quinta-feira, 25 de novembro de 2010

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Morrer de tanto amor...
E nada mais se sente
Senão esta freqüente
Vontade de compor
Um mundo em rara cor
E nisto me apresente
O todo que envolvente
Trouxesse a fina flor,
Meu passo rumo ao tanto
E quando outro garanto
Encontro a liberdade
E nisto poderia
Ousar em fantasia
Bem mais do que me invade.

42

Marcando cada passo
Com todo o sentimento
Aonde busco e tento
A vida em novo traço
E sendo o mundo escasso
De sonho e de fomento
No todo enquanto invento
Um canto em paz eu faço.
E sei deste cenário
E mesmo temerário
No fundo me entregara
Sem ter qualquer defesa
Do canto sendo presa
Em noite imensa e clara.


43

“A fresca formosura”
Da sílfide perfeita
Aonde alma deleita
E o canto se moldura
Gerando após procura
A lua onde se deita
O brilho que se aceita
E nega a noite escura,
Vagando por teu porto
Meu mundo em tal conforto
Alfombras encontrara,
E tendo esta beleza
Seguindo a correnteza
Sublime esta seara.

44

A sombra do arvoredo
Aonde a vida traz
O quanto quero em paz
E em luz teimo e concedo,
Bebendo este segredo
Deveras sou audaz
E sei do quanto faz
O mundo outrora ledo,
Viceja esta esperança
E o passo aonde alcança
A mansa imensidão
Explode num momento
E sorvo o quanto tento
Em nova dimensão.


45

Caminho claro e manso
Em meio aos vendavais
E sei dos magistrais
Cenários onde alcanço,
Meu tempo já sem ranço
Cenários desiguais
Ainda quando vais
A ti querida avanço
E bebo em tua pele
O quanto me compele
Anseio de um amor,
Vacante coração
Em nova direção
Desvenda a rara flor.

46



Tristeza dominando
O olhar do solitário
Aonde é necessário
Um mundo bem mais brando,
O canto em contrabando
O passo temerário
O risco este fadário
Meu fim se desenhando,
Pudera acreditar
No quanto imaginar
Momento sem igual,
Deveras sendo assim
O todo dentro em mim
Teu corpo, cais e nau.

47


O mar em seu marulho
Avisa da sereia
Que quando devaneia
Deveras traz o orgulho
E sei quanto vasculho
E invado a mansa areia
E nisto me incendeia
A sorte num mergulho
Invado os abissais
Caminhos em que vais
Vencer os teus temores
E sei que de tal forma
A vida nos transforma
E gera em nós mil cores.


48

O sol ao se esconder
Em brumas, fim da tarde
A vida não resguarde
E trace com prazer
O tanto do querer
Ainda que retarde
O sonho sempre aguarde
Caminho a se verter,
Vencendo o que pudesse
Trazendo como messe
A glória mais audaz,
Assim ao me sentir
No todo e presumir
No amor encontro a paz.


49

O recolher do sonho
E nisto se desenha
A vida aonde venha
O todo que componho,
Amor que te proponho
A luta desempenha
Mantendo acesa a lenha
No quanto eu não me oponho.
Viceja dentro da alma
O tanto que me acalma
Gerando muito além
Do mundo em harmonia
O quanto eu te queria
E o quanto a quero bem.

51050

Das nuvens neste céu
Aonde quis clarão
As horas mostrarão
Caminho mais cruel,
E sigo sempre ao léu
Buscando a direção
E sei da dimensão
Do tempo feito em fel,
Assíduo sonhador
Nos ermos de um amor,
Eu bebo eternidade
E sei do quanto possa
Vivendo a sorte nossa
E nisto a luz me invade.

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