sexta-feira, 19 de novembro de 2010

50481 a 50490

50481

A vida não pudera ser assim
E o tempo desenhasse novo rumo
Aonde com certeza eu não me aprumo
E morro um pouco mais dentro de mim,
O vento se moldara e sei que enfim
Da sorte sem caminho eu já consumo
Apenas o vazio e me resumo
No canto sem saber do quanto eu vim,
Em nada se garante o amanhecer
De quem já conhecendo o desprazer
Pudesse adivinhar outro lamento,
E quando mergulhasse no teu mar
Ainda quando pude navegar
O coração entregue inteiro ao vento.


50482


Ungida maravilha feita em glória
Presença de um amor que sem fronteiras
Desenha aonde o todo sempre queiras
Sem nada mais do quanto fosse escória,
Marcando cada passo na memória
Da luta entre diversas vãs bandeiras
E o marco mais audaz noutras roseiras
Gerando no final cor merencória,
Aromas em constante mutação
Os olhos na verdade não verão
Sequer a menor luz neste horizonte
E tanto se pudera ser assim
Matando o quanto resta dentro em mim
Ainda quando o tempo em vão desponte.


50483

Tentáculos da sorte nos tocando
E o prazo determina o fim de tudo
E quando no final me desiludo
O gesto noutro caos se anunciando
O mundo se desenha desde quando
O corte se anuncia e não desgrudo
Do ocaso aonde houvesse um tempo mudo
E nada mais pudesse desolando,
O cândido caminho não se dera
Jogando para longe a primavera
Marcando em consistência mais sombria
O todo desejado e nunca visto,
A sorte na verdade ora desisto
E apenas o tormento me traria.


50484

Respondes a quem tanto quis um mundo
Diverso do que existe ou mesmo crê
A vida se anuncia sem por que
E nisto em todo engodo eu me aprofundo
O velho coração de um vagabundo
A sorte sem juízo nada vê
E o tempo se mostrara sem um quê
De sorte ou de alegria, nauseabundo.
Escassas noites dizem do abandono
E o canto aonde enfim me desabono
Moldara dentro em nós o sentimento,
Audaciosamente sigo em frente
Ainda quanto mais a sorte eu tente
Apenas o vazio experimento.

50485

Jamais eu poderia acreditar
Em tantas ironias do destino
E sei do quanto possa e não domino
Sequer algum instante o céu e o mar,
Vagando sem saber onde ancorar
O prazo determina o que no ensino
Expressa o doloroso desatino
E mata a cada instante devagar,
Apresentando assim minhas escusas
Ainda quando em vão decerto abusas
Esqueço o meu passado e sigo a ti,
Do todo que eu quisera nada vindo
Apenas o momento enquanto blindo
O amor que bem já sei, não mereci.


50486

Sonhara com momento mais diverso
Do quanto poderia noutro sonho
E quando este tormento decomponho
Ousando neste passo em universo
A sorte desdenhosa hoje eu disperso
E bebo do cenário mais bisonho
Repare cada passo e quando enfronho
Esqueço ou mesmo alheio, desconverso.
Desprezas cada lavra do meu solo
E nada no final ainda assolo
Gerando a solidão invés da luz,
Apresentando ao fim de certo tempo
Somente o que inda trago em contratempo
E a sorte na verdade não traduz.


50487

Himeneu dos sonhos, fantasia
Gerando esta esperança sem sentido
E quando na verdade inda duvido
Do tempo aonde o nada mais viria
A luta se desenha em noite fria
O corte noutro passo resumido,
O prazo determina o distraído
Cenário aonde o canto se esvaía.
Bagagens que carrego dentro em mim
O tanto quanto possa traz no fim
Ultrizes cicatrizes de quem tanto
Vencido pelo ocaso em noite rude
Aos poucos com certeza desilude
Amordaçada voz já não garanto.

50488

Jogado pelas ruas, um mendigo
Apenas ledo pária não espera
Sequer quanto trouxe a vida fera
E nisto outro momento em vão maldigo,
Espreito e na verdade não prossigo
Ousando muito além do que pudera
Marcando a vida quando destempera
E gera após o medo o desabrigo,
Esqueço dos meus dias e permito
A vida se mostrando no finito
Caminho; aonde o pude desenhar
Depois de cada passo a se mostrar
No tempo mais audaz, duro granito
Trazido pelo sonho, devagar.

50489



A pútrida faceta da verdade
Sem nada que pudesse me trazer
Algum momento feito em tal prazer
E nisto o quanto resta a vida evade,
E o passo se desenha em claridade
No tanto sem sentido a se colher,
Ainda noutro rumo eu posso ver
O todo sem destino ou liberdade,
Alçasse dentro em nós novo momento
E quando no final ainda tento
Vencer a solidão e não consigo
Meu verso se calando sem sentido
O prazo determina o quanto olvido
E marco o sentimento em desabrigo.


50490

Não quero mais sentir a solidão
Nem mesmo outro momento tão venal
O corte se mostrara em ritual
Matando em nascedouro a geração
Os erros na verdade mostrarão
Apenas o caminho sem degrau
E o tanto que pudesse bem ou mal
Gerara no meu peito indecisão,
Ouvindo em noite clara um bandolim
O tempo se desenha dentro em mim
E visto a fantasia de um passado
Aonde fui feliz e não pensara
Na sorte mais audaz e a vida rara
Por onde sem temor e em paz invado.

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