segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

MITOLOGIA SUMÉRIA

MITOLOGIA SUMÉRIA

01

Anu ao dirigir o Céu imenso
Suméria maravilha, um deus aonde
A sorte noutro passo corresponde
Ao quanto se desenha e mesmo penso,
Esposo de Antu, Pai de Enlil faz parte
Da trindade que reina no infinito
Marcando cada passo em belo rito
Poder absoluto assim comparte.
Enlil o deus dos ventos e Ea das águas
Até que tendo o reino ameaçado
Promete a sucessão a quem liberte
E nisto de Ea o filho então desperte
E trama em rara herança este reinado,
Assim Marduk se fez o vencedor,
Herdando então de Anu todo esplendor.

2

Adad, entre os assírios; deus do vento
Domina os temporais, brisa e tufões
E nisto nas diversas dimensões
Trazendo tanto alívio e sofrimento,
O quanto na verdade busco e tento
Vencer as mais atrozes sensações
Movendo nos espaços direções
Aonde poderia estar atento.
E bebo a sensação de liberdade
Ousando noutro rumo, até que venha
A vida onde deveras desempenha
Terrível tal fator em tempestade,
Marcando o que inda possa e nunca veio
No passo mais audaz, em devaneio...

3

Inanna representa o dom do amor,
Em Ur a consagrada e deusa bela
Aonde toda a força se revela
Marcando em alegria e destemor,
No passo que permita sem rancor,
A sorte noutro encanto ora se atrela
E bebo da esperança aberta a vela
Vagando sem descanso enquanto eu for,
Damuzi, resgatado dos Infernos
Pela deusa decerto enamorada
Trazendo vida a toda humanidade,
E neste caminhar em trevas; ternos
Momentos noutro rumo; a vida grada
E todo este futuro em sonhos brade.

4

O deus das águas, Enki se traçando
Na tríade que toma em plenitude
Reinado dos sumérios e assim transmude
O todo noutro passo imenso e brando,
Também tendo em poder; sabedoria
Sabendo dos segredos: vida e morte,
Portanto a cada instante traz o aporte
Que o todo noutro encanto mais queria.
Após a construção de um lar distante
Neste sétimo dia descansou,
E o tanto que pudera e se mostrou
Trazendo o que em verdade se garante,
Porém o resultado desastroso
Tomara outro caminho, pedregoso...

5

Antu; deusa da Terra, de Anshar filha
Casando com Anu a sorte traça
Em neste caminhar o quanto passa
A vida noutra senda agora trilha,
A mãe dos Utukki e de Anunnaki
Traçando a cada instante este saber
Moldando noutro passo o amanhecer
Diverso do que visse desde aqui,
A filha de Kishar deusa sublime
E tendo a mais perfeita dimensão
Dos dias que deveras já virão
Aonde toda a luta nos redime,
Abençoada seja mãe da Terra,
Meu canto em Tua luz hoje se encerra.

6

Enlil ao dominar inteiro este ar
Afasta as divindades dos humanos
E traça com vigor seus duros planos
E passa num instante a conquistar
Nas guerras tão constantes vai mostrar
O quanto que se possa em ledos danos,
E vendo os dias rudes, soberanos
Numa explosão marcando este lutar.
E quando apaixonado por Ninlil
A violentando, nisto o que se viu,
Fora expulsão do deus para o submundo,
Porém apaixonada a deusa volta
E aceita apascentar qualquer revolta
Em nome deste amor, duro e profundo.

7

Nanna o deus que traz a bela lua
Nascendo deste amor que a sorte viu
Traçado entre Ninlil e o rude Enlil
Trazendo a raridade onde se atua
Desde o nascimento, prometido
A Ereshkigal até que enfim casasse
Vivendo com Ningal o quanto trace
O mundo onde o caminho em paz lapido,
Shamash e Inanna, os filhos deste par
Em noite tão sobeja num instante
O quanto se presume e se garante
No raro e desejado bom luar,
Vagando pelo espaço sideral
Conforme desenhou Ereshkigal.

