sábado, 20 de novembro de 2010

50581 até 50590

50581

Há um único recanto do universo que podemos ter certeza de melhorar: o nosso próprio eu.
Aldous Huxley

Destarte mergulhara
Nas ânsias contumazes
A sorte quando trazes
Moldando outra seara
E nisto se escancara
Na vida em suas fases
Aonde o quanto fazes
No topo se prepara,
A luta não descansa
E gera outra esperança
Mudança em rota e rumo,
E sei do quanto tente
Viver o pertinente
Momento onde me aprumo.

2

Os fatos são como os bonecos dos ventríloquos. Sentados no joelho de um homem sábio articularão palavras de sabedoria; noutros joelhos, não dirão nada ou dirão disparates, ou comprazer-se-ão em puro diabolismo.
Aldous Huxley

Os atos refletindo
Uma alma a cada instante
Se vendo degradante
Ou mesmo quase infindo,
Ainda fosse lindo
O nada se garante
Expressa doravante
O quanto ora deslindo,
Resumos dos meus cantos
E nestes meus quebrantos
Os erros entre enganos
Os prazos se expressando
Aonde e desde quando
Verdades dizem danos.

3

A felicidade nunca é grandiosa.
Aldous Huxley

O quanto se recorda
Da dor, do sofrimento
E nada mais eu tento
Além do que me acorda,
Rompendo a velha corda
Apenas num momento
Invade o pensamento
E gera além da borda,
Ocasos dentro em mim
Ditame dita o fim
Do nada sem sentido,
E quando a dor se vê
A vida sem por que
Deveras dilapido.

4

O degrau da escada não foi inventado para repousar, mas apenas para sustentar o pé o tempo necessário para que o homem coloque o outro pé um pouco mais alto.
Aldous Huxley

Ousar noutro momento
Após o inicial
Trazendo triunfal
Caminho onde me alento,
E sei do quanto tento
Vagando sem final
Resumo desigual
Sonega o alheamento,
O passo rumo ao cume
Ainda que se aprume
Não deixa se perder,
Neste horizonte a lua
Expressa a noite nua
E dita ao bel prazer.

5

Os fatos não deixam de existir só porque são ignorados.
Aldous Huxley

O quanto não veria
Não nega a persistência
Da vida em tal ciência
Ou trama outra agonia,
Vestindo a fantasia
A sorte em providência
Do todo em evidência
No caos transformaria,
Espúrias cenas vejo
Envolto no desejo
Que possa me trazer
Após a tempestade
O quanto desagrade
Brumoso amanhecer.

6

As palavras nos permitiram elevar-nos acima dos animais, mas também é pelas palavras que não raro descemos ao nível de seres demoníacos.
Aldous Huxley

Razão que tanta vez
Impede algum futuro
No tempo mais escuro
O todo se desfez,
Imensa estupidez
Num porto não seguro
Vagando salto o muro
E o canto já não vês,
Apenas posso ser
O quanto recolher
Dos ermos do caminho,
Apresentando a sorte
Que nada mais comporte
Além do ser mesquinho.

7

"O inferno é a incapacidade de sermos diferentes da criatura segundo a qual ordinariamente nos comportamos."
Aldous Huxley

Pudesse desenhar
Um ser tão diferente
Deste que se apresente
Num passo a divagar,
O todo a se moldar
Não deixa que se tente
Vencer o canto urgente
Sem prumo e sem lugar,
A luta não se acaba
Do palacete à taba
Do duro ao sempre terno,
Fastios ditam regras
E quando desintegras
Adentras tal inferno.

8

Os provérbios são sempre chavões até você experimentar a verdade contida neles.
Aldous Huxley

Ainda se apresenta
A vida em tal faceta
E nada me arremeta
Na sorte virulenta,
Luta nunca apascenta
E noutro vão cometa
O passo se prometa
Em noite turbulenta
Ausente do passado
O corte desenhado
Presume o meu futuro,
Os erros são diversos,
E rondo os universos
Sem ter porto seguro.

9

Se considerais ter agido mal, arrependei-vos, corrigi os vossos erros na medida do possível
e tentai conduzir-vos melhor na próxima vez. E não vos entregueis, sob nenhum pretexto, à meditação
melancólica das vossas faltas. Rebolar no lodo não é, com certeza, a melhor maneira de alguém se
lavar.
Aldous Huxley

Errar ensina tanto
Enquanto diz futuro
Diverso deste escuro
Aonde o vão garanto,
E quando fosse quanto
O manto onde procuro
Vencer o solo duro
E nisto não quebranto,
Vestindo a luz diversa
Meu sonho segue e versa
Além da mera foz
Pudesse de tal forma
Gerar o que reforma
O todo dentro em nós.

50590

Como é difícil compreender os vícios de outro homem. (Aldous Huxley, em "A Ilha")

O que não fosse espelho
Diverso do que sou
Ainda me mostrou
Em vão qualquer conselho,
E quando me ajoelho
Buscando o que restou,
Caminho se entranhou
E o sonho; em vão, destelho,
Esquivos dias vejo
E sei deste desejo
Embora não consiga
Trazer dentro do peito
O quanto agora aceito
Ou mesmo em vão prossiga.

Nenhum comentário: