segunda-feira, 1 de novembro de 2010

17301 a 17400

Das flores, dos jardins e dos quintais
Varandas entre luas, serenatas,
Os olhos da mulher são magistrais
Matizes destas noites, raras pratas.

Querendo o teu querer, cada vez mais
Com tua mansidão já me arrebatas
Vagando por fronteiras siderais
Tanto amor não suporta mais bravatas.

Unidos caminhando, mesmos passos
Jamais me perderei neste caminho,
Eterno sentimento ganha espaços

Sabendo que este amor, demais sincero
Não deixa que prossiga vão, sozinho,
É nele que encontrei tudo o que quero...
Marcos Loures


2

Das flores, o perfume e a beleza
Das cores os matizes mais audazes.
Das dores, mitigar toda tristeza,
Dos medos, os segredos mais capazes.

Da lua, todo o brilho e claridade,
Do sol, os tantos raios luminosos.
Eu peço muito amor, porém quem há-de?
Na noite que tivermos, quero os gozos.

Nas flores que plantei, quero o botão,
Nas cores escolhidas quero o anil;
Eu quero sempre o sim,esqueça o não,
Eu quero teu carinho mais gentil.

Roubar intensidade deste sol,
Amores, vou buscando, levo anzol...

3



Dançavas, valsas, mansas valsas, alças
Desses nuances. Lances e relances,
Não cansas, danças, lanças alcances...
Os braços lassos, passos, traços, balsas...

Voas solta, revoltas, voltas, valsas...
Anseios, seios, veios, teus nuances...
Valsavas e voavas, asas falsas
Nas mansas voltas. Laços, aços, lances...

As mãos macias, cios, cílios, tílias...
Amar, mar, maré, marcos, maravilhas...
Barcos, arcos, passos, valsas, noite...

Os braços, laços, aços, lassos passos,
Dançavas, flutuavas, sem cansaços...
Descalços passos lassos, aço, açoite!
Marcos Loures


4

Dançavas; delirante, gigantescos
Espetáculos dado por teus passos,
Meus dias antes tétricos, dantescos,
Mudados pelos ritmos dos compassos

Sorriso que me dás em ares frescos
Transforma, lentamente velhos traços,
Rasgando pergaminhos, arabescos,
Encontro a plenitude nos teus braços.

Às dores que pensara sem remédio
Felicidade agora faz assédio.
Numa esperança viva és os meus óculos

Tocando minha boca em raros ósculos
Nas danças delirantes...Medo some...
Em teus templos bacantes mato a fome.


5

Dançando nesta noite, o tempo inteiro.
Nas noites do verão de uma existência;
O riso permanente e companheiro
No teu gesto mais brusco, impaciência

Os olhos da menina se embaçaram,
Tuas pernas cansadas sem a dança
Os dedos carinhosos maltrataram
Matando o que se fora uma esperança

De toda uma mudança que não veio
Da noite que não trouxe uma alvorada.
A mão que deslizava sobre o seio
Encontra este vazio, o quase nada...

Apenas te restando um paraíso
Guardado no verão, em teu sorriso...
Marcos Loures


6

Dançando nesta noite, minha prenda,
Colado com teu corpo, em teu carinho
A vida do teu lado se desvenda
Jamais eu voltarei a ser sozinho...

Saudade no meu peito, vira lenda,
Aberto o coração, um passarinho
Voando para o Sul, permite acenda
O brilho da esperança, de mansinho...

Dançando em nossas mãos um carrossel,
Desvenda estes mistérios da paixão.
O gosto desta boca, doce mel

O toque sedutor roça meu rosto.
Guria, mergulhando na emoção,
Deixando bem distante o tal desgosto..


7


Dançando nesta noite, o tempo inteiro.
Nas noites do verão de uma existência;
O riso permanente e companheiro

No teu gesto mais brusco, impaciência
O tempo passará num verdadeiro
Martírio que jamais terá clemência...

Os olhos da menina se embaçaram,
Tuas pernas cansadas sem a dança
Os dedos carinhosos maltrataram
Matando o que se fora uma esperança

De toda uma mudança que não veio
Da noite que não trouxe uma alvorada.
A mão que deslizava sobre o seio
Encontra este vazio, o quase nada...
Marcos Loures


8


A mão que acaricia, em garra já se atreve.
A noite não permite o brilho em novo dia.
O canto que me deste, a dor o revestia.
No sol do nosso amor, o lume não se escreve.

De todo nosso sonho, a manhã morreu breve.
O que levamos? Nada. Amor não mais havia...
A lágrima forjada, a carícia mais fria.
Agora o tempo corre, a vida se faz leve!

Não sinto mais cansaço, esqueço o meu tormento.
Não quero mais mentira abraça-me a verdade.
Não quero nem aceito a tua piedade.

Notícias que me deste, espalho-as no vento.
A lágrima que corre, o sol que anda mais forte.
A voz tão engasgada, aguarda minha morte...
Marcos Loures


9

Dançando nesta festa, amada que sonhei,
Como poder viver, me resta esta saudade...
Não quero mais saber de tudo o que passei
Se cultivei tristeza, amor é falsidade...

Meu olhar mais distante esperando essa lei
Que possa me trazer verdade e claridade...
Na dança que rodava, amada me fez rei...
Meu medo não passava... Amor era a verdade...

Quantas vezes eu tenho esperado essa sina...
Poder enfim achar caminhos a seguir...
Nas noites sem estrela, amor nunca combina;

Meu futuro é teu braço: amiga não me deixe...
Quero estar preso ao laço a noite é meu porvir,
Neste oceano belo, eu quero ser o peixe...
Marcos Loures


10


Dançando estas estrelas irmanadas
Formando com seus lumes u'a coroa
Estrelas se mostrando consteladas
O pensamento livre busca e voa,

As luzes na ciranda demonstradas
Na dança que se faz assim, à toa,
As noites se passando decoradas
Nesta tiara bela. A vida é boa

Para quem souber quanto é importante
Seguir o seu caminho de irmandade
Sabendo que viver é delirante.

No rastro das estrelas vou buscando
O sentido perfeito da amizade,
Unidos; nossos passos vão brilhando...



11

Dançamos braços dados, noite afora
Açoites feito ventos não dominam.
Alçando o pensamento, o vento aflora
Pernoites que tivemos alucinam.

Nos olhos, liberdade que decora
Os dias em que os ventos nos fascinam
E o fogo feito em sol aquece a flora
E as flores nos canteiros, nascem, minam...

Assistem ao encontro extasiante
De dois enamorados caminheiros,
Em astros, altos ramos arvoredos,

Instado pelo belo deste instante
Numa procura insana por segredos,
Amores já se dão e vêm inteiros...
Marcos Loures


12


Amiga, não se esqueça que a saudade
Já pode eternizar um sentimento.
Quando ela chega, eu juro que a arrebento,
Algoz de uma sutil felicidade.

Não posso mais viver sem liberdade,
Caminho, coração exposto ao vento,
Tu não verás em mim qualquer lamento,
Ó prenda isso é total barbaridade

Não deixe nenhum rastro do passado,
Resquícios não ajudam, valem nada,
A curva mais fechada de uma estrada

Traduz um caminhão que capotado
Deixou cair na pista toda a carga,
Saudade, não adoça, sempre amarga...
Marcos Loures


13


Da janela do quarto deste hotel,
Percebo esta cidade enlouquecida
Estrelas apagadas lá no céu,
Imagem de uma estrela distorcida

Formada por faróis em carrossel,
Mudando num momento a minha vida.
Aguardo a punhalada mais cruel,
A morte preparando a despedida.

