quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

001

Decerto o criticar
Produz o quanto possa
Em senda atroz e em fossa
O nunca navegar,

Perfeito caminhar?
A vida não se apossa
E quando o sonho roça
Expressa o divagar,

Exemplos tão diversos
Reinando em universos
Em discordantes passos,

Ser dono da verdade?
Ausente claridade
Em dias vãos, e escassos.

2

Não queira que o caminho
Demonstre o seu desejo,
A vida a cada ensejo
Noutro lugar aninho

Por vezes mais sozinho,
Ou noutras não prevejo
Sequer este azulejo
Sequer um manso ninho,

A sordidez do fato
Aonde eu me retrato
Resgata a insana luta,

Mas sei quanto se deve
Vencer com passo breve
A fúria que se escuta.

3

Os dias não seriam
Iguais em consistência
Na vida onde a ciência
Traduz os que feriam,

Bebendo da esperança
Que nada mais produz
Senão a imensa luz
E nela o sonho avança,

Dos erros costumeiros
Futuro dita o traço
E quanto mais eu faço
Adentro estes canteiros,

Na mansa primavera
Que o peito em paz, espera.

4


Um erro justifica
O engano ou mesmo o lodo?
E quando sem denodo
A porta mortifica

Fechada sempre implica
Na marca de um engodo,
E tendo enfim meu todo
Não aceitando dica,

A rósea maravilha
Há tanto não mais trilha
Nem bebe a claridade,

E sei do que viria
Na forma em poesia
E o tempo em vão degrade...

5


Ferir quem não te fira
E mesmo te defenda
A sorte traz a venda,
Porém a vida gira,

E acesa ou não tal pira
A luta que se acenda
Moldando a velha lenda
A morte se prefira?

Jargões em falsos ritos
E dias mais bonitos
Ou mesmo em tempestades,

Do quanto se quisesse
Na fonte em rara messe,
Decerto agora evades.

6

Quem tanto faz juízo
Do passo de outro alguém
No fim vai sem ninguém
E neste prejuízo

O quanto em vão matizo
E sei que nada vem
Somente este desdém
Marcando por granizo,

Meu verso se emoldura
Na paz, numa brandura
Difícil, disto eu sei,

Mas quantas vezes, veja
A sorte como seja
Ou mesmo eu esperei...

7

Amor transe em carinho
Diverso do temor
Marcando com ardor
O passo mais daninho,

E sei do enorme espinho,
O corte e o dissabor
Dos olhos, refletor
Tocando de mansinho,

Mas tanto quanto pude
Vencer cada atitude
Nefasta em desafeto,

Nos ermos do não ser
Aprendendo a viver
Aos poucos me completo.

8


Corrija com exemplos,
Palavras? Leva o vento,
E quanto mais eu tento
Ainda sem os templos

Arranco dos meus olhos
Os dias que pudessem
Trazer onde se tecem
Além dos vis abrolhos,

Fenece uma esperança
Audácia em primavera
A vida sem espera
A luta sempre cansa,

Mas vale cada corte
No quanto em paz aporte.

9


Ajude quem caindo
Não sabe mais a rota
Deveras já se esgota
O quanto fora lindo,

O mundo se exprimindo
Na voz que sem a cota
Expressa a mais remota
Noção do agora findo,

Vestindo esta quimera
E nada mais se visse
Sequer qualquer tolice

Aonde o passo espera
A curva desta estrada
Há tanto abandonada...

10

Colaborar, portanto,
Labores concernentes
E nisto sempre tentes
O mundo em raro encanto,

E quantas vezes canto
Ousando em plenas mentes
Em dias mais urgentes
Pungente este quebranto,

Negando cada luz
Ao quanto se conduz
A morte e se permite,

Viver a plena sorte
Mesmo que venha o corte,
E a dor já sem limite...

11

Onipresente está
Quem tanto se procura
Em dor e desventura
No quanto moldará

A sorte e desde já
Na noite mais escura,
O porto ora assegura
Qual fosse algum maná,

As dores ensinando
O tempo mesmo infando
Prenunciando o sol,

Aprendo com a queda
E quando a vida enreda
No fim trama o farol.

12


O desamparo; é fato,
Jamais traduz vazio
E mesmo em desvario
Além; sorte eu constato,

E o tempo mesmo ingrato
Aceita o desafio
E desce, e enfrenta o rio,
E bebe este regato,

O mundo se anuncia
A cada fantasia
E sonho onde se vendo,

O prazo sem limite
O amor que se permite
Sem corte e sem remendo...

