quarta-feira, 17 de novembro de 2010

50391 até 50400

391

Não sei do quanto possa o sentimento
E tento novo dia após a queda
Aonde o meu caminho se envereda
E um sonho mais audaz eu alimento,
No quanto poderia o pensamento
Traçar a vida enquanto o passo veda
E gesta esta ilusão enquanto enreda
O tanto quanto pude, alheamento,
Bebendo em tua boca a divindade
E nisto cada passo sempre agrade
A quem se fez aquém da dor e medo
Não tento vicejar qual primavera
Ousando neste passo aonde espera
Apenas um tormento atroz e ledo.


50392

Não tinha esta certeza, mas quem visse
O quanto desta vida se apresenta
Vencendo a solidão, velha tormenta
Marcando com ternura esta mesmice,
A luta na verdade, em tal crendice
Enquanto esta poeira enfim se assenta
A morte noutro fato se incrementa
E deixa para trás o que se disse.
Não resta deste encanto nada mais
Sequer os dias claros quais cristais
E os antros da expressão renego agora,
O medo se apodera em cada passo
Ainda quando o todo ora desfaço
A sorte noutra face me apavora.

50393



Não uso da palavra quando tento
Sentir nova expressão em sonho após
A vida desenhada mais feroz
Roubando da alegria este fomento,
Apenas no passado me atormento
E sei do descaminho em leda foz
Ainda que pudesse ouvir a voz
Embora o coração enfrente o vento,
Acasos entre casos e mentiras
Os passos onde tanto ora interfiras
Marcantes emoções e nada além
Do passo sem saber qualquer destino
E quando no final me desatino
O tempo na verdade nada tem.


50394

Não vejo mais sequer o quanto possa
Vencer a tempestade e ter no olhar
A sorte que pudesse desejar
E dela me entranhar além da fossa,
A melodia viva sendo nossa
Expressa o que tentasse imaginar
E deste mais superno caminhar
A luta noutro fato nos endossa,
E o verso se perdendo sem sentido
Aonde se pensara e não duvido
Esqueço do meu canto em canto alheio,
E após o descaminho aonde pude
Traçar este cenário mesmo rude,
O vento noutro infausto hoje rodeio.


50395

Não zelas por quem tanto te queria
E a vida não traduz felicidade
Ainda quando a sorte nos degrade
Marcando com temor a fantasia,
O todo se presume em agonia
O corte reduzindo a claridade,
A luta se mostrara em qualidade
Diversa que tanto poderia.
Escassas luzes dizem do vazio
E quando novamente eu desafio
O passo se aproxima do final,
Acrescentando o nada ao quanto tenho,
A vida se mostrara em tal empenho
Matando este momento mais venal.


50396


Espero qualquer dia aonde venha
A vida com sorriso mais sutil,
E o quanto da verdade se previu
Ainda com certeza se desdenha,
A luta se transforma em nova senha
E gera o quanto possa ser mais vil,
Ao passo em que meu mundo já não viu
A sorte aonde o nada desempenha
A forte sensação de um novo tempo
Vencendo o quanto houvera em contratempo
E neste desenhar hoje me encampo
Do sonho que pudesse ter nas mãos
Além de meramente toscos grãos
A imensidão de um pleno e raro campo.


50397



Espero a solução que nunca veio
E o corte traduzindo o que carrego
A vida se desenha num nó cego
E trago no meu peito este receio
Ainda que pudesse ser alheio
Ao mar quando em verdade não navego
O transitar demonstra onde trafego
Ousando noutro tanto sem recreio,
Acolho com palavras, atos, versos
Momentos mais sublimes e diversos
E neles desenhara a sorte em paz,
Assim ao mergulhar num raro abismo
Aonde sem caminho eu tento e cismo
A luta no final nada me traz.


50398

Espero amanhecer de uma esperança
Enquanto a vida rege este abandono
E quando na verdade desabono
Meu passo sem sentido algum se cansa
A vida se desenha qual criança
E nisto mergulhando em raro sono,
O tempo se transforma e já me adono
Do quanto poderia em confiança
Nas asas dessa sorte em liberdade
Aonde cada passo sempre agrade
A quem se fez além do sonhador,
Escusas não escuto nem permito
E quando no final sendo finito
O passo de outro engano refletor.


50399

Espero brilhos fartos onde o nada
Expressa o quanto pude e não soubera
Marcando com terror a leda espera
E nisto a vida sempre destroçada,
Acolho com palavra a desvairada
Vontade mais atroz, sem primavera
A vida no final já degenera
E trama a mesma história desolada,
Ainda quando pude ver ao fim
O todo se aproxima então de mim,
Mortalha traduzindo o dia a dia,
A luta não se vendo em tal proveito
O resultado enfim atroz aceito
E o canto noutro canto não viria.


50400


Espero cada lance da partida
E o tempo não permite novo enredo
E quando no final sempre concedo
A sorte a quem deveras já duvida
A luta se desenha em nossa vida
E nisto não se vê qualquer segredo
O passo se transforma em desenredo
E a marca noutra senda diz ferida,
Aproveitando o fato costumeiro
Ainda que pudesse num luzeiro
Traçar o amanhecer em raro sol,
A porta se trancando para a dita
O canto na verdade necessita
Do amor como se fosse algum farol.

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