Porém ao ver andando na calçada
Imagem desta sílfide divina,
A rua se mostrando enluarada

Na chama da beleza que domina
E deixa a própria lua envergonhada
Ao ver esta mulher que me alucina...
Marcos Loures


14


Da flor que nós plantamos no jardim
Nasceu um paraíso feito em rosa.
Brotando noutra flor dentro de mim
A vida se fez bela e maviosa.

Perfumes recendendo ao alecrim
Colhido numa estrada mais formosa
Amor vai desfrutando até o fim
Deixando a nossa casa tão cheirosa...

É claro, toda rosa tem espinhos
Mas eles valorizam seu perfume
Um pássaro liberto faz seus ninhos,

Proteção contra a chuva e contra o frio.
Amor se verdadeiro traz ciúme
E sem ele de frio morre o estio...


15

Da flor que nós plantamos no jardim
Em frente à nossa casa, pé da serra,
Monsenhores, crisântemos, jasmim,
Adubos de esperança em nova terra

Sangrada em cada mão mais calejada,
Depois numa aguardente uma resposta
Que sempre foi pedida e nunca dada
Por que essa vida é sempre a mesma bosta?

Só resta fazer filho prá cangalha
Pesada da labuta sem descanso.
No corte mais profundo da navalha,
O rosto embriagado fica manso.

Restando este perfume em triste flor
O manto mais sagrado deste amor...


16



Da dor que amor me trouxe, sobremesa,
Criei uma esperança mais matreira.
Nadando sem parar, na correnteza
Deixei de ver espinhos na roseira.

A sorte de quem ama, com certeza
Se entrega na emoção se for inteira.
Não quero mais caçar nem ser a presa.
Sobrevivência, agora; uma bandeira.

Mas vejo em tuas mãos a bela rosa
A quem eu dediquei o meu jardim.
Tu falas da ferida dolorosa

Te falo da alegria que é sem fim
Ao ver a tua boca tão gostosa,
Ao te sentir colada junto a mim...

Marcos Loures


17

distante de teus olhos, nada resta
senão a solidão, temível fera.
apenas a saudade ainda atesta
o que meu coração teimoso espera.

Da vida que eu tivera em plena festa,
minha alma tão vazia o nada gera,
olhando uma esperança pela fresta,
matando em frio intenso a primavera.

porém ao perceber tua chegada,
depois da tempestade, uma bonança.
rendido ao teu olhar, o peito amansa

e vive esta emoção já desenhada
na noite mais fantástica. Alegria
que a força deste olhar belo irradia.
Marcos Loures


18

Distante de teus olhos, tão formosa,
A vida não me empresta seus penhores.
Minha alma sem cuidados, andrajosa,
Nessa busca incessante por amores.

Teu olhar de soslaio, tão furtivo,
Cativa meu olhar, hipnotizando.
Em busca deste olhar, por certo vivo,
Entregue a tanto brilho, estou te amando.

Teus passos em meus passos já transformo,
E queimo em tal ardor se não te tenho.
Viver sem teu amor, não me conformo,
Distantes os caminhos de onde venho...

E sinto em teu regaço, um quente ninho,
Por certo, em teu amor, não vou sozinho!


19

Distante de teus olhos, teu carinho,
Querida o sofrimento foi total.
Saudade do perfume sem igual
Do corpo delicado onde me aninho.

Por vezes eu pensei estar sozinho,
Levando uma tristeza no bornal.
Sorriso encantador e sensual
Em lábios tão bonitos. Meu caminho...

Agora que vieste, a vida traz
Um gosto bem mais doce, de esperança.
Desculpe se pareço mais audaz,

Mas quero para sempre esta aliança
Que saiba o tanto quanto satisfaz
Aquele a quem teu verso sempre alcança...


20

Distante de teus olhos, teus perfumes.
O dia se arrastando, devagar.
A noite se promete sem ter lumes.
Apenas solidão a me tocar.

O vento provocando os meus ciúmes,
Pois sei que tua pele, vai roçar.
A lua vai ouvindo os meus queixumes
E chora em cada raio sobre um mar

Em névoas e neblinas derramando
Uma fosforescência feita em dor,
Procuro te encontrar, mas até quando

Somente este vazio, encontrarei,
Mal sabes quanto tempo eu esperei.
E peço que tu voltes. Por favor...


21

Distante de teus braços, naveguei
Por mares tão diversos do que eu quis.
Teimoso, o coração de um aprendiz
Esconde tudo aquilo que busquei.

Reinados dos meus sonhos vão sem rei
De tudo o que eu queria, ser feliz,
A sorte se mostrando meretriz
Expõe em calafrio o que passei.

A vida sempre cobra de quem traz
Intempestivo braço e vai audaz
Tornando o passo frágil e inconstante.

Depois de ter sentido medo e frio,
Perdendo o meu caminho em desafio,
Não quero mais nem mesmo este rompante.
Marcos Loures


22

Distante de teus braços, com saudade
Da boca mais macia que provei,
Não tenho, meu amor, felicidade
O bem que nesta vida, procurei.

Meu sonho de encontrar sinceridade
Esbarra na distância que hoje sei
Impede nosso amor em liberdade,
Na ilha deste sonho, naufraguei...

Sabendo que tu sofres, isolada
Sem nada que consiga confortar,
Aguardo esta alegria tão sonhada,

Tirando do deserto em forma de ilha
Aquela que aprendi, sem medo, amar;
No resgate da vida, a maravilha!
23


Distante de teus braços... Onde estás?
Rastreio por teus passos, nada vejo.
Perdendo o meu juízo perco a paz,
A dor de tua ausência, eu antevejo...

Somente o vento frio, a chuva traz;
Recordo da delícia de teu beijo
Será que depois disso sou capaz?
Viver sempre ao teu lado... Meu desejo...

E sinto o teu perfume, tua mão...
Tocando minha pele, abro um sorriso...
Teu beijo sensual... A tentação...

E deito nos teus braços, me enovelo.
Em tua pele nua me matizo...
Seguro, no galope, o teu cabelo...


24

Dos erros mais comuns que cometi,
Espelho sem reflexo, olhar vazio.
Se um templo imaginário ainda crio,
Jamais eu o terei, além aqui...

A deusa em transparências de organdi,
Espectro tão distante. O vento frio,
Batendo nos umbrais sonega estio,
Simula a voz de um anjo. Amargo, ouvi.

Abrindo a velha porta, a solidão
Vertida em ventania, em temporal...
Ao tumular desejo, a pá de cal

Monta a mais feliz decoração.
Amante das bebidas, das orgias?
Apenas imperfeitas fantasias...
Marcos Loures

17325


Dos erros mais comuns que cometi
O amor talvez pareça o mais sincero,
Vencer dificuldades? Sei que quero.
Depois das tempestades; chego a ti.

Porém; já não mereço estar aqui;
O velho coração deveras fero,
Modorrenta manhã; eis o que espero,
Sabendo que o amanhã; tolo, eu perdi.

