segunda-feira, 29 de novembro de 2010

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451

A lira em tons diversos
Ousasse muito além
Do quanto sei que vem
E traz em novos versos
Momentos mais dispersos
E sei de todo o bem
Marcando o que convém
Mergulho em universos
E bebo do passado
Aonde sonegado
O tempo não me traz
Sequer qualquer alento
E sinto o quanto tento
Num ato mais audaz.

452

Vivesse em tom suave
O quanto a vida trama
E nada deste drama
Mudasse o quanto entrave
E o prazo não agrave
O mundo em leda chama
E quando o tempo escama
A morte inda desbrave.
Ausento enquanto teimo
E sei por onde queimo
O caos dentro do peito,
A luta se provendo
Do todo em que o remendo
Deveras sempre aceito.

453

Porquês que tanto quis
Não vejo mais sinais
E nestes vendavais
Os ermos por um triz
O céu se expondo gris
Os erros são fatais
Os mantos de cristais
O terno feito em giz,
A luta desafia
E mata em ironia
Apresentando então
Agônica vontade
Aonde se degrade
O rumo e a direção.

454

O jovem que morrera
Há tanto noutro engodo
Imerso neste lodo
Desmancha toda a cera
E o peso conhecera
Sem brilho e sem denodo
O tanto nega o todo
E enfim não procedera,
Escassa valentia
E nada mais viria
Sequer o que inda resta
Do todo onde pudera
Apresentar outra era
A morte agora infesta.

455

O dia onde tentando
Saber qual direção
Do errático porão
As lutas desde quando
O mar em contrabando
O bando em precisão
Os tempos mudarão
O traste me tocando
E o caos dentro do peito
Aonde eu não aceito
Sequer qualquer conselho,
O marco mais atroz
Gerando a dor em nós
E assim eu me ajoelho.

456

Um canto assustador
Em linhas mais dispersas
Aonde além tu versas
Marcando em medo e dor,
O corte redentor
As horas; desconversas
E sei destas imersas
Manhãs matando a flor,
Esboço algum sorriso
E o quanto mais preciso
Não diz do que se tenta
A luta não termina
Nem mesmo em cristalina
Ou noite turbulenta.

457

Das águas deste rio
Ao mar em estuário
O tempo é necessário
E nele eu desafio
Bebendo o mais sombrio
Ou mesmo temerário
O corte temporário
O todo em desvario,
Esqueço o que pudesse
Ainda quando tece
A vida em plena dor,
Ao menos pude ver
O sol ao se esconder
Traçando sem ardor.

458

A vida quando embarque
O todo no não ser
Pudesse então tecer
Dos sonhos ledo parque,
O todo não abarque
O quanto pude crer
Lutando contra o ser
O passo não demarque
O fim de toda sorte
O pranto que conforte
O forte que se invada,
A luta não termina
E o pasto, uma égua, a crina
A noite constelada.

459

Batendo dentro da alma
A sorte em tons atrozes
Negando minhas vozes
A luta não se acalma
E sei do quanto a palma
Pudesse em novas fozes
Vencer os meus algozes
Sem ter sequer um trauma,
Mas tanto que desejo
E nada mais andejo
Que o sonho sem proveito,
O rumo se decide
Enquanto a vida incide
E o tempo não aceito.

460

Sorrir mesmo ou chorar
Independentemente
Do quanto se apresente
Ou nada mais tocar
A sorte a divagar
O olhar tão inclemente
Ainda que se tente
O pouco diz do mar,
Areias escaldantes
E nada mais garantes
Senão cada tormenta
A vida em tal procela
Produz o que revela
E o sonho ela alimenta.

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