segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

BUDISMO 2

1

Budismo

Origem da palavra – despertar.

Podendo de tal forma despertar
E assim saber do quanto em luz nós temos,
E nestes dias claros e supremos
A sorte bem além a desenhar,

O tanto que se possa imaginar
E ter bem mais do que queremos,
Vivendo de tal forma o que busquemos
Ousando num sobejo caminhar.

Budismo que se expressa de tal forma
A cada renascer já nos transforma,
Permitindo o caminho que liberte

Enquanto a vida traça em cada passo
Às vezes no desejo, o mais escasso,
A luz de nossos olhos se deserte...

2

Amor ao conhecer, sabedoria
Trazendo o que o Budismo nos ensina,
E neste desenhar a cristalina
E mais suprema voz: filosofia,

Portanto em claridade se veria
O todo que se sabe e o que domina,
Assim a nossa história determina
E mostra o renovar a cada dia,

Enquanto dita amor e compaixão
Além da caridade, se verão
Bem mais do que se mostra noutra face,

E tendo o crescimento em amizade,
O quanto deste amor em paz invade
E a própria liberdade se mostrasse.

3

Nascido de uma nobre dinastia,
Sidarta, ao perceber o quanto é rude
O mundo mais atroz que tanto ilude
Deixando este cenário em agonia

E ao mesmo tempo além se moldaria
Gerando outro caminho em atitude,
E no vigor da plena juventude,
Aos poucos noutro passo verteria,

Isola-se e medita sobre a vida,
E busca a claridade do saber,
Na caridade então podendo ver

A sorte tantas vezes decidida
Nos ermos de outra vida já passada
Até o eternizar de uma alvorada.

4

Ao libertar-se tão completamente
Deixando para trás o quanto houvera
Talvez pareça mesmo noutra esfera
A fera sensação inconseqüente,

Mas quando a liberdade se apresente
E o tanto noutro ponto ora assim gera
O quanto se traduz em voz sincera,
Marcando o que se veja doravante,

Amar e perdoar, se refletindo
Na mesma liberdade que se vê
No mundo quando a vida em seu por que

Repete o magistral e mais infindo
Caminho que depois Cristo seguira,
Análogo crescer da imensa pira.

5

A morte não traduz a morte quando
Eternizado enfim o pensamento,
E quando a cada instante não lamento
O mundo noutro tempo se mostrando,

Diversa da mortalha em plena vida,
Que molda este vazio sem sentido,
Encanto de tal forma consumido,
Aos poucos dita a senda vã, perdida,

Na eternidade o quanto se desnuda
Uma alma mais sublime e se prevendo
O quanto se mostrara em estupendo
Caminho desenhado em Cristo e Buda

Assim na convergência desiguais
Decerto se anunciam imortais.

6

Jamais se mostraria a divindade
De um ser superior que evoluísse
E acima de qualquer mera crendice
Ousando em tão superna claridade,

O quanto se anuncia em liberdade
Na própria sensação nada desdisse
E o todo que deveras já se visse
Transforma cada passo e nos invade,

Assim o ser além do criador,
Na forma de algum homem que se traz
Num ato tão feliz e pertinaz
Trazendo dentro em si raro louvor.

Permite que se creia ser possível
Chegar também além em raro nível.

7

Ao venerar um homem como Buda
Não temos e não cremos no poder
Apenas respeitando o próprio ser
Que tanto na verdade nos ajuda,

Ao ensinar caminho onde se acuda
Traçando a claridade e nos faz ver
O quanto se é possível perceber
A vida sem que nada mais iluda.

Estrada em claridade se ensinando
E nisto o mundo vejo bem mais brando,
Na compaixão, no amor, sabedoria,

E o quanto em liberdade e caridade
O tempo se desenha e o quanto invade
Permite a imensidade que nos guia.

8

A imagem que deveras possa ter
Alguma força em quem no desespero
Procura de tal forma em destempero
O todo que pudesse mesmo crer,

Na vida o quanto apenas um retrato
Jamais expressaria alguma sorte
Diversa da que tanto nos suporte,
E de tal forma em mim o que constato

Permite o caminhar sem atropelos,
Não mera imagem, culto que ancestral
Desenha sem sentido um ritual
E dele se desnudam vãos apelos,

Porém nada me impede ter em posse
O que retrate um ser que a vida adoce.

9

Por não ser a doença enfim causada
Por quem a trataria na verdade,
O quanto se demonstra insanidade,
Não traz a face dura e até velada

De quem se aproximando não diz nada
E apenas o que trame já degrade,
Rompendo o quanto pode em realidade
Deixando seus sinais na mansa estrada,

O turbilhão jamais se mostraria
Não existisse nele esta heresia
Ou mesmo o sortilégio de um insano,

Assim quando no místico cenário,
O quanto se moldasse imaginário,
Nunca faria parte de algum plano.

10

A vida se desenha entre caminhos
Diversos que permitem mesmo fim,
No início tão igual o que há em mim
São tantos e dispersos sonhos, ninhos,

Por vezes são deveras mais daninhos,
Mas coexistem sempre no jardim
Com flores em botão, belo jasmim,
Vinagres se originam destes vinhos.

Porém quando a verdade se apresenta,
O rumo que de fato assim se tenta
Não possa em antagônica versão,

Porém na convergência o que se sente
Presume o mesmo rumo e de repetente,
As luzes da cidade se verão.



11

O sofrimento tanto nos depura
E traz no olhar de quem assim padece
A sensação que trace outra benesse
E nisto se supere esta amargura,

No crescimento em crise se procura
Vencer o quanto a vida em dor nos tece,
E de tal forma a dor que me engrandece
Mesmo às avessas dita uma brandura.

E sinto que de fato não seria
Sequer o quanto possa imaginar
Vertendo o meu caminho sem notar

A imensa sensação de uma agonia,
E quando se desfeita em própria lise
Um novo ser além já se divise.

12

Desejo simboliza simplesmente
O passo que permite a queda após,
E neste demonstrar em tom atroz
A vida tantas vezes volta e mente,

E assim o sortilégio se apresente
Num átimo tomando nossa voz,
E o fim que se aproxima; velho algoz,
Deveras sem sentido me atormente.

O fato de algum sôfrego sonhar
Expressa o que pudesse divisar
Com mera sensação de algum vazio,

O sofrimento infausto companheiro,
Cerzindo no desejo, um vão canteiro,
Que dentro de minha alma em dor recrio.


13

A força que apresentas quando vês
O mundo se moldando de tal forma
Enquanto a sensação do nada informa
A sorte sem saber dos seus porquês,

O tanto quanto pude e se desfez
A luta sem sentido, em rude norma,
O passo que deveras se deforma,
No fim há sofrimento e insensatez.

Porém ao aprender em resistência
Vencer a mais terrível virulência
Gerada pela dura realidade,

Evoluindo além do quanto pude,
Ainda que esta vida seja rude,
Um ar bem mais suave enfim me invade.

14

Na vida se permite o interrogar
E sendo de tal sorte estes momentos
Ousando muito além os pensamentos
Um barco que pudesse navegar

Imenso e deslumbrante raro mar,
E trazer nos seus rumos os alentos
E mesmo que enfrentasse sofrimentos
O porto se veria devagar,

O ser não é somente por só ser
E tendo uma razão para existir
Expressa o que tentasse no porvir

E assim o quanto possa conceber
Liberta das algemas tolas quando,
O mundo noutra face se buscando.

15

O quanto que aprendendo se traduz
Na experiência própria traz em si
O todo quando nele percebi
A imensa e libertária; rara luz.

E quantas vezes mesmo eu já me opus
Aos dogmas e verdades lá e aqui,
Vertentes tão diversas das que vi,
No abismo aonde infausto nos conduz.

O saber aprender quando se observa
Impede que alguma alma seja serva
Da mais espúria e torpe sensação,

Em várias heresias eu escarro
Há ídolos que têm os pés de barro
E deles fujas logo; o rumo é vão.

16

O quanto se transcende à divindade
Que punitiva além também premia
Marcando com diversa fantasia
A sorte de quem tanto ou não agrade.

Romper desta incerteza a rude grade,
E crer na própria luz, sabedoria
Gerando dentro em si o que traria
Ao fim do caminhar a liberdade,

Processo paulatino e progressivo
Que mesmo demorando várias vidas
Traduz as faces mesmo resumidas

De um ser que não se faz ledo e cativo,
Não quero tão somente um lenitivo
Palavras com que afagas ou acidas...

17

Etapas que transcendem elevando
Em rumos convergentes ou diversos
Marcando com vigor tais universos
E deles outros tantos navegando,

Assim se poderia ter um brando
Estágio que evolua ou em dispersos
Caminhos noutros tantos quando imersos
Transcendem ao feroz e mesmo infando,

Mutáveis e inconstantes tais caminhos
Aonde a vida traz ou não daninhos
Momentos onde possa muito além

O renascer em qualquer tempo e prazo
Num patamar maior ou por acaso
Trazer o quanto tens bem mais aquém.

18

Os devas habitando em reinos nobres
Em ascendente passo rumo ao todo,
Porém quando se trama nalgum lodo
O enredo noutra face tu descobres,

Ao renascer podendo ser bem mais,
Permanecer ou mesmo em queda ver
Marcando em tal sentido cada ser
E dele novos dias, desiguais.

Até chegar ao Buda, no apogeu
Os tantos renascerem ensinando
O quanto que se possa libertando
Também em outro instante se perdeu,

Numa escalada vária e tão imensa,
Degraus acima a vejo mais intensa.

19

Dos vários mundos; faces mais complexas
Evolutivamente se apresenta
O quanto se mostrasse paz/tormenta
Em faces tão diversas, ou reflexas.

E quando em caridade e luz anexas
Os tempos quando a sorte reinventa
Num ascendente tom que ora apascenta
E de tal forma além agora indexas.

Os estágios primários ainda têm
Na sensualidade uma ascendência,
Porém a cada passo a consciência

Expressa e segue acima e muito além
Destarte numa clara transparência
A vida se transmuda por essência.

20

Aos poucos superando alguns anseios
E crendo na pureza que veria
Ao superar na imensa escadaria
Os erros tão frequentes, devaneios...

Os passos com firmeza na escalada
E a queda tão normal de quem procura
A sorte que deveras mais segura
Pudesse desenhar a rara estada,

Na cíclica visão, uma espiral
Que possa se mostrar em ascendência
Ou mesmo em decadência ou tão igual,

Mandala simplesmente? Não. Bem mais
E o quanto se apresente em tal essência
Presume o quanto possas e mesmo vais.


21

Fazer dos jhanas mesmo um ritual
Que possa permitir libertação
E nesta tão complexa dimensão,
O mundo não seria mais igual,

Moldando a cada etapa outro degrau
E nisto se prevendo uma ascensão
Das vidas que decerto inda virão
O passo com firmeza noutro grau,

E assim meditação que possa mesmo
Além do que deveras ensimesmo
Expresse o conhecer e concluir

Liberta em progressão até que possa
Erguer o quanto a vida assim endossa,
E garantindo enfim melhor porvir.

22

Há raros, mas sublimes caminheiros
Que atravessando a vida em seus desertos
Com tal poder em passos firmes, certos
Desenham muito além dos corriqueiros

Cenários onde mesmo alvissareiros
Já não veriam céus assim abertos
Tampouco se mostrassem mais despertos,
Ousando florescência em seus canteiros.

Na força em que se faz meditação,
O tempo se anuncia num clarão
E gera divindades mais sublimes,

E delas tanta luz ora se espalha
E o todo se aproxima e já sem falha
Expressa o que deveras mais estimes.

23

Um ser onisciente? Já não vês
Na face de quem sendo assim humano,
Prevendo o que pudesse o noutro engano
Vestindo seus caminhos e porquês,

O quanto do budismo assim se fez
Ao Cânone causando mesmo um dano,
Criando na verdade um super-homem
Deixando para trás a lucidez.

Não era e nem seria este objetivo
De quem se fez em luz suprema e bela,
Sabedoria farta nos revela,

E só por ela tento, busco e vivo,
Mas além do que se sente e se percebe
Jamais dominaria ausente sebe.

24


Com o tempo a visão se modifica
E o que era no passado não é mais
Depois de tantos ventos, temporais
A sorte noutro passo se edifica,

E mesmo que permita, o quanto fica
Expressa os mais sutis e essenciais,
Assim se transformando, sem jamais
Perder o que deveras dignifica,

Assim desta presença mais humana
De Buda, noutro instante se anuncia,
No Mahayana imagem luzidia

Diversa da que tanto a vida ufana,
E deste caminhar o quanto brade
Eleva-o em suprema divindade.

25

Entende-se deveras necessário
Caminho aonde possa ser tocável
Em pensamento e até mesmo tratável
Cenário em mais sutil itinerário,

Assim ao se endeusar o que seria
Bem mais do quanto vejo nesta face,
O mundo noutro rumo emoldurasse
Além do que se fez sabedoria.

Deste homem que a verdade conhecera
O mito se transforma e assim fomenta
Deixando para trás qualquer tormenta
E se transforme eterno, feito a cera,

Que consumida gera a parafina
E dela nova cera se refina
E assim se denotando o eterno ciclo,

Aonde a cada instante modifica,
Essência na verdade além já fica,
E o tempo noutro tempo eu só reciclo.

26

O Dhamma nos levando ao mais sublime
Caminho onde a verdade se apresenta
E vence com certeza uma tormenta
E a cada novo instante nos redime,

O quando do desejo se suprime,
Permite o que se veja e me acalenta
Uma alma quando mostra mais atenta
Anseios sem valor; ora reprime.

Levando em tal momento à sensação
Da vida em sua imensa dimensão
Traçando a direção de cada passo,

Sabendo de tal fato não mais temo
E sei deste momento onde supremo
Progresso noutro extremo, tento ou faço.

27

Aos poucos se sublima o que em princípio
Ditara com maior sabedoria
E disto a se moldar filosofia
Revendo o que disse desde o início,

O que talvez levasse ao precipício,
Porém em tal poder já se veria
A fonte inesgotável onde se cria
Bem mais do se fora mero indício.

Destarte ao se prever o quanto venha
A vida traz resposta e mostra a senha
Que possa libertar quem mais sofresse,

Acréscimos não matam pura essência
Nem mesmo suprimissem consciência
Aonde bem mais firme se tecesse.

28

A partir do dissídio original
Nikayas, sendo seitas divergindo
Em pontos mais diversos e gerindo
O tempo noutra voz, pouco usual,

Assim ao se aprender o quando deve
Ou não cerzir do roto ou derivado,
O tanto quanto possa e enfim me evado
Sabendo que talvez acabe em breve,

Atreve-se a pensar em rumo vário
Quem traça por ventura; outro caminho,
Porém com segurança enfim me aninho,
No velho e conhecido itinerário,

E mesmo se sutis, as diferenças
Em faces diferentes, talvez pensas.

29

Vadas diversas dizem discordâncias
E sei do quanto possam na verdade
Matar a rara força em claridade,
Gerando neste rumo vãs estâncias,

Não são nunca bem-vindas tais distâncias
E mesmo quando assim já se degrade
O passo que presume realidade
Apresentando ali tais discrepâncias

Escolas que talvez mais convergentes
Ou mesmo noutro prumo tu já sentes
Somente confundindo a caminhada,

Assim da divindade em tom expresso
Talvez noutro cenário; recomeço
O que talvez desenhe enfim o nada.

30

O quanto se traduz renascimento
Jamais se mostrará reencarnação
Os atos são diversos, e verão
Do todo apenas mero e ledo vento,

E quando se renasce; o pensamento
Expressa novo rumo e direção
Diverso do que esta alma desde então
Usando de outro corpo, num momento.

