sábado, 20 de novembro de 2010

50561 a 50570

50561

O sonho em solidão
A vida não demora
Posterga a sensação
Do quanto me apavora
E nesta dimensão
A sorte sem ter hora
Resume os que virão
Num ato onde devora,
O prazo determina
O fim desta que fora
Além da leda mina
Deveras tentadora
O quanto me fascina
Senda libertadora.

50562

Ainda pude em risos
Acreditar no nada
E a noite enluarada
Dissera em prejuízos
Os rumos imprecisos
A sorte deflagrada
A vida ora se evada
E gera aquém os sisos,
Espero alguma vida
Aonde não duvida
Nem mesmo acida a dita
O corte se aprofunda
A cena nauseabunda
Invalidando grita.

50563

A lua fosse minha
O verso nosso cais
E nestes vendavais
O pouco nos detinha,
E sei desta mesquinha
Vontade enquanto vais
Traçando em desiguais
Cenários; quanto eu tinha.
Mergulho neste encanto
E busco e não garanto
Sequer a menor chance
Do vago em rumo atroz
Negando aquém a voz
Sem nada que me alcance.

50564

Quisera uma saída
Aonde nada veio
Somente este receio
A sorte desvalida
O quanto não decida
Encanto mais alheio
Bebendo em ledo veio
A morte entorpecida,
Ocasos entre enganos
Os dias soberanos
Os ermos caminhares
E quando mal percebes
Vislumbras nestas sebes
O todo que entornares.

50565

Diversas solidões
Em prazos diferentes
E quanto mais urgentes
Os dias tu me expões
As tantas soluções
E mais do que inda tentes
Os olhos pertinentes
Fartas exposições
Não pude e não teria
Sequer a fantasia
De ser além do nada,
A vida em avidez
Aos poucos já desfez
Em mim cada alvorada.


50566

A solidão enflora
E rege o duro outono
A luta em desabono
O manto sem demora
O corte então aflora
E gera este abandono
O medo diz do sono,
O sonho desancora,
Apraza-me sentir
O quanto se há de vir
No infausto de um momento
Depois de certo engano
Aos poucos se me dano
Um novo cais invento.

50567

Seguindo longe, além
Do quanto ainda resta
Apenas na funesta
Noção que nada tem,
Do canto sou refém
E busco a mera fresta
Meu sonho ora se empresta
Ao fim deste desdém,
Resumos de outros laços
Os sonhos mais devassos
E os pântanos que adentro,
O charco em fantasia
Aonde eu poderia
Além do ledo centro.

50568

Apenas sei de ti
E nada além do fato
Aonde eu já constato
O todo que perdi
Ainda resumi
Meu mundo em tal retrato
E nisto eu me arrebato
Marcando o quanto cri,
Espero aquém da sorte
O que inda me conforte
E geste em novo dia,
O todo onde me encargo
Do sonho mais amargo
E nada se veria.

50569

Os dias fossem teus
As sortes sendo nossas
Ainda quando roças
Os olhos neste adeus
Mergulham sobre os meus
E nisto também possas
Ousar enquanto adoças
Os passos entre os breus,
Resumos de outras eras
Aonde destemperas
Prepara nova queda
E sendo de tal forma
A luta não conforma
E ao nada se envereda.

50570

Ainda quando rumes
Em noite mais sombria
Já nada poderia
Senão velhos costumes
A vida em seus ardumes
Apenas moldaria
A leda fantasia
Meus sonhos são cardumes
E perco a direção
Dos dias que verão
Somente o medo e o fim,
O rústico cenário
Num canto temerário
Matando o todo em mim.

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