sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Falando do perdão e da amizade
Não tendo outro momento em minha vida
Aonde cada sorte é percebida
Qual fora a mais suave liberdade,

E quando a solidão algema, em grade
O tempo noutra fase nos acida,
E gera a mesma história em despedida
E traça o que pudesse e desagrade,

Amar e ter em Cristo esta certeza
Do quanto poderia em tal leveza
Ainda que se fosse muito além

O canto de quem tenta e se conduz
Trazendo com ternura a sua cruz
E nisto a paz em glória dita o bem.



Não quero ter decerto este poder
Que é tão fantasioso e mesmo rude,
No quanto esta impressão já nos ilude
Negando o quanto pude em Ti viver,

O mundo transcendendo me faz ver
A eterna sensação de juventude,
E quando tanto amor diz atitude
No manto consagrado eu posso crer,

Abençoando a vida de quem ama,
Mantendo da esperança a rara chama
O templo feito em fé traduz o amor,

E tendo por altar esta esperança
Enquanto o meu caminho em paz avança
Ensinamentos Teus ditam louvor.


Amar a Jesus Cristo, nosso irmão,
E ter esta certeza dentro em nós
Na mais suave e calma, doce voz,
A vida trama a rara direção,

E os dias mais gentis que inda virão
O tempo renegando o mundo algoz,
A sorte se anuncia e nestes nós
Eu vejo a mais perfeita dimensão.

Do amor que não pudera ser diverso
E quando em alegrias me disperso
Vagando no infinito em alegria,

O Reino do Meu Pai se anunciando
Num dia mais tranquilo, desde quando
O sonho mais feliz entranharia.

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Amor em Cristo Pai nos dita o rumo
Em cristalina sorte se desenha
E o quanto se aproxima e traz a lenha
Aonde o meu momento em paz consumo,

Vitória a cada instante ora resumo
Sabendo da emoção que me convenha,
Na luta pela paz, nada detenha
Quem sabe neste amor imenso o prumo.

E mesmo se pesada a minha cruz,
Eu tenho uma esperança em ti, Jesus,
Meu grande companheiro, meu amigo.

Ousando nos meus passos ter além
Do quanto poderia e sei que vem
Gerando uma alegria onde me abrigo.


Por mais que a vida seja dolorida
E o tempo se anuncie em bruma e neve,
O coração em paz enfim se atreve
E trama esta palavra em paz ungida,

Enquanto a solução não se duvida
Expressa o quanto possa e torna leve
Uma alma que decerto em luz escreve
Certeza da esperança construída,

Ainda que esta dor surja; a vitória
Permite o quanto existe em rara glória
Nos passos do meu Pai, o Criador,

E sinto ser possível cada passo,
Assim o meu caminho; insisto e traço
Marcado pelas teias deste Amor.


Não temo a tempestade, pois sei bem
Do quanto em amizade reproduz
A vida noutro instante em forte luz
Gestando esta alegria que convém,

E o mundo se mostrando muito além
No amor sem ter igual e assim Jesus
Fazendo com ternura sempre jus
Na imensa sensação que a paz contém.

Louvores a quem ama e dita sorte,
Que Teu amor deveras me conforte
Num tempo feito em dor e sofrimento,

A luz de Teu olhar dita o horizonte
E quando este caminho em paz aponte,
O sonho mais sagrado eu alimento.


Amar em plenitude e crer na sorte
De quem se fez e na verdade luta
Ousando contra a fúria imensa e bruta
E tendo além e o caminhar conforte,

Meu mundo eu sigo e desenhando o norte
Embora a vida se apresente astuta
E quem se molda em paz jamais reluta
Ao ter no amor o quanto nos suporte,

Vencendo a tempestade tão amarga
A vida na verdade não embarga
Quem tanto se presume em liberdade

Aprendo a cada dia a rara trama
Mantendo esta alegria que me chama
E nela toda a luz quando me invade.



