um passo audaz
Vagando a eternidade
Na imensa liberdade.


888


E nada do sofrer
Pudesse ser assim
O mundo dentro em mim
Transcende ao bem querer
E gesta com prazer
Fortuna em tal jardim
E trama até o fim
O quanto pude ver
E crer num mero instante
No fato que adiante
Bendiga a vida inteira
E cerzi com ternura
O quanto se assegura
Gerando a cordilheira.



889


Não deixe que essa noite
Não seja de prazeres
E torne nossos seres
Apenas em açoite
Permita que se acoite
Aqui estes quereres
Sabendo dos poderes
Do amor quando em pernoite
Debaixo dos lençóis
Trazendo assim os sóis
Em plena madrugada,
A lua embevecida
Mudando a minha vida
Gerando nova estrada.


890


Nos braços deste sonho
Jamais me libertar
E ter a cada altar
O mundo onde proponho
Deveras eu me enfronho
Nos ermos do luar
E sinto navegar
Em mim um ar risonho,
Resulto deste encanto
E se demais me espanto
Com toda esta delícia
A vida em tanta luz
Deveras reproduz
O sonho sem sevícia.


891


Amor quando de amor
Revive a velha chama
Deveras sempre trama
Em ar alentador
O quanto sonhador
Moldando além do drama
A força que reclama
Imenso este esplendor,
Resgato em ti promessas
E quando me confessas
Também somente minha
O pensamento vaga
E toca e já te afaga
E em ti voraz se aninha.


892


De tanto amor merece
O canto que se preza
A sorte não ilesa
E nela esta benesse
Que logo estabelece
O rumo onde se tesa
A vida e nada pesa
Nem mesmo se padece,
Do velho caminheiro
Agora um derradeiro
Alento em voz tranquila,
O quanto te bendigo
E quero em ti o abrigo
No amor que amor destila.

893


Saber que tu partiste
E nada mais deixaste
Senão velho desgaste
De um coração tão triste
E assim nada persiste
Sequer caminho ou haste
O rumo em tal contraste
Deveras não existe,
Esbarro no infinito
E quando eu acredito
Nas tramas mais felizes
O quanto tu desdizes
E negas este rumo
Em nada eu já me esfumo.


894


É quase que morrer
Na ausência deste encanto
E sei até, portanto
O fundo do meu ser
O quanto pude ver
E crer sem mais espanto
No amor em que adianto
O passo a se tecer,
Vestindo esta diversa
Beleza já se versa
Ao fato consumado
De um mundo mais feliz
E tanto quanto eu quis
Enfim vivo Eldorado.


895


Por isso não responda
E deixe que se leve
O amor em rumo breve
E nada mais se esconda
A sorte dita a sonda
E assim o tempo atreve
E tanto já se ceve
E enfrenta qualquer onda,
O risco não se vendo
No amor quando estupendo
Trazendo além do cais
Momentos onde eu posso
Vencer qualquer destroço
E ter sempre bem mais...


896

Acorda com carinho
O sonho em tom suave
A liberdade da ave
Cerzindo além seu ninho
E quando eu adivinho
O rumo e nego o entrave
O tanto não agrave
O manto mais daninho,
Espreito e na tocaia
Amor já não mais traia
Atraia tanta sorte
E assim se emoldurando
Em rumo claro e brando
No quanto me conforte.


897

E fique do meu lado
Apenas num instante
E assim já se adiante
O rumo ora traçado
E trame sem enfado
O passo fascinante
E sei que doravante
Será nosso legado,
Respaldos encontrando
No amor que sei mais brando
E nele sem terror,
Aprendo a ser tranqüilo
Enquanto aqui desfilo
Um mundo em esplendor.


898




A noite após a noite,
Já não comportaria
Sequer um novo dia
E assim aonde açoite
Promessa nos engoda
E o todo não traduz
O quanto em rara luz
A vida se acomoda
E gera outro cenário
Suave, mas nem tanto
E logo me adianto
Ao mar mais temerário
E sendo um timoneiro
Do amor aventureiro.



899

Desenho no teu corpo o meu já tatuado
Seguindo este caminho em tese mais perfeito
No quanto eu te procuro e sou por ti aceito
O mundo num cenário em paz, abençoado.
Risonho caminhar transmite ao meu legado
O sonho mais audaz e nele me deleito
Cerzindo esta esperança e sendo enfim aceito
O canto noutro instante; em ti vejo ecoado,
E assim em consonância a sorte se tecendo
A vida sem promessa e nela o dividendo
Sobejo em tom maior é tudo o que procuro
Vencer o descaminho em campo mais tranqüilo
Deveras a certeza e nela já desfilo
O porto que mais quero e sei ser tão seguro.

900

Amar e ter certeza; embora seja fato
Que todo grande amor deveras tenha um fim,
O rumo transportando a ti; presumo enfim
E neste caminhar deveras já reato
O quanto no passado o dia fora ingrato
Matando em aridez qualquer sombra em jardim,
O risco determina o sonho de onde eu vim
O amor em tal nobreza à mesa em raro prato,
Na trama mais audaz, em consonante espera
O todo se procura e a noite nos tempera
Com toda a garantia e nela se pressente
O amor sem mais medida enquanto dita a sorte
Traçando em tom maior o canto onde conforte
E gera muito além que um cenário clemente.

Nenhum comentário: