domingo, 26 de dezembro de 2010

Ainda que pudesse ser diverso
Do quanto imaginara a cada instante
A vida na verdade nos garante
Sentido sem o qual não me disperso,

E quando no infinito sei que verso
E traço outro caminho doravante
Encontro o que pudera e me adiante
Gerando a cada sonho este universo,

Vestindo a fantasia mais sutil
E nisto tão somente se anteviu
O mundo desejado ou mesmo além

O canto sem sentido e sem razão
Ainda traz em si os que verão
E sei onde meu canto inda convém.


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Tramando a cada passo o meu caminho
Vestindo esta ilusão que tanto quis
O mundo se desenha em tal matiz
E nisto sem certeza enfim me alinho,

Vagando sem saber o quanto aninho
Tramando o que pudera por um triz
Gestando a cada instante o mais feliz
Cenário sem o qual sigo daninho,

E nada do que possa e se traduza
Ousando na esperança mais confusa
E disto não veria qualquer sorte,

A luta desfiando o verso em paz
E quanto da alegria sempre traz
Sentido que deveras nos conforte.


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Negar o que pudesse além do cais
E ter outro momento mais feliz
O rumo se desenha em tal matiz
Gerando noutro rumo um novo a mais,

Eu sinto o quanto sigo em dias tais
E bebo na verdade o quanto eu quis
Vencido caminheiro por um triz
Encontra já quebrados seus cristais.

Ainda se fizesse soberano
O quanto poderia a cada dano
Marcando com ternura o verso enfim,

Não tendo mais razão a luta trama
Seara desenhada em leda chama
Morrendo o quanto resta dentro em mim.


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Navego contra a fúria das marés
E sei das ondas tantas, tempestades,
E quando no final; o sonho; evades
O todo se transforma por quem és

E o mundo na verdade de viés
Traçando com temor as claridades,
E vejo mais distantes qualidades
De quem dita o naufrágio no convés.

Avesso ao que pudera ser assim
Eu tento caminhar e sei do fim
Moldando esta incerteza a cada passo,

Ao menos poderia ser feliz,
Mas quando o dia a dia já desdiz
Apenas bebo a sorte em descompasso.

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