Aguardo alguma chance que não veio,
Espreito um bom momento em que eu consiga
Falar sem ter sequer qualquer receio

Do que ainda me resta de futuro.
Por isso, me perdoe amante amiga,
O teu perdão é tudo o que procuro!

26




Dos cactos espinhosos do caminho,
Das urzes e das pedras, farpas, dores.
O pranto de quem veio tão sozinho
Recebe teus carinhos redentores.
Bebendo em tua boca o doce vinho
Que é feito em paz e sangue, pão, amores...

Eu quero ser teu servo e ser cativo
Em cada amanhecer, guia meus passos.
Se sinto esta emoção e nela vivo
Percebo toda a força dos teus braços.
Amor sem ser jamais quieto e passivo
Promessa mais perene destes laços

Que fazem nosso canto em harmonia
Nos nervos e nos olhos da alegria...
Marcos Loures


27

Dor, minha companheira mais dileta.
Sabendo que jamais eu te esqueci
Nas noites tão sombrias, se completa
E busca a companhia bem aqui...

Dobrando em agonia tantos sinos,
A dor nunca se afasta por inteiro.
Sabendo das angústias dos destinos,
Encontra no meu peito o seu parceiro.

Resume seus encantos na conquista
Que a cada novo dia já me entranha.
Nas danças e promessas, dor se avista,
Invade totalmente, torpe, estranha...

Apenas solidão nunca me larga,
A voz quase fugida, a dor embarga...


28


Dor, cruel feroz, sangra, singra mata...
Nas almas, sorve, crava, trava afeta...
U’a fiel companheira do poeta!
Mares, montes, senzalas, em cascata...

A dor sequer pergunta m’arrebata...
Tantas vezes, perdendo a linha reta,
Trafega espaços, lassos passos, meta...
Carrega, diariamente, mentes, trata...

Saudade, tristeza alma... tudo dói...
Nas vagas divagando. Mas constrói..
Nas carnes, dilacera, fera e flor.

Seus motes, sortes, montes, vários cortes...
Sinas, rumos, nos prumos e nas mortes...
Tantas vezes salvaste o homem, Dor!



29

Dos amô qui a vida deu
Nunca dexei di sonhá.
Cum esse amô qui é o teu
Danadim di martratá.

Na viola qui punteio
As corda do coração
Meu amô só arreceio
Socê mi dissé um não.

Entonce a vida termina
Num adianta vivê
A sôdade é assassina
De sôdade vô morrê;

Vem pru cantim, vem cantá
Vem pru móde nóis amá!
Marcos Loures


30

Dois corpos se tocando, com luxúria,
Sentindo belos seios, duros pomos,
Da sílfide divina. Doces gomos
Da fruta preferida, fome e fúria.

Visão extasiante de uma lua
Que adentra em nosso quarto, voyeurista.
Prateia uma escultura semi nua,
Com mãos tão delicadas de uma artista.

Deitada no teu lânguido abandono,
No gozo perfumado, doces sumos,
Fustiga meus desejos, rouba o sono,
A noite se propõe em outros rumos...

Ecoam fantasias, turbilhões,
Devastadores fogos, mil vulcões..


31

Dois corpos dialogando sem palavras
Em gestos e desejos demonstrados.
Roçando em tua pele, belas lavras,
De fogos e ternuras encontrados.

Farturas de vontades, satisfazes
Enquanto eu satisfaço todas, tuas.
A lua nos rondando em suas fazes,
Encontra as silhuetas, nossas, nuas.

E assim nesta mistura, coxas, pernas,
Seios sobre mim, mamilos tesos,
As noites vão ficando bem mais ternas,
E os corpos não escapam mais ilesos.

Arranhas minhas costas, mordes, bebes,
E assim nós viajamos loucas sebes...
Marcos Loures


32

Dois barcos que navegam mesmo mar
Das ilusões, eternos marcadores,
Na doce maravilha feita amar,
Sejamos, destes sonhos, amadores.

Às vezes é difícil – sei- remar,
Sorrindo quando em nós pululam dores,
As luas se deitando em preamar
Quais fossem deste céu, os refletores.

Amiga a liberdade de um Corcel
Eternamente solto nos espaços,
Os versos vão ganhando um claro céu,

Traduzem na verdade nossos passos
A riscar o infinito, tramando os traços
Dos sonhos que tivermos; Isabel...
Marcos Loures


33


Doces recordações do que passei,
Nos braços de quem fora minha amada.
Se temo meu futuro, hoje bem sei,
Que quase não sobrou, deveras, nada...

Amiga, em ti confio essa missão,
Te peço que me leve essa esperança.
Assim libertarei meu coração,
Distante, meu olhar, não mais alcança...

Os olhos de quem fora minha vida,
Noutros olhares perde seu caminho.
A noite me olvidou, adormecida,
Me sinto, a cada dia, mais sozinho...

Por isso, minha amiga verdadeira,
Afaste do meu rosto esta bandeira...
Marcos Loures


34

Doces beijos... Refém de teu carinho,
Entranho uma vontade interminável
De estar sempre contigo. Inconfessável
Certeza de que agora, em doce ninho,

A rosa que perfuma, sem espinho,
Tornou minha esperança mais palpável,
A minha vida em si, bem palatável;
E julgo que jamais serei sozinho.

Amor que num crescendo já desponta
Além do que pensara, além da conta,
Distante do quem sabe e do talvez.

No beijo que me deste, meu amor,
A vida se refaz num esplendor
Que traz toda alegria, em gravidez...


35

Do teu perfil as límpidas paisagens,
Vencendo nossos medos, insegura.
Seguindo os velhos cantos e visagens,
Na noite que anuncia-se mais pura.

Não vejo velhos traços nesse céu
Nem sinto o trovejar desta esperança.
Cansado de vestir o mesmo véu
Recebo com carinho, uma lembrança.

Eu vi os nossos rastros pelo chão,
Bebi nas nossas fontes mais ousadas.
Não quero esse resquício de perdão,
Desejo velhas chamas abrasadas.

E quero a solidária plenitude
Do amor que se propõe uma atitude...
Marcos Loures


36


Do relógio, os ponteiros vão bem lentos,
A angústia em solidão. Quero você.
Aguardo em ansiedade estes momentos
Aonde possa ter amor. cadê?

Procuro por seus olhos pelas ruas,
Iludo-me, são sóis multiplicados,
Calçadas empinhadas ficam nuas;
Meus dias se perdendo, tão cansados

Da vida sem poder gritar ao mundo
Do amor que me domina sem disfarce
Ao ver a sua imagem num segundo
Reparo, mas não é. E noutra face

Espelho tal desejo que não some.
Vontade de lhe amar, tudo consome...
Marcos Loures


37


Do quase e do talvez, a vida farta,
Na espera de um sinal de boa sorte.
Antes que o sonho livre já se parta,
Surgiste no horizonte, mansa e forte.

No paraíso feito em tanta benção,
Transcorrem nossos dias riso e paz.
Carinhos dedicados e atenção,
Caminhos onde o amor se faz capaz

De dar ao sonhador um novo dia,
Refeito do vazio de outras eras.
Amar além de tudo, merecia
Quem tanto teve nas esperas.

Por isso meu amor, eu não me canso,
De agradecer as bênçãos que eu alcanço...


38




Do nosso amor ninguém ouse falar,
Amor que se irmanando só cresceu
Nascendo entre este sol e o luar,
Agora já se fez, só teu e meu.

Amor se lambuzou no mel da vida,
Inebriando qual uma aguardente
Nesta pureza imensa e pressentida,
Amor maior do mundo? Esse da gente...

Que nada cobra e nunca dá motivos,
Que nunca se pretende propriedade,
Num ar que nos ajuda, estarmos vivos,
Espalha um sentimento de verdade,

Nunca se fez medonho ou egoísta,
Dançando livremente em qualquer pista...


39


Do néctar deste amor que sorvo inteiro,
Deitando em tua cama, meu prazer.
Eu quero usufruir do verdadeiro
Maná que irá dar forças p'ra viver...

Beber cada gotícula dispersa,
Lamber cada centímetro que trazes.
Não ocupar a boca com conversas,
Mudando de cenários, camas, fases...

Eu quero emudecer enamorado,
Não ver o tempo nunca, nem pensar...
Saber que te encontrei; e, sem pecado,
Nos teus vales profundos, mergulhar..

Tornando ilimitados, nossos versos,
E navegar, contigo, os universos...


40

Do jeito que vieres, eu te espero,
Sem nada o que fazer, por abandono.
Cansado de lutar, morto de sono,
Qualquer carinho eu peço, juro e quero.

Um sentimento falso, justo ou fero
Que mostre em minha vida algum abono,
Uma alegria ao peito, velho mono,
Que morre sem destino, sempre mero.

Ouvindo o meu lamento, quem tem pena?
A moça que vier, isso eu prometo,
Trazendo qualquer brilho nesta cena

Será, tenha a certeza, perdoada,
Por isso é que eu imploro num soneto,
A flor que me redima, pendoada...
Marcos Loures


41

Do jeito que vieres, eu te quero,
Sem nexo, sem destino, embriagada,
Seguindo lado a lado, a mesma estrada,
Na boca da esperança eu me tempero.

Te quero desvalida em desespero,
Desnuda em minha cama, apaixonada.
Vadia pelas noites, bar, calçada,
Do jeito que quiseres, eu te espero.

Rasgando a minha roupa ou me mordendo,
Quebrando o meu espelho, me perdendo
Tomando cada gota, sangue e gozo.

Laçando cada estrela ou puro sol,
Cegando cada olhar, lua ou farol,
Coração engravatado ou andrajoso...
Marcos Loures


42



Do gozo que esparramas sobre mim,
Sem medos ou pudores, me enlouqueces
Na boca que me beija, carmesim,
Penetro meus desejos, nossas preces,

Vontade de beber até o fim
O rio de prazeres que enfim teces,
Colhendo este perfume em meu jardim,
Da rosa de teu corpo que ofereces

Num rito tão fantástico e divino,
Na doce profusão de mel gostoso,
Orgástico delírio, me fascino

E sinto o quanto é bom, maravilhoso,
O canto em que decerto me alucino
E vou em explosão a um mar de gozo...
Marcos Loures


43

Do cais a moça vê seu marinheiro
Seguindo pelos mares tão distantes.
O amor que ela imagina verdadeiro
Derrama luzes sempre fascinantes.

Ficando na lembrança o gosto e o cheiro
Que valem muito além de diamantes,
Cigano coração aventureiro
Vencendo as tempestades torturantes

Trará depois de um tempo, outro sorriso,
Perfumes de outras terras, de outra gente.
Porém na lua mansa, um bom aviso

Prenunciando assim a calmaria
No peito sonhador e penitente
Retorno ao mesmo porto, da alegria...
Marcos Loures


44

Do amor que nos conquista
E traz tanta alegria,
Em toda luz que assista
Iluminando o dia,

Seguindo cada pista
Encontro a fantasia.
Quem dera ser artista
Cantá-lo em poesia...

Em versos mais bonitos
Na lua que desponta.
Desejos infinitos

Estrelas sem ter conta.
Cometas mensageiros
Amores verdadeiros...
Marcos Loures


45

Do amor, um deslumbrante e raro sol,
Recebo cada raio com louvor,
Num frêmito que invade este arrebol
Eu vejo um novo dia a se compor.

O tempo que tivera em solidão
Servindo como ponto de partida
Permite que se entenda por lição
Mudando a direção de nossa vida.

Serpente adormecida, porém viva,
Tristeza preparando um novo bote,
Mantendo esta cabeça sempre altiva,
Fazendo da alegria nosso mote

Eu sinto que possamos caminhar
Mesmo que em passo lento, devagar...


46

Dourado sonho dominando tudo...
Os olhos esquecidos adormecem...
Risonhas esperanças que se tecem
No canto divinal em que me iludo.

Não posso compreender, porém, contudo,
Que as noites que vieram se parecem
Distantes deste sonho e se padecem
Fazendo um coração já tartamudo.

Amor interagindo com saudade
Matando, sem querer, felicidade.
Nos braços que me entrego, em fantasia.

Agora o que fazer? Eis meu dilema
Se toda noite amor ainda teima
Além do que quisesse ou poderia...

Marcos Loures


47

Dos nossos corpos nus em turbilhão
A busca insaciável por prazer,
Tocado pela insana tentação,
Na fonte mais gostosa vou beber
Ardências que se mostram – sedução-
Delícias transbordantes a correr.

Na teia de teus braços, minha sanha,
Nas ondas de teus mares, um naufrágio.
Nos olhos de quem amo a luz se entranha
E molda um sentimento imenso e frágil.
Alçando uma emoção vou à montanha
Colando no teu corpo, sou teu plágio...

Eu quero estar contigo em carrossel
Voando assim liberto encontro o céu...
Marcos Loures


48

É guia principal do nosso amor
Felicidade imensa que carrego
Um sonho sem igual renovador
Aonde se demonstra o nosso apego.

Vivendo sem temer vicissitudes,
Almejo uma alegria verdadeira
Que é feita de carinhos e virtudes
Bem mais que a fantasia corriqueira.

Ser teu e tão somente, o que desejo,
Não posso mais calar, nem mesmo agüento
Aproveitando a sorte em cada ensejo,
Venero a cada dia, o sentimento

Não quero mais tormento ou dissabor
Distante de teu corpo sedutor.
Marcos Loures

49

É delicada e triste minha amada,
Com formas sensuais e sedutoras.
Mas sabe que não teve quase nada
Das mãos que procurava, redentoras...

É mansa e tão gentil a companheira
Que encontro em cada noite aqui ao lado,
Certeza de passar a vida inteira
Sem ter sequer saudades do passado..

Tão doce quanto amarga essa criança
Que teve tantas dores sem saber.
Nos braços que me mostras, esperança
Da vida que precisa renascer.

Tão delicada e doce essa menina
Que novo mundo, intenso, descortina...




49


É bom poder ouvir a tua voz,
Querida companheira de viagem.
Do amor que nos envolve, vejo após,
A mais perfeita e bela paisagem.

A fonte que ora jorra e traz veloz
O vento que acalanta, uma mensagem
Que exprime a fortaleza destes nós,
Transcendental meiguice, calma aragem.

No amor camaradagem que nos leva
Aos templos mais sublimes que perfilas
Nos olhos onde sonhos irradias.

Cirando nos teus braços, mato a treva
Estrelas se desnudam, claras filas,
Entregues ao calor das poesias...


17350




É bom poder ouvir a tua voz,
Embora muitas vezes dissonantes
Acordes que fizemos, deslumbrantes
Mais valem do que um dia, outrora, atroz.

Eu sinto que é preciso atar os nós
Na força que nos doma por instantes,
Da vida não sabemos nada após
Por isso vou dizer-te que bem antes

Que a morte venha ser a companhia
Destino de quem vive, sem perdão,
A gente, enfim, refaça uma alegria

Que sempre foi meu mote, com emoção.
Amiga é bom saber que a poesia
Reveste em plena glória, o coração...


51


É, realmente a vida nos apronta...
Por tantas vezes somos esperança
E mal uma saudade cedo aponta
O resto se desfaz numa lembrança.

Foi isso que se deu, bem sei, comigo...
Durante tanto tempo te busquei,
Querendo ser, talvez, só teu amigo,
Vivendo nas jornadas que tracei...

A noite traz a lua e a surpresa...
Aquele que queria uma amizade,
De repente de amor virando presa.
Comecei a sentir de ti, saudade...

É querida, o que faço? Em desatino,
Eu te respondo: coisa do destino...


52





É “inútil dormir que a dor não passa”
Por isso, companheira, nunca tema,
A vida sem ter garra se esfumaça
Amar, fazer feliz, o nosso lema...

A fome na calada não disfarça,
Preciso desta paz, pepita e gema,
Pois canto da amizade não se esparsa
Colado em nosso peito, como emblema.

Unidos nós seremos mais que dois,
Milhares, somos todos sonhadores,
Não deixe tanta coisa pra depois,

Nós somos concebidos sem temor,
Na luta desigual trazemos flores:
A fome nunca teve fiador...


53


Entrego-me de corpo e pensamento,
Caminho lado a lado com quem amo.
Não perco mais o rumo e num momento
Divino em esperanças já te chamo.

Convido para a dança/eternidade,
Que é feita em água, luz, em emoção,
Tragando para a vida a divindade
Em toda a maravilha, tentação.

Respiro cada gota de suor,
Perfumas as manhãs com teu sorriso.
O mundo que vivemos, bem melhor,
Decerto a desaguar no paraíso...

Eu te quero feliz perto de mim,
Amor imensurável, mar sem fim...
Marcos Loures


54

Entrego-me a mais bela fantasia
Ao ter o teu perfume junto a mim,
O mundo num instante me diria
Do quanto é mavioso o meu jardim.

Nas mãos de quem adoro; a poesia
É meu princípio, trama, rumo e fim.
De tudo o que mais sinto; o que eu queria
Encontro aqui, contigo, amor enfim.

Uma esperança feita em fortaleza,
Derrama sobre nós farta beleza
Vagando nos meus sonhos, nos meus versos.

Atando nossos nós, irei contigo,
Recolho cada rastro que persigo,
Sentimentos perfeitos e diversos...
Marcos Loures


55


Entrego-me, cativo, nestes laços
Qual fora na caçada, a tua presa,
Sem medos, sem pudores ou defesa
O peito exposto aos loucos, firmes aços

Recolho cada qual dos meus pedaços
Hipnotizado, imerso em tal beleza;
Quem sabe desta sorte sempre a preza
E deixa-se prender pelos teus braços.

Uma alegria é rara nesta vida,
A sorte se mostrando decidida
Permite um novo tempo, renovado

Felicidade plena agora vejo
Sorvendo cada gota do desejo
Sentindo esta presença aqui do lado.


56

Entrego-me à mais bela fantasia
Deixando-me levar, caminho ao léu
Conheço em teus carinhos claro céu
Vislumbro a maravilha em novo dia.

A vida vai rodando em carrossel
Às vezes com tristeza ou alegria
Renova-se decerto com magia
Por vezes benfazeja ou mais cruel.

Quem ama na verdade sente medos,
Conhece dos prazeres os segredos
E perde-se em caminhos mais dispersos.

Se a nada ou a ninguém ele obedece
Amor velho travesso sempre tece
Sentimentos perfeitos e diversos...
Marcos Loures


57

Entrego-me às loucuras deste amor
Em lúdicas promessas riso e gozo,
Dos sonhos, caprichoso benfeitor
Formando um mar imenso e caudaloso.

Tocando astros invade em espiral
As plêiades diversas, multiformes,
Espetacular luz em festival,
Estrelas e galáxias, bens enormes.

Tiaras espalhadas no meu céu,
Intempestivo fogo anunciando
Galope sem igual deste corcel
Que aos poucos, toda a cena vai tomando.

A dor enclausurada em mausoléus
Esconde-se em distantes, negros véus...
Marcos Loures


58


Entrego-me ao calor das fantasias
E danço a noite inteira sem parar,
Percorrem teus salões, loucas magias,
Deixando farta luz a transbordar.

Nas marcas tatuadas, noites frias,
Os olhos procurando um novo olhar
Que possa num momento transformar
Destino que mal sabes tu cumprias

De ser a minha amante deusa e musa,
A ninfa desnudada no meu quarto.
Amor que se refaz do duro parto

Aquece em mão suave e tão confusa.
Difunde este perfume pela casa,
Aos poucos lenta chama nos abrasa...
Marcos Loures


59


Entrego-te a carcaça da ilusão.
Os restos que inda jazem, triste escória.
Um pária que prossegue a sua história
Nos vales tão cruéis da decepção.

Exalo de minha alma a podridão,
Resultado da vida tão inglória.
A cruz que inda carrego, merencória,
É feita dos escombros sobre o chão.

Entregue aos devaneios, quem me dera...
No peito aberta em chagas a cratera
Expõe o que restou, corte profundo

E nele adivinhando um vago espaço,
Arfante entregue exíguo ao descompasso,
Um coração sem rumo, vagabundo...
Marcos Loures

60

Entrego-me ao poder desta amizade
Que sabe conquistar e permanece
Trazendo por princípio tal bondade
Que enquanto nos enreda, nos aquece.

Permita-me falar da lealdade
Que é dom que na verdade não fenece
Trazendo a vida em paz, tranqüilidade,
É fruto que se dá que se oferece

Sem ter qualquer cobrança no futuro,
Não pede e nem deseja, existe e ponto.
Ajuda a suplantar um alto muro,

Nos braços da amizade posso ver,
Um mundo em maravilha sem desconto,
Que existe tão somente por prazer...
Marcos Loures


61


Entrego-me ao teu corpo por inteiro,
Espero te verter voracidade
Um beijo mais audaz ou corriqueiro
O que me importa, amor: FELICIDADE!

Sentindo o teu perfume, aroma, cheiro,
Tu sabes quanto eu quero, na verdade
Beber de tua fonte, o verdadeiro
Sabor que levará à saciedade.

Recebo dos teus seios aconchego
E os beijo com volúpia e com desejo.
Paixão desenfreada não sossega,

E peço, neste instante, quero arrego,
Aproveitando assim, tão belo ensejo
Eu quero em teu amor, total entrega...


62


Entrego-me aos desejos mais audazes,
Vorazes sentimentos, tenros laços.
Mergulho sem defesas nos teus braços
Da lua me inebriam luzes, fases...

De toda a maravilha que me trazes
Seguindo os teus caminhos, rastros, passos,
Nas ruas e calçadas, praças, paços
Desejos mais sutis e tão tenazes...

O amor além de versos e poemas,
Encontra em alegrias os seus lemas
Derrama a fantasia pelo chão.

E vivo sem dar tréguas maravilhas
Bebendo cada senda que tu trilhas,
Vencendo em luz sublime a escuridão...


63


Entrego-me, sem medo, ao sonho eterno
De ser uma ilusão deambulante,
Passei por cercanias deste inferno
Que involuntariamente gera amante.

Nos tronos do quem dera; sempre terno,
Inútil sentimento mais constante
Acolhendo tais sobras de um inverno,
Querendo este verão tão escaldante...

A cota de esperanças; ultrapasso,
E sinto que perdi o meu cavalo,
Trôpego caminho, passo a passo,

Encontro escadaria; busco o céu.
Talvez inda consiga decifrá-lo
Na tua paisagem; nudez, véu...


64

Entrego-me aos desejos e me guias.
Eu sinto em tua entrega a sensação
Da doce sedução em fantasias
Nas rotas mais profundas da paixão...

Ouvindo em tua voz as melodias
Que trazem ao meu mundo a tentação
De ter-te aqui comigo e nesses dias
Viver em plena terra uma amplidão...

Sentindo tua mão me percorrendo,
Alvíssaras da sorte. Uma delícia
Que em ti, amada; sempre irei vivendo.

E deito meu delírio em febre, em chama.
Sorris tão docemente e com malícia;
De novo, o teu desejo já me chama...


65


Entrego-me a pensar no nosso caso
Do amor que procurei e que em ti vejo,
Meu mundo vai chegando ao triste ocaso,
Apenas o final, o que prevejo...

Soltando o coração quase ao acaso,
O tempo é contra mim... Mas o desejo
Gritando que contigo até me caso...
Seria para mim, maior festejo...

A lua que te traz bela menina,
Ao mesmo tempo diz, passou teu tempo...
Vontade de ter ver, logo domina,

Outono recomeça... Ah! Quem me dera,
A vida não tivesse contratempo,
Teria assim, eterna primavera...


66

Entrego-me, cativo, nestes laços,
Sentindo a brisa mansa me tomando,
Aos poucos, infinito penetrando
Bem firmes meus caminhos e meus passos.

Nos céus de nosso amor, claros espaços
Meu barco nos teus mares navegando,
Não quero e nem pergunto aonde e quando,
Só quero em minha noite os teus abraços.

Verdugo de meus dias, solidão,
Deixada para trás no rés do chão,
Jogada na gaveta do passado,

Numa esperança viva, ela agoniza,
Manhã vem renascendo em mansa brisa,
Sentindo esta presença aqui do lado.
Marcos Loures


67

Entre nós, diferenças benfazejas.
Sem medo nem sequer uma disputa.
Quem ama não pretende alguma luta.
O que quero, nem sempre tu desejas.

Se somos diferentes não almejas
O sonho que trazemos se desfruta
Sem medo de morder a mesma fruta.
Se queres não procuro essas cerejas.

A vida se reparte e se completa.
Num ato meritório de um poeta,
Amor e compaixão, a forte liga

Que trazem antagônica certeza
De termos descoberto que a beleza
É ter na diferença sua amiga!
Marcos Loures


68

Entre as flores mais belas do jardim
Encontro, exuberante, a deusa rosa.
Raríssimo perfume chega a mim
E a vida assim transcorre maviosa.

Um beijo feito aroma, o vento traz,
Descubro no rosal, tua presença.
E um sonho mais gostoso. Bom, audaz;
Depois de tanta espera; a recompensa.

Entorpecido; eu sigo a te buscar.
Inebriado, eu quero o teu olor
Que invade meu olfato devagar
Em passo decidido, traz o amor.

Quem dera se eu pudesse; mais ligeiro,
Eternamente ser teu jardineiro...
Marcos Loures


69

Entranho neste quarto o meu desejo
De ter-te feiticeira encantadora
Transparência divina aonde eu vejo
A pele que eu mais quero, e me decora.
Nas pernas tão morenas eu prevejo
Delícia deste amor que quero agora...

Retiro cada peça mansamente
E vejo-te desnuda junto a mim.
Decoro tua pele calmamente
A boca me percorre, carmesim.
E na loucura imensa deste instante,
Beber teu farto mel... prazer sem fim...

Depostos nossos corpos sobre a cama,
Teu fogo reinicia em nova chama...


70

Entrando no teu quarto, madrugada,
Tocando a tua pele, lambo os seios,
A tua bucetinha tão molhada
Entregue à fantasias sem receios.

E enquanto tu viajas por anseios
Eu chupo o teu grelinho, e bem safada
Procuras meu caralho. Vejo meios
De te fuder gostoso minha amada...

Enfio devagar na tua fenda,
Depois no teu cuzinho, pouco a pouco
Caminho umedecido se desvenda.

Te deixo assim de quatro, uma cachorra,
Até que num momento intenso louco,
Inunda a tua boca, a minha porra...


71

Entrando no teu quarto e te sentindo,
A carne dura,o corpo tão macio...
Teus lábios num sorriso me pedindo
Calor que te proíba tanto frio...
Na cama com meus braços te cobrindo,
Lá fora o minuano, aqui estio...

As tuas costas belas, lindas, nuas
A mão te percorrendo devagar,
Na claridade intensa de mil luas...
A cútis, doce mar a navegar...
Comigo neste sonho tu flutuas
E a noite vai passando assim, sem par...

E somos, de repente, um só sorriso,
Imenso, imerso em paz, no paraíso...


72



Entardecer... Risonho e delicado brilho.
O sol se esmaecendo encontra a bela lua.
Esta, envaidecida, abre-se toda nua.
Eu, quieto voyeurista, olho e me maravilho!

E depois, satisfeito, o sol segue seu trilho...
A lua se levanta... Orgástica, flutua.
Natura, enamorada... A noite continua...
Quem sabe, dessa lua, amor é belo filho...

Por vezes; encantado. Em outras, tão vazio...
Ao sol vai abrasado, à lua quieto e frio...
Termina num outono, o que nasceu n’estio...

Nas normas desta vida, o nosso amor nasceu...
Tu foste o forte sol, a triste lua: eu...
Sem norma o nosso amor; Apenas breve cio...


73

Enlanguescente deitas sobre a cama...
Volúpias e desejos no cetim.
Estás sensualíssima: Me chama...
Nas erupções vulcânicas, festim...

No jogo sedutor, acesa a chama,
A fogueira queimando dentro em mim...
Delícias produzindo louca trama,
Quem dera, toda vida fosse assim...

As bocas desbravando cada trilha,
Audazes dedos tecem linda renda...
O mundo transbordando em maravilha.

Buscamos mais ferozes, novo afã
A lua salpicando nossa tenda,
Prepara aurora grávida: manhã...
Marcos Loures


74


Enigmas que sugeres num sorriso
São convites repletos de vontades.
Na mão que me acarinha, um manso aviso
Das loucas sensações, voracidades.

Da nuca em arrepios, os desejos
Explodem num intenso vendaval.
Dos lábios carinhosos, tantos beijos,
Teu corpo delicado e sensual.

Aos poucos decifrando tal esfinge
Mereço a recompensa, teu prazer.
O céu em raro azul, assim se tinge.
De um jeito tão gostoso de se ter,

Criamos nosso mundo em nossos sonhos,
Segredos destes lábios teus, risonhos...
Marcos Loures


17375


Encontro tal fartura em nosso amor
Que nada me calou nem calará,
O passo que se deu, encantador,
Em cada novo verso tomará
Deixando um rastro belo e sedutor
Na chama de teus olhos brilhará.

No passo em que perfaço o bom caminho,
Andanças divinais eu imagino,
Um pássaro liberto busca o ninho,
Soltando em alegria o doce trino,
Amar é com certeza ter do vinho
Que faz inebriante o meu destino.

No amor sabedoria salomônica,
Na busca de uma vida pura, harmônica...


76

Encontro nos teus braços tanto apoio,
Amada, eu não consigo perceber
A vida sem poder seguir o arroio
Que em gigantesco mar vai se verter,

Momentos de paixão, raios ardentes
Desejos incontidos: ser feliz
Os olhos que te buscam vão urgentes
Procuram pelos teus, e pedem bis.

Amar não é somente uma miragem
Percebo esta verdade a cada dia,
Fazendo no teu corpo uma viagem
Iluminado ao sol da poesia

Que invade o meu viver em laço forte,
No amor que se transforma no meu norte


77

Encontro nos teus braços, meu alento,
Depois da tempestade, doce cais.
Sentindo da alegria, o manso vento,
Querendo tua boca e sempre mais,

Rondando com firmeza, o pensamento,
Singrando uma alegria, sou capaz
De ver a redenção deste momento.
Perfeita sensação de gozo e paz..

Querendo namorar, a vida inteira,
Beijando a tua boca, a tua pele,
Roubar a bela flor desta roseira,

Deitar contigo, amor que me compele,
Na cama, numa rede ou numa esteira,
Até que a rosa plena se revele...
Marcos Loures


78

Encontro nos teus braços
O mundo que eu queria,
Trazendo em belos passos,
Um sonho em que alegria

Mostrada em raros traços
Renasce da utopia
Aonde firmes laços
Tal qual tanto eu queria

Permitem velejar
Um mar de amor profundo,
Recebo do luar

O brilho benfazejo
Traçando num segundo
Destino que eu almejo...


79


Encontro no teu corpo o meu reflexo
E nele me espelhando eu me liberto,
O mundo sem limites perde o nexo,
Mas águo em esperanças meu deserto

Viver é tantas vezes tão complexo,
Porém ao ver-te aqui de peito aberto,
Encontro novamente o meu convexo
Eu; côncavo, caminho e me desperto.

Mosaico deste espelho em sumidouro
Tu és o meu divino ancoradouro
Decifras o que eu quero e me formatas,

Inoculas amor que salvará
Aquele que em loucuras desde já
Concebe nestes sonhos luas, pratas...
Marcos Loures


80

Encontro no teu corpo este rosal
Que foi de jardineiro um belo sonho.
O amor que agora quero e te proponho,
Um jogo delicado e sensual,

Fazendo do prazer um ritual,
Divino e com certeza mais risonho,
Cenário em mil matizes que componho
Hedônico e sublime, triunfal.

Assim não poderia me calar
Se tudo o que pretendo é desejar
O amor que muitas vezes persegui.

Dourando cada passo nesta busca,
A força que se emana e nunca ofusca
Encontro tão somente, agora, em ti...
Marcos Loures


81

Encontro em tua pele néctar puro,
Banquetes de uma deusa em ambrosia,
Na catedral dos sonhos, fantasia,
Devoro cada prato com apuro.

Outrora num caminho tão escuro
Apenas o teu brilho inda luzia
Mostrando em plenitude tal magia
Tornando cada passo mais seguro.

No clímax absoluto de um orgasmo,
O coração batendo louco e pasmo,
Percebe quão é belo o nosso amor.

A cada nova noite uma explosão
Orgásticos momentos, convulsão
No vértice divino a te propor...
Marcos Loures


82

Encontro em teus caminhos raras rosas
Belezas que espalhaste dia a dia.
Palavras e delícias tão sedosas,
Ao derramar divina poesia.

Estrelas que carregas maviosas,
Semeias em meus sonhos. Fantasia...
Recebo tuas mãos que carinhosas
Espalham no meu mundo, galhardia...

Remando tantas vezes contra a sorte,
Nossos destinos ermos se encontraram.
Agora em alegria, um novo norte

Que leva num instante ao paraíso
Os lábios desejosos se tocaram,
Trazendo para nós belo sorriso...
Marcos Loures


83


Encontra; nas manhãs, negros senões
Quem não se permitir ao deus amor.
Tristezas invadindo aos borbotões,
A seca vai matando o lavrador.
Nos olhos benfazejos das paixões,
A força de um poder transformador.

Distante dos teus braços, enlouqueço,
Não sinto mais a luz feito esperança.
A cada desencanto, mais padeço,
A vida se resume na lembrança.
Amada, fique aqui, agora eu peço,
Não deixe que se esvaia esta aliança;

Sem teu amor, divino, claro e lindo,
O mundo desabando, vou sentindo.
Marcos Loures


84

Encontro-te na cama, enlanguescente,
Desnuda serpenteias sedutora.
Vontade de te amar é tão fremente
E salto te pedindo: quero agora!

Tu ris e me desdenhas, ironiza,
Fingindo que não quer o que deseja,
O vento te lambendo leve brisa
Provocando ciúmes; vai, te beija...

Enrosco-me em novelos, tu me travas
Não me deixa sequer pensar partir,
Sofregamente abrindo tuas travas
Aos poucos começando a te sentir,

Nesta voracidade, ondulações,
Das pernas que pressentem furacões...


85

Encontro-me decerto, dentro em ti,
Sou teu e tu és minha, mesmo passo.
No canto em que em encanto converti
Depois de tanto amor, descanso, lasso.

Vencendo esta quimera eu percebi
Que amor vai nos atando em cada laço.
No gozo de viver o que vivi
Jogado em correntezas, no teu braço.

Inebriadamente, amor-absinto,
É tudo o que desejo e o mais que sinto
Está dentro de nós, mel e prazer.

Sargaços; não encontro em nosso mar,
Verdugos; esquecemos de encontrar,
Somente em alegria, reviver...
Marcos Loures


86


Encontro, nos teus lábios mel tão doce
Da vida, com certeza, néctar puro.
Teu beijo extasiante já me trouxe
O paladar divino onde me apuro.

Amar-te, assim querida, é como fosse
Ter claridade intensa em céu escuro.
Que o amargo desta vida enfim se adoce
E a maciez invada este chão duro.

Teu corpo desejado em cada abraço
Entorna com prazer, fogo e melaço
Nos quais eu me esbaldando, sou feliz.

Um vício que inebria e me entorpece
Maçã que tanto quero e se oferece
Na tez que desejei e sempre quis...
Marcos Loures


87

Encontro, nos teus braços, mansidão
Claridade que nega treva e breu,
O teu amor, querida, é redenção
A quem durante a vida se perdeu.