Jamais acreditei neste vazio
E sei do quanto possa ser feliz
Ousando na esperança que mais quis
Um tempo feito em paz ora desfio,

E bebo a claridade enquanto crio
Um mundo sem temor ou cicatriz
E sei desta magia em tal matiz
E neste caminhar vencendo o estio,

Na clara sensação de uma amizade
O tanto quanto possa e sempre agrade
Ao coração gentil de quem procura

Vencer a mais diversa tempestade
Ainda que deveras liberdade
Expressa o que pudesse ser a cura.


Num átimo se entranha além de tudo
O quanto desejável traça a vida
E quando no meu mundo esta guarida
Exprime o que deveras quero e mudo,

Ainda quando além não desiludo
E bebo da esperança mais sortida
Vencendo o que pudera em rara vida
E nisto outro desejo onde amiúdo

A lida se apresenta mais tranquila
E assim esta certeza ora desfila
Marcando o dia a dia com ternura,

A luta sem razão já não cabia
E sei do grande amor que a fantasia
A cada novo instante se assegura.


Ainda quando pude ter em mente
O tanto sem sentido e sem razão
As horas noutro tanto mostrarão
O que nada decerto enfim desmente

A sorte se transporta e finalmente
Ousando noutro rumo e direção
Cerzindo com ternura esta emoção
O mundo semeando outra semente,

Ainda quero a paz e bebo a glória
Enquanto o renovar ditando a história
Pudesse ser assim, ou mesmo até

Vencendo o descaminho mais temido
O quanto na verdade inda lapido
Traduz o grande amor em rara fé.


Meu mundo num instante poderia
Tentar algum caminho alternativo
E quando na verdade sei que vivo
Traçando o meu cenário em harmonia,

A luta se desenha em fantasia
Não quero amor que seja enfim cativo
Do quanto noutro passo já não privo
Meu sonho de saber em alegria,

Vestindo esta ilusão inda pudera
Vencer o quanto quero e a primavera
Ainda viva além não me pertence,

E sei desta verdade e do non sense
Cerzindo dentro da alma esta esperança
Que a cada novo dia em luz se lança.


Meu verso em plenitude o quanto poderia
Pousar qual fosse mera e mansa borboleta
Ou mesmo navegar e ter como um cometa
A sorte mais gentil e nela esta harmonia

Crisálida, meu sonho em paz e fantasia
Ainda quanto muito o todo se prometa
Vagando pelo espaço e nisto se arremeta
Ao grande amor que tanto em luz eu concebia

Bebendo do infinito a cada novo verso
Encanto dita a sorte e rege este universo
Aonde o todo traz além do quanto queira

O manto consagrado ao máximo do sonho
E nele outro cenário ainda além componho
E tenho esta esperança amiga e companheira.


O amor que inda viria após a tarde
Marcando com ternura a imensidão
Dos raios que esperanças me trarão
E todo o coração em paz aguarde,

Vencer esta tristeza e assim resguarde
A luta noutro passo e dimensão,
Cansada desta vida em tanto não,
Um sonho aonde o tanto não retarde.

Teus olhos, meu amado companheiro,
O canto enquanto além em paz me inteiro
Espalha esta ventura pelos ares,

Ainda quando pude imaginar
Sentido tão superno e quando amar
Espero pelo menos me notares.


A antiga solidão invade a noite em fúria
E toma o pensamento e não se cala mais,
A vida se pudera vencer os vendavais,
Porém sei que ao final só resta esta penúria,

A luta não termina e gera desta incúria
Os dias tão venais e neles temporais
Ousando o que pudesse e sei terei jamais,
A morte se aproxima; audaz, mordaz e espúria.

Amores que vivi; retratos na gaveta
O fim se aproximando e sei quanto prometa
Apenas funerais e nada além do chão,

Trafego no passado e sinto o quanto resta,
Somente qualquer facho adentra a leda fresta
Enquanto apenas vejo ao fim, a solidão...


O ser poeta traz a cada instante
Caleidoscópio em prismas tão diversos
Unindo com ternura nossos versos
A eternidade da alma se garante,

E sinto o quanto é belo a cada instante
Após outros sentidos quando imersos
Os sonhos que apresentem universos
Moldando cada passo doravante,

Mosaicos entre tantos, arabescos
Momentos mais felizes ou dantescos,
Ousando ou mesmo até se transformando,

O canto se irradia e dita em luz
O quanto a fantasia reproduz
Ou gera um novo mundo, atroz ou brando.


Aonde poderia haver o rumo
No qual me desenhasse em luz e glória,
Aos poucos nesta senda merencória
Meu verso no passado em vão resumo,
E bebo da emoção em torpe sumo,
Ainda que buscasse na memória
O todo noutra face, noutra história
E deste sonho imenso, não mais esfumo,
Ecléticas verdades, mundo audaz,
Palavra que teimasse e já me traz
Além da imensidade desenhada,
A senda mais brilhante em lua cheia
Tomando cada instante onde se anseia
Seara pelo encanto; desbravada.


Tormentos entre tantos que tivera
Após a tempestade dentro em mim,
Vagando sem saber início e fim
A noite se desenha em vulga espera,
O corte desdenhoso, outra quimera
Ausência de esperança, um estopim
Minha alma se anuncia e num motim
Apenas o que resta desespera.
Sonegas com virtudes meus enganos
E sei dos dias vagos e profanos
Marcando o quanto pude e não pedisse
A trama em desamor não se revela
A vida não imita esta novela
Tampouco se admitira outra tolice.


Da lira sertaneja em tons diversos
Ponteio esta emoção: raro luar
Pudesse noutro passo imaginar
Além da pura imagem nos meus versos,

Os rumos são decerto mais dispersos
E quanta vez eu pude caminhar
Tecendo cada passo com o olhar
Em meio aos tolos erros, tão perversos.

Não tendo solução e nem sabendo
Da vida quanto possa num adendo
Mergulho, abrindo as asas, deste abismo

E quando toco o fundo deste poço
A vida em tal momento, em alvoroço
Vestindo o mais terrível cataclismo.


Do cântico suave a sorte iridescente
O mundo se anuncia e mostra o quanto pude
Embora seja audaz, o tempo se faz rude
E todo o desencanto aos poucos se pressente,

Vestir esta ilusão e ter decerto em mente
O marco mais feroz, da nossa juventude
E nisto o que resta, após já desilude
E a nave sem destino, ao léu segue impotente.

Encontro os teus sinais, e nada do que eu veja
Ainda satisfaça em rito mais atroz
O quanto poderia e sei enfim sem voz,

E bebo deste azar em noite malfazeja
Matando esta ilusão e nada mais teria
Somente o quanto houvera ainda em poesia.




Um verso sem sentido e o tempo se eximindo
Do engano costumeiro e sempre sem razão
Os dias que decerto ainda não verão
O tanto quanto fora o passo mais infindo,

Bebo irracionalmente o quanto percebera
A luta se desenha e nada mais pudera
Tramando além do todo; a sorte noutra esfera
E o sonho fora feito em frágil, leda cera

Marcantes ilusões; aonde andam vocês?
Os tempos noutro passo em louca discordância
A vida não traria ainda a velha estância
E nela este cenário agora não mais vês,

Na insensatez do sonho, o cântico sem rumo,
O prazo determina o quanto em dor, assumo.



3


O caos gerado em nós não poderia
Traçar algum futuro, simplesmente
E o quanto da verdade também mente
À sombra do que fora uma utopia,

Depois do quanto visse em agonia
O corte se desenha mais premente
E o passo quando o quis proeminente
Apenas a verdade moldaria,

Negar o próprio ocaso? Uma tolice.
A sorte por si mesma já desdisse
O quanto acreditei e nada resta,

Somente a mesma face onde agressiva
A luta sem sentido ora nos priva
Do amor que poderia em cada fresta.


Yo soy lo que viva mí sueño más atroz
ninguna claridad, en brumas hecho
tomando cada punto en cada pecho
negase solamente la mansa voz

de todas ilusiones, nadie pensa
el sol ya se anuncía y no se vé
la vida simplesmente sin porqué
sendero más sombrio, noche tensa.

así ha hecho el canto de un poeta
que ahora se atormenta sin destino,
y cuando en paso díme determino
la vida en su faceta y no completa

sin luces, sin camino, en tempestad
dejando sin sentido libertad!


Ainda que eu tivesse alguma escolha
A vida não teria outro momento
Restando a quem sonhara o desalento
E quando a cada passo enfim recolha,

A sorte se esvaindo, leve folha
O prazo determina o sofrimento
E sei do quanto pude e mesmo tento
Embora este caminho, o passo tolha.

Restauro dos meus erros outros dias
E sei que na verdade não trarias
As luzes quando as peço e até suplico,

Meu barco sem timão, já sem o norte
Apenas outro engano me comporte
E quando olhasse além mais nada explico.


2

O verso traduzisse alguma luz
E nada se permite além do ocaso,
E quando na verdade tanto atraso
Meu passo sem sentido não conduz

Ao ato mais sensato, mesmo em cruz
Diversa do que possa e se me aprazo
Vencido o caminheiro eu me defaso
Do quanto poderia e não fiz jus.

Acordo quem trouxera o mesmo engano
E o rústico tormento onde me dano
Vestígios de uma vida sem proveito,

Depois de certo tempo tantas dores
A via mais dorida e sem pudores
Enquanto o sortilégio, enfim o aceito.


3


Ocasos entre névoas, medo e sorte
Diversa da que houvera conhecido,
E sei do quanto possa em dividido
Momento sem saber aonde aporte,

Negar a melodia, e ter no corte
Apenas outro tanto embevecido
E a rude sensação; já dilapido
Tramando o que deveras não conforte,

A luta em tal insânia dominando
O todo que pudera bem mais brando
Cercando com tormentas, cada sonho,

E bebo incandescente madrugada
Na sorte tantas vezes malfadada
Aonde o meu tormento enfim proponho.

4

Houvesse qualquer tom, diversidade
E nisto o meu alento não viria
Singrando muito além desta utopia
Marcando o que traça em liberdade,

No prazo aonde o tempo se degrade
O gládio me permite o quanto havia
Na lida mais audaz, a poesia
Porfia sem saber da claridade,

Vacantes emoções. Rude ilusão,
Os dias entre tantos moldarão
Somente este vagar em noite frágil,

O quanto poderia ser mais ágil
Já nada encontra ao fim de certo tempo
Senão a mesma face: contratempo.


5

Lacônica palavra, medo apenas
E o verso não pudera me trazer
A menor quantidade de prazer
E nisto com temor sempre envenenas,

Somando o quanto resta vejo cenas
Diversas das que tento conceber
Vestígios do caminho de algum ser
Enquanto em turbulência te condenas.

Cadáveres carrego dentro da alma
E nada mais pudera ou mesmo acalma
Vencido pelo caos, resta este esgoto

Na sórdida presença do que tento
Ainda neste pútrido tormento
O mundo quis inteiro, agora é roto.

6


Negar o quanto pude e mesmo assim
Vestir esta ilusão de qualquer forma
A vida no final já se deforma
E mata o que restara dentro em mim,

Recolho as flores todas do jardim.
Rompendo do passado a velha norma
E o canto noutro tom tudo transforma
Matando o que restara em ledo fim.

Olhando para além das cordilheiras
As sortes tão banais e corriqueiras
Esgueiras sem sentido ou precisão,

Aprendo com meu erro, mas prossigo
Vagando sem saber do abraço amigo
Tampouco de outros tempos que virão.

7

Quando acidentalmente eu encontrara
Na luz mais desejada outro momento,
Tecendo o quanto possa e não lamento
Na noite anunciada bem mais clara,

A sorte se desdenha e não separa
Sequer o que pudera e mesmo tento
Vencido pelo ocaso, o pensamento
Tornando a própria vida mais amara,

Restauro outros momentos mais audazes
E sei do quanto queres ou me trazes
Antrazes dentro da alma e nada além

No constelar desenho, cada estrela
A sorte tão diversa; concebê-la
Traduz o que afinal já não convém.

8

Ancoradouros tantos; procuraste
A vida em tais promíscuas fantasia
Ainda quanto mais clara a querias
Maior este tormento em vão desgaste.

A luta se negando em tal combate
O prazo determina o fim do jogo
E quando se pudera em qualquer rogo
Apenas outro engodo enfim me abate

Estéreis dias dizem do futuro
E nada mais sentira quem se fez
Além do quanto resta em lucidez,
Um mundo mais atroz; hoje asseguro

E configuro a vida de tal sorte
Que resta tão somente a mim, a morte.

9

Nas ondas deste mar traduzo o sonho
E sei que a noite em lua não viria,
Deixando para trás a fantasia
No quanto me defendo e já me oponho,

Meu mundo sem sentido, mais bisonho
A marca da esperança não veria
Quem tenta acreditar na poesia
Ou mesmo no vazio onde me ponho.

Ocasionando a queda de quem parte,
A vida se anuncia e já sem arte
Restaura com temor o tempo em dor,

Apresentando após o fim de tudo
Ainda aonde pude e desiludo
Tentando sem sucesso algum louvor.

10

Apenas o meu canto sem sentido
O quanto da esperança enfim me privo
E sendo do não ser sempre cativo
O marco a cada passo; longe regrido

E vejo o que pudera ser ungido
Marcando cada instante com altivo
Sangrante sensação e sigo esquivo
Mereço um novo tempo dividido.

E trago na pureza de outro verso
O mundo sem sentido ou mais disperso
Do caos que reina agora início e fim,

Ainda que vertesse a claridade,
A noite a cada infausto mais invade
E o mundo se apodrece dentro em mim.


------------x-------------


Apresentando apenas outro brando
Momento enquanto alento o que pudesse
A vida em avidez dita a benesse
E o peso sobre nós já me envergando,
O corte se anuncia desde quando
O tanto que pudera se obedece
E o rumo sem temor tudo escurece
Minha alma neste instante está nevando,
Negando o que se fez em rumo ao quanto
Pensara com ternura e se me encanto
No canto de algum mundo sem sentido,
Apenas procurando outro incentivo
Ainda que do sonho quando privo
O marco se desenha em ledo olvido.


2


Não poderia mais sentir o quanto
A vida se apresenta sem talvez
Viver o que pudera em altivez
E nisto apenas morte hoje eu garanto,
Cenário sem sentido algum e espanto
O prazo no vazio se desfez
Aonde se quisera sensatez
Apenas o delírio e por enquanto.
Jazigo da esperança, o verso rude
A luta se aproxima e quando pude
Vencer os desafetos, medo e pedra
O velho coração de um anarquista
Ao ter bem mais distante nada avista
E como se mostrara há tempos; medra.

3

O tanto que se visse sem fastio
O rito desenhando novo dia
Aonde não pousasse esta utopia
Nem mesmo o quanto possa ou desafio,
A luta reduzindo por um fio
E nada que tentasse se viria
Ou quando esta verdade serviria
Deixando além da margem, torpe rio;
A melodia em nódoas, rédeas busca
E o quanto se apresenta e sei que é brusca
A imensa sensação de nada ter,
Apelos sem limites, desengano
Ao fim de cada passo se me dano,
Já nada poderia enfim colher.

4


Um átimo e mergulho neste nada
Ousando ser além do quanto quis,
E o passo se traduz em ser feliz
Esplendorosa senda em alvorada,
A história se repete, alvoroçada
E marca o quanto pude em tom mais gris
Negar o que tentara e por um triz,
Ultrapassar além a velha estrada,
Espero pelo menos quem acolha
A vida se transforma e desta folha
Apenas versos tristes, nada mais,
Depois do que tivera em dor e medo
Ao nada sem defesas me concedo
E bebo os dias turvos e banais.

5

Travando contra o sonho a mesma guerra
Aonde no final sou perdedor,
O tempo se desenha e sem rancor
Apenas o vazio ora descerra,
Ainda que vagasse sobre a Terra
Tentando adivinhar ou mais propor
Caminho abençoado em rara flor,
A luta sem sossego não se encerra.
O marco desenhado sobre o solo,
E neste passo incauto não consolo
Sequer o que pudesse ser diverso,
Pedindo alguma luz onde não vejo
Tramando muito aquém do benfazejo
Instante aonde o passo em vão disperso.

6


Jogado sobre o chão, velho andarilho,
Marcado pelo tempo em dor e medo,
Do quanto já pudesse este arremedo
Agora se desenha em ledo trilho,
Depois da solidão nada palmilho
Apenas o que resta em tal degredo
E quando alguma luz além concedo,
O canto se aproxima em estribilho,
Espreito atocaiada sorte em vão,
E sinto que outros tempos não trarão
Diversa realidade e sendo assim,
Depois de cada engano, tosco engodo
Ao penetrar na lama, mangue e lodo
Prevejo tão somente o mesmo fim.


7

Bebendo desta fonte rara e pura
Trazendo em harmonia cada verso
Aonde eu mais tentara estar imerso
Minha alma nesta luz já se assegura
E o canto em harmonia diz ternura
E nada mais cerzisse este universo
Nos âmagos da vida sigo imerso
Tentando muito além desta candura,
Crescente fantasia dita sonho
Tramando todo o bem que ora proponho
No passo refletindo cada instante
Depois de certo tempo em discordância
A vida se mostrando sem ganância
Um dia mais suave me garante.

8

Teclando sobre os sonhos entre fases
Blindando cada passo com o quanto
Vencera e se mostrando onde garanto
A luz que se repete enquanto a trazes,

Ainda que deveras, agora atrases
Os passos que puderas num encanto,
O todo se traduz em mero e tanto
Meu mundo não traria tons audazes,

Represo esta ilusão de ser poeta,
E o mundo noutra face se deleta
Marcando em dissonância o quanto pude

Viver após o tempo mais audaz
E nada do que possa dita paz
Somente o mesmo atalho velho e rude.


9

Tripudiar assim sobre quem a ama,
Trazendo a todo instante outro momento,
Amor não resistiu, soterramento,
E a vaga sensação de mero drama,
Ao quanto já não pude sigo atento
E bebo da ternura onde se clama,
Arcando com detalhes cada rama
Após o temporal, ainda tento.
Negar a minha paz e ver além
O todo que deveras não detém
O passo de quem segue sem destino,
Ao ter esta incerteza que suprime
Meu mundo quando o quis bem mais sublime
Agora noutro instante, o desatino.

10

Na carta aonde tanto pressenti
O mundo desabando sobre mim,
O amor que imaginara chega ao fim
Distando cada passo, volto a ti,
E o tanto que pudera em frenesi
Acende do vazio este estopim,
Tua alma, uma espécie de chupim
Destrói todo o cenário onde vivi,
E o manto discordante vira luto
E quantas vezes tento e não reluto
Buscando no infinito constelar
Ainda após o todo sem sentido,
O passo noutro rumo presumido
E neste raro encanto, o desenhar.

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