8


Ninhursag deusa mãe ditando a sorte
E gera com completa imensidade
O tanto quanto possa e nos agrade
Tramando o que deveras nos conforte,
A vida em tal momento gera o norte
E nisto o que pudesse em liberdade
Traçando o quanto quer em claridade,
Deixando para trás o ledo aporte,
Resumos de outros passos noutra senda,
Ao quanto cada instante nos atenda
Mostrando o quanto possa acreditar
Na deusa principal que se mostrara
Além do quanto a vida é nobre e rara
Vibrando além do passo a se entregar.

9

Shamash o deus solar traçando o passo
Aonde o que pudera se anuncia
A sorte sem saber desta agonia
Espreita qualquer tom além cansaço,
E o vento noutro rumo quando o traço
A luta se pudera em alegria
Viceja dentro da alma o dia a dia,
E o medo se transforma, mais escasso,
Solar presença dita em claridade
O dia com sobeja majestade
Formando em tons diversos céu imenso,
E quando me imagino do teu lado,
O sonho noutro tanto desenhado,
Expressa o que deveras busco e penso.

10

Anshar; deus do horizonte em pleno céu
Trazendo noutro tom este universo
E o quanto a cada instante me disperso
Ousando neste imenso carrossel,
A vida traduzindo em fogaréu
O canto aonde possa e além já verso
Marcando o que se trouxe ora submerso
Dos sonhos e desejos, sou o réu.
Esposo de Kishar, que do horizonte
Terrestre dominava e o completava
Assim o quanto a vida em força lava
O mundo noutro ponto já desponte
E desta consonância se acredite
Neste universo imenso, sem limite.

11

Ereshkigal a deusa que em justiça
Traçava então destino céu/inferno
E quando se mostrasse noutro eterno
Caminho a vida mostra movediça
E vence o que pudera e se cobiça
Num ato tantas vezes duro ou terno,
Mesclando o quanto vejo e assim me interno
Bebendo em avidez sorte mortiça,
Reinando sobre as trevas e demônios
E nisto são atrozes patrimônios
Legados desta deusa, mesmo mor,
E o tempo se anuncia em luz diversa
Às vezes mais sombria e até perversa
Por vezes outro rumo bem melhor.

12

Husbishag detendo em seu poder
O instante, o modo e o rumo de uma morte
E quando tantas vezes nos conforte
Em outros passos dita o desprazer,
E nesta tão diversa realidade
A esposa de Namtar trazendo assim
Agenda que desenha o fim de cada
Alma que noutro tempo desenhada
Traduz o quanto possa haver em mim,
Mortalha noutro instante se desenha
E o tempo se anuncia em dor e medo,
Do quanto se traduz onde concedo,
E nisto o caminhar traduz e venha
Gerando a discordância em tom atroz,
Negando o quanto possa vivo em nós.

13

Isinu que era de Enki o mensageiro
Tramando noutro passo o que viria,
Marcando em esplendor o dia a dia,
E nisto outro momento, o derradeiro,
Ajudando a prender Apsu no sono
Eterno traz no olhar a dimensão
Severa desta luta em união,
E neste caminhar, raro abandono,
Em dupla face trama a discordância
Olhando para além e para cá,
O mundo neste ponto moldará
O todo com temível discrepância
Assim em Isinu dicotomia
Do quanto vira e mesmo até veria.

14

Ninki; deusa das águas frescas dita
A sorte de outros deuses quando traz
Ao mundo o filho em fúria mais audaz
E nisto se transforma outrora aflita
Marduk herdando assim todo o reinado,
Do templo onde pudera vislumbrar
Diverso e soberano caminhar
Vagando sem sentido em longo prado,
E quando se anuncia esta vitória
O tempo noutro encanto se percebe
E tendo a plenitude desta sebe
A vida não seria merencória,
E o quanto se aproxima de tal rumo
Expressa o que ora em verso aqui resumo.