Aflora no meu peito esta emoção,
Do amor que sei somente é teu e meu.
Rasgando em alegria o coração,
Pois todo este carinho me venceu,

Agora vou cativo deste sonho,
Promessa de outro dia mais risonho
Aonde o pleno amor nos encontrou,

Revoluções à vista, paz em guerra
Amor em quem a glória já se encerra
Caminho feito em luz glorificou.
Marcos Loures


88

Encontro-te desnuda
Na cama perfumada,
Amor que nos transmuda
A Musa enamorada

Trazendo a juventude
Retorno à mocidade
Amor nesta atitude
Encontro a liberdade

Que tanto procurava
Há tempos, fonte e mina
Aonde emana lava
E quente, me domina.

Vem logo sem pudor
Rendida ao deus amor...
Marcos Loures


89

Encontro-te em meu peito, bem guardada
Florindo uma esperança dentro em mim,
Do amor que a gente sente, que é sem fim
Eterna juventude vislumbrada.

Ao ter tua presença abençoada
Mulher que trouxe paz ao meu jardim,
Relembro do passado aonde eu vim
E volto a percorrer a mesma estrada

Que um dia disse luzes e delírios
Deixando bem distantes os martírios
De tempos tão inglórios que vivi.

Receba então, querida este carinho
Dourando em alegria o meu caminho
Chegando, no final de volta a ti.
Marcos Loures


90

Encontro-te decerto em cada parte
De todo este universo que ora vejo.
Do amor que a gente faz, quero e desejo
Eu não admitirei qualquer aparte.

Não tendo mais sequer algum descarte
Eu sinto em ti além de um relampejo
Vontade sem juízos e sem pejo,
Até chegar ao fundo com fina arte.

Semeio meus carinhos brandamente,
Até que chegue ao ponto em que se sente
A lúbrica umidade desejada.

Assim, dois caminheiros sem descanso,
Enquanto em teu prazer o meu alcanço,
A noite vara em paz, a madrugada...
Marcos Loures


91

Encontro-me contigo em cada verso
E assim passeio solto pelo espaço
Vagando nos teus braços, universo,
Neste belo horizonte um sonho eu traço.

E vejo quando dormes do meu lado
A silhueta bela da mulher
Aonde meu futuro desenhado
Moldado na esperança que vier

Procura em aconchego tanta paz.
E vejo em teu sorriso que tu gostas
Que o amor que já te dou, te satisfaz

Tua beleza dorme transparente.
Passeio minha mão por tuas costas
Sorris... Tão delicada e levemente...
Marcos Loures


92

Encontro-te querida em sonho leve,
Suavemente vejo o teu sorriso
Que estampa num momento mais conciso
O mundo em que delícia já se atreve

Escorregando os olhos vejo breve
Seminudez que invade um paraíso,
Na transparência, olhar em regozijo
Desejo de que a vida sempre enleve

Os momentos mais belos, sensuais,
Trazendo para a vida esta viagem
Que é feita sem limite em doce aragem,

Vontade de querer e sempre mais,
Recebo o teu sorriso, como um beijo
Sinônimo que encontro pra desejo...
Marcos Loures


93


Encontro, nos teus olhos, o segredo
Que tanto procurei, sem ter sucesso.
Os raios deste sol que nasce cedo
Concedem aos desejos, réu confesso...

Amar, serenidade, com ternura,
Que invade toda a tarde e toda a noite
Mergulho, insaciado na ranhura
Da boca e também do doce açoite.

E quero a cicatriz em carne viva
Do amor que me inundou, mel e garapa.
Rompante luz solar, luz radioativa
Ao teu calor, a lua, nunca escapa.

E deixa-se entregar intensamente,
Aos raios deste amor, deveras quente...


94


Encantos deste amor que me transtornam
Em vestes delicadas, véus de seda.
Os olhos empolgados se contornam
Passeio por teus braços, noite enreda

E forma a bela tela dos anseios,
Numa aquarela imensa; mil matizes,
Deitando meus desejos nos teus seios,
Fazendo-nos amantes mais felizes...

Na poesia entorno meus desejos,
Que são bem mais reais do que imaginas,
Seguras meus cabelos, bocas, beijos,
Sou seu corcel, me prendes pelas crinas.

E galopamos nus pela cidade,
Mostrando o que é sentir felicidade...
Marcos Loures


95

Encantos de cascatas, chafarizes,
Nas praças que ficaram no passado,
Andando num domingo do teu lado
Num tempo em que nós éramos felizes.

De amores, dois meninos aprendizes,
Da vida com certeza,apaixonado,
Seguia o meu destino, o nosso Fado,
A vida não traria cicatrizes.

O rio, o mar, a foz o tempo passa,
A solidão passou, restou o peito
Que tem o doce alento de saber

Se a vida num momento se esfumaça,
Se o tempo vai levando do seu jeito,
Ainda encontro em ti, tanto prazer...
Marcos Loures


96

Embora tão distante; amor, te sinto
Em cada pensamento que eu tiver.
Olhar que me tocando, um absinto,
Tomado da maneira que quiser.

De teu amor insano, já me pinto,
Envolve-me em loucuras quando quer.
Um sentimento raro e mais distinto
Transita nos teus braços de mulher...

Amar a qualquer hora sem limites,
Tocando com os dedos o infinito.
Eu peço, meu amor, nisto acredites,

A vida nos demonstra um belo rito
De ter em alegria um sentimento
Na força divinal do pensamento...


97

Embora assim tu queres parecer,
Bem sei que esta guerreira, feminina,
Na mansidão enorme me faz ver
O quanto me conquista e me domina.

Sabendo que envolvido em tal prazer
A sorte que se fez tão cristalina
Não deixa outro destino se antever
Senão o que tão belo descortina...

A força delicada mostra assim,
Com calma este poder que nunca nego,
Dominas totalmente, tudo enfim,

És mais do que tu pensas, meu amor,
No mar de amor que junto a ti carrego,
Estampas toda a glória aonde for.


98

Embora a carne podre está vendida
Nos açougues temíveis das igrejas
Repastos dos abutres, nas pelejas
A sorte sempre vai cega e perdida,

Embora o quase nada desta vida
Amiga, percebendo o que desejas
As horas talvez venham mais sobejas
E poderemos ver uma saída.

O mártir que no Gólgota perdoa
Em meio a tempestade e farta dor.
Permite que se pense então no amor.

Os crápulas decerto irão à toa
Rosnando, cães vadios e dementes,
Serpentes vão matar estas serpentes...
Marcos Loures


99


Embalsamo os temores e vou atrás
Dos rastros espalhados pelas ruas.
As mãos em que carícias já flutuas
Espalham velhos traços de uma paz.

O quanto se prepara satisfaz
Enquanto estrelas belas andam nuas,
Passeando liberdade pelas luas
O canto promissor, amor me traz.

Por entre corredeiras desce o rio
Até desafiar o grande mar,
Amor gazeteando pula o muro

E chega noutra margem. Desafio
Que mostra a teimosia já sem par
De quem traz um sorriso imenso e puro...
Marcos Loures


17400


Em versos, velas, mares e magias
Os sonhos vão mais livres pelos ares.
No encanto que se toma em poesias
Colhemos nossos frutos nos pomares
Aguando com desejos, alegrias,
Fazemos dos amores, os altares...

Encantos delicados e sutis
São nossos companheiros mais constantes
Os dias que queremos mais gentis,
Nós cultivamos sempre. Por instantes
O mundo que sonhamos, mais feliz,
Se torna bem mais vivo e deslumbrante.

Estou contigo, amada em cada verso,
Vivendo por encanto, este universo...

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