O renascer se faz em cada etapa
E ninguém dele mesmo escapa,
Configurando assim um tom diverso

No reencarnar a vida muda a face,
Mas trás no mesmo tom o que moldasse
E neste ledo espaço volto e verso.


31

A origem e o final do ser humano
Expressa no budismo esta memória
Gerada e transportada noutra história
Ousando na verdade o mesmo plano,

E quando num degrau me desengano
Ou tendo outra vertente merencória
Diversa da que pude na vitória,
Invés do crescimento, enfim me dano,

Mutáveis, mas na essência a mesma base
O quanto a cada vida se defase
Ou mesmo se adiante ao que virá,

Desde o embrião qual carga que genética
Produz o caminhar em nova estética,
Modificando o todo desde lá.

32

O renascer se faz em multiforme
Desenho, em ascendente ou num declínio
E assim se demonstrando tal fascínio
A discrepância pode ser enorme,

De um homem noutra forma se veria
Superior ou mesmo inferior
Apenas dependendo do valor
Que trace com real sabedoria,

No infausto ou num momento mais feliz,
A forma que virá desenha o enredo
E neste caminhar como procedo
Será ou não da forma como eu quis,

Destes matizes vários, claros grises
Mundos passados mostram cicatrizes.

33

O Karma determina o quanto venha
E traça o que talvez pudesse ser
Ditando ou não se tente renascer
Ou mesmo cada passo aquém contenha,

Mostrando o quanto temos do passado,
Da fala, mente e corpo, a dimensão
Tramando os dias quando inda verão
O todo aonde infausto ou fausto brado,

Da soma destas dimensões diversas
O resultado traz o quanto veste
Uma alma sendo pútrida ou celeste
E dela aonde tentas, mesmo versas,

Ditame se mostrando de tal sorte,
Gerando ou renegando o nosso Norte.

34

O Karma no universo dita efeitos
E causas numa enorme sincronia,
E o quanto na verdade se veria
Trazendo ou não do todo mais defeitos

Os sonhos muitas vezes são desfeitos,
A sorte traduzida em ironia,
Pudesse noutro tempo ou novo dia
Ditar os que seriam, pois eleitos.

Assim no privilégio ou sortilégio
O passo de outros tanto sendo egrégio
Não expressa destino e sequer fado,

Apenas resultado do que houvera
E assim o quanto resta em tal esfera
Do todo acumulado, o resultado.

35

Negativista? Não, e com certeza
Budismo traça além do sofrimento
O quanto traz ali o ensinamento
E nisto se apresenta ao fim grandeza,

Tampouco nega a vida ou sua essência,
Muito ao contrário luta em sincronia
Tentando perceber sabedoria
E nela a mais completa fluorescência.

Processo tão contínuo e renovável
Marcando com ardor a aprendizagem,
Acumulando sempre na bagagem
O quanto poderia ser louvável,

Da dor procura o engrandecer
Que possa dia a dia conhecer.

36

Shunyata traduz vacuidade,
E não este vazio simplesmente
O quanto se desenha em nossa mente
Presume no final a claridade,

E deixa que se veja a realidade
Conforme ela mesma se apresente,
E não como se fosse meramente
Um tempo sem sentido que se evade,

E numa interação de causa/efeito
O quanto do caminho mesmo aceito
Expressa a dimensão do que mais quis,

Invisto enquanto insisto noutro passo,
E assim deveras tento enquanto traço
Na soma do que possa, queira e fiz.


37

A eternidade nega por si só
O quanto em discordância gera o estático
E tendo outro sentido bem mais prático
A vida se avizinha pelo pó,

Mutável criatura traz em si,
Cenários discordantes, mas afins,
E os tempos desenhando nos jardins
O quanto noutro instante concebi.

Expressões variadas quando busco
Algum sentido nisto e nada vendo,
Apenas este anseio que estupendo
Desenha um caminhar deveras brusco,

Embora com princípio meio e fim,
O tempo se renasce dentro em mim.

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