15


Nammu a deusa mãe, da terra e céus
Das águas, de outros deuses; principal
Tramando em tom convicto original
Gerando dos seus sonhos tantos véus,
Os dias entre dias, fogaréus
Os olhos noutro rumo, a maioral
E dita com seu ar o bem total
Soberana divina além dos léus,
E o passo se anuncia desde quando
A vida noutro encanto se moldando
Mergulha no que possa nos trazer
Além do quanto vive em tal cenário
O mundo anunciado, solidário
Expressa todo o raro e bom querer.

16

Tiamat queria além trazer Kingu
E dar todo o poder ao deus, porém
O mundo mais diverso quando vem
Trazendo em seu caminho Nibiru,
Assim a morte cerceando o passo
Daquele que pudera muito e nada
Demonstra a solidão por onde evada
O quanto mais desejo e já não faço,
Tabletas do destino em armadura,
Presente que lhe dera Tiamat,
No fim de nada mesmo o que virá
A sorte de tal forma se afigura
E sendo a vida assim tão traiçoeira
O quanto vês nas mãos, decerto esgueira.

17

Kiskil-lilla, um demônio feminino
A bela e sensual deusa venal
Condena-se ao inferno em desigual
Caminho tanta vez em desatino,
O passo se anuncia e vendo o fim
De quem fora de Inanna feito serva
O tempo na verdade não reserva
O quanto se deseja mesmo assim,
O tétrico fantoche neste caos
Marcada eternamente, a rapineira
Felinos companheiros, já se inteira
Dos dias mais cruéis, e sei tão maus,
A luta não termina e gera apenas
Os ermos desta sorte em duras cenas.

18

Namtar dita o destino e rege o passo
Aonde com certeza se entranhara
A vida noutro rumo em vã seara
Num ato tão atroz, audaz e escasso
E quando a sensação além eu traço
Vencendo o que pudera em noite clara,
A luta se fizera mais amara,
E agora se moldando noutro espaço,
Resumos de momentos onde ardis
Transcendem ao que tanto ora se quis
Vestindo esta sobeja maravilha
E o passo noutro encanto se desnuda,
A sorte tantas vezes tão miúda
Gigante fantasia agora trilha.

19

Nergal, o deus da guerra traz na morte
Sinais que não se deixam mais errar,
O quanto poderia navegar
Negando a cada instante este suporte,
Esposa Ereshkigal, deusa do inferno
E traz em tom venal o dia a dia,
E quando noutro rumo se veria
O todo se anuncia em tom eterno
Marcando com a fúria quem se fez
Além do que pudera ou mesmo quis
O tempo se desenha e por um triz
O rumo gera toda a insensatez,
Etérea sensação de algum alento,
No fundo tão somente, sofrimento.

20

Nanibgal nos traduz fertilidade
E trama noutro rumo o que se espera
Apascentando na alma a rude fera
E nisto cada passo tanto agrade,
Viceja na sobeja claridade,
E tenta com certeza em primavera
A luta aonde o encanto sempre gera
A sorte em mais divina lealdade,
De vasta cabeleira, como um rio,
Também reinando sobre aprendizagem
E desta fantasia uma paisagem
Vibrante como um raro desafio,
E bebo em goles fartos o saber
Que tanto pude nela conceber.

21

Nusku o deus sumério traz na luz
O seu poder intenso e mesmo além
Da plenitude imensa que contém
Enquanto a cada instante mais conduz,
Gibil, o deus do fogo era seu filho
E transitando em toda a plenitude
Ainda quanto tente ou mais se ilude
Ao percebê-lo enfim me maravilho,
E vendo em privilégio este cenário
Audaciosamente na captura
De Ninlil por Enlil, e em tal loucura
O sonho feito em rumo temerário
E tendo como irmão, Shamash e Inanna
A divindade em luz, tão soberana.

22

Tiamat que dera origem às sereias
Escorpiões em forma quase humana
A sorte mais audaz e mais profana
Aonde sem limites devaneias,
E sinto a cada instante o que pudera
Na entrega destas Tábuas do destino
Ao filho, o deus Kingu, porém sem tino
O mundo se desenha noutra esfera,
Ao cortá-la no meio, Marduk traça
Separação da Terra deste Céu
Da fêmea para o macho, mais cruel
A vida se desenha em sorte escassa
E Marduk vencedor tomando em mãos,
Destino do infinito aos tantos chãos.

23

Utukku são diversas divindades
Algumas benfazejas e outras más
A vida de tal sorte já se faz
E neste caminhar insanidades,
Porquanto em tais momentos mesmo brades
Ou tenta outro caminho mais audaz,
Aonde toda a sorte é tão mordaz
E nisto se desdenham liberdades,
As lutas traçam ermos caminhares
E vejo os meus delírios e se notares
Verás a mesma imagem noutro rumo,
Mergulho no vazio e me procuro,
Sabendo quanto é claro ou mesmo escuro
O tempo aonde em templos eu resumo.


24

Gilgamesh ao reinar por muito tempo
Há quase cinco mil anos atrás
Um filho do demônio? Um ser audaz
Numa epopéia traz o contratempo
Vencido a cada instante, em braço forte,
Ao se saber deveras um mortal
Procura desvairando um principal
Caminho aonde o mundo trama a sorte
E tendo conhecido Utnapishtim,
Que do dilúvio imenso sobrevive,
Trazendo este segredo aonde crive
Esta imortalidade e sendo assim,
Ao encontrá-la surge uma serpente
Roubando-a num momento imprevidente.

25

Dumuzi, apaixonado por Inanna
Tentando seduzi-la mal percebe
Inútil caminhar em leda sebe
Se tem a natureza rude e humana,
A deusa por consolo já permite
Que após a morte volte noutro instante
Com a forma constante se adiante
Vergel sendo deveras seu limite,
E a cada novo tempo some e volta
Assim eternamente morto e vivo,
Traçando neste mero lenitivo
A vida sem proveito e sem escolta,
Dumuzi sendo assim tão temporário,
Desenha o sempre igual itinerário.

26

Enkidu, o guerreiro preferido
De Gilgamesh amigo e aliado
E neste seu caminho lado a lado
O tempo noutro encanto resumido,
Numa epopéia traça este sentido
E quando mergulhando além eu brado
Vislumbro este cenário imaginado
E o quanto se aproxima em paz lapido,
Ao ser criado em pleno barro e argila
Os deuses o queriam noutro rumo,
Porém quando a verdade dita o sumo,
Do tempo aonde o canto se perfila
Invés de Gilgamesh maltratar,
Alia-se num bravo caminhar.

27

Humbaba em leonina face expõe
A fúria de quem tanto quis a sorte
Regesse a cada instante sobre a morte
Na insânia aonde o corte já compõe;
Porém quando decerto teve em gládio
Um adversário audaz em plenitude,
Humbaba em Gilgamesh desilude
E a morte sem defesas vem e invade-o.
Assim se anunciando o fim da fera
Que dentre tantas feras foi além,
Agora o que deveras resta e tem
Numa epopéia traça esta quimera,
E a luta desenhando em seu final,
O término de um ser tão magistral.

28

Gugalana, traduz a constelar
Beleza que inda reina sobre os céus
Enquanto a noite desce belos véus
E traz também beleza do luar,

Ao se mostrar além este tesouro,
Gugalana se vendo no horizonte
Aonde o meu olhar querendo aponte
Constelação sublime, esta de Touro,

Ao ser noutro momento desmembrado
Por Gilgamesh também por Enkidu
Inanna se aproxima e vendo a nu
O quanto se desenha o desgraçado

Levando-o para espaço sideral
Na constelar beleza deste astral.

Um comentário:

Waldo Motta disse...

Arqueologia poética muito interessante!