13


O Deus que cultivaste,
Já não importa o nome,
Nem mesmo quanto dome
Da sorte num contraste

Tramando em mãos tal haste
E quando a sorte some,
O verso em sonhos tome
Vencendo algum desgaste,

Pudesse ser assim,
O tempo não tem fim
E o sonho nos redime,

Amar e ter além
Do quanto inda se tem
É raro, mas sublime


14


Jamais estás sozinho,
Determinada luz
Ao quanto te conduz
Expressa o raro ninho,

E quanto mais sozinho
Vencido onde me pus,
No tanto em contraluz
Dos sonhos me avizinho,

E sei da divindade
Que tanto nos invade
E trama novo passo,

Meu mundo junto ao nosso
Enquanto em luz endosso
O encanto onde me faço.

15


As mágoas, com certeza
Não possam impedir
Sequer o que há de vir
Vencendo a correnteza

A luta sem surpresa
O mundo a presumir
O amor a repartir
Na senda quase ilesa,

Depois de tanto engano
Aos poucos se me dano
Espero a redenção

Embora saiba bem
Do quanto ora não vem,
Minha alma em tal porão...

16


O quanto dentro em ti
Sabendo por quem és
Rompantes no viés
Aonde percebi,

O tanto lá e aqui,
Vencendo algum revés
Sangrando pelos pés
O corte amanheci,

Mas sei que depois disto
Enquanto além insisto
A lei se faz presente,

No fundo sem remédio,
A vida vence o tédio
Amor raro consente...

17


Silente caminheiro
Ouvindo a mansa voz
Espera pela foz
E sabe o mensageiro

E neste derradeiro
Cenário dentro em nós
Ainda quando algoz
Meu canto não inteiro

E bebo desta sorte
Que possa em ledo norte
Tramar outro momento,

Mas sei do desalento
E nada mais conforte
O quanto audaz invento.

18

Vencer dificuldades
E crer noutro momento
Aonde o que ora tento
Aos poucos já degrades,

E mesmo em liberdades
Diversas, pensamento,
Marcando com tormento
Enquanto desagrades,

Matando cada sonho
E nada mais componho
Senão a mesma luta

Expressa em temporais
E nelas outras tais
Nefasta luz permuta...

19


Jamais estar sozinho
E ter a fé de um dia
Diverso que viria,
Trazer o manso ninho,

Mas sei que cada espinho
Ferindo sempre adia
Matando a poesia
Deixando este ar daninho,

Não pude e nem tentasse
Vencer qualquer impasse,
Apenas respirando,

E o vento se mostrando
De fato sem sossego
E assim em vão me apego...

20

E solitariamente
A sorte não transcorre
Senão no velho porre
Tomando a frágil mente,

E o pouco se desmente
E nada me socorre,
Vibrando o quanto ocorre
Do peso, impunemente,

Vertentes variadas
As noites malfadadas
Estrelas sob brumas,

E quando ainda vês
A dura insensatez
Além tu já te esfumas.



21

Jamais se imaginasse
Colheita mais diversa
E quando o sonho versa
Marcando este repasse

Do quanto demonstrasse
E nisto desconversa
A sorte mesmo imersa
Apenas transmudasse

E assim no tanto ou pouco
Meu canto o deste louco
Que apenas se veria

Vencido pelo medo,
Porém, quanto concedo
Expressa a fantasia.

22

O sofrimento traz
Nas mãos o que cevamos
E sei diversos ramos
Do dia mais mordaz

E quanto já se faz
Do tempo onde traçamos
Os olhos e bebamos
Ausência de uma paz;

Sementes desvalidas
As horas decididas
Nas tramas sem proveito,

E quando de tal forma
A vida nos deforma
A morte; em vão, aceito.


23


O quanto se alertando
Do dia que viria
Em rude fantasia
Ou mesmo em tempo brando

A sorte se mostrando
E nela não teria
Sequer leda agonia
Ou dia mesmo infando,

Ascendo ao que não veio
E sei do meu receio
Negando o quanto possa,

Vestindo o meu momento
E nele o quanto invento
Transforma a luta em nossa.


24

Um otimismo trace
Além do que pudera
Na bela primavera
Ou mesmo o que notasse

Cerzindo em cada face
O tempo sem espera
Pousando noutra esfera
O quanto denotasse,

Vencido pelo prazo
Aponto e já me abraso
E vendo o que viria,

Na vívida expressão
Marcando em sim e não
O todo em utopia.

25

Capacitando a sorte
Do todo ou mesmo ainda
Queimando o que deslinda
E mesmo nos suporte,

Vencendo o quanto corte
E de tal forma brinda
Com sangue o que já finda
Depois da própria morte

Negar o descaminho
E crer numa esperança
Aonde o nada lança

Semente de um mesquinho
Cenário aonde eu pude
Perder a juventude.

26

Felicidade; espero
Aonde não se visse
Além de tal tolice
De um mundo mesmo fero,

E quando degenero
O passo onde seguisse
Meu tempo que desdisse
O quanto o degenero

Bebendo o medo em goles
Diversos e sutis
No tempo onde se quis

E ao fim já não engoles
Sequer esta esperança
Marcada na lembrança

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