domingo, 21 de novembro de 2010

50681/90

50681

Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade.
Allan Kardec

A fé sendo imutável
Já nada temeria
E assim a cada dia
Além do renovável
Trouxesse o solo arável
Da farta sintonia
E nisto se veria
Um mundo mais tocável,
A luta não transforma
E mantém cada norma
Além da eternidade,
O rumo se mostrando
Mal importando quando
Jamais nada o degrade.

2

Fora da caridade não há salvação
Allan Kardec

O dar tanto de si
Traduz o acolhimento
Da vida em tal provento
E nisto concebi
O quanto mereci
Se amor ora fomento
E cessa o sofrimento
Moldando o todo aqui,
Na luz da caridade
A vida tanto agrade
A quem a fez em paz,
E amar mesmo sendo odiado,
Explica o quanto eu brado
E nisto o bem se faz.

3

A felicidade depende das qualidades próprias do indivíduo
e não do estado material do meio em que se acha.
Allan Kardec

O ser feliz, deveras
Não traduzira o quanto
Apenas como encanto
Caminhos entre feras,
E sei enquanto esperas
O todo sem espanto
Vencendo algum quebranto
Refeitas primaveras,
Audaciosamente
O tempo não desmente
E gera o olhar em paz
Daquele que se entrega
E mesmo em sorte cega
O amor no peito traz.

4

Os homens semeiam na terra o que colherão na vida espiritual: os frutos da sua coragem ou da sua fraqueza.
Allan Kardec

Futuro se cultiva
A cada dia e vejo
Além de cada ensejo
A sorte mais cativa
Do todo onde se cliva
E nisto o meu desejo
Traduz o que ora almejo
No amor que nada priva,
Colheita: eternidade
E sei o quanto brade
Um coração em festa,
Depois da plenitude
O nada mais transmude
No amor que a vida atesta.

5

Os espíritos protetores nos ajudam com os seus conselhos, através da voz da consciência, que fazem falar em nosso íntimo - mas como nem sempre lhes damos a necessária importância, oferecem-nos outros mais diretos, servindo-se das pessoas que nos cercam.
Allan Kardec

Ao traduzir em nós
O quanto se recebe
O dia já concebe
Diverso rumo e foz,
E quando seja atroz
O tempo noutra sebe
Do todo onde se embebe
Gerasse o tanto após,
Abrir o pensamento
E ver onde alimento
O sonho ou mesmo o fato,
Dispersa realidade
Aonde se degrade
O canto quando ingrato.


6


O homem é assim o árbitro constante de sua própria sorte. Ele pode aliviar o seu suplício ou prolongá-lo indefinidamente. Sua felicidade ou sua desgraça dependem da sua vontade de fazer o bem.
Allan Kardec

A cada novo dia
Escolhas que fizera
Traduz a primavera
Ou tanto invernaria,
A sorte se traria
Nos antros desta esfera
E o tempo se tempera
Além da fantasia,
Vestindo a melhor sina
A vida nos ensina
A libertária voz
E nisto se aprofunda
A luta mais fecunda
Gerando o tanto após.

7

A nossa felicidade será naturalmente proporcional em relação à felicidade que fizermos para os outros.
Allan Kardec

A vida nos ensina
Que amar traduz amor
E o tempo redentor
Expressa cada sina,
Aonde se ilumina
O ser um refletor
Gerasse em tal pendor
A sorte em rara mina,
Ao dar o que se tem
Receba de outro alguém
Igual sentido e paz,
Assim nesta verdade
A voz que tanto agrade
A graça sempre traz.


8

O corpo existe tão somente para que o Espírito se manifeste.
Allan Kardec

O corpo nada mais
Traduz do que um sinal
Ser espiritual
Transcende aonde vais,
E traz em dias tais
O canto magistral
Do dia desigual,
Mas vivos tais cristais
Diamantina sorte
Aonde se comporte
O todo em sua essência
A vida além deste ego
Bem mais do que carrego
Expressa a consciência.

9

Possuímos em nós mesmos pelo pensamento e a vontade um poder de ação que se estende muito além dos limites de nossa esfera corpórea.
Allan Kardec

Além do quanto veio
O mundo noutro instante
A vida se garante
E nisto sem receio
Expresso em devaneio
O quanto se agigante
Moldando doravante
O todo em novo meio,
Numa expressão divina
A sorte me domina
E gera este futuro
Mostrando em nova face
A vida que traçasse
Um porto mais seguro.

50690

Conte Comigo

Conte comigo, mesmo sem contar a mim tanta coisa que lhe pesa no coração, que lhe amargura e resseca o fundo d'alma.
Conte, nas horas mais abandonadas da vida, quando o olhar, vagando em derredor, só divisar deserto.
Conte comigo, mesmo sem vontade de contar com ninguém ou certo de que não vale a pena contar com mais ninguém, nesta vida.
Conte comigo, devagarinho, deixando que a boa vontade vá dizendo, sem nada forçar, à medida em que acreditar.
Conte, durante as agonias, que, de um tempo para cá, não deixam em paz seu cansado coração, pois o bom da vida consiste em encontrar um amigo.
Conte, nas horas inesperadas, quando as tempestades despregam repentinas e tombam por cima da sua cabeça triste.
Conte comigo, para re-aprender a cantar, durante a vida, e a viver de serenas e pequeninas felicidades.
Conte comigo, para eu ajudá-lo a ter rosto bom e quieto, ao menos na presença dos filhinhos menores, que vivem dos rostos abertos.
Conte, para auxiliá-lo no amargo carregamento da cruz.
Conte comigo, para ficar sabendo, de experiência, que há na vida muita coisa linda, coisa escondida, prêmio de quem se venceu na dor.
Conte, para triunfar, no ritmo vagaroso do dever, na cadência da paz diária, aprendendo a teimar com as teimas da vida madrasta.
Conte, que são largos os caminhos da vida, esperando os passos duplos de dois amigos que vão, na direção da conversa.
Conte comigo, para saber olhar ao alto, buscando a face de um Pai.
Conte, mesmo para não se entregar aos desânimos e desencantos, de quem anda cheia da vida, do começo ao fim.
Conte comigo, que venceremos juntos, anjo da guarda com seu pupilo.
Conte, que a vida tem ser bela, criando nós as belezas, de dentro para fora, obrigação do coração, missão da Fé.
Conte comigo, conte sempre, teimando com você mesmo, que não quer saber de mais nada, ofendido que foi, descrente que anda.
Conte quando, olhando para a frente, não sente vontade de andar; olhando para trás, tem medo do caminho que andou.
Conte comigo, para que tenha valor e beleza cada passo seu, cada dia da vida, cada hora dentro de cada dia.
Conte, conte mesmo, sabendo que Deus me deu a missão de fazer companhia aos desacompanhados corações dos homens.
Allan Kardec

Ao perceber o inverno
Desta alma em solidão,
Os dias moldarão
Além do vago inferno
Sorriso bem mais terno
Traçando a direção
E nesta dimensão
O quanto em paz externo,
Propagam-se divinas
Vontades e dominas
Com toda a sorte a paz,
Destarte estar contigo
Vivendo o quanto abrigo
No amor que assim se faz.

Nenhum comentário: